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É bem provável que o zagueiro argentino Samuel não saiba que em 12 de junho se comemora o dia dos Namorados no Brasil. Em seu país, o que vale é o 14 de fevereiro. Mas logo aos 6 minutos do primeiro tempo, pintou um clima entre ele o atacante Edu Obasi dentro da área da Nigéria. Não deu para segurar - ou melhor, deu, e muito. Samuel abraçou o novo amigo feito um ursinho carinhoso e os dois ficaram ali, agarradinhos, enquanto o escanteio cobrado por Verón foi cair a alguns metros, onde o lateral-esquerdo Heinze, livre, cabeceou para fazer o gol único da partida. Tecnicamente, foi falta, daquelas que quase nenhum juiz dá. Mas pode se dizer que foi um trabalho de amor. De qualquer modo, Herr Wolfgang Stark ignorou. E parte da culpa pelo gol pode ser jogada sobre os ombros de outro atacante nigeriano, Obinna, que estava ali perto do lance, sem marcar ninguém, nem mesmo a danada da Jabulani.
O clima de tudo a ver entre dois seres se repetiu na área nigeriana no segundo tempo, em lance que deixou alguns argentinos na bronca, pedindo pênalti. Injustificadamente: quando Kaita e Maxi Rodríguez se enroscaram, não foi absolutamente nada. Ou, como definiu, com bom humor, o comentarista Carlos Eduardo Lino, do SporTV: "Isso é dia dos Namorados..."
Apesar da eficiência de dois de seus defensores no momento decisivo da partida, a Argentina mostrou fragilidade na marcação. Por enquanto, porém, nada capaz de amassar o terno do técnico Maradona, impecável em seu figurino à Cesar Luís Menotti (ou Luxemburgo, cada um que escolha sua referência). Messi, a estrela da companhia, esteve inspirado e mostrou que anda mesmo muito a fim de ser o dono desta Copa. Mas esbarrou em um goleiro que atua no pouco badalado futebol israelense: Enyeama, 28 anos. Na já longínqua Copa de 2002, ele havia fechado o gol nigeriano em um jogo contra a Inglaterra. Hoje, demonstrou reflexos e agilidade incríveis em três arremates de Messi e três de Higuaín. Acabou ofuscando ninguém menos que o melhor jogador do mundo em Joanesburgo.
Após o jogo, em autocrítica dirigida ao time como um todo, mas, lógico, também falando por si, Messi mencionou o nervosismo da seleção argentina. "A ansiedade pela estreia apresentou sua conta", disse La Pulga, feliz por ter conseguido pagá-la. E saiu, levinho e saltitante, com três pontos no bolso.
Já a Inglaterra.... Começou na base do "joga bonito" contra os Estados Unidos, em Rustemburgo. Aos 4 minutos, a bela triangulação começada por Rooney resultou em passe açucarado e caramelizado de Heskey para Gerrard, que botou pra dentro. Depois do início fulgurante, porém, o time treinado pelo italiano Fabio Capello deu uma maneirada e meio que se acomodou. "Foi levando na boa", como definiu na transmissão da TV Globo o Cléber Machado, o verdadeiro (não o do Twitter). E aí vieram tragédia e comédia juntinhas, coladinhas, no clima do dia. Aos 40 minutos, Dempsey tentou um chuteco despretensioso, maroto mesmo, de fora da área. A bola veio fraca e pererecou duas vezes no solo antes de chegar ao alcance de Green e de suas mãos... furadas. Um peruzaço, um frango gigantesco, um avestruz histórico. Na transmissão em tempo real do jornal "Guardian", causou as seguintes exclamações instantâneas: "Oh my God! Foi um show de horror! (...) O pior frango que você vai ver nesta Copa!"
Robert Green, arqueiro do West Ham, 30 anos, só estava ali por causa das penosas papadas recentemente por seu colega David James, 40 anos, do Portsmouth, o favorito de Gordon Banks para o time titular. E acabou confirmando os temores de boa parte dos torcedores ingleses. O pior goleiro do English Team não é nem James, nem Green, nem o pobre Joe Hart, terceira opção do treinador. O pior é sempre aquele que entra. No segundo tempo, Green ainda salvou um tiro à queima-roupa de Altidore. Mas depois que se vê as imagens do lance na malvada câmera lenta, ficou esquisito para ele: deu para perceber que a bola passou pelo meio de seus desajeitados braços antes de explodir na trave.
Ao fim da partida, os americanos comemoraram o bom resultado: 1 a 1. Nem o apito do polêmico juiz brasileiro Carlos Eugênio Simon, nem as bombas dos terroristas que tinham ameaçado agir em Rustemburgo... nada atrapalhou o jogo. Mas ficou um gostinho de decepção: o grande futebol e a fartura de gols ainda não estrearam nesta Copa do Mundo.
Ah, sim, houve também um jogo mais cedo, entre Coreia do Sul e Grécia, em Port Elizabeth. E, de onde não se esperava muito, veio alguma coisa. Se antes do apito inicial, cronistas definiam a partida como duelo entre a correria asiática e o ultrapassado ferrolho helênico, após os 90 minutos, sobraram aplausos para o futebol veloz dos coreanos, liderados por Park Ji-Sung, do Manchester United. Um lance bizarro marcou o confronto e fez o torcedor brasileiro lembrar a derrota para a Itália em 1982: Torosidis deu um longo passe à la Cerezo, fazendo a bola cruzar perigosamente a intermediária de seu campo; Vyntra recebeu o presente de grego mostrando ser uma tragédia no domínio de bola e, pronto, azedou. Autêntica perebada, que deixou nos pés de Ji-Sung a tarefa de selar o 2 a 0 no placar.
O clima de tudo a ver entre dois seres se repetiu na área nigeriana no segundo tempo, em lance que deixou alguns argentinos na bronca, pedindo pênalti. Injustificadamente: quando Kaita e Maxi Rodríguez se enroscaram, não foi absolutamente nada. Ou, como definiu, com bom humor, o comentarista Carlos Eduardo Lino, do SporTV: "Isso é dia dos Namorados..."
Apesar da eficiência de dois de seus defensores no momento decisivo da partida, a Argentina mostrou fragilidade na marcação. Por enquanto, porém, nada capaz de amassar o terno do técnico Maradona, impecável em seu figurino à Cesar Luís Menotti (ou Luxemburgo, cada um que escolha sua referência). Messi, a estrela da companhia, esteve inspirado e mostrou que anda mesmo muito a fim de ser o dono desta Copa. Mas esbarrou em um goleiro que atua no pouco badalado futebol israelense: Enyeama, 28 anos. Na já longínqua Copa de 2002, ele havia fechado o gol nigeriano em um jogo contra a Inglaterra. Hoje, demonstrou reflexos e agilidade incríveis em três arremates de Messi e três de Higuaín. Acabou ofuscando ninguém menos que o melhor jogador do mundo em Joanesburgo.
Após o jogo, em autocrítica dirigida ao time como um todo, mas, lógico, também falando por si, Messi mencionou o nervosismo da seleção argentina. "A ansiedade pela estreia apresentou sua conta", disse La Pulga, feliz por ter conseguido pagá-la. E saiu, levinho e saltitante, com três pontos no bolso.
Já a Inglaterra.... Começou na base do "joga bonito" contra os Estados Unidos, em Rustemburgo. Aos 4 minutos, a bela triangulação começada por Rooney resultou em passe açucarado e caramelizado de Heskey para Gerrard, que botou pra dentro. Depois do início fulgurante, porém, o time treinado pelo italiano Fabio Capello deu uma maneirada e meio que se acomodou. "Foi levando na boa", como definiu na transmissão da TV Globo o Cléber Machado, o verdadeiro (não o do Twitter). E aí vieram tragédia e comédia juntinhas, coladinhas, no clima do dia. Aos 40 minutos, Dempsey tentou um chuteco despretensioso, maroto mesmo, de fora da área. A bola veio fraca e pererecou duas vezes no solo antes de chegar ao alcance de Green e de suas mãos... furadas. Um peruzaço, um frango gigantesco, um avestruz histórico. Na transmissão em tempo real do jornal "Guardian", causou as seguintes exclamações instantâneas: "Oh my God! Foi um show de horror! (...) O pior frango que você vai ver nesta Copa!"
Robert Green, arqueiro do West Ham, 30 anos, só estava ali por causa das penosas papadas recentemente por seu colega David James, 40 anos, do Portsmouth, o favorito de Gordon Banks para o time titular. E acabou confirmando os temores de boa parte dos torcedores ingleses. O pior goleiro do English Team não é nem James, nem Green, nem o pobre Joe Hart, terceira opção do treinador. O pior é sempre aquele que entra. No segundo tempo, Green ainda salvou um tiro à queima-roupa de Altidore. Mas depois que se vê as imagens do lance na malvada câmera lenta, ficou esquisito para ele: deu para perceber que a bola passou pelo meio de seus desajeitados braços antes de explodir na trave.
Ao fim da partida, os americanos comemoraram o bom resultado: 1 a 1. Nem o apito do polêmico juiz brasileiro Carlos Eugênio Simon, nem as bombas dos terroristas que tinham ameaçado agir em Rustemburgo... nada atrapalhou o jogo. Mas ficou um gostinho de decepção: o grande futebol e a fartura de gols ainda não estrearam nesta Copa do Mundo.
Ah, sim, houve também um jogo mais cedo, entre Coreia do Sul e Grécia, em Port Elizabeth. E, de onde não se esperava muito, veio alguma coisa. Se antes do apito inicial, cronistas definiam a partida como duelo entre a correria asiática e o ultrapassado ferrolho helênico, após os 90 minutos, sobraram aplausos para o futebol veloz dos coreanos, liderados por Park Ji-Sung, do Manchester United. Um lance bizarro marcou o confronto e fez o torcedor brasileiro lembrar a derrota para a Itália em 1982: Torosidis deu um longo passe à la Cerezo, fazendo a bola cruzar perigosamente a intermediária de seu campo; Vyntra recebeu o presente de grego mostrando ser uma tragédia no domínio de bola e, pronto, azedou. Autêntica perebada, que deixou nos pés de Ji-Sung a tarefa de selar o 2 a 0 no placar.
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