31 de julho de 2010

Por isso que nossa educação é tão mal avaliada...

17:02 | , ,

Antes de mais nada, peço desculpas por não ter postado o texto ontem. Desta vez, o motivo foi a CIENTEC, e a SBPC, que me fizeram ficar longe de um computador durante toda a semana. Mas, garanto que na segunda-feira o novo texto será postado regularmente... Aguarde!

Pois bem, leitor. Eu gostaria de comentar algum assunto de repecursão dessa semana, mas terei que adiar isso para a segunda-feira. Hoje, infelizmente, tenho de comentar um fato que não acontece só durante a semana que passou. Acontece há mais de 5 anos!

Isso mesmo. E acho que deve acontecer há mais tempo. Escolas como a Winston Churchill estão jogadas ao relento. Aquela escola está abandonada há muito tempo. Era deplorável o estado das instalações daquele prédio. Nem uma pintura bem feita que fizeram na faxada esconderam o problema.
O problema é mais embaixo - Bem abaixo do que a Tribuna do Norte mostrou. Laboratórios de química, física e biologia fechados, uma biblioteca em péssimo estado, salas com cadeiras e janelas quebradas, um auditório que nunca foi aberto, uma quadra de esportes sem qualquer utilidade, um laboratório de informática com quarenta computadores sem qualquer possibilidade de uso... Enfim, se eu for listar os problemas dessa escola, a página não vai caber.

Mesmo assim, eu tenho orgulho de dizer que estudei naquela escola. Apesar das dificuldades, sentia em alguns professores a vontade de superar tais deficiências e dar aos alunos de diversos locais da região metropolitana o ensino que já colocou aquela instituição escolar entre as melhores e mais respeitadas de Natal.

Porém, cito alguns culpados por essa deficiência. Primeira: A antiga diretora, Maria Imaculada. Mesmo com uma excelente gestão no aspecto disciplinar, onde a "rigidez" criticada por muitos dava resultado, ela não fez o mesmo no que diz respeito a estrutura física. Mesmo com tudo montado e em excelente estado, não se podia abrir nada - Tanto que contavam que aquela escola, quando morresse, seria seu malzoléu. Segundo: A gestão da SEEC (Secretaria de Educação). A gestão da antiga diretora foi prejudicada pela omissão da secretaria em ajudar aquela escola nesses e em outros aspectos, como o pessoal. São poucos - Sobrecarregados - funcionários naquele prédio. Terceiro: Alguns alunos. Mesmo com toda essa dificuldade, tem alguns que se esforçam e tentam dar o melhor de si para aprender. Mas, tem vários que só vão para lá para manchar o nome da escola, fazendo arruaças pelas ruas do centro apenas para se mostrar para as garotas como os tais. Ridículo.

Eu estou torcendo para que a nova gestão da escola dê um jeito nesse estado lamentável. O Churchill não merece estar caindo aos pedaços. O Churchill merece mesmo é ter seus alunos passando em vestibulares importantes, como o da UFRN. Espero que tudo melhore. E logo.

Diretora denuncia abandono da escola Winston Churchill

16:29 | , ,

Créditos: Tribuna do Norte
Foto: Aldair Dantas (Tribuna do Norte)
Com a responsabilidade de gerir um estabelecimento escolar que tem 1.647 alunos de ensino médio nos três turnos e há apenas 11 dias no cargo, a diretora da Escola Estadual Winston Churchill, professora Maria Eliane de Carvalho Han, pede socorro: “Aparente, na entrada da escola, está tudo bonito”.

Problemas nas instalações elétricas e hidráulicas, incluindo banheiros sem torneiras, vasos e descargas sanitárias comprometem, segundo ela, o funcionamento daquela tradicional escola fundada há mais de quatro décadas na Cidade Alta.

Como foi eleita com 91,93% dos votos da comunidade escolar – para fazer uma gestão democrática – ela diz que vai reivindicar o quando puder para a melhoria da escola: “O clientelismo acabou dentro das escolas, a educação não tem candidato e nem partido político”.

A maior preocupação dela com a Escola Winston Churchill, é o fato de não haver dinheiro para pequenos reparos. “Não vou usar dinheiro do meu bolso pra isso”, disse a diretora, para informar que lá existem dez ventiladores novos para substituírem os aparelhos quebrados, mas para isso, a Secretaria Estadual de Educação (SEEC) tem de mandar um eletricista.

“Há cinco anos fizeram uma restauração, mas não fazem a manutenção”, afirmou ela, que lamenta também o estado da quadra de esportes, cujas telas estão esburacadas e o piso carece de uma recuperação e nova pintura, afora o auditório que está sem funcionar porque não chegaram até hoje 400 cadeiras e os seis aparelhos de ar condicionado.

Segundo a diretora, o quadro de docentes do Winston Churchill está quase completo - “faltam apenas um professor de Artes para quatro aulas e um professor de inglês”.

Para ela, o maior problema de recursos humanos é a falta de pessoal de apoio, pois na escola só tem um digitador, que trabalha no período noturno, além de uma auxiliar administrativa no matutino, outra no vespertino e duas à noite. “Seriam necessários três por turno”, disse Maria Eliane Han, que afirma fazer as vezes de merendeira.

Há nove anos na escola,ela disse que “quando um aluno quebra ou picha um equipamento é porque não tem nenhum inspetor para fiscalizar”.

A "Tribuna do Norte" flagrou, na presença da diretora, o aluno Romário dos Santos lavando as mãos no único bebedouro, de três torneiras, existentes na escola. “No banheiro não tem água para lavar as mãos”, justificou ele.

“Aqui tem de trocar um bocado de coisas”, ainda disse o estudante Taleson Silva Soares, reclamando porque o professor de Educação Física só faz conversar com alunos, porque não tem como dar aula na quadra de esportes. “Nem  cobertura existe aqui”, reforça Israel Pereira.

“Aqui, quando faz calor, a gente se abana com uma folha de caderno”, diz a aluna Daniele Gonçalves, porque na sala de aula dela, dos quatro ventiladores, dois estão quebrados.

Segundo o secretário estadual de Educação, Otávio Tavares de Araújo, logo após a  posse da nova diretora da escola estadual Winston Churchill, a SEED fez, a pedido da nova direção, um levantamento junto ao Fundo Estadual da Educação que esmiúça a situação financeira da escola. “Elaboramos um resumo do volume de recursos que a escola recebeu nos últimos três anos, até o primeiro semestre de 2010”, afirmou.

Segundo ele, a nova diretoria da escola ainda não se dirigiu à secretaria para pegar o levantamento. Ele informou que a escola recebeu recursos do Programa Dinheiro Direto na escola, do PAGE – programa de Auto-gerenciamento Escolar e do salário-educação. Informou ainda que o projeto da reforma da escola Winston Churchil está concluído pela engenharia e inclui reforma na quadra esportiva e na cozinha, além de outras dependências.

Tavares conversou com a "Tribuna do Norte" por volta das 19h30 e disse que, por estar fora do gabinete da SEED, não tinha em mãos os dados precisos sobre os valores recebidos pela escola e sobre o orçamento previsto para a reforma, mas que hoje poderia liberar as informações.

26 de julho de 2010

E agora Mano? Vai conseguir aguentar esse peso nas suas costas?

11:29 | , ,

Foto: Agência Estado - Globoesporte.com
Não poderia deixar de falar do que os brasileiros colocam como o segundo cargo mais importante do nosso país: O de técnico da Seleção Brasileira (No popular, acima desse cargo, só o de Presidente). Afinal, qem não gosta de dar pitaco sobre isso?

Pois bem. Eu, na sexta-feira, já preparava, no meu trabalho, um texto sobre o convite à Muricy Ramalho, aceito até então, para publicar hoje. Mas, quando chego em casa e ligo a TV para assistir o noticiário, me deparo com uma surpresa: Muricy não era mais o técnico da Seleção. Fiquei estarrecido, pois um anúncio oficial já havia sido feito - A explicação: O Fluminense não liberou o então técnico líder do Campeonato Brasileiro (Hoje é o Corinthians) devido a um acordo prévio de renovação de contrato.

Mas, um pouco mais a frente, chega a informação de que o técnico do Corinthians seria convidado para assumir o cargo. No dia seguinte, a confirmação do "sim" ao convite de Ricardo Teixeira. Resultado: Mano Menezes é o técnico da Seleção Brasileira.

Sinceramente, preferia o Muricy. Não desmerecendo o trabalho de Mano, mas acredito que, para o padrão de jogo que a base da seleção está hoje, o modo tático de Muricy é melhor do que o de Mano. O técnico gaúcho gosta de jogar com três atacantes, o que hoje é praticamente impossível no futebol mundial. Um possível segundo motivo, este bem claro, é a experiência. Muricy já foi 3 vezes campeão brasileiro, uma vez vice e foi eleito por quatro vezes consecutivas o melhor técnico do futebol brasileiro. Já Mano só trabalhou em dois grandes clubes de expressão nacional: O Grêmio, onde fez um excelente trabalho, e o Corinthians, onde conseguiu o regresso à Série A. Convenhamos, vendo por retrospecto quem seria melhor?

Mas, como não sou o Ricardo Teixeira, desejo boa sorte ao Mano Menezes. E desejo também muita paciência, pois a pressão vai ser imensa em cima do treinador novato. E aí, Mano? Vai aguentar a pressão e trazer a sexta estrela para a camisa canarinha?

Sem se importar em ser segunda opção, Mano diz 'sim' à Seleção

11:08 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Foto: Gustavo Tilio (Globoesporte.com)
Mano Menezes disse "sim". Após a recusa de Muricy Ramalho, que preferiu seguir no Fluminense, o técnico do Corinthians afirmou nesta manhã de sábado, em uma rápida entrevista coletiva, no Parque São Jorge, que aceita o convite para ser o substituto de Dunga e ter como objetivo a preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

- Como vocês já têm conhecimento, ontem por volta das 19h30m ou 20h, recebi convite oficial da CBF para assumir oficialmente o comando técnico da Seleção. Tivemos uma conversa longa, Ricardo Teixeira e eu, e ele me expôs aquilo que a CBF tem como ideia para o projeto de 2014. Fiz questionamentos importantes, que entendi que deveriam ser feitos para uma análise mais longa, e pedi a ele depois da conversa, com a razão que sempre tento colocar nas minhas decisões, que pudesse encaminhar uma posição oficial a partir de agora. E é isso que vim aqui fazer: confirmar. Eu aceito o convite que o presidente me fez. Vamos ter a partir de agora o encaminhamento de algumas outras situações, porque vocês vão entender que, para mim, o fato é novo desde a noite de ontem. Para todo o Brasil, a partir de agora, digo que aceito o convite - anunciou.

Durante a entrevista, os jogadores Ronaldo, Elias, Dentinho, Julio Cesar, Roberto Carlos, Iarley e Alessandro invadiram a sala de imprensa do Parque São Jorge para cumprimentá-lo. Ao lado, o presidente Andrés Sanches, que contratou o treinador no fim de 2007, logo após o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, acompanhava tudo com os olhos marejados.

Orgulho por ser o segundo colocado na lista da CBF: Questionado sobre o fato de ter aceitado o convite logo depois da recusa de Muricy Ramalho, que preferiu permanecer no Fluminense, Mano afirmou que não se sentiu preterido num primeiro momento pela CBF.

- Muito pelo contrário, me orgulho muito. Devemos ter no futebol brasileiro uns 50 excelentes profissionais. Se sou o segundo, estou bem colocado. E sou o segundo (atrás) do Muricy, que admiro muito como pessoa. Durante a semana, a questão foi encaminhada entre Muricy e Mano, Mano e Muricy... Não tenho de analisar por que o primeiro convite não teve sequência. O segundo foi feito para mim, e estou feliz e orgulhoso. Levei em consideração o que é preciso se levar neste trabalho - comentou Mano.

A apresentação oficial está marcada para segunda-feira, às 16h, em um hotel na Zona Sul no Rio de Janeiro. No mesmo dia, Mano Menezes anunciará sua primeira convocação, já que o Brasil tem amistoso marcado para o dia 10 de agosto, contra os Estados Unidos, em Nova Jérsei.

Amistosos serão bastante comuns até a Copa de 2014, já que, por ser o país sede do Mundial, o Brasil não precisa participar das eliminatórias. Até lá, a Seleção disputará duas competições oficiais: a Copa América, em 2011, na Argentina, e a Copa das Confederações, em 2013, no Brasil.

Mano Menezes será o responsável por fazer a reformulação da equipe, que nas duas últimas Copas do Mundo, na Alemanha e na África do Sul, parou nas quartas de final. Segundo o presidente Ricardo Teixeira, essa primeira convocação do ex-corintiano terá uma base formada por jogadores que atuam no Brasil.

- Chego para ser técnico da Seleção com muito orgulho. A maioria dos técnicos do Brasil gostaria de estar no meu lugar e isso dá ideia do quão importante é o cargo. Vim escrevendo uma trajetória e pensava em um dia chegar à Seleção Brasileira. Acho que foi mais rápido do que pensava. Mas tenho por linha não fugir de convites importantes e aceitar novos desafios. Passa-se todo o tempo se preparando para uma situação grandiosa e essa é a mais grandiosa de todas. E isso é motivo de orgulho muito grande.

De Passo do Sobrado à Seleção: a rápida ascensão de Mano Menezes

11:04 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Imagem: IG
Luiz Antônio Venker Menezes, o Mano, nasceu em Passo do Sobrado, no Rio Grande do Sul. Mas foi em Venâncio Aires, a capital do chimarrão, que ele iniciou sua carreira no futebol. Começou como zagueiro do Guarani-RS, mas logo desistiu por se considerar fraco tecnicamente. Resolveu, então, seguir o caminho como treinador. Acertou na escolha. Prova disso é que agora ele é da Seleção Brasileira.

Mano sempre planejou sua vida profissional meticulosamente. Todos os passos foram dados com muita segurança. Da fábrica de fumo em Venâncio Aires, onde era responsável pelo recebimento de material, ele se mudou para o Sesi (Serviço Social da Indústria). Lá, ganhou chance na recreação. Já casado e pai de Camila, sua única filha, essa era a chance de tentar melhorar financeiramente.

Mas Luiz Antônio chamou a atenção do Sesi pelo seu desempenho como atleta. Representando a empresa de fumo, o agora técnico corria os 400 metros nas competições organizadas pelo Sesi. Chegou a ser medalha de ouro no torneio por equipes. Quando criança, aliás, ele já mostrava aptidão para o atletismo. Tanto que praticava salto em distância. Chegou a saltar 4,60m, com 11 anos, e ser primeiro.

Porém, o esporte que encantava mesmo Mano era o futebol. Afinal, o seu pai, Omar, o incentivava muito a praticar. E foi no clube que Omar era presidente, o Rosário de Passo do Sobrado, que o técnico da Seleção Brasileira deu seus primeiros chutes. A princípio só aos fins de semana, como lazer, mas mais tarde, ele foi convidado a sair do Sesi e arriscar a carreira no Guarani de Venâncio.

Aos poucos, porém, Mano Menezes percebeu que não daria certo. Zagueiro sem muita técnica, ele via jogadores melhores do que ele terem pouco sucesso financeiro. Foi quando ele decidiu desistir e começar a estudar para ser treinador. O principal momento dele com a camisa do Guarani foi em 1988, quando ele converteu o último pênalti na decisão de um torneio amador e deu o título ao time.

- Quando o Guarani chegou à Segunda Divisão gaúcha, eu ainda joguei dois anos, mas apenas como um jogador a mais no grupo, não mais como titular absoluto. Foi então que analisei: tinham atletas melhores do que tinham uma remuneração baixa. Resolvi fazer faculdade de educação física – contou Mano certa vez.

A universidade foi a base para que ele se tornasse um grande técnico. Estudioso do esporte mais popular do Brasil, Mano sempre gostou de tática. Experimentou algumas delas no Guarani de Venâncio Aires. Não agradou. Chegou a ser demitido três vezes pelo mesmo dirigente: Paulo Batisti.

- O Mano amadureceu bastante nos últimos anos. Ele batia muito de frente com os dirigentes. Todo mundo falava que ele era teimoso demais. Mas pelo que tenho visto ele evoluiu nesse sentido, está lidando melhor com a hierarquia. Ele é um grande treinador, sabe muito de futebol e merece estar onde está – declarou Batisti, no ano passado, às vésperas da final da Copa do Brasil, contra o Inter.

A determinação e dedicação de Mano o levaram até a Seleção Brasileira, certamente o maior desafio de sua carreira. Maior que as duas vezes em que teve que tirar duas grandes marcas do futebol brasileiro (Corinthians e Grêmio) do fundo do poço e levar de volta à elite.

Agora, na busca do hexa, o Brasil é “mano do Mano”.

23 de julho de 2010

O centro da cidade aterrorizado

16:27 | , , ,

E estamos de volta com as postagens normais, depois do fiasco da turma de tio Dunga na Copa da África - Onde fizemos uma série especial de posts. Mas, queria voltar comentando uma coisa boa, até mesmo pelo Up neste espaço com a nova logomarca... Mas, infelizmente, tenho de falar sobre algo lamentável.
Os comerciantes, frequentadores e estudantes alheios a situação estão com medo de transitar pelo centro. É impressionante o que acontece por lá: Qualquer hora ou dia você passa em frente ao Churchill ou na Praça Cívica que você ouve xingamentos, ameaças de morte, brigas... Estarrecedor. E tudo isso por motivos banais.

O primeiro é a richa entre as escolas. É inconcebível você imaginar que adolescentes, que têm suas passagens de ônibus, fardas e outros materiais bancados pelos pais com alguma dificuldade, irem para colégios públicos respeitados da nossa cidade apenas para se mostrar para as meninas - Que nem gostam muito desse perfil - e querer ser o tal. Isso acaba manchando toda uma escola tradicional e um ponto da cidade muito bonito e agradável de se transitar.

O segundo motivo é o mais banal de todos. Onde já se viu brigar por causa de time de futebol??? Já comentei sobre isso aqui mesmo nteste singelo blog. É coisa de imbecil ficar se estapiando com outra pessoa por um time de futebol, que tem a maioria dos torcedores de boa índole, que não dão a mínima para os envolvidos, repudiando seus atos de "defesa do clube". Ora, vivemos numa democracia. Não podemos ditar qual o time de futebol que o outro deve torcer. Todos temos o livre arbítrio de escolher o que queremos em nossas preferências - Não sendo diferente na educação e no futebol.
Situações como essa me envergonham. Eu estudei em uma das escolas que mais sofrem com isso - A Escola Estadual Winston Churchill. Entre 2005 e 2007 eram poucas as brigas - Tanto é que convivia com pessoas do Atheneu normalmente, sem richa nenhuma, indo periodicamente a escola do bairro de Petrópolis. Mas, hoje... É revoltante ver que há pouco mais de 2 anos não existia essa situação trágica no centro de Natal. O aluno nem pode mais andar com a farda nas ruas, pois pode ser agredido e a roupa rasgada. Vergonhoso!

Agora é cobrar providências da Secretaria de Educação, das direções das escolas e da Polícia - Que vem fazendo um excelente trabalho para coibir tal acontecimento corriqueiro. Mas, a melhor maneira de coibir isso não é na escola, na delegacia, tão pouco em uma praça: É em casa, com a família. Para começar a resolver esse e outros problemas entre nossos adolescentes, é necessário diálogo, o que falta nas casas dos brasileiros. Vamos conversar, povo!

Gangues voltam a se enfrentar

16:07 | , , ,

Créditos: Tribuna do Norte
Foto: Adriano Abreu (Tribuna do Norte)
O Centro da cidade viveu mais uma manhã de tumulto e violência provocados por estudantes envolvidos com torcidas organizadas. A confusão começou por volta das 10h de ontem quando dois grupos – um da Máfia Vermelha e outro da Gangue Alvinegra – começaram a fazer baderna nas imediações da Praça Cívica, em Petrópolis. Sessenta jovens e adolescentes espalhados em pontos entre o Colégio Atheneu e a Escola Estadual Winston Churchill, convergiam para o local, onde haveria um confronto. Os menores se agrediam, lançando pedras e pedaços de madeiras. A operação contou com quatro viaturas da PM.

Com a chegada das viaturas, os adolescentes se dispersaram pelas ruas do Centro provocando confusão e trânsito lento. Policiais a cavalo perseguiram estudantes pelas ruas Princesa Isabel, Ulisses Caldas, até à Avenida Rio Branco. Nas proximidades do Sesc, quatro menores, com idades entre 15 e 17 anos, moradores nas Rocas e na Zona Norte foram detidos pela Polícia Militar. Os baderneiros seguiram em viaturas até à Vara da Infância e Juventude, para serem liberados ou encaminhados à Delegacia do Adolescente (Dea). Um deles disse ser sobrinho de um major da Polícia.

Segundo o coronel Silva Júnior, as brigas só terão fim quando forem adotadas medidas mais rigorosas, como a detenção dos menores e posterior liberação mediante a presença de pais ou responsáveis. Em geral, após a vistoria, os menores são liberados e retornam aos mesmos pontos. “Vou apresentar proposta à Vara da Infância e Adolescentes para que os menores envolvidos sejam recolhidos em ônibus da PM e levados ao quartel, onde ficarão até os pais irem buscar”. O comerciante Marcelino Lúcio, que precisou baixar as portas da distribuidora de livros, disse que os “pegas” ocorrem diariamente. “Hoje em dia os estudantes assumem o papel de bandidos”, lamentou a dona de casa Maria da Soledade Mendes.

Enquanto os menores eram levados, em outro ponto da cidade – em frente ao Palácio dos Esportes - policiais da Ronda Escolar abordavam outros grupos. Dentre eles, cerca de 20 meninas, com idades entre 14 e 17 anos, que segundo informações repassadas ao Ciosp, foram incumbidas pelos rapazes de esconder armas brancas. A polícia feminina fez a vistoria em bolsas e cadernos das estudantes. Foram apreendidos um rojão e um “soco inglês”, que seriam usados no conflito.

O tenente Willame Bruno Silva Barbosa da Ronda Escolar explicou que a PM  antecipou-se à ação das torcidas, evitando prejuízos maiores. No local, ninguém foi detido. Os que trajavam uniforme escolar eram conduzidos à direção da Escola Felipe Guerra. “As medidas administrativas cabem à direção, que irá identificar e convocar os pais”. O PM informou ainda  ser comum integrantes das duas torcidas se vestirem com fardamento e recrutarem estudantes para as gangues.

Na tentativa de justificar a aglomeração, os estudantes argumentavam estarem ali para a abertura dos jogos estudantis, previstos para ocorrerem somente no dia 20 de agosto. Liberados, os adolescentes  permaneciam no local e criticavam a truculência da polícia, que segundo o grupo, não resolve. “Vão continuar as rixas”, disse um deles que não quis se identificar.

Memória recente das confusões: No dia 20/05, quarenta estudantes soltam rojões e atiram pedras uns nos outros na rua Trairi com avenida Deodoro da Fonseca. Ninguém saiu ferido, apenas um carro foi atingido. Os comerciantes chamaram a PM. Com a chegada das viaturas, os adolescentes se dispersaram pelas ruas do Centro provocando ainda mais tumulto. A operação terminou nas imediações da Praça André de Albuquerque, Cidade Alta. Os policiais conseguiram prender quatro adolescentes e um adulto, que foram liberados em seguida.

Em 21/04, dois adolescentes são apreendidos após atirarem pedras em um transporte coletivo na avenida Rio Branco, no Centro. A PM foi acionada e conseguiu controlar a situação. Por causa do vandalismo uma rede de lojas fechou as portas por alguns minutos. Em outro ponto do Centro, na Praça Cívica, alunos de escolas estaduais por pouco não entraram em confronto. Policiais da Rocam foram acionados e conseguiram conter o princípio de confusão.

Já no dia 11/03, um ônibus do sistema coletivo é apedrejado quando passava pelo viaduto do Baldo. A suspeita é de que o motivo tenha sido a rivalidade entre as gangues de torcidas. Várias janelas foram quebradas e os passageiros entraram em pânico. Quatorze adolescentes foram apreendidos nas imediações, mas acabaram liberados. “Levamos todos para a delegacia, mas o motorista do ônibus não apareceu para fazer o reconhecimento. Infelizmente, tivemos que liberá-los”, justificou o Tenente Guedes, da PM.

Jovens são apreendidos por briga de gangue no Centro de Natal

15:59 | , , ,

Créditos: Tribuna do Norte
A Polícia Militar apreendeu na manhã desta quarta-feira (21) quatro adolescentes envolvidos em briga de gangues no Centro de Natal. A confusão começou na Praça Cívica, mas os adolescentes foram detidos pelo coronel da Polícia Militar Silva Júnior na avenida Rio Branco. Os adolescentes têm entre 15 e 17, e não estudam nas imediações.

Os adolescentes foram levados para a Vara da Infância e da Juventude e a Polícia Militar ainda aguarda uma decisão do juiz.

Em função do início do jogos escolares municipais, muitos jovens foram liberados das aulas na manhã de hoje.

Neste momento cerca de 20 meninas estão sendo vistoriadas pela polícia feminina em função da infomação recebida de que elas estariam portando armas brancas que foram repassadas por jovens envolvidos nas brigas desta manhã.

As alunas foram encaminhadas de volta à escola, e as que não são estudantes foram liberadas após a revista.

19 de julho de 2010

Mudanças na página do "Fatos e Opiniões"

10:23 |

Pois bem gente... Como tudo na vida tem que mudar, não poderia ser diferente também neste espaço. O "Fatos e Opiniões" está de logomarca nova!

É isso mesmo: Apesar de ter pouco mais de sete meses de existência (O aniversário de um ano no ar é em dezembro), já precisava de algumas mudanças. A primeira está logo quando você entra aqui. Uma nova logomarca não é nada demais né???

Por isso, dedico este post - E agradeço também pela colaboração na nova logomarca - ao meu amigo, e colega de trabalho, o chargista Ivan Cabral (Do DN Online, do programa Grandes Temas, da TVU, e que mantém o site http://www.ivancabral.com/ no ar). Muito obrigado, meu amigo!

Mas, não é porque estamos mudando de cara que vamos mudar de personalidade. Não! Vamos continuar com o mesmo tom crítico e procurando manter você, leitor, bem informado sobre o que acontece por aí nas segundas e nas sextas.

Então, lhe convido a acessar este espaço na sexta-feira, dia 23, para ler o nosso próximo texto. Aguarde!

17 de julho de 2010

Copa 2010: Um exemplo para 2014...

22:02 | , ,

Peço desculpas pela demora no post de hoje (Leia-se sexta-feira). O motivo, desta vez, foi a falta de energia na minha casa durante a noite da sexta-feira. Mas, não deixei o meu compromisso de lado e estou colocando um novo texto no ar. E faço um convite a você: Acesse este espaço na próxima segunda-feira... Terá uma novidade... Aguarde!
Pois bem. A Copa acabou. É uma pena, pois a pessoa quando começa a se acostumar com jogos pela manhã e a tarde todos os dias... Acabou a copa! Mas, não há muito do que falar mal dessa competição de âmbito global.

Quanto a organização do evento, não há muitas falhas, pois, nesse aspecto, a copa foi praticamente perfeita. Só não foi pelo trânsito, em alguns momentos caótico, que dificultava o acesso dos torcedores aos jogos. No mais, tudo foi muito bem executado: Credenciamento, entrada nos estádios, organização dos jogos, eventos... Tudo contribuiu para a realização de uma excelente copa.

No que realmente interessava, algumas justiças aconteceram e injustiças também foram observadas. Quanto aos franceses, perfeito: Quem mandou entrar na copa com um gol originado de um passe de mão? Bem feito a turma de Paris. Não precisava de tanta desonestidade assim no futebol. Porém, não achei legal a escalação do juiz desse jogo que falei acima (Howard Webb, da Inglaterra) para a final. Acredito que ele poderia ser punido de alguma forma pela FIFA pela arbitragem polêmica desse jogo.

Já o título espanhol foi justísismo. Eles não jogaram o melhor futebol da copa - Credito este título a Alemanha -, mas foram eficientes, o que é fundamental no futebol atual. O meio-campo espanhol jogou muito, sobretudo com o Iniesta armando as jogadas.
Quanto aos outros finalistas, também tenho de dar algum mérito. Os holandeses mostraram uma forma diferente de jogar do que apresentaram ao longo dos anos. Um futebol de rápidos toques, com vários jogadores armando as jogadas. Parabéns a Holanda.

Quanto a escolha da FIFA dos melhores da Copa, não tenho o que reclamar. Foi justa a seleção dos melhores jogadores da Copa. O Forlan jogou muito, merecendo o título para um Uruguai que renasceu das cinzas. Porém, acredito que o David Villa poderia tar ganho a chuteira de ouro (Para o artilheiro) pois, mesmo empatado com outros três com 5 gols cada, ele mostrou o melhor futebol dentre todos os artilheiros.

E agora é esperar mais quatro anos para Natal e o Brasil receberem todo esse "circo". A Copa 2014 vêm por aí e muita coisa deve ser feita para que possamos fazer a melhor Copa de todos os tempos. Vamos lá Brasil!

Copa 2010: Espanha: campeã do mundo com melhor defesa e pior ataque

21:10 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Foto: EFE / Globoesporte.com
Além do inédito título mundial e ser a primeira a levantar o troféu após perder na estreia, a Espanha se despede da Copa com mais duas marcas: uma positiva e outra negativa. Com apenas dois gols sofridos, a Fúria se iguala a franceses e italianos como campeã com a defesa menos vazada. Entretanto, os espanhóis, conhecidos pelo futebol ofensivo, marcaram apenas oito gols, tornando-se o campeão com menor número de gols.

Em sete jogos na Copa de 2010, o goleiro e capitão Casillas só foi buscar a bola no fundo das redes em apenas duas oportunidades. Na estréia contra a Suíça, derrota por 1 a 0, e contra o Chile, na vitória por 2 a 1. Na fase de mata-mata, a Fúria não sofreu um gol sequer. A marca é dividida com franceses e italianos, que também chegaram ao título sofrendo apenas dois gols, em 1998 e 2006, respectivamente.

Se a Fúria sofreu poucos gols no Mundial da África do Sul, ela também foi econômica nos gols marcados. Apontada como a seleção que apresenta o futebol mais bonito e ofensivo, os europeus marcaram apenas oito gols na Copa, sendo cinco do artilheiro David Villa. Puyol e Iniesta marcaram os outros gols. Com isso, a equipe de Del Bosque entra para a história como o país campeão com pior ataque.

Antes da Espanha, três seleções lideravam esta estatística. A Itália, em 1938, a Inglaterra, em 1966, e a seleção brasileira, em 1994, foram campeãs marcando onze gols cada. Vale lembrar que italianos e ingleses fizeram menos jogos do que o Brasil. A Squadra Azzurra fez apenas quatro partidas em 38, enquanto o English Team realizou seis, em 1966. Com 24 seleções na Copa de 1994, o Brasil entrou em campo sete vezes até conquistar o tetracampeonato.

Copa 2010: Fifa escala Maicon no 'Time dos Sonhos' da Copa da África do Sul

21:03 | , ,

Créditos: Globoesporte.com

A Fifa anunciou nesta quinta-feira o “Time dos Sonhos” da Copa da África do Sul. A escolha foi feita pelos usuários do site da entidade. A campeã do mundo Espanha emplacou seis jogadores e o técnico, Vicente Del Bosque. A surpresa foi a presença do lateral-direito Maicon, o único brasileiro na relação.

No gol, o Luva de Ouro e capitão campeão Casillas. Como na votação a distinção é apenas por defensores, apenas um zagueiro ficou entre os quarto votados: Puyol. No resto da defesa, três laterais-direitos: o alemão Philipp Lahm, único remanescente da seleção da Fifa de 2006, o espanhol Sérgio Ramos e Maicon. O jogador do Inter de Milão recebeu 31,45% dos votos e foi elogiado pelo “gol com chute de um ângulo impossível” contra a Coréia do Norte (assista ao gol). Suas “rápidas subidas” que “deram muita dor de cabeça aos adversários”, além do trabalho de marcação, foram destacados.

No meio campo, o holandês Wesley Sneijder aparece com a segunda maior votação: 60,6% da preferência. Bastian Schweinsteiger, da Alemanha, Andrés Iniesta (“o homem certo na hora certa”) e Xavi, o jogador que mais correu na Copa, completam o setor. No ataque, David Villa alcançou a maior porcentagem de votos, 61,33%, e foi elogiado por ter brilhado sob pressão. Por fim, o uruguaio Diego Forlán, herói da celeste e escolhido como melhor jogador da competição.

A escalação: Casillas; Lahm, Maicon, Puyol e Sérgio Ramos; Xavi, Schweinsteiger, Iniesta e Sneijder; Villa e Forlán. Técnico: Vicente Del Bosque.

Compare a seleção da Fifa com as seleções dos jornais europeus:

A seleção da Copa da ‘Gazzetta’: Casillas; Fucile, Puyol, Friedrich e Lahm; Schweinsteiger, Iniesta, Sneijder e Müller; Forlán e Villa. Técnico: Vicente del Bosque.

Confira a seleção do 'L'Équipe': Casillas; Sergio Ramos, Puyol, Friedrich e Van Bronckhorst; Schweinsteiger, Iniesta, Müller e Sneijder; Forlán e Villa.

Copa 2010: 'Zebra', Forlán desbanca favoritos e é eleito o craque da Copa do Mundo

20:56 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
O melhor jogador da Copa do Mundo não entrou em campo na final deste domingo. Quarto colocado com o Uruguai, o atacante Diego Forlán desbancou os favoritos de Espanha e Holanda e faturou a Bola de Ouro dada pela Fifa para o craque do torneio na África do Sul.

O camisa 10 uruguaio teve 23,4% dos votos dos jornalistas credenciados pela Fifa, superando Wesley Sneijder (21,8%) e David Villa (16,9%). Campeã mundial pela primeira vez, a Espanha ganhou o prêmio de "Fair Play", com 889 pontos no julgamento de "jogo limpo" da competição.

Capitão da Fúria e responsável por levantar a taça, Iker Casillas foi eleito o melhor goleiro da Copa. O alemão Thomas Müller ganhou dois prêmios: revelação e Chuteira de Ouro. O camisa 13 da Alemanha empatou com Forlán, Villa e Sneijder com cinco gols na artilharia, mas deu mais assistências (três), que é o primeiro critério de desempate da Fifa.

Para evitar polêmicas, a Fifa prorrogou neste ano a votação até o apito final da decisão do Mundial. Em 2002, por exemplo, Oliver Kahn ganhou o prêmio com os votos antes de falhar contra o Brasil. Dez jogadores concorriam à Bola de Ouro na África do Sul: Sneijder (Holanda), Robben (Holanda), Schweinsteiger (Alemanha), Forlán (Uruguai), Özil (Alemanha), Gyan (Gana), Messi (Argentina), Xavi (Espanha), Iniesta (Espanha) e Villa (Espanha).

Copa 2010: Thomas Müller é eleito a revelação e ainda fatura Chuteira de Ouro

20:44 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
A Alemanha ficou sem o título, mas Thomas Müller tem o que comemorar: o meia foi eleito a revelação da Copa do Mundo pela Fifa e ainda terminou com a Chuteira de Ouro, por ter sido o artilheiro que deu mais assistências. ( Assista ao lado aos cinco gols de Müller na Copa).

Müller marcou cinco gols, assim como David Villa, Diego Forlán e Wesley Sneijder. O primeiro critério de desempate é o número de passes para outros companheiros marcarem. E Müller supera os rivais com três.

Aos 20 anos, o meia ganhou ainda o prêmio de revelação. Em seu site, a Fifa comparou o jogador com Gerd Müller, um dos maiores atacantes da história da Alemanha.

- Em tempo recorde, Thomas Müller chegou ao topo do futebol internacional. Há apenas dois anos, o jovem meia-atacante estava no time B do Bayern de Munique. Atuou pela primeira vez com a camisa da seleção alemã em março deste ano. Com um futebol dinâmico e faro de gols, se tornou o preferido do grande público amante do futebol – disse a Fifa.

12 de julho de 2010

Copa 2010: O título ficou em boas mãos

11:17 | , ,

Acabou... Acabou... A Espanha é campeã mundial de futebol! Terminou a 19ª edição da Copa do Mundo de Futebol. Foram 64 jogos, 32 países, muitas jogadas bonitas, excelentes jogadores e a consagração de um time que vem ganhando tudo: A Espanha. Porém, o jogo final de uma copa de tal magnitude não poderia ser tão pegado.

Nunca vi uma final de copa tão violenta. Os holandeses estavam mesmo afim de bater nos caras. Nossa, fiquei impressionado com a quantidade de porradas que os marcadores (E até os melhores jogadores) davam nos espanhóis. A que deu mais pena foi a da voadora que Xabi Alonso sofreu no primeiro tempo, com a marca das chuteiras do volante De Jong no seu peito até agora - O nosso amigo Howard Webb, aquele que validou o gol  irregular que levou a França ao mundial, só deu cartão amarelo. Absurdo!

Sinceramente, queria mais emoção no jogo. O primeiro tempo só teve 3 chutes a gol. Tá certo que os comandados por Vicente del Bosque preferiam a posse de bola para o arremate certo, mas duas seleções de altíssimo nível, as melhores da Europa atualmente, se seguraram demais.

Já no segundo tempo, a coisa mudou um pouco. Vendo que 45 minutos já tinham se esgotado, os holandeses tentaram ir pra cima. Aí o jogo ficou bom pois, com mais espaço, as chances de gol apareceriam. Foi o caso de Robben, que perdeu uma chance incrível. Foi assim com Sérgio Ramos, que perdeu a melhor chance do jogo, com uma cabeçada fortíssima, sozinho dentro da área - Infelizmente, ela caprichosamente passou por cima do gol da Holanda.

E então veio a prorrogação. Em mais 30 minutos, iríamos saber quem tiraria o zero do placar. Foi um tempo extra corrido, com boas chances de gol, com muita movimentação - Mesmo com os jogadores extenuados - e muita emoção.
E então, veio o momento de êxtase: Pra quem esperava Fabregas, Villa, Sneijder, Robben... Quem veio e decidiu? Andres Iniesta! O número 6 da Espanha tomou a responsabilidade pra si, chutou cruzado aos 11 do segundo tempo da prorrogação e deixou Madri - E o Brasil também, porque não - em festa. Coitada da família real holandesa - Sim! A Holanda também é uma monarquia - que assistiu atônita a comemoração da Rainha Sofia.

Parabéns a Espanha. O título foi merecido. Jogaram com objetividade, com clareza e com o foco no seu primeiro caneco. Parabenizo também os holandeses - Jogaram muito bem, chegaram invictos a final, com um futebol envolvente que deixou o mundo maravilhado. Mas, quem diria que o polvo Paul iria acertar mais essa hein! Valeu Espanha, a Copa do Mundo é de vocês!

Copa 2010: Título inédito e sofrido: Espanha vence Holanda na prorrogação

10:58 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Um título que nunca havia sido conquistado jamais viria facilmente. Ainda mais para uma seleção que sempre teve a fama de fracassar na hora H. Amarelona? Não. Sua cor é vermelha. E o título finalmente veio. Para a torcida da Espanha, pareceu que nunca viria. Noventa minutos que viraram 120. Ou melhor, 115, quando Iniesta estufou a rede e tirou da garganta um grito entalado há uma eternidade. Uma conquista com direito a 0 a 0 no tempo normal, 1 a 0 sobre a Holanda na prorrogação, desabafos, choro... A primeira Copa do Mundo na África viu nascer o oitavo campeão da história. A partir deste domingo, a Espanha pode colocar uma estrela no peito e exibir para o planeta que amarela é a cor da taça na mão dos seus jogadores.

A história dessa nova campeã mundial não começou no Soccer City. No início tinha outro técnico, Luis Aragonés, e quase os mesmos jogadores. O time vencedor da Eurocopa de 2008 transformou a Espanha na seleção a ser batida. O treinador mudou, entrou Vicente del Bosque, e voltou a decepção: fracasso na Copa das Confederações, derrota na estreia do Mundial contra a Suíça. Mas o time que melhor toca a bola no planeta deu a volta por cima. E termina 2010 no topo.

Para a Holanda, que já chegara à final em 1974 e 1978, fica a decepção de acumular seu  terceiro vice-campeonato em Copas do Mundo. E, desta vez, após vencer todos os jogos das eliminatórias e da trajetória na África do Sul.

As duas equipes começaram o jogo com as formações que venceram na semifinal. Assim, Fernando Torres continuou no banco da Espanha, e Pedro foi titular no ataque. E o artilheiro David Villa ficou preso entre os zagueiros, com pouca mobilidade. A Laranja contou com sua força máxima, do 1 a 11, com as estrelas Sneijder e Robben presentes.

A Fúria conseguiu ter mais posse de bola, do jeito que gosta, durante os primeiros 90 minutos: 57%. Mas não conseguiu marcar nos 12 chutes que teve, enquanto a Laranja tentou nove. Pela primeira vez desde 1994, quando o Brasil bateu a Itália nos pênaltis, a final terminou com 0 a 0 e foi para a prorrogação. Com o Soccer City lotado pela segunda vez no Mundial (84.490 torcedores, mesmo público da partida de abertura), Espanha e Holanda fizeram a final com o maior número de cartões amarelos da história: 13. Ainda teve um vermelho para Heitinga, na prorrogação.
Cinco cartões amarelos e poucas chances: Quem esperava o futebol arte se decepcionou nos primeiros 45 minutos. Sabe aquela Espanha que toca bem a bola e a Holanda fatal nos contra-ataques? Não entraram em campo. As duas seleções deram vez a uma faceta mais violenta, que ainda não haviam mostrado na Copa: foram cinco cartões amarelos, sendo que pelo menos um merecia a expulsão - De Jong deu uma voadora no peito de Xabi Alonso.

A Fúria chegou à partida com 81% de aproveitamento em passes certos. Mas no primeiro tempo teve 75%, errando toques bobos. A Laranja foi bem pior: 55% de acerto. A primeira boa jogada foi espanhola. Sempre perigoso nas cobranças de falta, Xavi cobrou uma na cabeça de Sergio Ramos, que, da marca do pênalti, obrigou Stekelenburg a fazer grande defesa, aos quatro minutos. Aos sete, a Holanda deu o primeiro chute a gol com Kuyt, de fora da área, nas mãos de Casillas.

Pela direita, a Fúria conseguia bons ataques e quase marcou um golaço aos dez: Iniesta achou Sergio Ramos, que entrou na área, pedalou para cima de Kuyt e bateu cruzado, mas Heitinga tirou perto da linha. Um minuto depois, em novo cruzamento da direita, David Villa pegou de primeira de canhota e acertou a rede por fora, fazendo alguns torcedores até comemorarem.

Aos 34 minutos, um lance inusitado quase resultou em gol para a Holanda. Após o jogo parar para atendimento médico, Heitinga resolveu devolver a bola para Espanha e chutou, do seu campo, em direção a Casillas. A bola quicou na frente do goleiro, que teve que se esticar para tocar nela e colocar para escanteio.

O time de Bert van Marwijk passou a gostar mais do jogo e a procurar o ataque na segunda metade do primeiro tempo. De pé em pé, a bola chegou a Mathijsen na área, aos 36, mas o zagueiro furou feio e desperdiçou boa oportunidade. Aos 45, mais uma boa troca de passes e Robben, do bico direito da área, arriscou e acertou o cantinho esquerdo de Casillas, que conseguiu salvar.
Oportunidades claras não tiram o zero do placar: As equipes voltaram para o segundo tempo sem substituições. Com dois minutos, a Espanha tentou sua famosa jogada de escanteio, que faz sucesso no Barcelona e valeu até a vitória na semifinal sobre a Alemanha: Xavi cruzou, Puyol subiu e encostou de leve na bola, mas Capdevila furou na pequena área.

A Laranja apostou nos contra-ataques e chegou duas vezes perto de Casillas. Mas Xavi chegou ainda mais perto do gol: em cobrança de falta aos nove, a bola passou rente ao travessão. Aos 15, Vicente del Bosque fez a primeira substituição da partida, mexendo no ataque: tirou Pedro e pôs Navas. Mas quem entrou de verdade no jogo foi Sneijder. Até então sumido, o camisa 10 criou a melhor chance até então: aos 18, o craque acertou um lançamento perfeito para Robben entre dois zagueiros espanhóis. O atacante do Bayern de Munique invadiu a área, cara a cara com Casillas, e chutou, mas a bola bateu no pé do goleiro e foi para escanteio.

Aos 24, foi a vez de a Espanha desperdiçar a sua melhor oportunidade na final: Navas cruzou da direita rasteiro, Heitinga cortou mal, e a bola ficou com Villa, na pequena área, mas o chute bateu na zaga e foi para escanteio, por cima. Aos poucos, a Espanha voltou a controlar o jogo. E a velha estratégia de apelar para o cruzamento de Xavi voltou a ser utilizada: aos 31, ele bateu cruzamento na cabeça de Sergio Ramos, que, livre e de cara para Stekelenburg, concluiu para fora. Um lance parecido ao gol de Puyol contra a Alemanha na semifinal.

Robben igualou o placar de oportunidades claras perdidas ao ficar novamente sozinho diante de Casillas, aos 38 minutos, depois de ganhar de Puyol na corrida. O goleiro saiu bem e evitou o drible, e o holandês reclamou de forma acintosa de falta do zagueiro, recebendo o nono cartão amarelo do jogo. Com os ataques em um mau dia, os 90 minutos terminaram com 0 a 0.
Iniesta marca e vira o herói: A prorrogação começou com o mesmo panorama da segunda etapa, com gols sendo desperdiçados. Fabregas, que substituíra Xabi Alonso, recebeu ótimo passe de Iniesta e chutou para defesa salvadora de Stekelenburg com o pé. No lance seguinte, foi a vez da Holanda: Casillas saiu mal do gol em cobrança de escanteio, e Mathijsen não aproveitou, cabeceando para fora.

A Espanha chegava com mais frequência e mais perigo. Iniesta tentou um drible em vez de um chute e perdeu boa chance. Jesus Navas preferiu o caminho oposto e concluiu mesmo com Van Bronckhorst  à sua frente. A bola bateu nele e na rede pelo lado de fora, arrancando um sorriso do goleiro Stekelenburg.

Os treinadores fizeram suas últimas substituições na tentativas de tirar o zero do placar. Bert van Marwijk pôs Van der Vaart e Braafheid nos lugares de De Jong e Van Bronckhorst, e Vicente del Bosque trocou o artilheiro Villa por Torres. O holandês ganhou um motivo para se preocupar quando o zagueiro Heitinga recebeu o cartão vermelho após falta em Iniesta.

O gol, que teimava em não sair, veio aos dez minutos do segundo tempo da prorrogação. Começou com jogada valente de Jesus Navas, que correu em direção ao ataque, teve sequência com troca de passes, até Fabregas dar a assistência para Iniesta chutar cruzado. Na comemoração, exibiu camisa em homenagem a Dani Jarque, capitão do Espanyol que morreu no ano passado, aos 26 anos. Casillas já chorava em campo mesmo antes do apito final, consciente de que fazia parte da história do futebol espanhol.
Ficha técnica - HOLANDA 0 X 1 ESPANHA

HOL: Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst (Braafheid); Van Bommel, De Jong (Van der Vaart) e Sneijder; Kuyt (Elia), Van Persie e Robben. Técnico: Bert van Marwijk.
ESP: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso (Fabregas), Busquets, Xavi e Iniesta; Villa (Torres) e Pedro (Jesus Navas). Técnico: Vicente del Bosque.
Gol: Iniesta, aos dez minutos do segundo tempo da prorrogação.
Cartões amarelos: Van Persie, Van Bommel, De Jong, Van Bronckhorst, Heitinga, Robben, Van der Wiel, Mathijsen (Holanda); Puyol, Sergio Ramos, Capdevila, Iniesta, Xavi (Espanha). Cartão vermelho: Heitinga (Holanda)
Estádio: Soccer City, em Joanesburgo (AFS). Data: 11/07/2010. Árbitro: Howard Webb (ING). Assistentes: Darren Cann (ING) e Michael Mullarkey (ING). Público: 84.490.

9 de julho de 2010

Copa 2010: Quem será o novo "inédito" do futebol mundial?

13:39 | , ,

Pois é, caro leitor. Estamos chegando a mais uma final de Copa do Mundo. Competição essa que atiça seis bilhões de pessoas mundo afora em busca de saber qual é a melhor seleção de jogadores de futebol do mundo. Desta vez, vemos uma copa diferente em tudo; No lugar, nos costumes, na forma de se jogar e, até mesmo, na sua decisão. Como assim?

É isso mesmo: Teremos um campeão inédito. E essa façanha ainda vem acompanhada de outra marca: Pela primeira vez, a Europa terá uma representante campeã fora de seu continente (O único a ter tal feito é o Brasil, em 2002 e 1958). Holanda e Espanha, os times que apresentam o melhor futebol da atualidade, vão se enfrentar diante de um estádio com 95 mil pessoas em busca de um troféu inédito em suas galerias. A Taça Fifa.

E foi merecida a composição dessa final. Analisando a semifinal - Que é o propósito do texto de hoje -, vimos um equilíbrio gigantesco entre as duas seleções.

Vimos uma Holanda centrada, disposta a atacar, jogando bonito e consciente do que está fazendo. Os uruguaios foram valentes, claro, e fizeram um excelente trabalho - Dando muita emoção ao jogo - levando sua seleção tão longe depois de 40 anos. Porém, os holandeses jogaram melhor e jogaram bonito. É verdade que foram beneficiados pela arbitragem, mas isso agora não conta mais.

Já a tão falada Espanha vem jogando com um impressionante toque de bola preciso. Não é como o que o tio Dunga fazia com nossos jogadores - Com toques pro lado a toda hora, esperando apenas um erro do adversário. No jogo da quarta-feira, a Alemanha entrou na roda. Só toques pra frente, com todo mundo participando da jogada, é assim que deve funcionar o futebol. Os alemães até que tentaram, mas não adiantou ter uma boa campanha e um futuro artilheiro em mundiais. Quando tiveram que correr atrás do resultado, não souberam fazê-lo.

E agora é esperar o próximo domingo, às 15:30, pelo jogo final da 19ª Copa do Mundo de Futebol. O Soccer City vai tremer e, ao final, veremos um choro incondicional e uma inédita festa de quem merece o título mundial. Quem será que vai ganhar: Holanda ou Espanha? Só após o apito final do inglês Howard Webb saberemos.

Copa 2010: Espanha desbanca Alemanha e vai à final da Copa

13:16 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
Que soem sem parar as castanholas, que touro e toureiro façam as pazes, que o madrileno, o catalão e o basco compartilhem o mesmo abraço, porque a Espanha, pela primeira vez, está em uma final de Copa do Mundo. A Fúria mostrou sua raiva, “La Roja” apresentou o vermelho de seu sangue, a seleção de Vicente del Bosque jogou demais para vencer a Alemanha por 1 a 0 nesta quarta-feira, em Durban, e garantir presença na grande decisão pela primeira vez. O planeta espera um campeão inédito: Espanha e Holanda, domingo (às 15h30m de Brasília), no Soccer City, decidirão quem passa à turma dos vencedores.

Xavi foi escolhido o craque do jogo, mas foi de Puyol, gigante na defesa, o gol da classificação. Foi no segundo tempo, de cabeça, em um lance emblemático para um dos símbolos de uma geração que tenta matar a fome de títulos dos espanhóis. A Alemanha, bem menos brilhante do que contra Inglaterra e Argentina, agora lutará pelo terceiro lugar. O jogo é sábado, em Porto Elizabeth, contra o Uruguai.
Espanha espanhola, Alemanha alemã: Por alguma dessas mágicas que só o futebol tem, o primeiro tempo do jogo em Durban acabou com a brincadeira de troca de papéis que Alemanha e Espanha faziam na Copa do Mundo. Foi uma Espanha espanhola, com qualidade, bola na pé, superioridade técnica, diante de uma Alemanha alemã, compacta, matemática na distribuição de seus jogadores, mas sem aquele brilho que apresentou para cegar adversários como Inglaterra e Argentina. Pertenceu à Fúria a etapa inicial no Moses Mabhida.

Faltou o gol à Espanha. E faltou aquele encaixe final que vem rendendo goleadas à Alemanha. “La Roja” usou seu jeitão de coletividade fominha para ser melhor nos primeiros 45 minutos. Jogou como o moleque que é dono da bola nas peladas de rua: é dele e ninguém tasca - teve 57% da posse, com seis chutes a gol, contra apenas um da Alemanha. Desta vez, a Fúria teve o acréscimo de Pedro, prodígio do Barcelona, bem mais participativo do que vinha sendo Fernando Torres. É uma engrenagem de meter medo: Pedro, Xavi, Xabi Alonso, Sergio Ramos, Iniesta (parece que há uns 17 Iniestas em cada centímetro do campo), todos em busca de David Villa, a peça final.

Peça final, susto inicial. Eram cinco minutos de jogo quando Pedro encontrou Villa em condições de marcar. O artilheiro do Mundial recebeu e preparou o bote. Quando percebeu, viu Neuer se agigantando na frente dele. O chute do craque espanhol foi abafado pelo goleirão da Alemanha. A seleção de melhor futebol até as semifinais da Copa recebia o primeiro aviso de que a Espanha pretendia encerrar o período de hibernação futebolística.

Seguiu dando Fúria. Aos 13 minutos, Iniesta (ou um dos 17 que ocupam cada centímetro do campo) cruzou da direita. Puyol subiu bonito, subiu alto, subiu como sobem os zagueiros que marcarão o gol. O cabeceio dele foi um tiro. Mas a bala foi perdida. A bola passou por cima do gol de Neuer, gerando um “uh” coletivo – no Moses Mabhida, na Alemanha, na Espanha, sabe-se lá em quantos lugares do mundo.

A Alemanha, aos poucos, foi controlando o ânimo espanhol. “La Roja” viu suas ameaças ficarem mais raras. O problema para os tricampeões foi a incapacidade de encontrar a mesma criatividade de outros jogos – talvez a ausência de Müller, suspenso, seja a maior culpada. Houve pelo menos três lances em que os germânicos partiram para o contra-ataque com o veneno habitual. Mas se enrolaram nas próprias pernas. A Alemanha ficou resumida a cruzamentos para área, um chute de Trochowski defendido por Casillas e um pênalti reclamado por Özil, que deixou a perna para ser tocado por Sergio Ramos na entrada da área.
Foto: Reuters / Globoesporte.com
As rugas de Puyol na bola: Espanha na final!: O jogo recomeçou do jeito que parou, mas em versão acelerada. A Espanha pisou no segundo tempo ainda mais superior do que no primeiro. Foi uma coleção de chances de gol. Na primeira, Pedro passou por meio time da Alemanha e rolou para Xabi Alonso, que bateu mal. Na segunda, o jogador do Real Madrid teve nova chance, desta vez ao receber passe de Xavi, e voltou a errar. Na terceira, Villa bateu colocado, no cantinho esquerdo de Neuer, com muito perigo. Na quarta, a bola não entrou porque é teimosa mesmo.

Foi aos 12 minutos. A Espanha se aproximou da área alemã em bloco, trocando passes com precisão milimétrica, como se fosse a ação mais natural do mundo. A bola chegou até Pedro, que mandou a patada. Neuer espalmou, mas a jogada teve sequência logo depois, com Iniesta. O meia do Barcelona avançou pela esquerda, chegou à linha de fundo, já dentro da área, e mandou uma pancada como cruzamento. David Villa tem 1,75m. Se tivesse 1,76m, teria feito o gol. Esticar cada osso do corpo em um carrinho não foi suficiente para o goleador deixar sua marca.

A Alemanha até tentou mostrar que não estava dormindo. Klose recebeu cruzamento e encaixou o corpo para emendar voleio. O chute foi por cima. Mas a Espanha logo reagiu. Sergio Ramos entrou de surpresa na área alemã e quase completou cruzamento de Alonso.

A Alemanha, tão pressionada, resolveu dar um grito de que encrencaria o jogo. Kroos apareceu pela direita e mandou uma pancada em diagonal. Casillas salvou. Parecia que os tricampeões acordariam. E foi aí que mergulharam no sono da eliminação. Aos 27 minutos, Xavi cobrou escanteio e Puyol subiu. Lembra dele? Lembra do zagueiro que, no primeiro tempo, subiu bonito, subiu alto, subiu como sobem os zagueiros que marcarão o gol? Neuer, o goleiro da Alemanha, vai lembrar por todo o sempre. As rugas da testa do jogador de 32 anos estão eternizadas na bola. Golaço.

A Espanha ainda poderia ter chegado ao segundo gol, mas Pedro preferiu enfeitar o lance em vez de fazer o passe a Torres, que acabara de substituir o artilheiro Villa. Mas não fez falta, e o resto é alegria e tristeza. Alegria de uma seleção que alcança um feito inédito. Tristeza de uma seleção que jogou bonito, que encantou o mundo, mas que, desta vez, não estará na final. Espanha ou Holanda, Holanda ou Espanha. O grupo dos campeões mundiais terá um novo integrante no domingo.
Ficha Técnica: Alemanha 0 X 1 Espanha
ALE: Neuer, Lahm, Friedrich, Mertesacker e Boateng (Jansen); Schweinsteiger, Khedira (Mario Gomez) e Özil; Trochowski (Kroos), Klose e Podolski. Técnico: Joachim Löw.
ESP: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso (Marchena), Busquets, Xavi e Iniesta; Villa (Torres) e Pedro (David Silva). Técnico: Vicente del Bosque.
Gol: Puyol, aos 27 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: nenhum.
Estádio: Moses Mavhida, Durban (AFS). Data: 07/07/2010. Árbitro: Viktor Kassai (HUN). Assistentes: Gabor Eros (HUN) e Tibor Vamos (HUN). Público: 60.960.

Copa 2010: Holanda despacha o Uruguai e, 32 anos depois, volta à final da Copa

13:02 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
A Holanda está de volta a uma final de Copa do Mundo após 32 anos. A geração de Robben, Van Persie e Sneijder se iguala ao time de Krol, Neeskens e Rep e coloca a Laranja na decisão do Mundial da África do Sul. A vaga veio com uma vitória sobre o Uruguai, por 3 a 2, nesta terça-feira, no estádio Green Point, na Cidade do Cabo. A última vez da Holanda numa decisão de Mundial foi na Argentina, em 1978. Naquele ano, sem Cruyff, a equipe foi vice-campeã pela segunda vez consecutiva. Agora, tenta o título inédito para provar que o futebol bonito também pode ser eficiente.

A outra vaga na final será disputada por Espanha e Alemanha nesta quarta-feira, às 15h30m, em Durban. O vencedor briga com a Holanda pela taça no domingo, no mesmo horário, no Soccer City, em Joanesburgo. O perdedor decide o terceiro lugar com o Uruguai no sábado, em Porto Elizabeth.

A Laranja abriu o placar nesta terça com uma bomba de Van Bronckhorst de fora da área, e o Uruguai empatou na mesma moeda com Forlán, ainda no primeiro tempo. No segundo, Sneijder e Robben marcaram, e Maxi Pereira diminuiu já nos acréscimos. No site da Fifa, os internautas escolheram Sneijder como o melhor do jogo. O gol dele, no entanto, foi cercado de polêmica: os uruguaios reclamam de impedimento de Van Persie, que não chegou a tocar na bola, mas participou do lance em posição ilegal.
O jogo: A Holanda é um time mais técnico que o Uruguai. Provou isso durante todo o primeiro tempo: tocando a bola de pé em pé, buscando um espaço, uma brecha que fosse, para tentar penetrar no paredão celeste. A equipe sul-americana, aguerrida, conseguia brecar as investidas dos homens de laranja e tentava encaixar um contra-ataque. Faltava, porém, acerto no passe. Forlán e Cavani só viam a bola passando por cima. Em vão, tentavam lutar contra os grandalhões holandeses.

Com isso, o jogo ficou restrito à intermediária. A bola ficava por ali, mais sob o domínio da Holanda que do Uruguai. A tentativa de Kuyt, logo aos três minutos, que recebeu cruzamento de Sneijder e mandou por cima do gol, parecia que seria a única a se aproximar do gol uruguaio. Foi então que os jogadores perceberam que a solução era arriscar o chute de fora da área. A Jabulani não é traiçoeira? Então, bombas para o gol.

O primeiro a acertar o tiro foi Van Bronckhorst, aos 18 minutos. A Holanda veio com seu toque paciente. A bola saiu de Robben, na direita, e chegou a Kuyt, que percebeu o lateral-esquerdo vindo. A bola foi rolada e o capitão holandês, que estava a 36 metros do gol, mandou uma bomba certeira. A bola, que viajou a 109km/h, não pegou efeito: saiu quase em linha reta na direção do ângulo esquerdo de Muslera, que até chegou a encostar nela, mas não o suficiente para desviá-la. Um golaço.

O gol, porém, não mudou o panorama do jogo. A Holanda seguia tentando controlar o jogo trocando passes e o Uruguai buscava acertar pelo menos três trocas de bola para se aproximar da área. Estava difícil. Aos 27 minutos, um susto. Após cobrança de escanteio de Forlán, Cáceres tentou mandar a bola de bicicleta para o gol, mas acabou acertou o chute no rosto do volante De Zeeuw. O jogador holandês chegou a ficar desacordado. O lance causou um início de confusão, com Sneijder tentando tomar as dores do companheiro. O carrasco brasileiro (marcou os dois gols holandeses que despacharam o Brasil nas quartas de final) acabou levando o amarelo.

Como estava difícil chegar tocando, o Uruguai resolveu tentar a mesma solução encontrada pelo adversário: os chutes de fora. O primeiro só veio aos 36, com Álvaro Pereira, que não chegou a assustar o goleiro Stekelenburg. Mas o segundo, aos 41, foi inapelável. Forlán recebeu pela direita, cortou para o pé esquerdo e chutou. A bola fez uma curva da esquerda para a direita e atrapalhou o goleiro, que até deu um tapa na bola, mas sem conseguir mandá-la para fora. Estava empatada a partida.
Laranja decide no segundo tempo: A Holanda voltou para o segundo tempo com uma formação diferente. O técnico Bert Van Marwijk tirou o volante De Zeeuw, que levou um chute no rosto no primeiro tempo, e colocou em campo mais um meia: Van Der Vaart. Restou apenas Van Bommel na proteção à zaga, mas isso não fez muita diferença, já que o Uruguai seguia recuado.

Com mais um armador em campo, Sneijder ficou ainda mais solto e começou a aparecer. O toque de bola holandês tornou-se envolvente e encurralou os uruguaios. Os gols não tardaram a sair, já que a pressão era intensa. Aos 25, Sneijder dominou pela esquerda, cortou para o meio e chutou de direita. A bola desviou em Maxi Pereira e entrou. Os uruguaios reclamaram de impedimento de Van Persie, que não chegou a encostar na bola, mas o árbitro validou o gol.

O golpe foi duro e deixou a Celeste grogue. Aos 28, veio mais um. Kuyt recebeu pela esquerda e acertou ótimo cruzamento para Robben, que subiu livre e escorou. A bola foi no cantinho direito de Muslera e ainda beijou o pé da trave antes de entrar.

O Uruguai, contudo, não se entregou. A pressão da Celeste rendeu frutos aos 47, quando Maxi Pereira reduziu a vantagem e incendiou o fim do jogo. O árbitro, que tinha prometido dar três minutos de acréscimos, fez a partida beirar os 50, para desespero dos holandeses. A equipe sul-americana manteve o abafa até o apito final, mas não deu. Tristeza em azul, euforia em laranja na Cidade do Cabo.
Ficha Técnica: Holanda 3 x 2 Uruguai
HOL: Stekelenburg, Boulahrouz, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; Van Bommel, De Zeeuw (Van der Vaart), Robben (Elia), Sneijder e Kuyt; Van Persie. Técnico: Bert Van Marwijk
URU: Muslera, Maxi Pereira, Godín, Victorino e Cáceres; Perez, Arévalo Rios, Gargano e Álvaro Pereira (Loco Abreu); Forlán (Fernández) e Cavani. Técnico: Oscar Tabárez
Gols: Van Bronckhorst, aos 18; Forlán, aos 41 do primeiro tempo. Sneijder, aos 25; Robben, aos 28, Maxi Pereira, aos 47 do segundo.
Cartões amarelos: Maxi Pereira, Caceres (Uruguai), Sneijder, Boulahrouz (Holanda).
Estádio: Green Point (na Cidade do Cabo). Data: 6/7/2010. Horário: 15h30m. Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão). Assistentes: Rafael Ilyasov (Uzbequistão) e Bakhadyr Kochkarov (Cazaquistão). Público: 62.479

5 de julho de 2010

Copa 2010: Os hermanos tomaram muita cerveja... E os paraguaios, olé...

08:27 | , ,

Pois bem, caro leitor. A Copa do Mundo de 2010 tá afunilando! Há cerca de 20 dias, tinhamos 32 seleções na terra de Nelson Mandela: Nesta segunda-feira só temos 4 - Alemanha, Espanha, Holanda e Uruguai. Dentre elas, veremos o novo campeão mundial de futebol.

Neste texto de hoje, como não temos mais a selecinha Brasileira (By Rodolpho Gamberini, do SBT Brasil de sábado, 03/07), vamos falar das partidas válidas pelas quartas-de-final do mundial acontecidas neste sábado, entre Alemanha X Argentina e Espanha X Paraguai.
Primeiramente, vamos falar dos nossos amigos hibéricos. Ei, foi jogo duríssimo viu! Eu, que esperava uma goleada dos espanhóis, vi um jogo duro, truncado, com muita marcação e chutão que não acabava mais! Parabéns ao Paraguai, que jogou de igual pra igual contra os favoritos desta Copa e fez um papel bonito neste campeonato mundial.

O placar de 1 a 0 que aEspanha conseguiu reflete bem o que foi o jogo. Mas o que emocionou mesmo foram as penalidades para os dois times. Os paraguaios tiveram a chance de virar uma grande zebra e entrar pra história e... O Cardoso desperdiçou... 1 minuto depois, David Villa sofreu mais um pênalti - Xabi Alonso correu e... O Juíz mandou voltar. Desta vez, o goleiro Villar fez bonito e defendeu uma cobrança bem executada, bem diferente do meia paraguaio. Foi um jogo emocionante, digno de uma Copa do Mundo. Parabéns a Espanha, com méritos, passou e fez história depois de 60 anos, voltando a uma semi-final.
Já nossos amigos argentinos hein... É, nada melhor como um dia após o outro, não é verdade?! A Argentina caiu de joelhos e muito cansada diante de um time envolvente, surpreendente, como jamais se viu uma Alemanha assim - Toque de bola rápido, com criatividade e inteligência. Maradona, Messi e cia. entraram na roda legal!

Porém, esperava um jogo mais difícil para os alemães. Um 4 a 0 foi demais - Pareciam que estavam jogando como brasileiros. O Klose deitou e rolou em cima da defesa argentina. Os zagueiros ficaram perdidinhos tomando um gol com 3 minutos de jogo. O Podolski jogou demais! A Argentina não conseguiu jogar seu futebol considerado excelente, até porque o Messi foi anulado em campo e não mostrou os motivos de ser, atualmente, o melhr jogador do futebol mundial. O queridinho do Barcelona não jogou abslolutamente nada. Tanto é que calou a boca dos críticos esportivos que achavam que, num momento decisivo, ele faria a diferença. Agora ele faz a diferença de altura das suas roupas, para não pagar excesso de bagagem de volta para Buenos Aires. Agora sim, o Maradona pode ir para o museu que ele mandou o Pelé.

Vamos esperar agora as semi-finais, que serão na próxima terça-feira (Uruguai X Holanda) e na quarta-feira (Espanha X Alemanha), ambas às 15:30, na África do Sul. Daí saberemos quem vai conseguir um título histórico: Alguém que nunca foi campeão, um que está há tempos na fila ou um time tradicional? É esperar o apito final pra ver...

Enquanto isso, fico triste por não ver a Larissa Riquelme cumprir sua promessa - De ficar nua em frente a um estádio - em Assunção. Mas, ao mesmo tempo, fico aliviado por não vermos uma aberração sem roupa em frente ao Obelisco. O Maradona deve estar de ressaca de tanta cerveja e salsichão...

Copa 2010: Sofrido, brigado, dramático: Espanha bate Paraguai e pega a Alemanha

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Créditos: Globoesporte.com
Só mesmo na África do Sul para uma zebra com listras vermelhas e brancas dar as caras. Só mesmo com muita insistência para ela ser abatida. A Espanha sofreu como nunca para superar o Paraguai por 1 a 0, com um gol chorado do artilheiro David Villa, neste sábado, no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, e cravar presença nas semifinais da Copa do Mundo. O gol saiu na parte final de um segundo tempo emocionante, com pênaltis marcados, anulados e ignorados. O Paraguai, guerreiro, está eliminado. A Fúria pega a Alemanha na quarta-feira, às 15h30m (de Brasília) em Durban. Quem vencer estará no Soccer City, no dia 11, para decidir o título mundial contra o ganhador de Holanda e Uruguai.

Com o gol, David Villa assumiu a artilharia da Copa 2010, com cinco tentos. E chegou a 43 com a camisa da Espanha, a apenas um do recordista (Raúl). Mas balançar a rede foi complicado. O Paraguai, forte na defesa, resistiu a ceder a classificação aos espanhois. Agora, a equipe de Vicente del Bosque tem pela frente um repeteco da final da Eurocopa de 2008, quando deu Espanha, com gol de Fernando Torres, apagado no Mundial.

Com o resultado, a Espanha de 2010, no mínimo, igualou o melhor desempenho do país na história das Copas: o quarto lugar obtido no Mundial de 50. O Paraguai deixa o continente africano honrado com a inédita participação nas quartas de final. Mas sem conseguir fazer com que a modelo Larrissa Riquelme cumprisse a promessa de desfilar nua pela capital Assunção caso o time chegasse às semifinais.
Paraguai amarra a Espanha no primeiro tempo: Xavi recebeu pelo meio, perto da área, deu um toquezinho na bola com a perna direita e já girou para mandar de canhota, sem deixá-la cair, em um lance com a plasticidade típica da atual Espanha. A bola saiu por pouco. Mas não esteve na beleza do lance seu real simbolismo. A grande questão é que ele aconteceu aos 28 minutos do período inicial. E foi o primeiro chute da Fúria na direção do gol paraguaio.

Até ali, a Fúria girou de um lado para o outro sem ir a lugar algum. É bem verdade que a campeã da Europa já viveu dias mais criativos do que na Copa 2010, mas o que complicou mesmo foi a organização defensiva do Paraguai. O técnico Gerardo Martino fez seis modificações para o duelo deste sábado. Na defesa, no meio-campo e no ataque. A ideia, nenhuma surpresa, era dar ainda maior compactação a um time que foi a campo tendo sofrido apenas um gol em quatro jogos. Do trio ofensivo, só sobrou Valdés. Roque Santa Cruz e Lucas Barrios foram para o banco.

O curioso é que a força defensiva do Paraguai teve efeito duplo: primeiro, claro, barrou o talento espanhol; segundo, deu tranquilidade para os sul-americanos arriscarem uma ou outra escapulida ao ataque. Na frieza dos números, deu mais Paraguai no ataque durante o primeiro tempo. Os dois times arremataram quatro vez a gol. Mas a única bola que foi na meta, foi do time guarani.

Jonathan Santana, logo com um minuto, recebeu pelo meio e mandou a gol. Casillas pegou. Riveros, aos oito, cabeceou para fora. Alcaraz, aos 20, teria marcado se tivesse dois centímetros a mais de altura. Santana, aos 34, viveu situação igual. Faltou muito pouco para alcançar a bola em cruzamento de Morel Rodriguez. Aos 45. Valdez recebeu de Cardozo e mandou chute cruzado, para fora. Pouco antes, aos 41, a torcida chegou a comemorar. O atacante mandou a bola para rede, mas o lance foi anulado por impedimento de Cardozo, que interferiu na jogada ao tentar cabecear a bola centrada na área (confira no vídeo ao lado).

A Espanha teve o controle da bola, como costuma fazer, mas faltou infiltração. Fernando Torres começou bem e terminou mal três jogadas. Villa e Xavi não tiveram o brilho de outros jogos. E a Fúria ouviu o apito final do primeiro tempo com o sentimento de que havia algo de errado por ali.
O destino em dois (ou três, ou quatro) pênaltis: O conceito de loucura no futebol parece ter sido criado especificamente para o segundo tempo do jogo entre Espanha e Paraguai. Contam-se nos dedos de uma só mão as partidas de Copa do Mundo com acontecimentos tão estranhos quanto os da etapa final da partida deste sábado no Ellis Park. Com destaque para dois pênaltis. Ou três. Ou, melhor ainda, quatro!

O primeiro foi a favor do Paraguai. Piqué agarrou Cardozo na área aos 13 minutos. Depois das reclamações da Fúria, o próprio camisa 7, autor do último gol guarani na disputa por penalidades máximas contra o Japão, nas oitavas de final, partiu para o tiro. E deu Casillas. O goleiro se adiantou, caiu no canto esquerdo e abafou o sonho paraguaio. Dois espanhois invadiram a área antes da cobrança, mas ficou por isso mesmo.

Após a defesa, a Espanha partiu para o ataque e deu o troco na mesma moeda. A diferença é que o pênalti de Alcaraz em Villa foi um tanto forçado pelo atacante. A revolta, desta vez, foi dos paraguaios. Choro em vão. Lá foi Xabi Alonso para a cobrança: bem batida, no canto, sem chances para o goleiro. O problema é que novamente houve invasão espanhola à área. E, dessa vez, o árbitro guatemalteco Carlos Brates viu mandou a cobrança ser repetida.

Lá foi Xabi Alonso de novo para a segunda cobrança, que ali virou a terceira do jogo. E desta vez deu Villar. O goleiro caiu no canto esquerdo, espalmou a bola e, um segundo depois, na disputa pelo rebote, atingiu as pernas de Fábregas. Pênalti claro! Melhor: pênalti em uma cobrança de pênalti! E o juiz mandou seguir...

Aí foi a vez de os espanhois quase arrancarem os cabelos. Quando o lance foi repetido no telão do estádio, os reservas quase invadiram o campo, irados. E o jogo, com quatro pênaltis, dois perdidos, um anulado e um ignorado, seguia no 0 a 0.

Virou jogão. O Paraguai pareceu perceber que era possível vencer um dos favoritos ao título mundial. A Fúria não engoliu o(s) pênalti(s) perdido(s). A partida ficou mais aberta, com arrancadas de lado a lado, com possibilidades que invariavelmente acabavam frustradas no fim. O que era morno no primeiro tempo virou fervura no segundo.

E quente mesmo foi David Villa, artilheiro, oportunista, matador. Aos 38, Iniesta fez fila na entrada da área e passou para Pedro, que arrematou na trave. A bola se ofereceu para Villa. A bola beijou (de novo!) o poste esquerdo, rolou por cima da linha, tocou no direito e entrou.

Fúria enfurecida, fera ferida! A Espanha entrou em êxtase com o gol depois de tanto sofrimento.

Mas os guerreiros guaranis não se entregaram. O treinador Gerardo Martino mandou Lucas Barrios a campo no lugar do volante Cáceres. E o duelo continuou quente. Aos 43, Casillas salvou novamente a Espanha. Após soltar um chute exatamente de Barrios, o goleiro se recuperou e salvou com o pé esquerdo uma conclusão à queima-roupa de Santa Cruz (no vídeo ao lado). Na sequência, os espanhois partiram em contra-ataque, e Villar defendeu conclusão de Villa.

Foi o último capítulo de um dos jogos mais malucos - e emocionantes - que uma Copa do Mundo já viu.
Ficha técnica: Paraguai 0 X 1 Espanha
PAR: Villar; Verón, Da Silva, Alcaráz e Morel Rodriguez; Victor Cáceres (Barrios), Santana, Barreto (Vera) e Riveros; Cardozo e Valdez (Santa Cruz). Técnico: Gerardo Martino.
ESP: Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol (Marchena) e Capdevilla; Xabi Alonso (Pedro), Busquets, Xavi e Iniesta; Villa e Torres (Fabregas). Técnico: Vicente del Bosque.
Gol: Villa, aos 38 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Piqué, Sergio Ramos (ESP), Alcaraz, Victor Cáceres e Morel Rodriguez (PAR)
Estádio: Ellis Park, Joanesburgo (AFS). Data: 03/07/2010. Árbitro: Carlos Batres (GUA). Assistentes: Leonel Leal (CRC) e Carlos Pastrana (HON).