15 de março de 2010

Glauco é baleado e morre aos 53 anos

14:52 | , ,

Créditos: Folha Online
Foto: Raphael Falavigna / Folha Online
O cartunista Glauco Villas Boas, 53, foi morto nesta madrugada em sua casa, em Osasco, após uma tentativa de assalto ou sequestro --a polícia ainda investiga. Raoni, 25, um dos filhos do cartunista, também morreu durante uma discussão com dois homens armados que invadiram a casa.

De acordo com informações de Ricardo Handro, advogado de Glauco, os dois homens invadiram o local por volta da meia-noite. Glauco e sua mulher teriam sido agredidos várias vezes, mas o cartunista continuava negociando com os criminosos. Glauco teria convencido os bandidos a levá-lo, aparentemente para sacar dinheiro, deixando a mulher e filhos em casa.

Quando saía de casa, onde também fica a igreja Céu de Maria, da qual Glauco era padrinho fundador, o filho Raoni chegava. No portão, ao ver o pai sangrando e com uma arma apontada, houve discussão com os assaltantes, que atiraram e mataram pai e filho. Eles fugiram e estão sendo procurados.

Segundo informações do advogado, esta foi a primeira vez que a casa de Glauco foi invadida. O carro que estava com os assaltantes era roubado.

Um boletim de ocorrência foi registrado do 1º DP de Osasco, e a polícia agora investiga. Ninguém foi preso até o momento.

Familiares e amigos velarão por Glauco em sua igreja, a Céu de Maria, da doutrina do Santo Daime.
Carreira: Nascido em Jandaia do Sul, interior do Paraná, Glauco começou a publicar suas tirinhas no "Diário da Manhã", de Ribeirão Preto, no começo dos anos 70.

Nos anos de 1977 e 78, Glauco foi premiado durante o 4º e o 5º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, respectivamente.

Em 1977, ele começou a publicar seus trabalhos na Folha de maneira esporádica. A partir de 1985, Glauco passou a publicar suas tiras regularmente no jornal.

Entre seus personagens estão Geraldão, Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Ficadinha, Netão e Edmar Bregman, entre outros.

Em 2006, ele lançou o livro "Política Zero", reunião de 64 charges políticas sobre o Governo Lula publicadas na página 2 da Folha.

Glauco também era líder da igreja Céu de Maria, ligada ao Santo Daime e que usa a bebida feita de cipó para fins religiosos.

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