14 de fevereiro de 2011

Ronaldo sobre o fim da carreira: 'Nos últimos dias chorei como neném'

10:34 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Foto: Reuters / Globoesporte.com
Decepcionado com a eliminação do Corinthians na Taça Libertadores, Ronaldo vai parar. Aos 34 anos, o atacante confirmou ao Fantástico, neste domingo, que vai abandonar o futebol. O anúncio será feito oficialmente às 12h40m desta segunda-feira, no centro de treinamento do Corinthians.

- Nos últimos dias chorei como um neném - disse Ronaldo à jornalista Patrícia Poeta, do "Fantástico".

Com contrato até o fim do ano, o Fenômeno antecipou o adeus por dois motivos: 1) a Libertadores da América, que era a sua grande motivação para a última temporada, acabou antes mesmo de começar com a eliminação precoce do Corinthians ainda na primeira fase – a chamada Pré-Libertadores; 2) as condições físicas de Ronaldo já não são as melhores e ele teria sofrido uma lesão na semana passada.

- São as dores no corpo. A cabeça até quer continuar, mas o corpo não aguenta mais - completou o Fenômeno.

Um pouco mais cedo, em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", ele já dava como certa a aposentadoria:

- Eu queria continuar, mas não consigo. Penso uma jogada, mas não executo como quero. Tá na hora. Mas foi lindo pra caramba.

No último sábado, o colunista Renato Maurício Prado, do jornal “O Globo”, já cogitava o fim da carreira do atacante ao escrever que faltava apenas um acerto entre o jogador e o presidente Andrés Sanches para resolver questões de acordos comerciais. Quando foi contratado, no fim de 2008, Ronaldo  trouxe com ele muitos patrocinadores – e muito dinheiro – ao Parque São Jorge.

A decisão de que iria pendurar as chuteiras ganhou força após a derrota para o Deportivo Tolima, no dia 2 de fevereiro, na cidade colombiana de Ibagué. O resultado, associado ao empate de 0 a 0 no primeiro jogo no Pacaembu, eliminou o Corinthians da possibilidade de conquistar o seu maior objeto de desejo: a Libertadores, único título que falta na galeria corintiana.

No retorno ao Brasil, o elenco do Timão sofreu com o protesto violento de parte da torcida. Torcedores foram à porta do CT xingar os jogadores, atirar pedras no ônibus e até para depredar carros de funcionários do clube. Ronaldo, como maior liderança da equipe, também foi o mais visado. Faixas pediam a sua saída e os muros do Parque São Jorge foram pichados com frases de ordem contra o atacante. Pelo Twitter, ele respondeu chamando os manifestantes de “vândalos”. Na ocasião, em entrevista exclusiva à TV Globo, Ronaldo disse que chegou a cogitar parar de jogar, mas que iria continuar.

- Cogitei (parar), falei com a minha família e com alguns amigos e tomei a decisão de continuar porque é um momento difícil, mas tenho certeza que vamos dar a volta por cima mais uma vez para reverter esse quadro triste que estamos vivendo. Vou continuar e cumprir meu contrato dignamente e honrar a camisa do Corinthians até o final do ano.

Mas Ronaldo mudou de ideia.

Neste meio tempo, Roberto Carlos, amigo pessoal do Fenômeno, também deixou o Corinthians, ao rescindir com o Timão e assinar com o Anzhi Makhachkala, da Rússia. O lateral conseguiu um contrato de R$ 22 milhões por duas temporadas. Mas, além do dinheiro, Roberto usou como argumento a pressão que vinha sofrendo de torcedores. Segundo ele, alguns corintianos chegaram a perseguir seu carro e o ameaçá-lo.

Na última semana, Ronaldo também sentiu uma fisgada muscular durante um treinamento. Já com 34 anos de idade, ele sabe que não tem mais o poder de recuperação que tinha quando era mais novo e que o fez protagonizar diversos casos de superação, principalmente nas oito vezes que precisou ser submetido a cirurgias.

A coletiva desta segunda-feira servirá para Ronaldo se despedir dos corintianos e dos brasileiros, mas também para esclarecer alguns pontos. Como muitos contratos publicitários do clube estão atrelados a ele, é possível que siga, de alguma forma, ligado ao Timão.

Será o último dia da carreira vitoriosa de um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Para ser Fenômeno, ele jogou quatro Copas do Mundo e ganhou duas, foi três vezes eleito o melhor do planeta e tem o nome escrito no livro dos recordes como o maior goleador das Copas.

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