25 de janeiro de 2010

Olha o preconceito...

21:03 | , ,

Foto: Andreivny Ferreira
Ultimamente temos visto aqui em Natal, como em todos os anos, uma ferrenha concorrência entre os grandes cursinhos para atrair futuros universitários e, no ano que vem, fazer propaganda de seus alunos prodígios. Vale tudo pra atrair um inocente adolescente para essas instituições de ensino careiras. E, geralmente, quem vai pra esses cursinhos são pessoas que ou tem pouco poder aquisitivo e faz de tudo (Quase tudo) pra poder pagar a alta mensalidade ou são os riquinhos que são forçados, as vezes, pelas famílias pra prestar logo o vestibular.

Mas o que se viu esse ano foi algo diferente. Para a surpresa de todos, o curso mais concorrido do vestibular da UFRN, o de Medicina, teve os seus 8 primeiros colocados vindos da rede pública de ensino. E o mais surpreendente, o primeiro colocado veio da maior escola pública do RN, o IFRN (Federal), estudou toda a sua vida em escola pública, fez o primeiro vestibular e passou e, para maior raiva dos cursinhos, veio de uma instituição com pouca visibilidade aqui na capital potiguar.

Foi uma prova que o ensino público ainda tem seu valor e bons princípios. Além disso, vemos que em algumas escolas o ensino público tem qualidade considerável, tendo a vista o resultado que vemos, não só na UFRN, mas em Universidades de todo o Brasil. Esse aluno do bairro de Bom Pastor, na Zona Oeste de Natal, está de parabéns.

Mas toda história feliz tem de ter um lado lamentável. E não poderia ser diferente. Circulam na Internet e-mails de um grande cursinho de Natal que se contradiz na sua opinião em relação ao que a UFRN pratica quanto aos candidatos de escola pública. Pra quem não sabe, um aluno de escola pública tem direito a mais 10% de bônus na sua nota final do vestibular, o chamado Argumento de Inclusão. Porém, apenas por interesses financeiros e marqueteiros, esse cursinho reivindica o primeiro lugar de medicina por que esse e os outros 7 primeiros se beneficiaram do argumento de inclusão pra ficarem com as primeiras colocações.

O que esses cursinhos deveriam fazer é ficarem quietos, reformularem suas metodologias de ensino e melhorarem a qualidade do que é passado pra seus alunos. Ora, eles tinham a hegemonia de aprovação. Só porque perderam colocações tradicionais uma única vez estão metendo o pau na Universidade e na sua forma de avaliar o candidato a uma vaga. Mas, deveriam se mancar de que eles (os cursinhos) não mostram nenhuma objeção ao sistema, haja vista que este é o primeiro problema do gênero e, pelo visto, a UFRN não vai arredar o pé de sua forma de pontuar o Vestibular. Olha, como diria Boris Casoy, "isso é uma vergonha". Brigando por um primeiro colocado apenas por interesses financeiros... É demais.

Pior ainda é esse cursinho questionar a capacidade intelectual do candidato mais bem colocado, dizendo que seria inviável ele fazer um cursinho onde, na verdade, segundo eles, são oito cursinhos isolados, além de estudar no IFRN. Acredito ser perfeitamente possível sim, pois todos nós temos de organizar nossa rotina - Ele deve ter conseguido sim organizar a dele para que fizesse oito isolados e estudasse na sua escola normalmente. É chato ver que alguém consegue ser tão inoportuno ao ponto de questionar a inteligência do pobre novo universitário.

E, aproveito pra parabenizar os mais de 6 mil aprovados na UFRN. E, pra você que não passou, dou um conselho: Estude e foque o seu objetivo, não caindo na onda marqueteira desses cursinhos oportunistas. A opção de escolha é sua, mas tome cuidado com o que vai escolher. Pode ser uma boa, mas pode se tornar polêmica.

1 comentários:

Rodrigo Capistrano disse...

That's all for the money! rsrsrs...

Vlw, Andrei. Discussão oportuna e polêmica. A sociedade deveria tb se questionar a respeito do sistema de ensino, q , de um modo geral, se preocupa mais em aprovar alunos em Universidades Públicas do que em desenvolver as verdadeiras potencialidades intelectuais dos alunos. Uma prova disso, é q tem muita gente q entra nessas universidades,mas q continua medíocre do ponto de vista intelectual... as próprias universidades estimulam esse tipo de mediocridade... enfim, é bom tb questionar todo o sistema de ensino e suas prioridades e objetivos (se não vai continuar a mesma "merda"! - com o perdão da palavra kkkk).

Abraço.
Rodrigo Capistrano.