20 de agosto de 2010

Crime político é 'hipótese menos provável' , diz polícia sobre atentado

13:46 | , , ,

Créditos: G1
As investigações iniciais sobre o atentado contra o desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe, descartam a possibilidade de motivação política na tentativa de homicídio, segundo informou ao G1 o delegado Cristiano Barreto, da área de inteligência do Centro de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil (Cope), responsável pelas investigações de campo no inquérito.

Barreto falou ao G1 após a coletiva de imprensa concedida pelas autoridades policiais do estado no fim da tarde desta quarta-feira (18). "Nós não temos a informação de se tratar de um crime político. (...) Essa é a hipótese menos provável."

O desembargador e seu motorista, o policial militar Jaílton Batista Pereira, estavam em um carro alvejado por tiros na manhã desta quarta. O magistrado foi atingido por fragmentos de projéteis e passa bem. O motorista está em estado grave. O governo trata o caso com um atentado, uma vez que não houve abordagem antes dos disparos, o que afasta a hipótese de assalto.

O delegado afirmou que as investigações estão apenas no começo e evitou confirmar se a polícia já tem um suspeito no caso, conforme afirmou o governador sergipano, Marcelo Déda.

"A gente trabalha de uma forma bem cautelosa. É o início da investigação. A gente não tem como traçar, neste momento, uma diretriz em relação a algum suspeito. É um momento de cautela, temos que trabalhar de forma técnica, bem calma, com pé no chão. Nesse momento a gente só pode dizer que está fazendo as diligências que precisam ser feitas", afirmou Cristiano Barreto.

O delegado disse que a Polícia Civil é que presidirá o inquérito da investigação, tendo o auxílio da Polícia Federal. "Para que a Polícia Federal venha a atuar diretamente no caso, precisaria ser um crime com motivação política. Não temos essa linha de investigação. Apesar de o desembargador exercer um cargo no TRE, que é federal, a obrigação de investigar é da Polícia Civil. É claro que se a PF se dispuser a ajudar, será bem vinda."

Conforme a Polícia, o carro do desembargador trafegava pela Avenida Beira Mar, na Zona Sul de Aracaju, e foi atingido por cerca de 30 tiros, vindos de quatro homens encapuzados, quando estava parado em um semáforo. Os atiradores estavam em um veículo Honda Fit, de cor prata e placa de Alagoas. O carro era roubado. Os atiradores abandonaram e queimaram o veículo nas imediações de um shopping após o crime.

Barreto informou ainda que a Polícia deve pedir a colaboração das autoridades alagoanas, para tentar identificar quem roubou o veículo que foi usado no atentado.

O delegado afirmou ainda que o atentado pode ter algum tipo de motivação particular ou se referir aos cargos que o desembargador já ocupou. Ele foi secretário de segurança pública do estado, já atuou na promotoria e já atuou na área criminal no Tribunal de Justiça.

A Secretaria de Segurança informou ainda que o secretário João Eloy determinou uma investigação "rápida e sigilosa" para que em breve os autores do atentado sejam presos. A assessoria disse que os agentes nas divisas do estado estão sob alerta para evitar a fuga de possíveis envolvidos.

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