29 de junho de 2010

Brasil 3 X 0 Chile: E que venham os holandeses!

16:09 | , , ,

Muito bem, caro leitor brasileiro. Vamos a mais um texto especial do "Fatos e Opiniões" especial Copa do Mundo 2010, onde estamos opinando sobre os jogos da Seleção Brasileira. Desta vez, vamos falar sobre as oitavas de final, onde jogamos conta o Chile, no Ellis Park (Joanesburgo) e ganhamos por 3 a 0 na segunda-feira.
Pois bem, chegamos às oitavas, onde a copa começa a ficar emocionante. E não foi pra menos no jogo da seleção brasileira. E como diz a matéria do Globoesporte.com, "freguesia é coisa pra ser respeitada". E ontem não foi diferente contra os chilenos: Uma goleada incontestável, no melhor jogo do Brasil até agora na 19ª Copa do Mundo de Futebol.

Enfim, um excelente jogo da turma de tio Dunga. Um jogo consistente, com várias opções de jogadas, sem períodos de toques para o lado, jogando rápido e sendo eficiente: Com essa formação de segunda-feira, acredito que a nossa equipe achou o jeito ideal de se jogar uma partida eliminatória de Copa. O Ramires jogou muito, o Kaká se movimentou mais, o Robinho fazendo boa atuação no ataque, o Michel Alves tentando mostrar um pouco o seu futebol, o Júlio César trabalhando bem. Essa é a seleção que queremos ver.

Nesse jogo, ficou provado a forma que o Dunga gosta de jogar: No contra-ataque. Em um jogo onde a seleção é exigida na defesa, como ontem, o rendimento é bem melhor. Se o Chile jogasse como Portugal, o jogo não seria tão bom.

Porém, tenho de destacar 3 acontecimentos do jogo. Primeiro: A infelicidade do Ramires, que vinha jogando muito bem e tomou um cartão amarelo bobo, em uma falta desnecessária, desfalcando a seleção no próximo jogo. Segundo: O nervosismo do Kaká, que novamente jogou nervoso, fazendo faltas, tomando um novo cartão. O que está acontcendo com ele? Terceiro: A atuação pífia do Daniel Alves, que não jogou nada, bem diferente do que vinha jogando. Nessa formação, ele não se deu com o Maicon começando um jogo - Prefiro que ele seja opção para o segundo tempo.

Aproveito pra rebater algumas críticas que estão sendo tecidas injustamente contra nosso lateral-esquerdo titular. Andam falando nas mesas-redondas e na internet que o Michel Alves não está jogando nada. É óbvio que não está, afinal não estão o usando para fazer jogadas de ataque. Ora, como é que vocês, analistas do futebol, querem que ele jogue bem se o time não colabora? Se eu fosse o Dunga, utilizaria mais a lateral-esquerda para jogar, uma vez que o uso do Maicon está cada vez mais previsível e os adversários estão o marcando, como no último jogo. Abra o olho, Dunga!

Já os chilenos devem ser parabenizados pela sua atuação na copa. Depois de 48 anos sem vitória em mundiais, ganharam dois jogos, se classificando para as oitavas em um grupo dificílimo, contra uma favorita Espanha e uma defensiva Suíça - Que não tomava gol em copas há 6 jogos. Parabéns a turma do Marcelo Bielsa, que trouxe bons jogadores, como o Valdívia - Que poderá voltar ao Palmeiras em breve.

E agora é esperar a sexta-feira. O jogo será contra a forte Holanda. É promessa de jogo emocionante. A partida será na cidade de Porto Elizabeth, na sexta, às 11h. Neste dia, mais uma atualização - Espero que seja comemorando mais uma classificação - sobre a Copa do Mundo. Vai lá Brasil, que a hora é essa!

Copa 2010: Eficiente, Brasil vence Chile e vai às quartas da Copa do Mundo

15:43 | , , ,

Créditos: Reuters
Foto: Paulo Whitaker (Reuters)
A seleção brasileira encontrou contra o Chile o cenário perfeito para colocar em prática seu futebol de eficiência e derrotou o rival sul-americano por 3 x 0, nesta segunda-feira, classificando-se para enfrentar a Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo.

Juan e Luís Fabiano, no primeiro tempo, e Robinho, na etapa final, marcaram os gols que deram ao Brasil sua sexta vitória em seis jogos contra o Chile desde que Dunga assumiu a seleção brasileira e transformou a equipe num time mortal quando tem espaços para o contra-ataque.

Robinho, que marcou pela primeira vez no Mundial, foi eleito o melhor da partida: "Estou feliz pelo gol. Poderia ter jogado melhor, sempre tem o que melhorar", disse o atacante, que fez seu oitavo gol contra o Chile. "Foi um adversário que sempre me deu sorte e graças a Deus hoje não foi diferente. Contra a Holanda) será mais uma decisão, o time tem que melhorar, mas acho que estamos no caminho certo", completou.

Ao contrário de Coreia do Norte e Portugal, que se postaram na defesa e criaram dificuldade para o ataque brasileiro na primeira fase do Mundial, a seleção chilena foi a campo com três homens de frente, com a intenção de pressionar o Brasil em seu campo de defesa.

A estratégia de fato dificultou a saída de bola brasileira e deu aos chilenos oportunidades para chegar ao ataque, no entanto sem conseguir ameaçar o goleiro Julio César. Até os 30 minutos, a maior parte do jogo se desenrolava dentro do campo defensivo do Brasil.

Com Ramires e Daniel Alves no meio-campo, nos lugares dos lesionados Felipe Melo e Elano, o Brasil concentrava suas jogadas de ataque pela direita, apostando nas arrancadas do lateral Maicon.

Depois de uma cobrança de escanteio, os jogadores brasileiros cercaram o árbitro inglês Howard Webb pedindo pênalti por um carrinho de Pablo Contreras que derrubou Lúcio dentro da área, que não foi assinalado pelo juiz.
Contra-ataque: Mas em outro córner o Brasil chegou ao gol, aos 34 minutos de jogo. Maicon cobrou pela direita e Juan subiu livre, escoltado por Luís Fabiano e Lúcio, para cabecear firme no alto do gol de Claudio Bravo.

A desvantagem levou o time chileno ainda mais ao ataque, e deixou o Brasil na situação em que se sente mais confortável para jogar.

Apenas quatro minutos após o primeiro gol, Robinho puxou contra-ataque pela esquerda e encontrou Kaká no meio. Com uma bela assistência de primeira, o camisa 10 deixou Luís Fabiano na cara do gol, e o atacante teve apenas o trabalho de driblar o goleiro e empurrar para as redes.

O técnico argentino Marcelo Bielsa colocou a equipe definitivamente na frente na etapa final, quando trocou os defensores Contreras e Mauricio Isla pelos meias Rodrigo Tello e Rodrigo Millar. Além deles, também entrou em campo o ex-palmeirense Jorge Valdívia.

As mudanças deram ao Chile maior posse de bola, e, como esperado, aumentou o espaço para o Brasil contra-atacar. O terceiro gol saiu exatamente assim, numa ótima arrancada de Ramires pelo meio até uma finalização com categoria de Robinho, no canto esquerdo do goleiro, aos 14 do segundo tempo.

E o Brasil só não chegou ao quarto pelo mesmo caminho graças ao goleiro chileno, que esticou-se para mandar a escanteio um chute rasteiro de Robinho em outra arrancada pela esquerda. Da mesma forma, um merecido gol de honra chileno só não saiu porque o goleiro Julio César e a trave impediram Humberto Suazo de balançar as redes na etapa final.

Assim como nas eliminatórias para o Mundial, quando perdeu para o Brasil em casa (3 x 0) e fora (4 x 2), o Chile acabou mais uma vez punido por buscar o ataque contra uma seleção que tem na marcação e no contra-ataque veloz sua jogada mais perigosa.

Para as quartas de final contra a Holanda, que venceu a Eslováquia por 2 x 1 mais cedo nesta segunda-feira, o Brasil perdeu Ramires, que levou um cartão amarelo e está suspenso.

Copa 2010: Laranja com pele de zebra: Holanda joga pressão para o Brasil

15:36 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Contra a Dinamarca, favorita. Diante do Japão, também. No duelo com Camarões, idem. Na luta por vaga com a Eslováquia, novamente favorita. A Holanda tem muito a lamentar por encontrar o Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo, mas parece festejar um ponto em particular: a possibilidade de passar ao adversário a responsabilidade pela vitória. Os europeus vestem a pele de zebra antes de encontrar os pentacampeões do mundo.

- A pressão está com o Brasil – disse o atacante Robben, antes mesmo de a seleção brasileira fazer 3 a 0 no Chile e garantir classificação.

A Holanda, sempre associada a uma imagem de futebol bonito, ainda não encantou na Copa do Mundo da África do Sul. Mas venceu todos os jogos. Recheada de jogadores talentosos (Robben, Sneijder, Kuyt...), a seleção laranja entende que não ter a exigência da vitória pode ser positivo.

- Estou ansioso, porque é um grande desafio jogar contra este país. Talvez possamos ser, pela primeira vez, os azarões – disse o técnico Bert van Marwijk.

Mas a humildade holandesa tem limite. Mesmo que não se coloquem no patamar do Brasil, eles admitem que integram o grupo dos principais candidatos ao título mundial.

- Estamos aqui por uma razão. Temos que lutar pelo grande prêmio. Temos que acreditar que podemos vencer. No passado, provamos que podemos vencer países fortes. Temos que ter foco. Eu acredito que é isso que estamos mostrando. Todos estão levando a Holanda em conta aqui – comentou o treinador.

Brasil e Holanda medem forças na sexta-feira, às 11h, em Porto Elizabeth. Será o terceiro encontro das duas seleções nas últimas cinco Copas. Em 1994 e 1998, deu seleção brasileira.

26 de junho de 2010

Brasil 0 X 0 Portugal: O pior jogo da Copa

13:04 | , , ,

E chegou a decisão do grupo G da 19ª Copa do Mundo. A cidade litorânea de Durban estava em êxtase: De um lado, a seleção da sua maior colônia estrangeira (Portugal); De outro, o time mais amado e idolatrado no futebol mundial (Brasil). Se esperava um digno jogo de futebol no mais alto nível possível.

Mas... Foi um jogo pra tirar aquele cochilo de depois de almoçar. Meu Deus, que partida ruim! Parecia um amistoso de luxo, já que um empate classificava os lusitanos - Mesmo os marfinenses acreditando em um milagre contra os norte-coreanos. Um jogo sem criatividade alguma, com muita acomodação dos dois lados, sem qualquer tipo de objetividade - Claro, pois Portugal se classificava com um empate e o Brasil com esse resultado seria o primeiro colocado da chave.

Os portugueses se apoiaram no que já foi o melhor jogador de futebol. Cristiano Ronaldo foi completamente anulado pelo Lúcio - Quer dizer, não completamente, mas em boa parte do jogo. Queriam usar de uma de nossas armas, o contra-ataque, para poder ganhar o jogo. Ficaram nos esperando, hora no seu campo, hora marcando a saída de bola. Só quiseram ganhar o jogo no início do segundo tempo, quando Carlos Queiroz mexeu no time, o deixando com três atacantes. Não conseguiu.

Já os brasileiros... Bem, os brasileiros... Sabe, não há muito o que falar sobre um time tão apático. Nossa seleção não jogou absolutamente nada, pior até do que no jogo contra a Coréia do Norte.Ficou com toquinho pra lá, toquinho pra cá, sem objetividade nenhuma, com todos os jogadores parecendo postes dentro de campo, sem movimentação alguma. Com a ausência de Kaká, expulso no último jogo, Elano, ainda contundido, e Robinho, poupado por Dunga, em todo o jogo os nossos jogadores queriam jogar com o regulamento embaixo do braço. Ridículo.

A única coisa benéfica do jogo, pra mim, foi a substituição do Felipe Melo no final do primeiro tempo. O Dunga não caiu, desta vez, nos conselhos dos auxiliares técnicos em deixar um jogador descontrolado e irritado dentro de campo, fazendo jogadas ríspidas e a ponto de prejudicar o time. Vamos ver se, assim, o Dunga deixa logo de vez o Ramires no time, que é bem melhor do que ele.

Quanto ao Dunga, acredito que ele não mexeu bem no time e demorou pra isso. O Júlio Baptista não jogou bem, o Daniel Alves também não (Apesar de ser uma excelente opção). Quando viu que estava sendo ameaçado e não tinha opções para tal defesa, apenas aos 37 minutos do segundo tempo ele coloca o Ramires no lugar do jogador da Roma. Definitivamente não gostei da atuação do Brasil.

E agora é o mata-mata. Não se pode perder mais, pois podemos voltar pra casa mais cedo. E agora é esperar o Chile pra jogar na segunda-feira, às 15:30, em Joanesburgo. Boa sorte pro Brasil! Ah, e um recado pro Dunga: Não precisa pedir desculpas ao torcedor brasileiro, nem ao Alex Escobar. Faz teu trabalho em paz que tudo vai pra frente. Vamos lá Brasil!

Copa 2010: Brasil cumpre objetivo e fica com a liderança após empate com Portugal

12:56 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Foto: EFE / Globoesporte.com
No duelo mais esperado da primeira fase da Copa do Mundo, o Brasil cumpriu seu objetivo principal e ficou com a liderança do Grupo G. Jogou para o gasto, com uma atuação razoável no primeiro tempo e apagada no segundo, e ficou no empate por 0 a 0 com Portugal no estádio Moses Mabhida, em Durban, nesta sexta-feira. A partida contra o adversário mais forte da chave, no entanto, acende o sinal de alerta para o time de Dunga, principalmente quanto ao desempenho pouco produtivo de Julio Baptista, substituto de Kaká, e à dependência do ataque pelo lado direito.

O Brasil, que ouviu vaias de parte da torcida após o apito final, acumulou sete pontos em sua chave, contra cinco dos portugueses, quatro dos marfinenses e nenhum dos norte-coreanos. Agora terá pela frente o Chile, que ficou com a segunda colocação do Grupo H ao ser derrotado por 2 a 1 pela Espanha. O jogo das oitavas de final será na próxima segunda-feira, às 15h30m (de Brasília), no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Portugal, que alcançou 19 partidas de invencibilidade e terminou a primeira fase da Copa sem sofrer gol, pegará a Espanha na terça-feira, no mesmo horário. Na outra partida da rodada decisiva do Grupo G, a Costa do Marfim conseguiu uma inútil vitória por 3 a 0 sobre a Coreia do Norte.

Com a missão cumprida, a seleção brasileira tem a vantagem de percorrer um caminho teoricamente mais fácil até a final. Depois das oitavas, se for avançando, encara Holanda ou Eslováquia nas quartas, e Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos ou Gana na semifinal. Do outro lado da chave, Argentina, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal batalham por uma vaga na decisão.

Primeiro tempo nervoso: sete cartões amarelos: As duas seleções apresentaram surpresas em suas escalações no Moses Mabhida. O Brasil, além da entrada de Daniel Alves e Julio Baptista, teve Nilmar substituindo Robinho, poupado. Portugal foi mais radical nas mexidas, com quatro alterações: entraram Ricardo Costa, Duda, o brasileiro Pepe e Danny.

Os primeiros minutos da partida mostraram o objetivo de Portugal com as mudanças: reforçar a marcação, sobretudo pelo lado esquerdo da defesa, e sair no contra-ataque. E foi exatamente pelo lado mais congestionado do campo que o Brasil buscou seus ataques, com Daniel Alves se aproximando de Maicon e tentando achar espaços pelo meio. No outro canto, Nilmar se posicionava às costas de Ricardo Costa, esperando por uma falha. Mas ficava isolado, já que Michel Bastos não avançava, e Julio Baptista não passava por ali.

Se o Brasil avançava com Maicon, Portugal aproveitava o espaço deixado pelo lateral-direito para conseguir seus ataques. Na melhor oportunidade, Coentrão deu passe aéreo da esquerda para Tiago na entrada da área. O meia pegou de primeira, num lance bastante plástico, mas de pouco perigo. O craque Cristiano Ronaldo - eleito o melhor em campo pela terceira vez seguida - jogou mais centralizado, em vez de se deslocar pelas pontas, e não assustou na primeira etapa. Conseguiu apenas um chute de fora da área, defendido sem problemas por Julio Cesar. Poderia ter uma segunda chance, se Juan não colocasse a mão na bola, interceptando bom lançamento de Duda e recebendo cartão amarelo.

A advertência não foi apenas para o zagueiro. Outros seis jogadores - quatro portugueses e dois brasileiros - também ficaram pendurados, um recorde nesta Copa para os 45 minutos iniciais. E às vezes em lances ríspidos. Felipe Melo distribuiu entradas duras e sofreu um pisão de Pepe, que fez o sinal de "1 a 1" para ele, após claro revide. Dunga preferiu poupar o volante de uma lesão mais grave no tornozelo e de um cartão vermelho desnecessário, trocando-o por Josué.

A seleção brasileira, que teve 63% de posse de bola na primeira etapa, esteve perto de tirar o zero do placar. Mesmo isolado, Nilmar teve duas boas chances. Uma foi criada por ele mesmo, após dar chapéu em Ricardo Costa e isolar a bola em seguida. A outra veio em passe primoroso de Luis Fabiano: Nilmar se esticou e conseguiu concluir a gol, mas esbarrou em boa defesa de Eduardo, que espalmou para o travessão. Luis Fabiano também teve a sua oportunidade, cabeceando com estilo após cruzamento de Maicon. A bola passou raspando a trave.

Portugal se solta, e Brasil se atrapalha: No segundo tempo, Portugal continuou explorando o seu lado esquerdo, onde nos primeiros minutos Cristiano Ronaldo recebeu dois passes livre na ponta. Nos dois lances tentou encontrar alguém na área, mas foi impedido por um carrinho providencial de Lúcio, no primeiro, e por uma cabeçada acrobática de Juan no segundo. Os lusos mostravam que estavam mais dispostos a atacar e reforçaram essa estratégia ao trocarem Duda pelo atacante Simão logo aos dez minutos.

Julio Cesar precisou entrar em ação aos 15, espalmando um chute de Raul Meireles, após desarme de Lúcio em Cristiano Ronaldo, que chegou ao ataque sozinho enfrentando quatro adversários. Enquanto o goleiro era atendido, após choque com o português, e exibia uma proteção nas costas, Dunga mostrava no banco de reservas muita irritação com a falha na marcação.

Vendo o adversário tomar a iniciativa do jogo na segunda etapa, o Brasil tentava variar suas jogadas, apostando em Michel Bastos na esquerda. Mas o lateral não teve sucesso no ataque, sendo vaiado por parte da torcida após um cruzamento errado. Pelo meio, a situação também era complicada, com Julio Baptista se movimentando pouco e aceitando facilmente a marcação.

Nos 15 minutos finais, Brasil e Portugal pouco se arriscaram, satisfeitos com o empate zerado. Sem muitas alternativas do meio-campo para frente, Lúcio fez o papel do volante que sai para o jogo, avançando com a bola e procurando um companheiro mais bem posicionado.  Dunga ainda trocou Julio Baptista por Ramires, que tinha um cartão amarelo e corria o risco de ficar suspenso nas oitavas, e Luis Fabiano por Grafite, que fez sua estreia na Copa.

Nos cinco minutos de acréscimo, Ramires quase marcou, após chute que desviou no adversário e quase traiu o goleiro Eduardo, que se esticou e fez excelente defesa. Continuou no placar o empate por 0 a 0, o primeiro do Brasil em Mundiais desde a final de 1994, contra a Itália.

Copa 2010: Brasileiros apostam em uma partida bem complicada contra o Chile

12:51 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
O Chile, adversário do Brasil nas oitavas de final da Copa do Mundo, é considerado um freguês da seleção brasileira nos últimos anos. Desde que Dunga assumiu o comando da equipe, foram quatro vitórias para não deixar dúvidas. Na Copa América de 2007, o Brasil venceu por 3 a 0 na primeira fase e por 6 a 1 nas quartas de final. Depois, pelas eliminatórias, mais duas vitórias. Em Santiago, 3 a 0. Já em Salvador, 4 a 2.

Mas, mesmo assim, os jogadores da seleção adotam um discurso humilde. E apostam em uma partida bastante complicada na próxima segunda-feira, às 15h30m (de Brasília), no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. O Chile se classificou em segundo lugar no Grupo H após vencer Honduras e Suíça e perder por 2 a 1 da Espanha.

- O Chile joga com mais rapidez no ataque. Com certeza vai ser um adversário difícil, mas vamos buscar o nosso objetivo e procurar vencer para chegar à final no dia 11 de julho - disse Maicon.

No último duelo, a estrela de Nilmar brilhou. O atacante fez três gols em cima dos chilenos na partida válida pelas eliminatórias da Copa do Mundo, em Salvador.

- Jogamos muitas vezes contra o Chile e ganhamos, mas foi sempre difícil. Tecnicamente todo mundo sabe da qualidade dos brasileiros, mas não é só isso. As partes física e tática contam muito - disse Nilmar.

A seleção brasileira estava viajando de volta para Joanesburgo durante a decisão do Grupo H. Mas os jogadores não estavam preocupados em quem enfrentariam nas oitavas de final.

- Não dá para escolher adversário agora. Temos de jogar bem e ganhar. Agora só faltam quatro jogos - disse Julio Cesar.

Com o primeiro lugar no Grupo G, a seleção tem um caminho mais tranquilo até a final. O Chile será o adversário nas oitavas de final. Se passar, o Brasil pega o vencedor de Holanda e Eslováquia. Já na semifinal, os adversários poderiam ser Uruguai, Estados Unidos, Coreia do Sul ou Gana.

- Queremos ser campeões e não podemos escolher adversários. Estamos preparados para o que vier - disse Robinho.

25 de junho de 2010

No Xeque Mate dessa semana, nosso convidado é o pré-candidato ao governo do RN, Carlos Eduardo Alves

08:00 |

Foto: Assessoria - Programa Xeque Mate
No programa dessa sexta feira, contamos com a presença de Carlos Eduardo Nunes Alves, ex-prefeito da cidade do Natal e pré-candidato ao governo do Estado.

Nascido no Rio de Janeiro, mudou-se ainda novo para a cidade do Natal, onde cresceu e vive, até hoje. Seu interesse pela política apareceu desde cedo, quando começou a ler jornais, e foi ressaltado com o sangue, pelo fato de ter sido concebido numa família de forte presença política nas redondezas.

Sendo filho de Agnelo Alves, sobrinho de Aluísio Alves e primo de Garibaldi Alves Filho, Carlos Eduardo mostra seu posicionamento, mediante as acusações de práticas oligárquicas, vindas de sua família. Também responde sobre suas eventuais mudanças de partido e denúncias de escândalos, durante sua gestão na prefeitura.

O pré-candidato discorre sobre a criação do Parque da Cidade e o que veio a acontecer com esta obra, depois de seu fundador ter deixado a administração da capital potiguar. Faz duras críticas à gestão atual, considerando-a “sem rumo e sem prumo” e responde a várias dúvidas recorrentes, mostrando, inclusive, seu posicionamento quanto à derrubada do estádio “Machadão”.

Desmistificações, denúncias e revelações não se farão ausentes neste, que é o último programa da série de entrevistas com os “governadoráveis”. Não perca!

SERVIÇO:
O QUÊ: Programa Xeque Mate
ONDE: TV Universitária - Canal 5 VHF
QUANDO: Sexte-feira, 25/06, às 19:30.
CONTATO: www.programaxequemate.blogspot.com | www.tvu.ufrn.br

O sanfoneiro Sivuca é destaque na Universitária FM neste fim de Semana!

07:53 |

Neste final de semana chega ao fim os especiais juninos no programa “Vozes do Brasil”, e para encerrar este mês tão especial para a cultura nordestina, a Universitária FM apresenta a trajetória e os grandes de Sivuca o gênio da sanfona.

No dia 26 de maio de 1930, Severino Dias de Oliveira chegou ao mundo em Itabaiana, semi-árido da Paraíba. De família de sapateiros e agricultores, começou a tocar sanfona em feiras, batizados e festas aos nove anos de idade.

Aos quinze se mudou para Recife, seguiu tocando e fazendo música pelo interior do Nordeste. Na capital Pernambucana que muitos passos importantes de início de carreira foram dados, como o início profissional na Rádio Clube de Recife, depois na então recém inaugurada Rádio Jornal do Comércio. E, ainda em Recife, conheceu o maestro Guerra Peixe com quem estudou composição e arranjo.

Em 1950, Sivuca selou a parceria com Humberto Teixeira e lançou seu primeiro disco pela gravadora Continental, que revelou “Adeus maria fulô”, além de interpretações de "Tico-tico no fubá" e do choro "Carioquinha no flamengo", de Waldir Azevedo e Bonfiglio de Oliveira.

A partir de 1955, ele foi morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado Os Brasileiros. Ele chegou a morar em Lisboa e Paris, a partir de 1959. Em 1962 foi considerado o melhor instrumentista pela imprensa parisiense.

Morou em Nova Iorque de 1964 a 1976, onde, entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso "Pata Pata", de Miriam Makeba, com quem então excursionou pelo mundo até o fim da década de 60. Compôs trilhas para os filmes Os Trapalhões na Serra Pelada (1982) e Os Vagabundos Trapalhões (1982).

Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista é o "Sivuca Sinfônico" (Biscoito Fino, 2006), em que ele toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito, único e completo de sua obra erudita. As composições sinfônicas de Sivuca são absolutamente singulares na música erudita brasileira, porque o artista inseriu a sanfona como o instrumento principal de sua obra.

Em 2006 o músico lançou o DVD “Sivuca – O Poeta do Som”, que contou com a participação de 160 músicos convidados. Foram gravadas 13 faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Faleceu em 14 de dezembro de 2006, depois de dois dias internado para tratamento de um câncer, que já o acometia desde 2004. Sivuca deixa uma filha, Flavia, que atualmente está levantando o acervo do pai, e um enorme legado musical para a humanidade.

Os sucessos de Sivuca você ouve no programa “Vozes do Brasil”, neste final de semana às 19h na Universitária FM – 88,9MHz.

SERVIÇO:
O QUÊ: Programa Vozes do Brasil – Sivuca
ONDE: Universitária FM | 88,9 MHz
QUANDO: Sábado (26/06) e Domingo (27/06) às 19h.
CONTATO: vozes@fmu.ufrn.br | www.fmu.ufrn.br

21 de junho de 2010

Uma classificação suada e truculenta

11:48 | , , ,

E vamos ao segundo texto referente a atuação da Seleção Brasileira de Futebol no campeonato mundial de futebol, na África do Sul. No post de hoje, comento a vitória de 3 a 1 sobre a Costa do Marfim, no estádio Soccer City, em Joanesburgo.

Pois bem, leitor. Vivemos um domingo de muitas emoções. Muito provavelmente você viveu essa emoção na casa de amigos, na praia, em algum bar... Eu tive as emoções desse jogo em casa, apenas com minha namorada (Nem pense algo por baixo, estava produzindo este texto...). Por sinal, um bom jogo de futebol, mas que ainda não me agradou.

Mas, convenhamos: A seleção marfinense é muito ruim! Minha nossa, os negões só sabiam bater e se defender das investidas dos brasileiros. É como eu dizia numa roda de amigos "futebolistas": A Costa do Marfim só melhora com o Drogba (Atacante que joga no inglês Chelsea), um atacante que centraliza o jogo para si e é um excelente finalizador, se tornando um jogador bastante perigoso. Sem ele, o time africano é muito ruim, só com jogadores botinudos e que defendem batendo. Pelo menos, é melhor que a Coréia do Norte...
Créditos: Globo.com

Quanto ao jogo, eu achei bem melhor do que na última terça-feira. Mas, a nossa seleção precisa melhorar. Diferenças? Sim: O Kaká estava mais disposto, o Robinho se movimentou bastante, o Elano foi preciso na marcação e ajudou quando preciso, o Luís Fabiano, sem palavras... O Júlio César mostrou, enfim, o por que da sua fama de melhor goleiro do mundo atualmente. Já os marfinenses só sabiam bater - E é só isso que se pode resumir a atuação deles.
Tenho de destacar, sem dúvida, a atuação do nosso camisa 9. O Luís Fabiano jogou muito ontem. Fez dois gols, participou ativamente do jogo, participou da jogada do terceiro e se movimentou muito bem, deixando os marfinenses loucos. Mas, o que me deixou maravilhado foi sua "chapelaria" - Com malandragem, é verdade - que se tornou o lance mais belo da Copa do Mundo até agora.

Mesmo com o "braço assassino" - Definição de um jornal da Costa do Marfim na seqüência do lance - o Brasil se saiu bem e venceu o jogo com justiça, mas ainda apresentou um futebol mais-ou-menos. Ainda tivemos toquinhos pro lado, bobeadas da defesa - Como a que tomamos o gol do Drogba -, muita indefinição nas jogadas trabalhadas no início do jogo... Enfim, o futebol brasileiro precisa melhorar muito nessa Copa.

Porém, infelizmente, tenho de destacar um aspecto negativo do jogo: O juíz. A violência descambou no jogo e o nosso amigo francês não ligou muito para isso e entrou na conversa dos nossos adversários (Que falam francês, a língua oficial da Costa do Marfim) e não puniu ninguém com cartão vermelho - Quer dizer, puniu sim, injustamente: O Kaká. Foi, na minha opinião, o jogo mais violento da copa até agora. E que o Elano não seja uma vítima prolongada desse anti-futebol.

E que venham os portugueses! Vamos ver quantos gols eles farão nos norte-coreanos (Com certeza irão fazer mais que nós brasileiros) e iremos decidir a primeira colocação do grupo contra eles, às 11h, na próxima sexta, em Durban. Por causa do jogo na sexta, e pela série especial que estamos fazendo, o próximo post do "Fatos e Opiniões" será no sábado, dia 26 de junho. Espero, novamente, escrever um texto feliz pela vitória da seleção - Mas, com uma atuação digna do futebol brasileiro. Pra frente, Brasil!

Copa 2010: Brasil faz 3 a 1 na Costa do Marfim e se classifica para as oitavas

11:34 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Foto: EFE / Globoesporte.com
Foi uma vitória para restabelecer a paz entre a seleção brasileira e a torcida, que na arquibancada do Soccer City gritou "olé" e "o campeão voltou" graças ao placar de 3 a 1 sobre a Costa do Marfim neste domingo, em Joanesburgo. E foi também uma vitória que testou os nervos de alguns jogadores, já que os africanos apelaram para faltas duras depois de levarem três gols até os 17 minutos do segundo tempo. Kaká não passou nesse teste e foi expulso.

Os gols marcados por Luis Fabiano (duas vezes, uma delas ajeitando a bola com o braço) e Elano fazem do Brasil o segundo país classificado para as oitavas de final da Copa do Mundo, depois da Holanda, e o terceiro a conseguir 100% de aproveitamento, junto com holandeses e argentinos. A primeira colocação do Grupo G pode ficar garantida já nesta segunda-feira, em caso de empate entre Portugal e Coreia do Norte, que se enfrentam às 8h30m. Luis Fabiano, agora o artilheiro da era Dunga (com 21 gols), foi eleito o melhor em campo no Soccer City.

O Brasil, que foi a seis pontos, enfrenta na última rodada os portugueses, que por enquanto têm um. Os africanos, que ficaram estacionados em um ponto, encaram os coreanos (que têm zero). Os dois jogos serão realizados ao mesmo tempo, às 11h de sexta-feira.

Seleção é dominada no começo do jogo: Se contra a Coreia do Norte o Brasil demorou a criar um lance de perigo, no jogo deste domingo ele surgiu com menos de um minuto. Robinho puxou contra-ataque, após tabela com Kaká, e arriscou de longe - sem tanto perigo - em vez de tentar o passe para Luis Fabiano, mais bem colocado pela esquerda. O que parecia um bom sinal, entretanto, transformou-se em exceção nos primeiros 20 minutos.

Foi da Costa do Marfim a iniciativa do jogo. Ela não mostrou a mesma retranca do empate por 0 a 0 com Portugal e foi além: avançou a marcação para combater a saída de bola da seleção e dominou o meio-campo. Kaká foi desarmado duas vezes logo no começo, e os brasileiros, que davam a impressão de estarem perdidos, cometeram seis faltas em 14 minutos.

Com dificuldade para dominar a bola e tocá-la no meio-campo, a seleção recorreu a um corta-luz para conseguir sua primeira jogada bem trabalhada na partida, somente aos 19 minutos. Elano abriu as pernas e deixou a bola passar na direção de Maicon, que errou no cruzamento. Se não levou perigo, o lance ao menos serviu para deixar a seleção um pouco mais à vontade no jogo.

Seis minutos depois, veio o gol de Luis Fabiano. A jogada teve início com Robinho mais recuado e teve sequência com um calcanhar nem tão certeiro de Luis Fabiano e um bom passe de Kaká. O atacante tomou a frente de seu marcador e, na cara do goleiro, soltou a bomba: 1 a 0. Na comemoração, fez o número 6 com as mãos - uma homenagem ao aniversário da filha e, coincidentemente, o número de partidas que passou em branco. Ele havia marcado pela última vez contra a Argentina, em setembro do ano passado.

O gol não pôs o Brasil no caminho do bom futebol. Os erros de passe continuaram acontecendo, somados a falhas bobas no domínio de bola. O nervosismo do time parecia contagiar Dunga, que reclamou da arbitragem e passou o primeiro tempo brigando com o microfone próximo à área técnica, até arrancá-lo do gramado e colocá-lo atrás do banco.

A seleção não conseguiu criar lances de perigo, concluindo apenas uma vez no gol, mas por outro lado mostrou solidez defensiva, com boas atuações de Lúcio e dos volantes Gilberto Silva e Felipe Melo. Com isso, a Costa do Marfim obrigou Julio Cesar a fazer apenas uma defesa em 45 minutos, num chute forte de Yaya Touré.

Com mais espaço, seleção marca mais dois gols: A segunda etapa começou com forte marcação da Costa do Marfim e o Brasil recorrendo a uma jogada individual para fazer 2 a 0. Com uma ajudinha da arbitragem, é verdade. Luis Fabiano dominou a bola duas vezes no braço, e entre elas deu dois balões em adversários, chutando para a rede. Enquanto o atacante voltava para o seu campo, uma cena curiosa: foi abordado pelo árbitro francês Stephane Lannoy, que, sorrindo, quis saber se ele dominara com o braço. Luis Fabiano não teve dúvida: sério, respondeu que não. E mais tarde ouviu seu nome ecoar no Soccer City, como nos tempos de Brasil.

Com exceção de uma cabeçada perigosa de Drogba, a defesa continuava sem grandes sustos. E no ataque o time já encontrava espaços para tocar a bola. Kaká deu um chute perigoso, após passe de Robinho. E no minuto seguinte, aos 17, o meia fez boa jogada pela ponta esquerda, cruzando rasteiro para a conclusão de Elano, que fez seu segundo gol em dois jogos. E mostrou para a câmera suas caneleiras, com os nomes das filhas.
Nervosos com os 3 a 0 da seleção brasileira, os marfinenses começaram a abusar das faltas. Tioté deu uma entrada dura em Elano, que saiu carregado de campo, aos 30 minutos. E Keita fez falta violenta em Michel Bastos, levando cartão amarelo. Até mesmo quando sofriam falta, os africanos provocavam. Como aconteceu com Kaká e Yaya Touré. O brasileiro deu uma entrada mais forte no adversário, mas ficou irritado com uma mão na nuca.

Entregue em campo, o time africano ainda conseguiu arrumar espaço para diminuir, numa falha isolada de posicionamento da defesa brasileira. Drogba recebeu ótimo lançamento de Yaya Touré aos 33 minutos e marcou de cabeça. Felipe Melo ergueu o braço, protestando contra impedimento que não existiu. Esta foi a primeira vez que uma seleção africana fez um gol no Brasil na história das Copas.

O Brasil não se assustou com o gol e continuou tocando a bola. Mas o jogo estava nervoso. Aos 39 minutos, Kaká deu um empurrão em Keita e foi punido com o cartão amarelo. Três minutos depois, recebeu outro amarelo do árbitro, que viu agressão a Keita, e foi mais cedo para o vestiário, desfalcando o time contra Portugal, em Durban.

Ficha técnica - BRASIL 3 X 1 COSTA DO MARFIM
Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto SIlva, Felipe Melo, Elano (Daniel Alves); e Kaká; Robinho (Ramires) e Luis Fabiano. Boubacar Barry, Demel, Kolo Touré, Zokora e Tiéné; Yaya Touré, Eboué e Tioté; Dindane (Gervinho), Drogba e Kalou (Keita).
Técnico: Dunga. Técnico: Sven-Goran Eriksson.
Gols: Luis Fabiano, aos 24 minutos do primeiro tempo; Luis Fabiano, aos seis, Elano, aos 17, e Drogba, aos 33 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Tiéné, Keita, Tioté e Kaká. Cartão vermelho: Kaká.
Estádio: Soccer City (em Joanesburgo). Data: 20/06/2010. Árbitro: Stephane Lannoy (FRA). Assistentes: Eric Dansault e Laurent Ugo (FRA). Público: 84.455.

Copa 2010: Copa já tem dois favoritos e uma forte candidata a decepção

11:23 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Em Copa do Mundo não se oferece a outra face. Não tem santo em campo. Aos 15 minutos, Lúcio sacou seu mimo de boas-vindas ao indigesto Drogba. Na lateral do campo de ataque, o marfinense protegeu a bola e virou de costas para o brasileiro, que tentou dar de mão fechada em seu braço direito. O mesmo que tinha sido operado pouco antes da Copa. O golpe não pegou direito, mas o juiz francês Stephanne Lannoy apitou a falta. Faltinha boba, "de jogo". E de infração em infração, porradinha em porradinha, a partida em Joanesburgo foi esquentando. Pegou fogo, incendiou.

Quem havia se empolgado na véspera com o animado Dinamarca 2 x 1 Camarões teve a oportunidade de assistir a um duelo de gente parruda e com todos os ingredientes básicos de um jogaço: mau-caratismo, carrinhos assassinos, trombadas dissimuladas, erros de arbitragem, expulsão injusta, triangulações envolventes, golaços e pelo menos um lance para figurar em antologias de todas as Copas e aberturas de programas esportivos de TV.

Em sua segunda partida na África do Sul, o Brasil finalmente estreou e fez o que, até agora, só a Argentina tinha feito nesta Copa: espalhar o medo em seus rivais. E não foi vencendo um adversariozinho mequetrefe qualquer, não. Foi um 3 a 1 categórico sobre um time daqueles que incomoda muita gente, a Costa do Marfim. Os elefantes africanos honram o apelido: não são "pelegos" feito seus "primos" indianos. Não se deixam domar, montar, ou escravizar, por mais cruelmente eficiente que seja o método. A cada vez que iam buscar a bola no fundo das redes, voltavam mais iracundos. Pareciam não acreditar no que estavam vendo. Seriam eles também críticos de Dunga?
Primeiro, assistiram à ressurreição de Kaká e ao exorcismo da uruca de Luis Fabiano, que espetou uma Jabulani no ângulo e deu fim a seu ramadã de gols. Depois, golpe terrível para os paquidermes. Luís Fabiano ensinou a Maradona uma ou duas coisinhas sobre a natureza divina: "Dios" não é maneta. Uma ajeitadinha manual, dois lindos chapéus, uma ajeitadinha braçal (que por aproximação, é chamada "hands"), arremate "bailarino" de canhota, e pronto. O diário argentino "Olé" foi obrigado a repetir a manchete blasfema: "La mano de Dios". E o juiz achou tão bonito que não teve coragem de anular. Na volta ao campo do Brasil, ainda confirmou com o artilheiro se ele tinha usado o ombro; Fabuloso mentiu e ganhou de resposta algo que em francês deve significar "tamo junto, parceiro!".

Não foi afronta suficiente: Kaká rolou com açúcar e cacau para Elano estabelecer o chocolate na Costa do Marfim. Foi a senha para a fúria dos elefantes. Tioté tirou Elano do jogo com uma entrada carniceira e Keita, homem com uma missão, não sossegou antes de provocar dois cartões amarelos – e o consequente vermelho - para Kaká. Injustiça: sem enxergar o lance, o juiz tomou como cotovelada um gesto mais defensivo que ofensivo do brasileiro. No quadro Leitura Labial, do "Fantástico", uma revelação: Dunga quis muito substituir Kaká após o primeiro amarelo, mas foi convencido por palavras sopradas entre bigodes pelo supervisor Américo Faria... No final, Drogba deixou o dele, em falha de cobertura com nome e sobrenome: Felipe Melo.

Em Neslpriut, outro candidato a bicho-papão era esperado, mas preferiu comparecer somente em ectoplasma. A Itália tetracampeã mundial conseguiu empatar em 1 a 1 com a surreal Nova Zelândia, seleção que tem em seu time um jogador que é bancário licenciado. O gol dos kiwis foi possibilitado por uma desastrada intervenção do ex-jogador em atividade Cannavaro. Deu uma cinturada no estilo "mexe as cadeiras, mulata" e deixou a bola escorregar na pequena área para o bico do banheirista Smeltz. Não foi o mais legal dos gols. Mas rolou uma compensação com um pênalti sem-vergonha, uma micropegadinha na camisa de De Rossi por nanofrações de segundo. Iaquinta bateu e escreveu no placar mais um 1 a 1 muquirana.

Muito se fala sobre a Azzurra começar irritante e terminar contundente, mas nesta edição da Copa do Mundo, o truque parece estar sendo levado a limites extremos. Difícil imaginar como os comandados por Marcello Lippi vão conseguir fazer gols contra a Eslováquia na próxima quinta-feira. Mas quem disse que eles não podem se classificar com um 0 a 0?

O Paraguai pode ajudar os italianos batendo a surpreendentemente invicta Nova Zelândia. Para isso basta mostrar, também na quinta, às 11h30 (horário de Brasília) a mesma competência que exibiu nos 2 a 0 sobre a mesma Eslováquia no domingo. O atacante Roque Santa Cruz, otimista, diz que esta é a melhor seleção guarani em todos os tempos e crê que, se chegar às quartas de final, "tudo pode acontecer". Do outro lado, tomado pela embriaguez do sucesso, o técnico dos kiwis fala em vencer o Paraguai. Copa do Mundo pode ser coisa decidida pelos instintos mais baixos e pagãos. Mas sempre rola uma fezinha.

18 de junho de 2010

Um jogo chato... Mas que valeu!

10:55 | , , ,

Muito bem leitor. Vamos para o primeiro dos vários textos que pretendo postar sobre a Copa do Mundo de 2010 em relação a atuação da Seleção Brasileira. O de hoje fala sobre a atuação contra a Coréia do Norte, no estádio Ellis Park (Joanesburgo), quando nossa seleção venceu por 2 a 1.

Olha, eu tinha muitas expectativas quanto ao que via até então na 19ª Copa do Mundo de Futebol. Jogos truncados, muita marcação, apenas uma goleada e uma seleção apenas dando show. Achava que isso tudo teria um novo panorama com a estreia da seleção brasileira.

Mas, o teclado e a televisão queimaram meus dedos e minha língua. Ô joguinho chato hein! Nossa, nunca vi tanta dificuldade para se vencer um jogo como o do Brasil - Mesmo sendo contra um fraquíssimo time.

O primeiro tempo foi insignificante: Os nossos jogadores talvez estivessem nervosos, mas isso não é motivo para ficar o primeiro tempo inteirinho com toque para um lado, um toque para o outro, sem querer arriscar um chute sequer ao gol dos norte-coreanos. É brincadeira o que o Dunga pregou para os jogadores fazerem nos primeiros 45 minutos. Atuação digna de um time como o da Coréia do Norte, esperando o adversário, só nos toques, com medo de ser atacado, temendo a velocidade do oponente. Como diria um comentarista da Rádio Globo de São Paulo: "Noooosssssssaaaaaa... O que é isso?!". O Kaká foi muito apático, sem movimentação alguma (Acho que ainda sente sua lesão no púbis). Sem o camisa 10 jogando, o Brasil não teve movimentação no primeiro tempo, resultando apenas em um chute do Maicon por volta dos 25 minutos.

Já o segundo tempo foi mais convincente. Com a calmaria dos jogadores, o futebol que o Brasil mostrou subiu consideravelmente de produção. O Kaká correu mais, o Robinho se movimentou e ajudou na parte tática, o Maicon correu mais e fez mais cruzamentos - Tanto que em um errado fez um gol. E melhorou mais ainda com a entrada de Ramires e Daniel Alves para ajudar na movimentação dos dois laterais. Foi muito bom o segundo tempo.

Quanto aos gols, gostei muito das jogadas. O Maicon aproveitou a sorte, a falha do goleiro e a velocidade da "Jabulani" para fazer o primeiro gol. Já o Robinho tem uma visão de jogo impressionante para dar um passe como o que ele deu para o Elano. Genial! Porém, como tudo que é bom dura pouco, os nossos zagueiros deram mole e deixaram os norte-coreanos fazerem um gol, deixando o fim de jogo tenso.

Não tenho o que destacar da atuação do goleiro Júlio César. O coitado não trabalhou o jogo inteiro (Exceto em uma cobrança de falta no segundo tempo e na tentativa de deter o gol deles). Mas, precisa melhorar a forma física e ser um pouco mais exigido, tudo para demonstrar a sua atual fama, de melhor goleiro do mundo na atualidade.

E agora é esperar o jogo do próximo domingo, contra a Costa do Marfim. Os africanos vão vir com tudo - Inclusive com o Drogba. Mas, a nossa seleção é valente e vai levar essa... A partida será às 15:30 (Horário de Brasília) no Soccer City, em Joanesburgo. Vamos lá Brasil, que quero fazer um texto elogiando sua atuação na segunda-feira!

Copa 2010: Brasil mantém tradição de estreias apertadas - 2 a 1 sobre Coreia do Norte

10:27 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Durante 55 minutos, o Brasil deu a impressão de que seria atingido pela seca de gols nesta Copa do Mundo. Teve uma atuação burocrática no primeiro tempo e adotou outra postura após o intervalo, afastando o assustador 0 a 0 e conseguindo dois belos gols. Um descuido defensivo no fim da partida, no entanto, determinou o placar de 2 a 1 sobre a Coreia do Norte, mantendo a  tradição de vitórias apertadas em estreias. Desde 1982, o Brasil tem 100% de aproveitamento em suas participações iniciais, mas quase sempre por um gol de diferença - a exceção foi em 1994.

O resultado faz a seleção pular para a liderança do Grupo G, superando Costa do Marfim e Portugal, que empataram por 0 a 0. Os dois gols brasileiros nasceram em passes milimétricos e terminaram em conclusões precisas. Maicon, eleito o melhor do jogo pela Fifa, abriu o placar e se tornou o primeiro lateral-direito da seleção a marcar em uma Copa desde Josimar, em 1986. E Elano fez o segundo.

O Brasil agora volta aos treinamentos para a sua segunda partida pelo Grupo G, às 15h30m (de Brasília) do próximo domingo, contra Costa do Marfim. Na segunda-feira, a Coreia do Norte tenta evitar sua segunda derrota seguida na Copa, enfrentando Portugal às 8h30m (de Brasília).

A previsão de frio na noite de Joanesburgo se confirmou, com 2º no começo da partida (e sensação térmica de -3º), obrigando cinco dos dez jogadores de linha na escalação inicial a usar luvas: Juan, Gilberto Silva, Felipe Melo, Kaká e Luis Fabiano. Na arquibancada, a torcida fez a sua parte, tentando esquentar o clima com seu grito preferido de "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor" e dando a impressão de que a seleção estava em casa.
Brasil nervoso e pouco criativo: A ansiedade e a emoção de disputar a partida de estreia em uma Copa do Mundo ficaram evidentes antes mesmo de a bola rolar. Estavam estampadas no rosto do atacante Jong Tae-Se, destaque da Coreia do Norte, que chorava copiosamente na execução do hino nacional. Mas ficaram claras também pelo lado brasileiro, com o nervosismo de alguns jogadores. Logo no início, após dois ataques norte-coreanos pela esquerda da defesa, por exemplo, Juan chamou Michel Bastos para orientá-lo.

Após uns primeiros minutos de nervosismo, mas também de disposição para chegar ao ataque, o Brasil começou a encontrar dificuldades para entrar na área. O jeito foi buscar conclusões mesmo sem chegar a ela, em chutes de longe. Robinho foi o primeiro a tentar, seguido por Elano, ambos sem perigo. As melhores tentativas foram de Maicon, obrigando o goleiro a espalmar para escanteio, e de Michel Bastos, com a bola passando perto do travessão e raspando a rede.

A Coreia do Norte se postava com duas linhas de quatro jogadores próximas à área e se beneficiava da pouca movimentação dos brasileiros, que perdiam muito tempo tocando a bola para o lado, sem avanços pelas laterais. Kaká, principal responsável pela armação de jogadas, foi uma figura apagada na primeira etapa.

Enquanto durou a insistência em jogar pelo meio, o Brasil só conseguiu uma boa jogada, num passe de Luis Fabiano para Robinho, que virou e chutou fraco. Nos últimos dez minutos, o time comandado por Dunga - que assistia à partida sem reações exaltadas - enfim começou a explorar as laterais. Até Michel Bastos, visivelmente tímido no início, foi à linha de fundo - a primeira vez, aos 34 minutos. A opção mais explorada, no entanto, foi mesmo pela direita, com Maicon.

Na Coreia do Norte, a estratégia no primeiro tempo foi recorrer a contra-ataques, apostando no isolado Jong Tae-Se, que conseguiu boas jogadas individuais - deixando Juan no chão em uma delas - mas nenhuma conclusão à altura. A tentativa mais ousada, entretanto, foi de Mun In-Guk, que arriscou um chute do meio-campo. Não levou perigo algum, mas mostrou que àquela altura, aos 18 minutos, a Coreia já se soltava em campo.
Foto: Reuters / Globoesporte.com
Mudança de postura na segunda etapa: O Brasil voltou para o segundo tempo sem alteração, mas com as principais alternativas se aquecendo fora de campo. Se foi um aviso de Dunga de que trocaria alguma peça caso os defeitos do time persistissem, a estratégia funcionou. A seleção se esforçou em corrigir seus principais problemas, mostrando mais movimentação e explorando as laterais. E foi recompensada aos dez minutos. Elano esperou a ultrapassagem de Maicon e deu ótimo passe. Da linha de fundo, com pouco ângulo, o lateral percebeu que Myonge Guk deixava espaço em sua meta à espera de um cruzamento e arriscou direto para o gol, fazendo 1 a 0.

A vantagem no placar fez bem à seleção, de maneira geral, e a alguns jogadores, em particular. O time continuou se movimentando em campo, e nomes como Michel Bastos e Luis Fabiano subiram de produção. O primeiro emendou, em um só lance, um drible entre as pernas e uma meia-lua pela lateral. O segundo esteve perto de fazer 2 a 0, após um passe de Robinho, em uma rara jogada de contra-ataque. Matou no peito, driblou um adversário, mas chutou por cima do gol.

Da intermediária, Robinho acertou outro passe, espetacular, para Elano chutar sem precisar dominar, marcando o segundo gol do Brasil, aos 26 minutos. Foi o último lance do meia, que na primeira etapa havia sido um dos que mais tentaram fugir da atuação burocrática. Daniel Alves entrou em seu lugar. Cinco minutos depois, Nilmar substituiu Kaká, forçando o posicionamento mais recuado de Robinho, o que já vinha acontecendo.

Em seu primeiro lance em campo, Nilmar recebeu passe, buscou espaço e chutou para defesa do goleiro. A essa altura, o domínio brasileiro na partida era completo, transformando Julio Cesar em um mero espectador. Dunga ainda fez sua terceira substituição, trocando Felipe Melo por Ramires, que levou o único cartão amarelo da partida. No finzinho do jogo, a Coreia ameaçou duas vezes. E em uma delas conseguiu marcar, após lançamento feito do meio-campo que pegou Maicon desatento e terminou com a conclusão de Yun Nam, aos 43 minutos, sem chance para o goleiro brasileiro.

A seleção deixou o campo do Ellis Park com seu principal objetivo cumprido. Somou três pontos, mas não obteve o bônus de uma boa margem no saldo de gols contra a seleção de pior colocação no ranking da Fifa (105º lugar) entre as 32 participantes.

Ficha técnica - BRASIL 2 X 1 COREIA DO NORTE
Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto SIlva, Felipe Melo (Ramires), Elano (Daniel Alves) e Kaká (Nilmar); Robinho e Luis Fabiano. Myonge Guk, Jong Hyok, Chol Jin, Jun Il, Nam Chol e Kwang Chon; In Guk (Kum Il), Yun Nam, Yong Jo e Yong Hak; Tae Se.
Técnico: Dunga. Técnico: Kim Jong Hun
Gols: Maicon, aos dez, Elano, aos 26, e Yun Nam, aos 43 minutos do segundo tempo.
Cartão amarelo: Ramires.
Estádio: Ellis Park (em Joanesburgo). Data: 15/06/2010. Árbitro: Viktor Kassai (HUN). Assistentes: Gabor Eros e Tibor Vamos (HUN)

Copa 2010: Novo capítulo na África do Sul tem alta ansiedade e momentos 'emo'

10:07 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Foto: EFE / Globoesporte.com
Ah, as estatísticas... Cinco dias, 14 jogos, meros 23 golzinhos, média de 1,64 por partida. Em 1977, sozinho, durante todos os 17 prélios do Campeonato Brasileiro, o centroavante Reinaldo, do Atlético-MG, botou no barbante com essa mesma frequência. O que significa que... Bem, significa que, até o momento, saudosistas e utópicos do futebol estão bastante decepcionados com esta Copa tão sovina em eficiência ofensiva.

O futebol muquirana é um funcionário metódico, exemplar, assiduidade à toda prova, sempre pontual: bateu ponto nesta terça-feira nos três encontros agendados na África do Sul. A diferença é que, em um deles, estava em campo o todo poderoso pentacampeão mundial. No Ellis Park, em Joanesburgo, o Brasil enfrentou a seleção que ocupa a 105ª colocação do ranking da Fifa. E, mesmo a parcos 3 graus acima de zero, precisou suar muito para sair com um anoréxico 2 a 1. É uma dúvida daquelas que morde o próprio rabo feito cachorro velho e demenciado: acabaram mesmo os bobos no futebol ou os bichos papões é que estão em extinção? A seleção jogou mal? É da natureza do time de Dunga se enrolar com times pequenos? A explicação dos jogadores passou pelo sistema nervoso. Maicon, eleito o melhor do confronto pela Fifa, apareceu com os olhos apertados e expressão sofrida na comemoraçao de seu gol. Na entrevista após o jogo, porém, negou ter vertido lágrimas:
- Não cheguei a chorar, mas  mas foi emocionante - disse o primeiro lateral-direito do Brasil a fazer gols em Copas do Mundo, após 24 anos.

O momento emo não assumido passou batido, mas a notícia de que a seleção tinha ficado cinco Mundiais sem festejar gols de jogadores daquela posição foi amplamente destacada e caracterizada como "quebra de jejum".  O que isso significa? Mais uma marca irrelevante, a tal da "informação inútil"  (useless information) que o velho Mick Jagger gongou na jurássica "Satisfaction". Se os números e cifras muitas vezes não servem para nada, melhor falar da emoção, o intangível do futebol. E nesse quesito a terça-feira 15 de junho de 2010 serviu para mostrar ao mundo uma coisa: os stalinistas também choram. Jong Tae Se, apelidado Rooney asiático, se debulhou em lágrimas ao ouvir o hino de seu país de adoção (nascido no Japão, mas filho de coreanos ligados ao regime de Pyongyang, ele é comunista desde criancinha). Depois desse momento emo rasgado, Tae Se correu, driblou, chutou, deu sangue dentro de campo - curiosamente extraído numa trombada com Maicon. Não chegou a ser jogo bonito, mas foi tocante. Do lado brasileiro, Dunga até caprichou no modelito Alexandre Herchcovitch, mas a elegância mesmo ficou a cargo de Juan e Robinho, além do já citado lateral da Inter de Milão.

Ainda é cedo para saber se essa seleção vai proporcionar alegrias ao país ou apenas mais duas tardes de folga e cervejada. O fato é que o grupo G não é um piquenique. Portugal e Costa do Marfim, que lutam com Brasil e Coreia do Norte pelas duas vagas, protagonizaram mais um zero a zero com defeitos comuns a quase todos os jogos desta Copa. A diferença? Muita força física (principalmente dos marfinenses) e talentos raros como Cristiano Ronaldo. Mesmo desassistido por colegas como Deco, Dany e Liedson (bons jogadores, mas todos em péssimo dia), o Homem da Partida, segundo a Fifa, deu um tirambaço na trave aos dez minutos muito trabalho aos armários de mogno da zaga adversária. Em um momento particularmente tenso, após sofrer falta ignorada pelo juiz uruguaio Jorge Larrionda, se viu cercado por quatro rivais, e, quase de rosto colado com o imenso Demel, levou uma inusitada umbigada.

No segundo tempo, tivemos a entrada do incrível Drogba. Reabilitado em tempo recorde após fratura no braço direito, o melhor jogador africano da atualidade mostrou saúde de Wolverine e, nos minutos finais, deixou de lado a cautela e partiu pra cima com o ímpeto habitual. No penúltimo lance do jogo, invadiu a área com perigo, mas chutou bisonhamente, estabacando-se na pequena área, com todo o peso em cima do braço - ufa! - esquerdo.

Em Rustemburgo, o núcleo de peladas bizarras da África do Sul ganhou um concorrente sério a pior confronto da Copa. A Eslováquia, parte mais pobre dos herdeiros decadentes da tradicional escola tcheca, estava certa de que iria triunfar sobre a Nova Zelândia. No duelo de bois brabos e festival de maus tratos à bola (veja os piores momentos ao lado), achou um golzinho de cabeça, em impedimento. No segundo tempo, o "professor" Vladimir Weiss inventou de substituir um dos únicos em campo que sabia alguma coisa, Vitteck (o melhor do jogo, segundo a Fifa). E foi castigado com o empate aos 48 do segundo tempo. Reid, de cabeça, deu aos kiwis seu primeiro ponto em Copas. E fez história - não por isso, claro, mas por derrubar milhões de pessoas em bolões mundo afora.

17 de junho de 2010

Jorge de Altinho no São João da Universitária FM

15:13 |

Neste final de semana o programa Vozes do Brasil tem “...um segredo, menina, cá dentro do peito”: É o especial junino que segue o caminho da roça ao som de Jorge de Altinho, o Príncipe do Baião.

Antes de se firmar no cenário musical compondo e cantando para o forró, este Pernambucano (natural de Olinda),  criou o grupo musical The Big Boys, no início dos anos 70 e no clima de Jovem Guarda. Logo fundou depois uma pequena orquestra de frevos e por fim um conjunto de chorinho, denominado Cavaco & Viola.

Jorge de Altinho começou compondo para o Trio Nordestino em 1975, e conquistou sucessos como "Fole de Ouro", "Amor Demais", "Forró Quentão" e "Petrolina Juazeiro", com a interpretação do Trio.

Em 1980 partiu para a carreira solo, como cantor e compositor, lançando o disco "Jorge de Altinho - O Príncipe do Baião" pela Odeon. O artista foi o responsável por inovar e dar uma repaginada no ritmo.

Ele acrescentou os metais – sax, trompete e trombone - e guitarras aos elementos básicos do forró, a zabumba, sanfona e triângulo. Durante a moda da lambada compôs algumas músicas no gênero... Sempre tentando conseguir sucesso no sul do país, incluiu outros ritmos em seus discos, gravando frevos, baiões e até mesmo boleros. Seu sétimo disco, "Calor de Verão" (1987) foi o primeiro a estourar fora do Nordeste, ganhando Disco de Ouro levando o compositor a shows por Rio e São Paulo. Em 1998 lançou um CD com canções românticas, destacando-se "Me Dê Motivos", sucesso de Sullivan na voz de Tim Maia. Outros sucessos seus foram "Petrolina Juazeiro", "Sigilo", "Nem Ligue",  e o seu maior sucesso a música "Confidência".

Na Universitária FM – 88,9 MHz – o seu fim de semana fica em clima de São João, no Vozes do Brasil especial Jorge de Altinho.

SERVIÇO:
O QUÊ: Programa Vozes do Brasil – Jorge de Altinho
ONDE: Universitária FM | 88,9 MHz
QUANDO: Sábado (19/05) e Domingo (20/05) às 19h.
CONTATO: vozes@fmu.ufrn.br | www.fmu.ufrn.br

14 de junho de 2010

Não tem mais volta: A copa começou...

12:03 | , ,

Foto: Clive Rose (Getty Images - Veja)

Pois é caro leitor. Um momento esperadíssimo nos últimos 4 anos finalmente chegou. Começou neste fim de semana a 19ª copa do mundo de futebol. O maior evento esportivo do planeta, com cerca de 214 países retransmitindo seus jogos, é, hoje, o centro das atenções dos quase 7 bilhões de habitantes desta simplório mundo.

Um evento sem semelhança com qualquer outro do gênero. Pode vir olimpíada, champions league, panamericano, qualquer coisa. É um evento sem outro igual no mundo a ponto de mobilizar tanta gente apenas para ver 22 caras correndo atrás de uma bola.

Mas, estamos festejando muito, torcendo muito pela nossa seleção... E estamos esquecendo de um detalhe primordial: Daqui a 4 anos, é a nossa vez... Ainda não vejo muita vontade de se fazer algo nesse imenso país para se demonstrar a força de uma copa do mundo. Onde estão as obras, onde está a vontade dos políticos em fazer algo pra receber tamanha visibilidade? Será que o foco hoje é só na urna???

Pois bem, caro leitor, chegou a hora de testar o time do tio Dunga. E, por isso, nas próximas postagens, estarei fazendo uma análise dos jogos da nossa seleção brasileira, além, claro, de destacar nesse mês de junho e início de julho, o maior evento esportivo do mundo. Agora é só desejar boa sorte pro Brasil e torcer para que, na sexta-feira, eu possa fazer um texto felicitando nossa pátria de chuteiras. Boa sorte, Brasil!

Copa na África começa com colorida festa de abertura

11:51 | , ,

Créditos: BBC Brasil
A maioria das pessoas que acompanhavam das arquibancadas, que entoava animadamente suas vuvuzelas, usava as camisas amarelas do Bafana Bafana, como a seleção sul-africana é chamada pela população. A primeira partida do torneio está marcada para às 16h30 (11h30 em Brasília), quando a África do Sul enfrenta o México.

Milhares de pessoas acompanharam a festa de abertura, que durou pouco menos de uma hora, em telões erguidos do lado de fora dos vários estádios que sediarão jogos do torneio.

O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, de 91 anos, que deveria acompanhar a festa de abertura e o primeiro jogo da competição, cancelou sua presença no evento após a morte de sua bisneta, Zenani, na quinta-feira.

A menina de 13 anos morreu após o carro em que viajava capotar quando ela voltava para casa do show de abertura da Copa, em Soweto.

Mandela, símbolo da unificação racial e da luta contra o apartheid no país, ficou em casa com sua família no norte de Johannesburgo, em luto pela perda da bisneta.

No início da cerimônia, um besouro gigante rolou uma imensa bola pelo estádio, enquanto o Nobel da Paz Desmond Tutu dançava em meio a 1,5 mil pessoas ao som de música africana.

Um dos pontos altos da festa foi a grande ovação do público quando a imagem de Nelson Mandela apareceu nos telões, juntamente com uma mensagem sua de esperança.

"A generosidade do espírito humano consegue superar qualquer adversidade. Com compaixão e cuidados, nós criamos... esperança."

Estado de choque: Havia relatos de que a ex-mulher de Mandela, Winnie Madikizela-Mandela, também estava no carro, mas a Fundação Mandela desmentiu a informação.

Winnie teria sido atendida no hospital por ter ficado em estado de choque após receber a trágica notícia da morte da bisneta. Após ser liberada, ela foi assistir à cerimônia de abertura juntamente com suas duas filhas.

Estima-se que centenas de milhões de pessoas de mais de 215 países acompanharão o torneio, marcado para terminar no dia 11 de julho.

Desde que foi escolhida sede do torneio em 2004, a África do Sul gastou cerca de US$ 5,2 bilhões (quase R$ 11,5 bilhões) em estádios, infraestrutura de transporte e reforma em aeroportos.

O torneio de 32 países pode contribuir com um aumento de 0,5% no PIB do país, trazendo cerca de 370 mil visitantes estrangeiros.

Além do Soccer City, nove outros estádios no país vão ser sede da Copa. Cidade do Cabo, Pretória, Polokwane, Rustenburgo, Bloemfontein, Porto Elizabeth, Durban e Nelspruit, além de Johanesburgo, vão sediar os 64 jogos. A final será no Soccer City em 11 de julho.

Copa 2010: Jogo bonito da Alemanha redime dia marcado por lambanças

11:48 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
A Alemanha começou com dois pés direitos - de Thomas Müller e Cacau -, uma bela canhota (de Lukas Podolski) e a cabeça de Miroslav Klose. Os 4 a 0 no placar em Durban entregam: foi um sacode mesmo - e ainda assim saiu barato para Austrália. Enfim, um jogo de Copa do Mundo com maiúsculas. Como diz aquela expressão moralista recentemente popularizada pelo jornalismo de celebridades,  Argentina e Inglaterra tinham entrado no Mundial mostrando mais do que deviam. Com status de favoritos, exibiram deficiências preocupantes: no time armado por Maradona, pelo setor defensivo; no caso dos britânicos, na mais crucial das posições, o gol.

A Alemanha, não. Os comandados por Joachim Löw exibiram ótimo futebol, velocidade e alguns talentos pouco conhecidos por quem não acompanha a Bundesliga. Entre eles, o intrépido canhoto Mesut Özil, 21 anos, filho de turcos que joga no Werder Bremen e que tem no ex-colega brasileiro Diego um de seus grandes fãs. Foi uma estreia com pinta de prémière. Ballack? Que Ballack? Ninguém sentiu falta do bully metido a dono da seleção alemã e do Chelsea, excluído da competição por uma entrada carniceira do ganês Kevin-Prince Boateng na final da Copa da Inglaterra, em maio.

Se Klose, 32 anos, tivesse metade da categoria que Ronaldo já possuiu, poderia ter saído do estádio no cangote do Fenômeno como recordista de gols em Mundiais. Mas, como Klose é Klose, perdeu dois (um deles, feitinho) e botou pra dentro um, chegando à respeitável marca de 11 tentos em Copa do Mundo. O cruzamento de Lahm veio na marca do pênalti, e, antes da trombada com o goleiro Schwarzer, testou para as redes. Na comemoração, um sinal redondinho com os dedos: alles klar, OK! Alô, Ronaldo: mais quatro desses e Klose se iguala ao brasileiro.

Em Copa do Mundo, ninguém fez mais gols por via aérea do que o experiente alemão. Ele sabe que para jogar futebol é necessario usar a cabeça. E neste domingo, dois dos derrotados foram prejudicados por grandes burradas de seus jogadores. Em Pretória, a Sérvia selou sua derrota em um pênalti imbecil de Kuzmanovic, 22 (22 anos), que esticou o braço dentro da área em um cruzamento vadio, alto demais para ser aproveitado por Boateng. Cínico e chiliquento, ele tentou negar naquele momento. Depois da partida, porém, caiu em si: "Fui um estúpido, cometi um erro estúpido. Peço desculpas à Sérvia pelo meu erro. Sou o responsável pela derrota". Daria até para empatar, caso o próprio Kuzmanovic não tivesse desperdiçado uma chance clara, alguns minutos depois.  Um caso de "man of the match" às avessas, para entrar em antologias do patético em Copas.

Em Polokwane, não houve surpresas. Argélia x Eslovênia confirmou todas as expectativas e foi mesmo horrendo, duelo entre legitimas "selebabas". Quando a seleção africana fazia o aquecimento, um bando de torcedores invadiu o gramado para abraçar e tietar os jogadores. Em espetáculo de rara e contemporânea estupidez, alguns deles seguiram filmando com celulares até mesmo quando já eram arrastados dali pelos policiais sul-africanos. Mas houve um ainda mais equivocado, de cartola de feltro e camisa verde e branca, que resolveu trepar na torre de um refletor para apreciar a pelada lá do alto.

O jogo? Foi um bumba-meu-boi danado, decidido por frango do goleiro Chaouchi, não tão vistoso quando o de seu colega inglês da véspera, mas com todos os requisitos para receber o adjetivo ridículo. Belo castigo para o senso estético do arqueiro, cabelos descoloridos ao pior estilo Belo e camisa lilás berrante. E ainda houve a lamentável participação do centroavante Ghezzal, expulso após apenas 14 minutos no gramado. Entrou no segundo tempo e, na primeira participação, deu um puxão na camisa de um adversário: cartão amarelo. Depois, mão boba na bola em jogada de ataque e... direto pro chuveiro. Se tem um sujeito no futebol que não pode reclamar de gente que perde a cabeça em momentos importantes, este é Zinedine Zidane. Mas o craque francês certamente sofreu um bocado no estádio: além de assistir àquilo tudo, ainda deve ter tentado torcer pelos compatriotas de seus pais, argelinos.

Copa 2010: Frango histórico e abraço de urso definem jogos importantes do dia

11:41 | , ,

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É bem provável que o zagueiro argentino Samuel não saiba que em 12 de junho se comemora o dia dos Namorados no Brasil. Em seu país, o que vale é o 14 de fevereiro. Mas logo aos 6 minutos do primeiro tempo, pintou um clima entre ele o atacante Edu Obasi dentro da área da Nigéria. Não deu para segurar - ou melhor, deu, e muito. Samuel abraçou o novo amigo feito um ursinho carinhoso e os dois ficaram ali, agarradinhos, enquanto o escanteio cobrado por Verón foi cair a alguns metros, onde o lateral-esquerdo Heinze, livre, cabeceou para fazer o gol único da partida. Tecnicamente, foi falta, daquelas que quase nenhum juiz dá. Mas pode se dizer que foi um trabalho de amor. De qualquer modo, Herr Wolfgang Stark ignorou. E parte da culpa pelo gol pode ser jogada sobre os ombros de outro atacante nigeriano, Obinna, que estava ali perto do lance, sem marcar ninguém, nem mesmo a danada da Jabulani.

O clima de tudo a ver entre dois seres se repetiu na área nigeriana no segundo tempo, em lance que deixou alguns argentinos na bronca, pedindo pênalti. Injustificadamente: quando Kaita e Maxi Rodríguez se enroscaram, não foi absolutamente nada. Ou, como definiu, com bom humor,  o comentarista Carlos Eduardo Lino, do SporTV: "Isso é dia dos Namorados..."

Apesar da eficiência de dois de seus defensores no momento decisivo da partida, a Argentina mostrou fragilidade na marcação. Por enquanto, porém, nada capaz de amassar o terno do técnico Maradona, impecável em seu figurino à Cesar Luís Menotti (ou Luxemburgo, cada um que escolha sua referência). Messi, a estrela da companhia, esteve inspirado e mostrou que anda mesmo muito a fim de ser o dono desta Copa. Mas esbarrou em um goleiro que atua no pouco badalado futebol israelense: Enyeama, 28 anos. Na já longínqua Copa de 2002, ele  havia fechado o gol nigeriano em um jogo contra a Inglaterra. Hoje, demonstrou reflexos e agilidade incríveis em três arremates de Messi e três de Higuaín. Acabou ofuscando ninguém menos que o melhor jogador do mundo em Joanesburgo.

Após o jogo, em autocrítica dirigida ao time como um todo, mas, lógico, também falando por si, Messi mencionou o nervosismo da seleção argentina. "A ansiedade pela estreia apresentou sua conta", disse La Pulga, feliz por ter conseguido pagá-la. E saiu, levinho e saltitante, com três pontos no bolso.

Já a Inglaterra.... Começou na base do "joga bonito" contra os Estados Unidos, em Rustemburgo. Aos 4 minutos, a bela triangulação começada por Rooney resultou em passe açucarado e caramelizado de Heskey para Gerrard, que botou pra dentro. Depois do início fulgurante,  porém, o time treinado pelo italiano Fabio Capello deu uma maneirada e meio que se acomodou. "Foi levando na boa", como definiu na transmissão da TV Globo o Cléber Machado, o verdadeiro (não o do Twitter). E aí vieram tragédia e comédia juntinhas, coladinhas, no clima do dia. Aos 40 minutos, Dempsey tentou um chuteco despretensioso, maroto mesmo, de fora da área. A bola veio fraca e pererecou duas vezes no solo antes de chegar ao alcance de Green e de suas mãos... furadas. Um peruzaço, um frango gigantesco, um avestruz histórico. Na transmissão em tempo real do jornal "Guardian", causou as seguintes exclamações instantâneas: "Oh my God! Foi um show de horror! (...) O pior frango que você vai ver nesta Copa!"

Robert Green, arqueiro do West Ham, 30 anos, só estava ali por causa das penosas papadas recentemente por seu colega David James, 40 anos, do Portsmouth, o favorito de Gordon Banks para o time titular. E acabou confirmando os temores de boa parte dos torcedores ingleses. O pior goleiro do English Team não é nem James, nem Green, nem o pobre Joe Hart, terceira opção do treinador. O pior é sempre aquele que entra. No segundo tempo, Green ainda salvou um tiro à queima-roupa de Altidore. Mas depois que se vê as imagens do lance na malvada câmera lenta, ficou esquisito para ele: deu para perceber que a bola passou pelo meio de seus desajeitados braços antes de explodir na trave.

Ao fim da partida, os americanos comemoraram o bom resultado: 1 a 1. Nem o apito do polêmico juiz brasileiro Carlos Eugênio Simon, nem as bombas dos terroristas que tinham ameaçado agir em Rustemburgo... nada atrapalhou o jogo. Mas ficou um gostinho de decepção: o grande futebol e a fartura de gols ainda não estrearam nesta Copa do Mundo.

Ah, sim, houve também um jogo mais cedo, entre Coreia do Sul e Grécia, em Port Elizabeth. E, de onde não se esperava muito, veio alguma coisa. Se antes do apito inicial, cronistas definiam a partida como duelo entre a correria asiática e o ultrapassado ferrolho helênico, após os 90 minutos, sobraram aplausos para o futebol veloz dos coreanos, liderados por Park Ji-Sung, do Manchester United. Um lance bizarro marcou o confronto e fez o torcedor brasileiro lembrar a derrota para a Itália em 1982: Torosidis deu um longo passe à la Cerezo, fazendo a bola cruzar perigosamente a intermediária de seu campo; Vyntra recebeu o presente de grego mostrando ser uma tragédia no domínio de bola e, pronto, azedou. Autêntica perebada, que deixou nos pés de Ji-Sung a tarefa de selar o 2 a 0 no placar.

Copa 2010: Primeiro dia da Copa do Mundo tem festa e heróis, mas nenhum vencedor

11:27 | , ,

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Para explicar o balaço, há quem tenha dado crédito à tão mal-afamada Jabulani, jaburu em forma de bola, a Geni das esferas. O chute quase sobrenatural de Tshabalala, jogador cujo nome é praticamente uma comemoração, foi a maior alegria do primeiro dia de uma Copa do Mundo que promete ser marcada pelas celebrações e demonstrações de euforia do povo sul-africano. Aos 10 minutos do segundo tempo do jogo inaugural entre os anfitriões e o México, o contra-ataque fulminante teve lançamento de Mphela, quase um Gérson na altitude mexicana, e a mão de Carlos Alberto Parreira, que soube mudar o jogo dos Bafana Bafana no intervalo. Foi assim, tomado por exageros e 84.490  torcedores, que o estádio Soccer City explodiu de felicidade naquele momento. No país inteiro, em grandes festas ao ar livre, 49 milhões vibraram junto.

Só não deu para comemorar a vitória. O México, que tinha dominado o primeiro tempo, não estava disposto a repetir sua sina de jogar como nunca, perder como sempre: beneficiado pela ingenuidade da defesa sul-africana ao tentar a tática do impedimento, o experiente zagueirão Rafa Márquez se viu livre com a bola dentro da pequena área e botou pra dentro. Parreira ainda fez uma substituição que contraria sua fama de defensivista: trocou o cansado meia Pienaar pelo atacante Parker, e por pouco não sai dali coroado como uma espécie de Rei Leão: aos 44 minutos, depois de um chutão do goleiro Khune, Mphela dominou com a cabeça já na área mexicana e tocou de canhota, na saída do goleiro: a bola bateu na trave. Placar final: 1 a 1.

Isso não impediu que as vuvuzelas continuassem sendo sopradas e o barulho ensurdecedor ecoasse por muito tempo após o apito final. Não deu nem para o técnico brasileiro dar entrevista. Sem conseguir escutar nadinha, ele desistiu após a primeira pergunta. Desfecho inusitado, porém pouco surpreendente para quem tinha acompanhado mais cedo a cerimônia de abertura no Soccer Stadium.

Foram pouco mais de trinta minutos de espetáculo, suficientes para deixar clara a exuberância cultural da África do Sul. No desfile, um momento de humor involuntário: um dos símbolos nacionais, uma espécie de escaravelho que se especializou em rolar bolas gigantescas de estrume (e conhecido como besouro rola-bostas), apareceu, em versão gigante, rolando a famigerada Jabulani. As atrações musicais - que incluíam, além dos locais Hugh Masekela e o os Soweto Spiritual Singers, o americano R. Kelly, o argelino Khaled, e o nigeriano Femi Kuti - não ofuscaram uma grande ausência, a de Nelson Mandela, que sofreu com a morte de sua bisneta ontem, em acidente automobilístico, ao voltar do show de abertura da Copa, no Orlando Stadium, em Soweto.

O segundo jogo do dia, entre França e Uruguai, na Cidade do Cabo, teve muitas faltas e escasso futebol. Com Henry e Malouda no banco, o time comandado pelo excêntrico Raymond Domenech mostrou-se pouquíssimo inspirado. Pelo lado uruguaio,  apenas disposição e esforços isolados do atacante Forlán, eleito o melhor em campo pela Fifa, apesar da péssima pontaria demonstrada durante a jornada. Autor do toque de mão que ajudou a classificar a França para esta Copa (em jogo contra a Irlanda, lance que originou gol de Gallas), Henry entrou em campo e protagonizou novos lances polêmicos: cabeceou, impedido, com grande perigo para a meta uruguaia. Depois, em lance dentro da área, em que a bola bateu no braço - que estava junto ao corpo - do uruguaio Victorino, o francês ainda teve a pachorra de pedir pênalti. No último minuto, ele ainda bateria uma falta perigosa, cortada por Loco Abreu, atacante do Botafogo, que, na barreira, subiu lá no terceiro andar e evitou que houvesse gols na partida. Zero a zero com sabor de zero a zero mesmo.

No fim das contas, o Mundial anunciado como Copa da igualdade terminou seu primeiro dia sem vencedores: no grupo A, todos têm um pontinho. Mas a África do Sul ganhou um dia inesquecível para sua história. E motivos infinitos para soprar sua vuvuzela.