Créditos: Globoesporte.com
Em Copa do Mundo não se oferece a outra face. Não tem santo em campo. Aos 15 minutos, Lúcio sacou seu mimo de boas-vindas ao indigesto Drogba. Na lateral do campo de ataque, o marfinense protegeu a bola e virou de costas para o brasileiro, que tentou dar de mão fechada em seu braço direito. O mesmo que tinha sido operado pouco antes da Copa. O golpe não pegou direito, mas o juiz francês Stephanne Lannoy apitou a falta. Faltinha boba, "de jogo". E de infração em infração, porradinha em porradinha, a partida em Joanesburgo foi esquentando. Pegou fogo, incendiou.
Quem havia se empolgado na véspera com o animado Dinamarca 2 x 1 Camarões teve a oportunidade de assistir a um duelo de gente parruda e com todos os ingredientes básicos de um jogaço: mau-caratismo, carrinhos assassinos, trombadas dissimuladas, erros de arbitragem, expulsão injusta, triangulações envolventes, golaços e pelo menos um lance para figurar em antologias de todas as Copas e aberturas de programas esportivos de TV.
Em sua segunda partida na África do Sul, o Brasil finalmente estreou e fez o que, até agora, só a Argentina tinha feito nesta Copa: espalhar o medo em seus rivais. E não foi vencendo um adversariozinho mequetrefe qualquer, não. Foi um 3 a 1 categórico sobre um time daqueles que incomoda muita gente, a Costa do Marfim. Os elefantes africanos honram o apelido: não são "pelegos" feito seus "primos" indianos. Não se deixam domar, montar, ou escravizar, por mais cruelmente eficiente que seja o método. A cada vez que iam buscar a bola no fundo das redes, voltavam mais iracundos. Pareciam não acreditar no que estavam vendo. Seriam eles também críticos de Dunga?
Quem havia se empolgado na véspera com o animado Dinamarca 2 x 1 Camarões teve a oportunidade de assistir a um duelo de gente parruda e com todos os ingredientes básicos de um jogaço: mau-caratismo, carrinhos assassinos, trombadas dissimuladas, erros de arbitragem, expulsão injusta, triangulações envolventes, golaços e pelo menos um lance para figurar em antologias de todas as Copas e aberturas de programas esportivos de TV.
Em sua segunda partida na África do Sul, o Brasil finalmente estreou e fez o que, até agora, só a Argentina tinha feito nesta Copa: espalhar o medo em seus rivais. E não foi vencendo um adversariozinho mequetrefe qualquer, não. Foi um 3 a 1 categórico sobre um time daqueles que incomoda muita gente, a Costa do Marfim. Os elefantes africanos honram o apelido: não são "pelegos" feito seus "primos" indianos. Não se deixam domar, montar, ou escravizar, por mais cruelmente eficiente que seja o método. A cada vez que iam buscar a bola no fundo das redes, voltavam mais iracundos. Pareciam não acreditar no que estavam vendo. Seriam eles também críticos de Dunga?
Foto: Kim Kyung-Hoon / Reuters
Primeiro, assistiram à ressurreição de Kaká e ao exorcismo da uruca de Luis Fabiano, que espetou uma Jabulani no ângulo e deu fim a seu ramadã de gols. Depois, golpe terrível para os paquidermes. Luís Fabiano ensinou a Maradona uma ou duas coisinhas sobre a natureza divina: "Dios" não é maneta. Uma ajeitadinha manual, dois lindos chapéus, uma ajeitadinha braçal (que por aproximação, é chamada "hands"), arremate "bailarino" de canhota, e pronto. O diário argentino "Olé" foi obrigado a repetir a manchete blasfema: "La mano de Dios". E o juiz achou tão bonito que não teve coragem de anular. Na volta ao campo do Brasil, ainda confirmou com o artilheiro se ele tinha usado o ombro; Fabuloso mentiu e ganhou de resposta algo que em francês deve significar "tamo junto, parceiro!".
Não foi afronta suficiente: Kaká rolou com açúcar e cacau para Elano estabelecer o chocolate na Costa do Marfim. Foi a senha para a fúria dos elefantes. Tioté tirou Elano do jogo com uma entrada carniceira e Keita, homem com uma missão, não sossegou antes de provocar dois cartões amarelos – e o consequente vermelho - para Kaká. Injustiça: sem enxergar o lance, o juiz tomou como cotovelada um gesto mais defensivo que ofensivo do brasileiro. No quadro Leitura Labial, do "Fantástico", uma revelação: Dunga quis muito substituir Kaká após o primeiro amarelo, mas foi convencido por palavras sopradas entre bigodes pelo supervisor Américo Faria... No final, Drogba deixou o dele, em falha de cobertura com nome e sobrenome: Felipe Melo.
Em Neslpriut, outro candidato a bicho-papão era esperado, mas preferiu comparecer somente em ectoplasma. A Itália tetracampeã mundial conseguiu empatar em 1 a 1 com a surreal Nova Zelândia, seleção que tem em seu time um jogador que é bancário licenciado. O gol dos kiwis foi possibilitado por uma desastrada intervenção do ex-jogador em atividade Cannavaro. Deu uma cinturada no estilo "mexe as cadeiras, mulata" e deixou a bola escorregar na pequena área para o bico do banheirista Smeltz. Não foi o mais legal dos gols. Mas rolou uma compensação com um pênalti sem-vergonha, uma micropegadinha na camisa de De Rossi por nanofrações de segundo. Iaquinta bateu e escreveu no placar mais um 1 a 1 muquirana.
Não foi afronta suficiente: Kaká rolou com açúcar e cacau para Elano estabelecer o chocolate na Costa do Marfim. Foi a senha para a fúria dos elefantes. Tioté tirou Elano do jogo com uma entrada carniceira e Keita, homem com uma missão, não sossegou antes de provocar dois cartões amarelos – e o consequente vermelho - para Kaká. Injustiça: sem enxergar o lance, o juiz tomou como cotovelada um gesto mais defensivo que ofensivo do brasileiro. No quadro Leitura Labial, do "Fantástico", uma revelação: Dunga quis muito substituir Kaká após o primeiro amarelo, mas foi convencido por palavras sopradas entre bigodes pelo supervisor Américo Faria... No final, Drogba deixou o dele, em falha de cobertura com nome e sobrenome: Felipe Melo.
Em Neslpriut, outro candidato a bicho-papão era esperado, mas preferiu comparecer somente em ectoplasma. A Itália tetracampeã mundial conseguiu empatar em 1 a 1 com a surreal Nova Zelândia, seleção que tem em seu time um jogador que é bancário licenciado. O gol dos kiwis foi possibilitado por uma desastrada intervenção do ex-jogador em atividade Cannavaro. Deu uma cinturada no estilo "mexe as cadeiras, mulata" e deixou a bola escorregar na pequena área para o bico do banheirista Smeltz. Não foi o mais legal dos gols. Mas rolou uma compensação com um pênalti sem-vergonha, uma micropegadinha na camisa de De Rossi por nanofrações de segundo. Iaquinta bateu e escreveu no placar mais um 1 a 1 muquirana.
Muito se fala sobre a Azzurra começar irritante e terminar contundente, mas nesta edição da Copa do Mundo, o truque parece estar sendo levado a limites extremos. Difícil imaginar como os comandados por Marcello Lippi vão conseguir fazer gols contra a Eslováquia na próxima quinta-feira. Mas quem disse que eles não podem se classificar com um 0 a 0?
O Paraguai pode ajudar os italianos batendo a surpreendentemente invicta Nova Zelândia. Para isso basta mostrar, também na quinta, às 11h30 (horário de Brasília) a mesma competência que exibiu nos 2 a 0 sobre a mesma Eslováquia no domingo. O atacante Roque Santa Cruz, otimista, diz que esta é a melhor seleção guarani em todos os tempos e crê que, se chegar às quartas de final, "tudo pode acontecer". Do outro lado, tomado pela embriaguez do sucesso, o técnico dos kiwis fala em vencer o Paraguai. Copa do Mundo pode ser coisa decidida pelos instintos mais baixos e pagãos. Mas sempre rola uma fezinha.
O Paraguai pode ajudar os italianos batendo a surpreendentemente invicta Nova Zelândia. Para isso basta mostrar, também na quinta, às 11h30 (horário de Brasília) a mesma competência que exibiu nos 2 a 0 sobre a mesma Eslováquia no domingo. O atacante Roque Santa Cruz, otimista, diz que esta é a melhor seleção guarani em todos os tempos e crê que, se chegar às quartas de final, "tudo pode acontecer". Do outro lado, tomado pela embriaguez do sucesso, o técnico dos kiwis fala em vencer o Paraguai. Copa do Mundo pode ser coisa decidida pelos instintos mais baixos e pagãos. Mas sempre rola uma fezinha.
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