Créditos: R7
Foto: Djalma Vassão (Gazeta Press / R7)
Um clube centenário mas ainda nômade, que não tem residência fixa. Que carrega milhares de pessoas por onde passa, mesmo que não prometa a elas a alegria de uma vitória. Que já ficou 23 anos sem ganhar um título e mesmo assim viu o apoio crescer. Que já teve o nome envolvido em escândalos, brigas, alegrias e vitórias, mas contra quem pouco se conseguiu provar. Uma nação de mais de 30 milhões de torcedores, que nesta quarta-feira (1º) comemora feliz o 100º aniversário de um time que mexe com todos, seja a favor ou contra.
É com a história recheada de altos e baixos que um dos times mais adorados e odiados do mundo chega aos 100 anos. Entre outros, são 26 títulos do Campeonato Paulista, quatro do Campeonato Brasileiro da Série A, um da Série B e um do Mundial de clubes da Fifa, contestado por outros torcedores, mas legítimo para a entidade que comanda o futebol no mundo. E, claro, para os corintianos.
Entre 1954 e 1977, o clube não ganhou um título sequer. Ou melhor, ganhou o Rio-São Paulo de 1966, mas dividiu a conquista com Botafogo, Santos e Vasco. Em 1976, a torcida corintiana mostrou porque seria conhecida como Fiel. Mesmo sem ganhar um título havia 22 anos, cerca de 70 mil torcedores foram até o Rio de Janeiro para empurrar a equipe na semifinal do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense.
Dividido, o Maracanã foi palco de um jogo histórico, que só foi decidido a favor do Corinthians nas cobranças de pênalti. Após a “invasão do Maracanã”, o Timão foi derrotado na final daquele campeonato pelo Internacional, o que não diminuiu a paixão de seus torcedores. Só aumentou a ansiedade para soltar o grito de “é campeão”.
Por obra de Basílio, autor do gol que deu ao Corinthians o título do Campeonato Paulista de 1977, os corintianos voltaram a festejar uma conquista após quase 23 anos de sofrimento. Presidido pelo folclórico Vicente Matheus, o clube encerrava ali um jejum incômodo com uma festa que tomou a cidade de São Paulo no dia 13 de outubro, tamanha era importância da taça para a nação corintiana.
Para o jornalista e pesquisador Celso Unzelte, que lançou nesta terça-feira (31) a “Bíblia do Corinthiano”, a paixão dos torcedores pelo clube começou na várzea, quando o time ainda era formado por operários do Bairro do Bom Retiro.
- Esse amor começou lá no Bom Retiro, quando cinco operários organizaram um time para jogar na várzea. Esse time na várzea não perdia de ninguém e as pessoas começaram a falar “tem que ver o Corinthians”. Daí o time começou a ficar grande para a várzea, depois ficou grande para a Liga Paulista, que era uma liga mais fraca que ele entrou no começo, depois ficou grande para São Paulo, depois ficou grande para o Brasil.
O Brasil, aliás, o Corinthians só conquistou em 1990. E contou com um dos personagens mais marcantes da história do clube para conquistar o título. Foi com Neto vestindo a camisa 10 que o clube chegou pela primeira vez ao topo do Campeonato Brasileiro. Na final, a vítima foi o São Paulo, um dos maiores rivais do clube, o que deu um gosto especial à conquista.
Um título de expressão mundial só seria conquistado dez anos depois, quando o Corinthians já era tricampeão brasileiro (venceu também em 1998 e 1999). A Fifa organizou o primeiro Mundial de Clubes no Brasil, e pela primeira vez times de todos os continentes disputariam entre si o título de melhor equipe do mundo. Depois de deixar o Real Madrid para trás e se classificar na liderança do grupo A na primeira fase, o Corinthians pegou o Vasco na final e venceu nos pênaltis. O capitão Rincón levantou o troféu diante de um Maracanã lotado, que era o palco da maior conquista do clube.
Na década que se seguiu, o Corinthians teve ídolos como o argentino Tévez e o Fenômeno Ronaldo, foi novamente campeão brasileiro, em 2005, foi rebaixado, em 2007, deu a volta por cima no ano seguinte, continuou sem vencer a Libertadores mas mesmo assim “colocou” dois técnicos na seleção brasileira (Carlos Alberto Parreira, em 2003, e Mano Menezes, em 2010). Para coroar o centenário, o presidente Andrés Sanchez diz que agora, depois de 100 anos, o clube finalmente terá um estádio.
Estádio que pode ser do tamanho que for, ainda será muito pequeno para abrigar a enorme nação corintiana, que apesar de ser formada por “sofredores”, como a própria torcida gosta de cantar, não para de crescer.
É com a história recheada de altos e baixos que um dos times mais adorados e odiados do mundo chega aos 100 anos. Entre outros, são 26 títulos do Campeonato Paulista, quatro do Campeonato Brasileiro da Série A, um da Série B e um do Mundial de clubes da Fifa, contestado por outros torcedores, mas legítimo para a entidade que comanda o futebol no mundo. E, claro, para os corintianos.
Entre 1954 e 1977, o clube não ganhou um título sequer. Ou melhor, ganhou o Rio-São Paulo de 1966, mas dividiu a conquista com Botafogo, Santos e Vasco. Em 1976, a torcida corintiana mostrou porque seria conhecida como Fiel. Mesmo sem ganhar um título havia 22 anos, cerca de 70 mil torcedores foram até o Rio de Janeiro para empurrar a equipe na semifinal do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense.
Dividido, o Maracanã foi palco de um jogo histórico, que só foi decidido a favor do Corinthians nas cobranças de pênalti. Após a “invasão do Maracanã”, o Timão foi derrotado na final daquele campeonato pelo Internacional, o que não diminuiu a paixão de seus torcedores. Só aumentou a ansiedade para soltar o grito de “é campeão”.
Por obra de Basílio, autor do gol que deu ao Corinthians o título do Campeonato Paulista de 1977, os corintianos voltaram a festejar uma conquista após quase 23 anos de sofrimento. Presidido pelo folclórico Vicente Matheus, o clube encerrava ali um jejum incômodo com uma festa que tomou a cidade de São Paulo no dia 13 de outubro, tamanha era importância da taça para a nação corintiana.
Para o jornalista e pesquisador Celso Unzelte, que lançou nesta terça-feira (31) a “Bíblia do Corinthiano”, a paixão dos torcedores pelo clube começou na várzea, quando o time ainda era formado por operários do Bairro do Bom Retiro.
- Esse amor começou lá no Bom Retiro, quando cinco operários organizaram um time para jogar na várzea. Esse time na várzea não perdia de ninguém e as pessoas começaram a falar “tem que ver o Corinthians”. Daí o time começou a ficar grande para a várzea, depois ficou grande para a Liga Paulista, que era uma liga mais fraca que ele entrou no começo, depois ficou grande para São Paulo, depois ficou grande para o Brasil.
O Brasil, aliás, o Corinthians só conquistou em 1990. E contou com um dos personagens mais marcantes da história do clube para conquistar o título. Foi com Neto vestindo a camisa 10 que o clube chegou pela primeira vez ao topo do Campeonato Brasileiro. Na final, a vítima foi o São Paulo, um dos maiores rivais do clube, o que deu um gosto especial à conquista.
Um título de expressão mundial só seria conquistado dez anos depois, quando o Corinthians já era tricampeão brasileiro (venceu também em 1998 e 1999). A Fifa organizou o primeiro Mundial de Clubes no Brasil, e pela primeira vez times de todos os continentes disputariam entre si o título de melhor equipe do mundo. Depois de deixar o Real Madrid para trás e se classificar na liderança do grupo A na primeira fase, o Corinthians pegou o Vasco na final e venceu nos pênaltis. O capitão Rincón levantou o troféu diante de um Maracanã lotado, que era o palco da maior conquista do clube.
Na década que se seguiu, o Corinthians teve ídolos como o argentino Tévez e o Fenômeno Ronaldo, foi novamente campeão brasileiro, em 2005, foi rebaixado, em 2007, deu a volta por cima no ano seguinte, continuou sem vencer a Libertadores mas mesmo assim “colocou” dois técnicos na seleção brasileira (Carlos Alberto Parreira, em 2003, e Mano Menezes, em 2010). Para coroar o centenário, o presidente Andrés Sanchez diz que agora, depois de 100 anos, o clube finalmente terá um estádio.
Estádio que pode ser do tamanho que for, ainda será muito pequeno para abrigar a enorme nação corintiana, que apesar de ser formada por “sofredores”, como a própria torcida gosta de cantar, não para de crescer.
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