1 de fevereiro de 2010

Com três gols de Adriano, Flamengo troca o amor pela raça e derrota o Fluminense

09:57 | , ,

Créditos: Globoesporte.com

Não deu no amor, então foi na raça. O Flamengo pegou emprestado do Fluminense o termo “guerreiros” e conseguiu o improvável na noite deste domingo, no Maracanã. Depois de ser massacrado pelo Tricolor no primeiro tempo, quando o placar de 3 a 1 ficou barato, o Rubro-Negro reagiu na etapa final. Mesmo com um jogador a menos por 30 minutos (Álvaro foi expulso), o Rubro-Negro virou o placar e venceu por 5 a 3 o clássico válido pela quinta rodada da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.

Se no lado do time das Laranjeiras a ausência de Fred, vetado por causa de uma lesão na panturrilha direita, acabou muito sentida, no da equipe da Gávea o Império do Amor voltou a dominar as ações. Adriano e Vagner Love brilharam: o primeiro fez três gols, e o segundo deixou novamente a sua marca, sendo fundamental até na marcação.

O resultado coloca o Rubro-Negro na liderança do Grupo A, com 15 pontos, três a mais do que o Tricolor - que viu a sua zaga, até então invicta, sofrer um pane e levar cinco gols em apenas uma partida. O Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira, quando enfrenta o Olaria. No dia seguinte, o Fluminense pega o Boavista. Ambos os jogos serão no Maracanã e às 21h50m (de Brasília).
Foto: Paulo Sérgio (MSN / O Lance)
Fluminense ensaia goleada no primeiro tempo: Apesar do desfalque de última hora de Fred, o Tricolor teve um primeiro tempo avassalador e nocauteou o arquirrival. Parecia o prenúncio de uma goleada como a do primeiro clássico do Estadual, no qual o Vasco arrasou o Botafogo por 6 a 0 no Engenhão, no domingo anterior.

Sem mobilidade, o trio ofensivo formado por Petkovic, Vagner Love e Adriano foi facilmente anulado e sobrecarregou o meio-campo. Na defesa, Fierro sofreu com a velocidade de Maicon. O jogo começou em ritmo animado, mas sem chances de gol. O Rubro-Negro teve mais posse de bola nos primeiros dez minutos, mas Kleberson e Pet tinham dificuldades para municiar a dupla de ataque. Assim, foi só uma doce ilusão para a maioria flamenguista no estádio.

Os buracos na defesa rubro-negra, vistos nos treinos durante a semana, se repetiram no jogo. E o Tricolor tratou de aproveitar. Diguinho fez ótimo passe em profundidade para Alan, aos 14. O substituto de Fred correu nas costas de Álvaro, ajeitou o corpo e bateu firme, no canto direito de Bruno: 1 a 0.
Sem saída pelos lados do campo, o Flamengo foi presa fácil para a marcação adversária, e a facilidade do Fluminense para dominar a partida empolgou a sua torcida. Antes dos 30 minutos, surgiram os primeiros gritos de “Olé”. Neste momento, Alan recebeu de Maicon, nas costas de Fierro, e bateu cruzado, rente à trave.

A velocidade do Tricolor castigava um abobalhado campeão brasileiro. Diguinho, em grande noite, serviu novamente Alan. De novo, o centroavante girou e bateu com perigo. Aos 40, o atacante recebeu na área, e Angelim o empurrou. Pênalti. Conca bateu no alto, sem chances para Bruno: 2 a 0. Fora o baile.

Quando a goleada parecia questão de tempo, a infantilidade de Diguinho ajudou o Flamengo. O volante deu um carrinho imprudente em Juan na área, aos 42. Outro pênalti. Desta vez, coube a Adriano bater. O Imperador mandou um chute rasteiro, no canto esquerdo de Rafael, e diminuiu. Foi o gol de número 200 dele como profissional.

Mas a apatia vermelho e preta continuava. Aos 45, Cássio chutou forte, e Bruno fez excepcional defesa. Na cobrança do escanteio, a zaga ficou apenas observando Alan ajeitar e servir a Cássio, que completou para o gol: 3 a 1. O fim do primeiro, curiosamente, trouxe alívio para os rubro-negros, tamanha a superioridade do adversário. Do outro lado da arquibancada, a torcida do Flu fazia uma enorme festa.
Foto: UOL
Andrade corrige equívocos rubro-negros no intervalo: O Flamengo voltou diferente, a começar pela escalação. Andrade tirou Pet, que se arrastou em campo, e Fernando para as entradas de Willians e Vinícius Pacheco, respectivamente. Este último mostrou o cartão de visitas aos seis minutos, chutando de fora da área e acertando o pé da trave. As mudanças transformaram a equipe da Gávea, e foi a vez de o Fluminense sofrer. Vagner Love se aproveitou da força de Adriano para diminuir. O Imperador trombou na disputa pela bola e, na confusão dentro da área, ela sobrou para o artilheiro do amor. Ele bateu de direita e diminuiu, aos sete: 3 a 2.

A torcida ainda comemorava quando veio o empate. Um minuto depois, Vinícius Pacheco fez ótima jogada pela ponta direita e encontrou Kleberson na segunda trave. O penta apenas rolou para o gol e deixou tudo igual no placar: 3 a 3. Em meio à avalanche rubro-negra, Conca ainda encontrou espaço para Alan penetrar no meio da defesa. O atacante chutou rasteiro, mas para fora.

Aos 17, Álvaro fez falta em Maicon, no meio-campo, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. A torcida tricolor se animou, mas em campo o time não respondeu. Andrade voltou a mexer bem na sua equipe, impedindo que o rival tirasse proveito da vantagem numérica.

O técnico conseguiu reorganizar a equipe, trocando Fierro por David, só que o ritmo alucinante do clássico diminuiu. O Fluminense passou a ter mais posse de bola, mas o Flamengo, mesmo recuado, incomodava em contra-ataques. E foi num deles, aos 37, que aconteceu a virada incrível e o frenesi nas arquibancadas.

Vagner Love fez ótima jogada desde o meio-campo e rolou para Vinícius Pacheco. O meia encontrou Adriano no meio da área, e o Imperador só empurrou para as redes: 4 a 3. E ainda teve mais. Sete minutos depois, Adriano recebeu excelente lançamento de Willians, avançou e tocou na saída do goleiro: 5 a 3 e noite épica para os rubro-negros no Maracanã, enquanto os tricolores, num misto de tristeza e incredulidade, deixaram o estádio antes do apito final.
FLUMINENSE 3 x 5 FLAMENGO
Rafael, Gum, Cássio (Kieza) e Leandro Euzébio; Mariano, Diguinho, Conca, Everton e Julio Cesar (Marquinho); Maicon (Willians) e Alan Bruno; Fierro (David), Álvaro, Ronaldo Angelim e Juan; Toró, Fernando (Willians), Kleberson e Petkovic (Vinícius Pacheco); Adriano e Vagner Love
Técnico: Cuca Técnico: Andrade
Gols: Alan, aos 14, Conca, aos 40, Adriano, aos 42, e Cássio, aos 45 minutos do primeiro tempo; Vagner Love, aos sete, Kleberson, aos oito, e Adriano, aos 37 e 44 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Cássio, Julio Cesar, Everton, Diguinho e Willians (Fluminense); Juan, Álvaro, Angelim e Willians (Flamengo) Cartão vermelho: Álvaro (Flamengo)
Estádio: Maracanã Data: 31/01/2010 Hora: 19h30m Público: 51.233 pagantes (54.726 presentes) Renda: R$ 1.278.515 Árbitro: Marcelo de Lima Henrique Auxiliares: Dibert Pedrosa e Luiz Antônio Muniz de Oliveira

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