14 de dezembro de 2009

Gripe A: Natal à mercê da Sorte

21:17 | , ,

Estava fazendo a barba hoje antes de ir trabalhar e estava pensando em algum conteúdo para postar nesse blog na atualização de toda segunda-feira. Algo difícil, pois não tinha muito assunto. Porém, ao terminar, ouço uma notícia no rádio que já julgava previsível: Mais uma morte por Gripe Suína (Ou Gripe A, já que querem um nome bonito) aqui no RN.
Foto: Blog do Robson Pires

Sinceramente, já esperava uma notícia dessas. Poxa, um sistema de saúde tão bom quanto o federal se preocupou logo com a ameaça eminente de epidemia desse vírus desconhecido e a saúde pública estadual e municipal (Me refiro principalmente a Natal) não se preocuparam, descuidaram das suas obrigações e agora tem de conviver com mortes por doenças que poderiam ser evitadas.

É lamentável saber também que já culparam o simples fato de a doença ser nova no nosso país. Tudo bem, ela pode ser nova, mas... Quem mandou relaxar? Se essa doença é nova, deviam dar um jeito de prevenir a população. Se essa doença é nova, estruturassem as instalações hospitalares para suprir a grande demanda. Se essa doença é nova, não ficassem com discurso alarmante de "falsa" tranquilidade. Esses gestores poderiam falar menos e agir mais...

Mas a culpa não está no fato somente de a doença ser nova. A estrutura da rede de saúde também deixa a desejar. Para se ter uma idéia, meu caro leitor, nos últimos vinte dias precisei me locomover a um hospital três vezes - Uma por doença própria e duas para socorrer parentes. No meu caso, tudo bem, possuo plano de saúde e correu, em parte, tudo bem - Em parte porque o hospital que fui estava com sua estrutura infectológica sofrendo uma reestruturação e a demanda na emergência não estava sendo suprida. Porém, nos outros dois casos, sobretudo o da minha namorada, me revoltei. Precisei ir a dois postos de saúde e a um hospital para conseguir atendimento para ela. Primeiro, fui ao pronto socorro de Felipe Camarão, o mais próximo na oportunidade. Resultado: Só tinha obstetra, já que lá funciona uma maternidade e me encaminharam ao pronto-atendimento da Cidade da Esperança. Lá vamos nós para o bairro vizinho. Resultado: Não tinha médico nenhum! Fiquei extremamente revoltado, pois precisava de um médico o quanto antes para ela, mas não tinha ninguém lá. Me encaminharam para o posto de Mãe Luíza, mas no contato telefônico me informo que a unidade estava fechada. Então, resolvo ir para o Hospital dos Pescadores, nas Rocas. Resultado: Depois de quase duas horas de espera, ela conseguiu atendimento. Isso tudo em um espaço de cerca de cinco horas. Mais um pouquinho e ela poderia ter complicações maiores.

Pois é. Não é só você, leitor, que tem de cuidar de sua saúde - Isso é mais do que sua obrigação, é uma necessidade. O poder público também tem de cuidar da sua saúde para poder cuidar da saúde da população. Mas, uma doença, ao meu modo de ver, assola os gestores que parece que não surgirá cura tão cedo: Falta de Comprometimento. Se algum gestor olhar com bons olhos a mazela que nossa saúde se encontra e ter anticorpos que combatam a falta de comprometimento, com certeza nossa saúde poderá ser curada dessa doença tão terrível. E espero que essa cura apareça o mais rápido possível.

1 comentários:

Rodrigo Capistrano disse...

Pode crer, Andrey...
O difícil é encontrar esse gestor com esses fundamentais anticorpos! No fundo, a cúpula constitutiva do poder público não age porque seus membros tem um belo de um Plano de Saúde (pra eles, "o povo é que se lixe!").

Abraço.
Rodrigo Capístrano.