11 de junho de 2010

Coletiva identifica policiais acusados de formação de grupo de extermínio

21:10 | , ,

Créditos: DN Online
Foto: DN Online
Dois homens em uma motocicleta que passam pelo alvo, disparam vários tiros e fogem. Chacinas. Mortes com características de pistolagem. Assassinatos em Natal e na região metropolitana ocorridos nos últimos meses, que parecem não ter solução, e a suspeita da ação de grupos de extermínio podem estar perto da elucidação. Cerca de 300 policiais, entre civis e militares, além de delegados, foram responsáveis por uma investigação de oito meses que terminou, na manhã desta quinta-feira(10), com a prisão de quatro PMs (dois soldados e dois sargentos) e mais oito pessoas, incluindo três mulheres. Eles são acusados de comercializar armas e munições em Natal e São Paulo do Potengi, município a 76 km da capital. Somente na casa do sargento da PM João Francisco de Souza, a polícia encontrou cerca de 300 kg de pólvora e material suficiente para fabricação de 600 mil munições para espingarda calibre 12.

Junto ao policial, que já estava preso há um mês, foram detidos o sargento Marinaldo Gomes de Oliveira e os soldados PM Marcos Valério de Medeiros Dantas e Sandro Richely de Araújo, além de Márcio Valério de Medeiros Dantas, Everaldo Matias do Nascimento, Marcicleide Pereira, Jerliane Araújo, Antônio Martins, Francisca Casimiro de Faria, Simão Tárcio de Moura de Morais e Wesley Bruno. Este último, de acordo com o delegado Odilon Teodósio, que participou da operação, acabou baleado e levado ao hospital por reagir à prisão e quase matar um agente da Polícia Civil.

As operações Laduma e Jabulani (em alusão à Copa do Mundo da África do Sul), como foi batizada a ação, terminou com a apreeensão de 15 revólveres, duas pistolas calibre 380, duas espingardas calibre 12, um fuzil 762, meia tonelada de pólvora, mais de 2.000 munições e cartuchos de vários calibres, cerca de mil CDs piratas, dinheiro e até cartões do Bolsa-Família.

Foram cumpridos quase 40 mandados de busca e apreensão, incluindo, como alvo, as residências dos acusados.

Além da comercialização, Márcio Valério (irmão do PM Marcos Valério) foi autuado, com Jerliane, pela prática ilegal de aborto. De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Elias Nobre, eles foram flagrados na saída do hospital de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, no início da manhã desta quinta-feira(10). Márcio, que é casado com Marcicleide, teria um envolvimento extraconjugal com Jerliane.

“Com perícias, iremos investigar se esse armamento e as munições foram fornecidos para a autoria de crimes misteriosos, como a chacina de São Gonçalo do Amarante e a do Gramoré, que aconteceram do ano passado para cá”, afirmou o delegado Raimundo Rolim.

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