Pois é, caro leitor. Vivenciamos, neste final de semana, o exercício democrático que lutamos tanto para exercer: O direito a escolher nossos governantes. Foi uma eleição sem muitos problemas. Mas, o que teve de surpresas...
A começar por outros estados. É impressionante o equilíbrio em locais como a Paraíba, onde o candidato da oposição local, Ricardo Coutinho, derrotou Zé Maranhão, atual governador, por uma diferença mínima, cerca de 9 mil votos - O que levou a eleição para o segundo turno -, mostrando o quanto os nossos vizinhos estão divididos entre voltar o modelo de gestão que Cássio Cunha Lima exercia (O ex-governador apoia Coutinho) e continuar com o governo de Zé Maranhão, e o Amapá, onde três candidatos disputaram ferrenhamente as duas vagas para o segundo turno (Tanto que o candidato mais bem votado, Lucas, do PTB, teve pouco mais de 29% dos votos válidos, tendo o segundo, Camilo Capiberibe, pouco mais de 28%).
Outro fato interessante foi a eleição no sudeste, onde alguns eleitos para deputado federal surpreenderam. A começar pelo campeoníssimo de votos no país, Tiririca (PR/SP), que obteve quase 1.4 milhão de votos - Resultado do voto de protesto do povo, ao concordar com ele ao afirmar que não sabia o que era ser deputado federal. Junto com ele, veio o apresentador da TV Canção Nova, Gabriel Chalita, com mais de 500 mil votos. No Rio de Janeiro, caso o ex-governador Anthony Garotinho tenha sua candidatura indeferida, o maior destaque será para o ex-atacante Romário, que teve quase 150 mil votos - A frente dele, estão deputados como Chico Alencar, do PSOL.
É interessante como o povo gosta de protestar. Mas, às vezes, o protesto fica tão grande que se torna incontrolável. Isso pode trazer consequências depois, quando forem cobrar dos famosos eleitos as suas ações no congresso e na assembléia legislativa.
Voltando para o executivo, não poderia deixar de comentar a esmagadora vitória de Eduardo Campos na minha terrinha. Pernambuco me surpreendeu ao querer a continuidade do governo do presidente do PSB com tamanha votação - Mais de 3,4 milhões de votos contra 585 mil de Jarbas Vasconcelos. Realmente é uma mostra de que meus conterrâneos estão gostando do que vem sendo feito por eles. Realmente, é incrível.
E, enfim, chegamos ao Rio Grande do Norte: Uma eleição surpreendente, em alguns aspectos, e sem surpresas em outros.
Uma surpresa foi a eleição esmagadora de Garibaldi Filho, conseguindo obter o que pediu aos eleitores na sua campanha: 1 milhão de votos/amigos. Sabia-se que sua votação seria expressiva - Mas não tanto ao ponto de ter tamanha votação. Nessa mesma votação, não foi surpresa a reeleição de José Agripino, ficando cerca de 300 mil votos à frente de Vilma de Faria. Era algo esperado, mas não era prevista tamanha diferença.
Já para o legislativo, também houve essa mistura de "sem sal" com "oh!". Na Assembléia, a grande surpresa foi o posto de deputado mais votado: Antônio Jácome (PMN) recebeu cerca de 54 mil votos, contrariando as pesquisas que davam como campeão de votos o ex-prefeito de Santa Cruz (Pelo PSB) Tomba. Um pouco mais surpreendente foi a não-eleição de alguns políticos tradicionais para àquela casa: José Adécio e Luiz Almir, por exemplo, ficaram de fora, dando lugar a George Soares (PR) e Dibson Nasser (PSDB). Os demais não demonstraram tanta surpresa assim em suas eleições - Bem diferente de candidatos dados como eleitos, como Kelps Lima, Roberto Germano, Miguel Weber, Sargento Regina, Cláudio Porpino... Enfim, vários ficaram de fora.
Na conjuntura federal, a monotonia continua, já que sete dos oito deputados federais se reelegeram. Surpresas da votação: Fátima Bezerra como campeã de votos (Mais de 220 mil), Henrique voltando aos primeiros lugares (Ficou em 3º) e a não-eleição de Rogério Marinho, dada como certa - Em seu lugar [Pasmem!] entrou o apresentador e vereador, por Natal, Paulo Wagner (PV). É, vai entender a política...
E para o governo... Bem, para o governo... Não se esperava segundo turno: E a tendência se confirmou. A Senadora Rosalba Ciarlini venceu a eleição no primeiro turno, com pouco mais de 800 mil votos (Grande parte deles de Mossoró) - Ela teve quase 300 mil votos de maioria perante o segundo colocado, o governador Iberê.
Quanto a eleição de governador, me surpreendeu a excelente votação em Mossoró, com quase 90% dos votos válidos, a expressiva votação no Oeste e a vitória em Natal, dada como certa para o ex-prefeito Carlos Eduardo, com ampla vantagem sobre os demais colocados.
Não é porque não sou eleitor dela que tenho essa opinião que você lerá abaixo, mas quem sabe você não concorde comigo, né? Mesmo com quatro anos de campanha, com dois excelentes puxadores de voto em sua chapa, além de contar com deputados federais e estaduais de prestígio e o influente presidente da Assembléia Legislativa como seu vice, acredito que Rosalba não ter um bom mandato. Via em seus discursos e no seu desempenho nos debates que ela não se preparou bem para tal desafio, já que quatro anos no Senado Federal foram poucos para adquirir experiência. Espero estar errado, mas acho que o Rio Grande do Norte, que já era fadado ao esquecimento antes da eleição, infelizmente, vai afundar cada vez mais. O desconhecimento é visível - Fora que já saem piadas na internet dizendo que seu marido é quem vai mandar e sua primeira atitude será trocar a capital do Estado para Mossoró. É bom ela se preparar intensivamente nesses próximos dois meses pois, se não fizer o que prometeu, ela pode ter sua reputação mais difamada do que a da prefeita de Natal...
E agora é esperar o dia 31 de outubro para sabermos o que as urnas nos reservaram para o Palácio do Planalto. Enquanto isso, vamos vendo o que o RN vai ser daqui pra frente, com a nova Governadora. E, para tal cobertura, o "Fatos e Opiniões" estará presente, com a melhor análise do pleito de 2010 em todo o Brasil. E rumo ao segundo turno!