Créditos: Folha Online
Foto: Sérgio Moraes (Reuters / Folha Online)
Desde o dia 21 de novembro, ataques e incêndios em veículos assustam motoristas e moradores do Rio. Para as autoridades de segurança, as ações são uma retaliação dos traficantes contra a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nos morros e favelas.
Criadas há dois anos, as UPPs são centros de ocupação permanente da Polícia Militar instalados em favelas antes controladas por traficantes de drogas ou integrantes de milícias.
Um dia após o início dos ataques, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas e à transferência de detentos para presídios federais. Beltrame já não descartava mais ataques de "traficantes emburrados" e afirmou que o Rio não mudaria sua política de segurança pública.
Na ocasião, o comandante-geral da PM atribuiu a onda de violência a uma ação orquestrada por uma única facção criminosa. Os serviços de inteligência da polícia, porém, interceptaram conversas entre traficantes do Comando Vermelho e da ADA (Amigo dos Amigos) que indicavam uma união entre as facções rivais para uma mega-ação de confronto no dia 27.
O policiamento nas ruas foi reforçado, com os policiais colocados em estado de alerta - Férias e folgas foram suspensas.
Na quarta-feira (24), um grupo de criminosos que ateou fogo a um ônibus em Vicente de Carvalho (zona norte do Rio) deixou um recado em um bilhete para a polícia: "se continuar as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) não vai ter Copa e nem Olimpíadas". A polícia disse que o aviso foi deixado no veículo e que seria uma forma de "intimidar" as autoridades.
As primeiras operações deflagradas para impedir o confronto e coibir os ataques a veículos provocaram mortes de civis e suspeitos. Uma das vítimas foi a estudante Rosângela Barbosa Alves, 14, baleada durante confronto entre PM e traficantes na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio. Atingida nas costas, a menina chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu.
Ainda na quarta-feira, o governador do Rio pediu ajuda à Marinha brasileira. No dia seguinte, carros blindados participaram das operações, concentradas na zona norte.
Na quinta-feira (25), 5º dia de ataques, policiais civis e militares, usando veículos da Marinha e também o Caveirão, ocuparam a Vila Cruzeiro, provocando a fuga de criminosos para o conjunto de favelas vizinho, o Complexo do Alemão.
Após a operação, o subchefe operacional da Polícia Civil do Rio, Rodrigo de Oliveira, disse que a favela voltava ao controle do Estado.
O secretário Beltrame disse que a polícia permaneceria no local. "Não vamos sair da Vila Cruzeiro. É importante prender essas pessoas, mas é mais importante tirar território. Ações de repressão como as de hoje são importantes como parte de um projeto maior que é a retomada de território pelo Estado", disse.
À noite, foram anunciados mais reforços para as operações: 300 agentes da Polícia Federal e 800 homens do Exército. O Ministério da Defesa também autorizou o envio de dois helicópteros, dez veículos blindados de transporte, equipamentos de comunicação e óculos para visão noturna.
Na manhã de sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu toda a ajuda possível às autoridades do Rio nas operações. "Eu disse ao Sérgio Cabral que o governo federal ajudará no que precisar para que as pessoas de bem vivam em paz no país", disse à imprensa em Georgetown, capital da Guiana.
A cúpula da Segurança Pública do Rio informou que a retomada do Complexo do Alemão foi planejada em duas operações diferentes. Uma, sob o comando do governo do Estado, consiste nas incursões das polícias Militar e Civil, com o apoio logístico das Forças Armadas --ou seja, uso de blindados do Exército e da Marinha e helicópteros da Aeronáutica.
A segunda se resumiria em operações de patrulhamento nos cerca de 40 acessos aos morros, sendo chefiada pelo Comando Militar do Leste. Questionado sobre a possibilidade de confronto entre militares e criminosos, o general Adriano Pereira Júnior, comandante Militar do Leste, afirmou que, caso houvesse troca de tiros, "infelizmente vamos ter que partir pra isso".
O confronto não demorou, e os militares foram recebidos a tiros na avenida Itararé, um dos principais acessos ao Complexo do Alemão. Militares, suspeitos e civis ficaram feridos - entre eles um fotógrafo da agência de notícias Reuters.
Criadas há dois anos, as UPPs são centros de ocupação permanente da Polícia Militar instalados em favelas antes controladas por traficantes de drogas ou integrantes de milícias.
Um dia após o início dos ataques, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas e à transferência de detentos para presídios federais. Beltrame já não descartava mais ataques de "traficantes emburrados" e afirmou que o Rio não mudaria sua política de segurança pública.
Na ocasião, o comandante-geral da PM atribuiu a onda de violência a uma ação orquestrada por uma única facção criminosa. Os serviços de inteligência da polícia, porém, interceptaram conversas entre traficantes do Comando Vermelho e da ADA (Amigo dos Amigos) que indicavam uma união entre as facções rivais para uma mega-ação de confronto no dia 27.
O policiamento nas ruas foi reforçado, com os policiais colocados em estado de alerta - Férias e folgas foram suspensas.
Na quarta-feira (24), um grupo de criminosos que ateou fogo a um ônibus em Vicente de Carvalho (zona norte do Rio) deixou um recado em um bilhete para a polícia: "se continuar as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) não vai ter Copa e nem Olimpíadas". A polícia disse que o aviso foi deixado no veículo e que seria uma forma de "intimidar" as autoridades.
As primeiras operações deflagradas para impedir o confronto e coibir os ataques a veículos provocaram mortes de civis e suspeitos. Uma das vítimas foi a estudante Rosângela Barbosa Alves, 14, baleada durante confronto entre PM e traficantes na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio. Atingida nas costas, a menina chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu.
Ainda na quarta-feira, o governador do Rio pediu ajuda à Marinha brasileira. No dia seguinte, carros blindados participaram das operações, concentradas na zona norte.
Na quinta-feira (25), 5º dia de ataques, policiais civis e militares, usando veículos da Marinha e também o Caveirão, ocuparam a Vila Cruzeiro, provocando a fuga de criminosos para o conjunto de favelas vizinho, o Complexo do Alemão.
Após a operação, o subchefe operacional da Polícia Civil do Rio, Rodrigo de Oliveira, disse que a favela voltava ao controle do Estado.
O secretário Beltrame disse que a polícia permaneceria no local. "Não vamos sair da Vila Cruzeiro. É importante prender essas pessoas, mas é mais importante tirar território. Ações de repressão como as de hoje são importantes como parte de um projeto maior que é a retomada de território pelo Estado", disse.
À noite, foram anunciados mais reforços para as operações: 300 agentes da Polícia Federal e 800 homens do Exército. O Ministério da Defesa também autorizou o envio de dois helicópteros, dez veículos blindados de transporte, equipamentos de comunicação e óculos para visão noturna.
Na manhã de sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu toda a ajuda possível às autoridades do Rio nas operações. "Eu disse ao Sérgio Cabral que o governo federal ajudará no que precisar para que as pessoas de bem vivam em paz no país", disse à imprensa em Georgetown, capital da Guiana.
A cúpula da Segurança Pública do Rio informou que a retomada do Complexo do Alemão foi planejada em duas operações diferentes. Uma, sob o comando do governo do Estado, consiste nas incursões das polícias Militar e Civil, com o apoio logístico das Forças Armadas --ou seja, uso de blindados do Exército e da Marinha e helicópteros da Aeronáutica.
A segunda se resumiria em operações de patrulhamento nos cerca de 40 acessos aos morros, sendo chefiada pelo Comando Militar do Leste. Questionado sobre a possibilidade de confronto entre militares e criminosos, o general Adriano Pereira Júnior, comandante Militar do Leste, afirmou que, caso houvesse troca de tiros, "infelizmente vamos ter que partir pra isso".
O confronto não demorou, e os militares foram recebidos a tiros na avenida Itararé, um dos principais acessos ao Complexo do Alemão. Militares, suspeitos e civis ficaram feridos - entre eles um fotógrafo da agência de notícias Reuters.
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