1 de novembro de 2010

As incertezas e as surpresas que as urnas deixaram de herança - Parte 2 (A missão...)

18:39 | , ,

Pois bem, caro leitor. Começamos um feriadão com um dever cívico: Votar. Essa votação elegeu, ontem, nove governadores e o futuro presidente do Brasil. Aliás, elegeu, como diz a própria, a presidenta.

Testemunhamos ontem uma vitória histórica. Dilma Rousseff foi aclamada pela vontade popular como a primeira mulher a se eleger no mais importante cargo eleitivo brasileiro na história. Com cerca de 55% dos pouco mais de 99 milhões de votos válidos, a mineira radicada em Porto Alegre venceu um pleito bem movimentado.

Creio que foi uma decisão acertada da maioria dos brasileiros. Dilma era a representante da continuidade. O governo do qual ela fazia parte é o mais bem avaliado da história (Ultimamente vem atingindo mais de 80% de popularidade). E muitos não queriam ver uma "quebra" das atitudes tomadas pelo presidente Lula e que suas ações não fossem modificadas. Ao meu ver, os eleitores optaram pela continuidade de políticas públicas e sociais, além de apoiarem obras de maciço desenvolvimento de infraestrutura e tecnologia.

Os eleitores preferiram também continuar com as políticas de desenvolvimento econômico. Acharam melhor ficarem com juros baixos, economia estável e em crescimento do que voltar a época das privatizações e salários baixos, política bastante praticada no governo FHC.

A eleição pode ter se dado também por motivos ideológicos, assim como em 2002. O público quer experimentar pensamentos novos, ideologias diferenciadas, formas sólidas de se conduzir um país. Lula fez isso quando assumiu o poder - Isso se espera também de Dilma.

Mas, um fato chamou a atenção: Muitos, sobretudo nordestinos, votaram nela achando que, na verdade, era Lula que era candidato (Como se ela fosse apenas uma marionete dele, onde ela era presidente de faxada). Ora, os dois parecem ter bastante diferença. Enquanto ele é simples e bem humorado, ela parece ser mais centrada, séria, até rude algumas vezes. E outras diferenças devem aparecer no governo. Ela, com certeza, não será e nem terá qualquer esteriótipo do atual governante. Ela deve zelar para que sua imagem seja independente do atual presidente. Ela não pode-se deixar levar nesse gancho. O governo dela deve ter suas particularidades.

Aproveito para parabenizar, também, José Serra. Foi um candidato batalhador, que propôs até boas idéias para os eleitores. Mas, pecou por alguns momentos arrogantes, propostas falhas, apoio incondicional, vexatório e enfadonho da mídia e, sobretudo, pela campanha acusatória que fez. Acho que ele, dessa vez, aprendeu a não usar o horário eleitoral para calúnias e difamações - Por isso, vem a tona seu principal motivo de derrota: Sua rejeição popular.

Outro fato me chamou a atenção como futuro comunicólogo: O público não se deixou influenciar pela mídia. Televisões, como a Globo, revistas como a Veja e alguns sites da internet eram claramente a favor do candidato derrotado e o que veiculavam deixava isso bem exposto. As pessoas, enfim, resolveram votar por princípios e propostas, pensando nos seus benefícios, deixando de lado o que os apresentadores e jornalistas passavam no seu material, deixando de controlar a "marionete" que o consome. Dessa vez, a mídia não conseguiu eleger seu candidato e vai ter de aturar a vontade popular.

Não poderia deixar de comentar o resultado de pleitos para governador. Dois locais eu destaco: A Paraíba - Que teve uma acirrada votação entre o ex-prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), e o atual governador, Zé Maranhão (PMDB); O ex-mandatário da capital ganhou e volta a consolidar como líder político, mesmo sem mandato, o ex-governador Cássio Cunha Lima (Que teve mais de 1 milhão de votos e não foi eleito senador) - e Roraima - Onde a diferença foi de menos de 1% entre José de Anchieta (PSDB) e Neudo Campos (PP); Ancheita se reelegeu para mais 4 anos de mandato.

E agora são quatro anos de desafios e realizações. Vamos torcer para que Dilma e os nove governadores eleitos ontem façam um bom mandato e, daqui a 4 anos, eu possa comentar o trabalho deles para o prol de nosso país. Parabéns, Dilma!

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