Créditos: G1
O número oficial de mortos pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o nordeste do Japão no dia 11 chegou a 1.833, segundo a Polícia Nacional. Há 2.361 desaparecidas, de acordo com balanço divulgado na noite desta segunda-feira (14).
Foto: AP / G1 |
Mas, segundo as autoridades e a imprensa, a cifra deve subir bastante, à medida que os trabalhos de resgate, muito difíceis ainda em várias regiões, continuarem.
Cerca de 2.000 corpos foram encontrados nesta segunda na província de Miyagi, uma das mais afetadas pelo tsunami, mas ainda não foram contabilizadas.
Cerca de 1.000 corpos foram encontrados próximos à praia em Ojika, região mais atingidas da península, e outros 1.000 corpos foram encontrados na cidade de Minamisanriku. Na região, o governo da província não tem conseguido contato com cerca de 10 mil pessoas, quase metade da população local.
O país também continua em alerta para as consequências de duas explosões na usina nuclear de Fukushima, onde barras de combustível nuclear estão expostas, e há risco de vazamento radiativo.
Japoneses tentavam sobreviver sem água, energia elétrica, combustível ou comida suficiente. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a dormir em centros de emergência em consequência da onda gigante.
Os desastres naturais também representaram um duro golpe para a terceira economia mundial, que ficou sem energia elétrica suficiente para o funcionamento de suas fábricas. O pânico atingiu a Bolsa de Tóquio, que fechou nesta segunda-feira em queda expressiva de 6,18%, após um movimento de vendas precipitadas de ações.
Para manter a economia, o Banco do Japão (central) injetou nesta segunda-feira no mercado a maior quantia de liquidez de sua história, 15 trilhões de ienes (US$ 181 bilhões), depois de ter transferido no domingo 55 bilhões de ienes a 13 bancos implantados na região afetada.
Socorristas de todo o mundo chegavam ao arquipélago para colaborar com os mais de 100 mil soldados -o dobro da previsão oficial- mobilizados para prestar assistência, em um país que segue abalado pelos tremores secundários e em permanente sobressalto pelos alarmes de novos tsunamis. que acabam não ocorrendo.
Em Ishinomaki, uma cidade de 165 mil habitantes duramente atingida, "há uma corrida contra o tempo para salvar possíveis sobreviventes de uma montanha colossal de escombros", afirmou Patrick Fuller, porta-voz da Cruz Vermelha para a região Ásia-Pacífico.
O temor de um desastre nuclear se uniu à angústia provocada pela devastação. O terremoto, o tsunami e as explosões nas centrais nucleares levaram o país a enfrentar a "crise mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse na véspera o primeiro-ministro, Naoto Kan.
O terremoto, de 8,9 graus e a posterior onda gigante de 10 metros de altura arrasaram na sexta-feira a costa nordeste do arquipélago nipônico.
A ONU anunciou em Genebra que 590 mil pessoas foram retiradas da zona do desastre, incluindo 210.000 que vivem nas proximidades das usinas nucleares de Fukushima.
O governo já advertiu que a catástrofe terá um impacto considerável sobre a economia do país.
O custo para as seguradoras pode chegar a US$ 34,6 bilhões, segundo uma estimativa inicial da AIR Worldwide, empresa especializada na avaliação de riscos.
De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo, mais de 3.400 edifícios residenciais desabaram na tragédia.
Pelo menos 5,6 milhões de casa permanecem sem energia elétrica, e a Tepco programou cortes de luz a partir desta segunda-feira até o fim de abril, para evitar a sobrecarga das redes e os apagões. Além disso, um milhão de casas permanecem privadas de água potável.
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