28 de dezembro de 2009

Só porque é brasileiro...

23:04 | ,

Vamos agora para o estrangeiro... Queria falar de algo internacional que fosse bom, mas, fazer o quê né... E, pior, foi na noite de Natal! Lamentável o que aconteceu no Suriname, nosso vizinho ao norte do Pará.
Créditos: R7
Pra quem não sabe o que aconteceu, um grupo de 80 garimpeiros brasileiros foi alvo de ataques de habitantes locais por causa de uma briga entre um dos garimpeiros e um surinamês. O habitante local levou a pior na confusão - Leia o que aconteceu nos posts anteriores - e despertou a ira contida do povo local.

Segundo relatos dos garimpeiros, eles são perseguidos pelos habitantes locais por um simples motivo: Os brasileiros retiram a riqueza deles, já que o ouro é retirado do território surinamês e levado para território brasileiro. Essa migração - ilegal, diga-se de passagem - só acontece porque aqui no Brasil nem todos tem condições dignas de se viver, sem um emprego estável e comida na mesa. Infelizmente por isso, milhares de pessoas, não só no Suriname, tem de tentar a sorte em outro país pra conseguir uma vida melhor para si e para sua família. E de quem é a culpa? Nossa, que sempre na hora do voto, escolhemos mal e, com três meses depois, não nos lembramos do nosso voto.
Foto: G1/Reuters

Mas, vou deixar as críticas internas de lado e ir para o que aconteceu, que é o que interessa. É comum vermos pelo mundo algum brasileiro que sofra com o descaso, o egoísmo e a intolerância que somos sujeitos a enfrentar mundo afora. Não sei por qual motivo alguns países não gostam de ter brasileiros em seu território - Europeus, principalmente. Por que será? Será por falta de belas paisagens? Será por falta de espaço? Será por falta de cultura? Será por inveja de nosso futebol? Ou será por inveja de como o nosso povo é bem visto por outros países? Um desses motivos é, com certeza. Porém, a intolerância supera a todos esses motivos: A intolerância principalmente de individualistas, praticamente autistas, que só olham para o seu umbigo e que não querem evoluir em diversos aspectos, sendo que uma cultura diferente ajuda nessa evolução. Não é legal ser intolerante, quanto mais para um povo tão bem visto.

E digo mais: Se os gringos são intolerantes com os brasileiros, por que não nós deixarmos eles de lado? Brasileiro é muito besta, leva patada e não coloca curativo, esperando outra no mesmo lugar. Deveríamos fazer o mesmo, como aconteceu no caso dos brasileiros barrados em Madrí e dos espanhóis barrados em São Paulo - Aquilo sim foi um revide legal, sem violência e bem lógico. Deveríamos fazer algo parecido com quem nos desrespeita, fazer com que a gringaiada sofra na pele o que faz com os outros. Seria legal ver isso no nosso país. Mas, como já disse, somos muito moles e não fazemos nada.

E, vamos terminando 2009 com esse fato lamentável nas festas natalinas. Espero que esse episódio abra o olho dos nossos governantes quanto ao que o povo comum sofre lá fora. Mas acho que vão pouco se lixar, já que quando um político vai em outro país, segurança e cordialidade não falta. Vamos ver se essa cordialidade que vemos com os políticos seja estendida ao cidadão comum - E retribuída no Brasil da mesma forma que recebemos lá fora -, o que é pouco provável.

1 comentários:

Rodrigo Capistrano disse...

Fala, Andrei!

Essa do Suriname não é novidade pra mim. É difícil encontrar saída pra questões como essa de explícita xenofobia numa época como a nossa. Parece ser apenas um desdobramento "micro" de um problema macroestrutural.

Os países ricos(no caso dos europeus) sugam até o tutano dos países economicamente deficitários, e depois não querem arcar com as consequências, se eximindo das responsalidades pelo profuso movimento migratório (no qual, podemos incluir os brasileiros). Ainda tem o agravante da crise econômica que aumenta o número de desempregados autóctones da Europa.

No caso do Suriname, temos somente um produto desse processo. Só que parece ser pior ainda: briga de dois cachorros mortos por um pedaçinho de carne putrefada(tudo pela sobrevivência!).

É difícil. Enquanto não for repensado o macro, as mazelas permanecerão girando num movimento rotatório, num círculo vicioso sem fim e sem moral da história.

Vlw, Andrei.
Fico no aguardo do próximo post.
Abraço.

Rodrigo Capistrano.