22 de outubro de 2010

Suspeito de matar jornalista confessa crime e é preso no RN

13:06 | , ,

Créditos: Terra
O desempregado João Francisco dos Santos foi preso na noite da última terça-feira em Caicó (RN), distante 280 km de Natal, e confessou à polícia o assassinato do jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, 46 anos. O crime aconteceu na segunda-feira em Caicó. Segundo a Polícia Civil, o homicídio foi motivado por vingança. "O João Francisco dos Santos alegou que estava com raiva do jornalista porque estaria sendo denunciado por ele na imprensa, por isso o matou", disse o delegado Ronaldo Gomes, que investiga o caso.

Dão, como é conhecido o suspeito, já estaria fazendo ameaças ao jornalista desde 2007. O delegado Ronaldo Gomes afirma que as ameaças eram relatadas pelo jornalista no seu programa de rádio: "A investigação não está encerrada. Estamos trabalhando com a hipótese de que haja um mandante deste crime. Queremos descobrir se ele realmente se vingou ou se foi pago por traficantes".

O delegado disse que o jornalista Francisco Gomes de Medeiros denunciava os crimes relacionados ao tráfico na região, e que os traficantes de Caicó teriam ligações com criminosos de Natal, da Paraíba e de Sao Paulo. Recentemente, a Polícia Civil da cidade apreendeu uma grande quantidade de drogas vindas de SP. O suspeito, que está detido na penitenciária de Caicó, relatou ao delegado que acompanhava a rotina do jornalista há cerca de 30 dias.

Conhecido como "F. Gomes" entre os colegas, o comunicador estava sentado na calçada de casa quando foi alvejado por cinco tiros. O radialista, que era um dos mais antigos repórteres policiais da cidade, morreu durante atendimento no Hospital Regional de Seridó. Ele foi enterrado ontem no cemitério Campo Jorge, em Caicó, e recebeu uma homenagem da população local e das três rádios, que convocaram um buzinaço.

O assassinato repercutiu no Twitter, no qual jornalistas potiguares proclamaram luto. Gomes apresentava um programa policial na Rádio Caicó e mantinha um blog, onde recentemente denunciou um suposto esquema em que "a moeda da compra de voto" seria o crack. Colegas relatam que o radialista recebeu muitas ameaças de morte ao longo da carreira.

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