16 de abril de 2012

Um Estado completamente inseguro

22:01 | , ,

Segunda-feira, 16 de abril. Hoje, completamos exatamente 105 dias passados no ano de 2012. Um ano que deveria ser marcado pela melhoria da situação em que vivemos. E a segurança pública é um dos fatores para melhoria da nossa vida.

Pois bem, caro leitor. Hoje estamos no 105º dia do ano e temos a indigesta marca de 199 homicídios só no Rio Grande do Norte! Isso, em números, dá uma média de 1,9 homicídios por dia no nosso Estado.

Isso é fruto de uma grande incompetência dos nossos gestores. Onde já se viu um Estado que é considerado tranquilo ter um índice tão alto de violência... E isso só levando em conta o número de homicídios. Imagine se levarmos em conta furtos, roubos e os outros incontáveis tipos de crime que existem.

O que é preciso é um grande choque de gestão. Melhoria e aumento do pessoal nas ruas, mais condições de trabalho aos policiais, melhores equipamentos e, acima de tudo, extinguir a banda podre da polícia – o grande mal desta instituição.

Mas, como sei que as autoridades não vão se mexer agora, infelizmente ficaremos a mercê da criminalidade por um bom tempo. Que Deus nos acuda!

RN registra 199 homicídios este ano

22:00 | , ,


Foto: Adriano Abreu (Tribuna do Norte)
Renildo Francelino, Dalvimar da Silva, Gleydson Fagundes, Elcione Borges. Laykson Franklin, Wendell Evandro, Elionai Tavares, Kerginaldo Pereira. Abimael Wilk e Euclides Fernandes. Esses são apenas 10 dos quase 200 nomes que compõem uma lista escrita com letras de sangue em páginas da violência. O Rio Grande do Norte registrou durante os 100 primeiros dias de 2012, 199 assassinatos. Em média, 14 por semana. Os números escondem as histórias que formam uma realidade cruel e desumana. As estatísticas são encobertas pela fumaça densa e branca do crack e abafada pelo estampido das pistolas automáticas.

Cada homem e mulher que tombou sem vida no território potiguar se tornou marca de uma crescente violência. Os "alvos" possuem perfis comuns e formam o padrão da morte. Quase 50% dos assassinatos envolvem jovens entre 15 e 25 anos - a grande maioria homens - e em mais de 90% dos casos foram utilizadas armas de fogo. As execuções têm como característica principal a ligação das partes com a comercialização de entorpecentes.

A equipe de reportagem da Tribuna do Norte reuniu durante mais de três meses as identidades das vítimas do descaso do Estado com a segurança pública.  Os dados foram atualizados diariamente através do website da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (Sesed), baseado no registro de óbitos do Instituto Técnico-científico de Polícia (Itep). Apesar da riqueza de detalhes e informações à disposição da polícia, diversos casos permanecem sem solução e se acumulam em uma pilha que talvez nunca seja esclarecida.

Enquanto os números se avolumam, a sociedade não vê os projetos previstos saírem do papel. A famigerada Divisão de Homicídios pode não se concretizar em 2012 e a Secretaria de Segurança já estuda outras medidas para conter o avanço da criminalidade. Para o secretário Aldair da Rocha, "a saída é investir".

A impunidade compromete a credibilidade do trabalho policial e dá espaço para o ciclo da criminalidade. A opinião é do promotor de Justiça de Investigação Criminal, Wendell Bethoven Ribeiro Agra. "Faz 15 anos que eu estou no Ministério Público e 12 que estou nessa promotoria. Posso dizer que eficiência da PC diminuiu nesse intervalo de tempo. Há 10 anos, a PC funcionava melhor do que funciona hoje", afirmou.

O Rio Grande do Norte revive o cenário traçado pelo escritor João Cabral de Melo Neto há mais de 50 anos, em seu "Morte e Vida Severina": "Morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte". A morte severina agora ganhou traços da vida urbana, em que se mata por uma pedra de crack, por um cigarro de maconha. Por quase nada.

Secretaria espera por investimentos: "Aguardamos investimentos maiores na área de segurança pública". As palavras são do secretário Aldair da Rocha. Em entrevista à Tribuna do Norte, o titular da pasta esclareceu que está tentando pôr em prática os projetos, mas tem enfrentado dificuldades. Para ele, "daqui pra frente, há uma saída: investir".

Quando assumiu a pasta no início de 2011, Aldair diz ter se surpreendido com a quantidade de casos de homicídios não resolvidos. "Mas por que isso acontecia ou ainda acontece? Não temos uma estrutura adequada de investigação de homicídios", apontou.

Desde o começo da sua gestão, o secretário apontou como prioridade a instituição de uma Divisão de Homicídios. "Tenho falado desde o início da necessidade de se criar uma Divisão. Até o momento, infelizmente, não conseguimos o efetivo e nem a estrutura para criar essa divisão de homicídios. Ela é primordial na seqüência do trabalho".

Enquanto o reforço policial não surge, a Secretaria pretende disponibilizar equipes da Delegacia Especializada de Homicídios para investigar casos que ocorram nos finais de semana.  "O delegado-geral está estudando o caso. Assim, na sexta, sábado e domingo, quando ocorre a maior concentração de homicídios, montaríamos uma plantão da Delegacia de Homicídios. Ela mesmo atenderia o chamado daria início às investigações. Ainda vai depender de diárias operacionais e horas extras". Hoje, a Dehom só recebe casos depois que as distritais não consegue resolvê-los.

Segundo ele, a sua gestão tem progredido, ainda que "lentamente". "Temos os projetos e temos encaminhado para a governadora a nossa vontade de trabalhar. Estamos progredindo, mas ainda muito lentamente", afirmou. Um exemplo do progresso citado foi a informatização das 15 delegacias distritais, com o funcionamento do boletim e procedimentos policiais eletrônicos. "Isso vai nos permitir o controle sobre a produtividade das delegacias da Grande Natal. Quero partir para as Especializadas e depois para o interior", esclareceu.

O secretário também enxerga um avanço quanto ao policiamento na Região Oeste do RN. "Lá, a gente conseguiu melhorar a parte de investigação. A Divisão de Polícia do Oeste (Divpoe) foi instituída sob o comando do delegado Odilon Teodósio, que tem feito um bom trabalho. A Polícia Militar também melhorou com a criação de um novo batalhão para Mossoró".

13 de abril de 2012

Deuses do Futebol e suas costas largas

21:02 | , , ,

Muito bem, caro leitor... Nesta sexta-feira 13, trazemos um texto que relata a terrível situação vivida pelos flamenguistas ontem, no Rio de Janeiro. Com finais de partida dramáticos, o maior clube do Brasil foi eliminado de maneira surpreendente na Taça Libertadores da América. Por isso, trazemos hoje o comentário do cronista esportivo, do canal de TV a cabo SporTV, Lédio Carmona, em sua coluna no site Globoesporte.com. Boa leitura!

Créditos: Globoesporte.com

As verdades da traumática noite de quinta-feira para os rubro-negros aconteceram durante o jogo contra o Lanus. É fato, sim, cristalino, que o Flamengo jogou muito bem. Também é real a avaliação de que Ronaldinho Gaúcho, pressionado por todos os lados, resolveu sair da inércia e jogar bola – e assim aconteceu. Os rubro-negros tiveram o domínio da partida, diante de um Lanus desinteressado e que, mesmo com a derrota acachapante, terminou em primeiro lugar no grupo. Tudo isso testemunhado. Nada inventado. O aplauso dos torcedores pelo esforço dos jogadores foi justo e comovente.

Foto: Globoesporte.com
As falácias vieram após o apoteótico final da partida entre Olimpia e Emelec, no Defensores del Chaco. O gol de Luis Quinonez classificou os equatorianos e para os rubro-negros funcionou com um castigo encomendado com doses de crueldade por todos erros, negligência, incompetência, soberba e até preguiça que o time demonstrou durante a competição mais importante do primeiro semestre.

Voltamos à falácia. Pôr a culpa da eliminação nos “Deuses do Futebol” só pode ser deboche. Lamentar falta de sorte ou excomungar o azar é primário. Desdenhar do Emelec é dor de cotovelo e sintomas agudo de mau perdedor. Não é só o Flamengo, mas todos os grandes clubes brasileiros que tem a obrigação, sem negociação, de se classificar na fase de grupos da Libertadores. Ficar pelo meio do caminho é vexame. Nossos clubes são mais ricos, tem mais pode econômico, mais dinheiro. Nove em cada 11 jogadores do Emelec querem jogar no Fla. 11 em cada 11 titulares do Flamengo ganham mais do que os classificados equatorianos. Descontado os bem-remunerados brasileiros, Juan Roman Riquelme é o jogador mais bem-remunerado da América do Sul. Ganha 330 mil mensais, quatro vezes menos do que o contra-cheque de Ronaldinho Gaúcho. Por sinal, a maioria dos jogadores ganha menos do que Willians, Você duvida?

Foi uma vergonha que o torcedor rubro-negro não merecia. E ainda teve que aguentar a historinha de que o time fez a sua parte e, de resto, a culpa foi dos Deuses do Futebol. Só pode ser provocação. Ou aquele tal mundo paralelo. Fico com a segunda opção.

Em jogo cheio de emoções, Emelec vence Olimpia no fim e se classifica

21:01 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com

Numa partida espetacular, cheia de reviravoltas, o Emelec-EQU conseguiu uma heroica e inesperada classificação para as oitavas de final da Taça Libertadores, ao derrotar o Olimpia-PAR por 3 a 2, nesta quinta-feira, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção. O time equatoriano levou o primeiro gol no fim da etapa inicial, marcado por Castorino, conseguiu empatar com Mondaini, virar aos 43 do segundo tempo, com Mena, levar novo empate aos 46, com gol de Zeballos, e alcançar a vitória consagradora, aos 47, em cabeçada de Luis Quiñonez.

Foto: AFP / Globoesporte.com
O Flamengo, que tinha a vaga garantida com o empate em Assunção, só teve a lamentar depois da vitória de 3 a 0 sobre o Lanús-ARG, no Engenhão. O Emelec terminou em segundo lugar no Grupo 2, com nove pontos, um a menos que o time argentino, o líder. Eliminadas, a equipe brasileira terminou em terceiro, com oito pontos, e a paraguaia, em último, com sete.

Paraguaios na frente: O início da partida foi todo do Olimpia. Aos seis, Castorino penetrou na área, caiu e ficou esbravejando pedindo pênalti. O árbitro uruguaio Roberto Silvera mandou o jogo seguir. Um minuto depois, após cobrança de escanteio, Orteman cabeceou no meio da zaga do Emelec e obrigou Dreer a fazer grande defesa, quase em cima da linha do gol.

Após a pressão inicial, o time paraguaio manteve a maior posse de bola, quase sempre no campo adversário, mas sem penetração. A equipe equatoriana, quase toda na defesa, se livrava do perigo com chutões para todos os lados. Aos poucos, foi sentindo que podia se arriscar mais e chegou a ter um gol invalidado, de Valencia, impedido, aos 19. Cutucado, o Olimpia foi à frente e colocou uma bola na trave direita de Dreer, em cabeçada de Marín, aos 21. Mas o jogo já estava equilibrado, com o Emelec mais ousado.

Aos 30, os equatorianos tiveram duas chances na mesma jogada, primeiro com Valencia e em seguida, com Galbor. Cinco minutos depois, Giménez perdeu uma chance incrível de abrir o marcador para os visitantes. Surpreendentemente, nessa altura do jogo, o time equatoriano era melhor.

No entanto, nos contra-ataques o time paraguaio era muito perigoso. Aos 42, por pouco não marca, em chute de Aranda que Dreer defendeu com o pé esquerdo. Três minutos depois veio o gol, em novo contragolpe: Zeballos avançou pelo meio e serviu a Marín, que, livre na área, chutou colocado. Dreer defendeu parcialmente, e no rebote Castorino só teve o trabalho de empurrar a bola para o gol vazio.

Fim de jogo sensacional - três gols em cinco minutos: Em desvantagem, o Emelec continuou atacando na segunda etapa, com o risco de se abrir para os contra-ataques. Aos 12, Bagui quase marcou, mas o árbitro já havia marcado uma falta de ataque. O Olimpia continuava a ameaçar em contragolpes, e aos 15 teve ótima oportunidade, em cabeçada de Castorino, na pequena área. Dreer defendeu bem.

Logo depois, o goleiro Martín Silva reclamou de dor no joelho direito, lesionado num choque com seu companheiro Meza, logo no início da etapa final. Centurión entrou aos 19, e dois minutos depois levou o gol do empate: Valencia cruzou da direita, e Mondaini cabeceou no canto esquerdo do goleiro do Olimpia, que nada pôde fazer. O Emelec se animou e buscou o gol da virada. E aos 25, Centurión salvou o time paraguaio, com duas defesas seguidas - na segunda, a bola ainda explodiu no travessão, em chute de Giménez.

O empate não servia para nenhum dos dois, mas era o time equatoriano que continuava tendo mais presença no ataque. No entanto, arriscava muitos chutes de fora da área e poucas oportunidades claras eram criadas. Aos 41, o Olimpia teve boa chance: Marín bateu falta com muito perigo, a bola tocou na rede pelo lado de fora. Muita gente no estádio gritou gol. Um minuto depois, o Emelec virou a partida: De Jesús rolou para Mena bater forte, marcar e comemorar tirando a camisa.

A classificação surpreendente do time equatoriano parecia encaminhada. Mas havia ainda muita emoção em campo: aos 46, Caballero chutou forte, a bola desviou em Zeballos e entrou no canto esquerdo de Dreer: 2 a 2. A esperança para a torcida do Olimpia voltou, porém foi o Emelec que marcou o terceiro, aos 47: após cobrança de escanteio, Luis Quiñonez subiu mais que a zaga do time paraguaio, fez o gol da classificação e partiu para os abraços, já sem camisa, enlouquecido.

Fla bate o Lanús, flerta com milagre, mas vê Emelec ganhar e levar a vaga

21:00 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com

O que parecia sonho distante chegou a ficar perto de se tornar realidade na noite desta quinta-feira. O Flamengo, que precisava vencer seu jogo e torcer por um empate no Paraguai, esteve a poucos minutos de atingir seu objetivo, mas não se classificou às oitavas de final da Taça Libertadores. No Engenhão, o Rubro-Negro bateu o Lanús por 3 a 0, gols de Welinton, Deivid e Luiz Antonio. Ronaldinho Gaúcho teve em alguns momentos uma atuação que fez lembrar sua melhor fase na carreira. Em Assunção, porém, Olimpia e Emelec empatavam por 1 a 1 até os 42 minutos do segundo tempo. Os equatorianos fizeram o segundo gol, levaram o empate, aos 46 (resultado que classificava o Flamengo), mas conseguiram o gol da vitória por 3 a 2 aos 47 e ficaram com a vaga.

Foto: AP / Globoesporte.com
Àquela altura, o jogo do Fla já havia acabado. Os jogadores aguardavam em campo. Léo Moura, com um fone de ouvido, ouvia a transmissão de TV do canal Fox Sports. A tristeza do lateral e dos flamenguistas foi transmitida ao vivo. Love chorou.

Com o resultado, o time carioca terminou sua participação no Grupo 2 na terceira colocação, com oito pontos, dois a menos que o líder Lanús e um a menos que o Emelec. O Olimpia também somou oito pontos, porém perdeu para os rubro-negros no saldo de gols e ficou na lanterna do grupo. O mesmo Olimpia que o Flamengo vencia por 3 a 0 até os 31minutos do segundo tempo, na terceira rodada. Agora, aquele empate se revela impiedoso.

Fla demora, mas engrena: O Flamengo entrou em campo em ritmo lento, e foi o Lanús que comandou as ações nos minutos iniciais. A primeira boa chegada rubro-negra se deu aos nove minutos, quando Ronaldinho deu bom passe para Love no lado esquerdo da área. O atacante bateu para fora, rente à trave direita do goleiro Marchesín.

O Lanús, que uma vez mais atuou sem Camoranesi, machucado (no jogo de ida, na Argentina, o campeão mundial pela Itália também fora vetado) seguiu com domínio territorial, mas acabou por levar o primeiro gol numa jogada de bola parada. Aos 17, Bottinelli bateu escanteio, e Welinton apareceu no segundo pau para escorar de cabeça. Foi o terceiro gol do zagueiro com a camisa do Flamengo, o primeiro no ano.

Sonho possível: Com o gol, o Flamengo se animou e passou a criar mais, porém não deixou de sofrer com contra-ataques. Ronaldinho alternou bons e maus momentos. Tentou algumas jogadas de efeito e acertou umas, errou outras. Após cobrar uma falta na barreira, ouviu a torcida pedir Bottinelli numa segunda oportunidade. R10 cobrou, outra vez na barreira, mas dessa vez a bola sobrou para Love, que quase marcou o segundo.

Na defesa, o Flamengo voltou a dar sustos. Aos 27 do primeiro tempo, o Lanús entrou tabelando na área rubro-negra e a bola chegou a Valeri, que soltou uma bomba. Felipe mandou a escanteio. Na cobrança do tiro de canto, Regueiro apareceu livre na área, mas cabeceou para fora.

Ainda antes do intervalo, o Flamengo conseguiu ampliar sua vantagem. Aos 41, Ronaldinho fez bela jogada pelo meio e deu passe açucarado para Deivid. O atacante recolheu no lado direito da área e bateu rasteiro. A bola desviou levemente na zaga antes de tomar o caminho da rede.

No fim do primeiro tempo no Engenhão, tudo dava certo para o Flamengo. O time vencia por 2 a 0, e Olimpia e Emelec empatavam em Assunção. Entretanto, pouco antes do fim da etapa inicial no Paraguai, o Olimpia abriu o placar.

R10 à moda antiga: No segundo tempo, o Flamengo tinha a missão de conservar sua vitória e torcer para que o Emelec buscasse o empate em Assunção. E o Rubro-Negro só precisou de cinco minutos para conseguir o esperado conforto no placar. Luiz Antonio deu um chapéu antes do meio do campo e iniciou um contra-ataque. A bola chegou a Deivid, que passou até Ronaldinho. O craque então fez lembrar o jogador que encantou o mundo na última década. Deixou dois marcadores para trás com dribles plásticos e cruzou na medida para Luiz Antonio, que pegou de primeira e fez 3 a 0.

Com boa vantagem, o Flamengo viu o Lanús subir de produção. O time argentino, tocando bem a bola, conseguiu se colocar mais à frente e passou a rondar mais a área rubro-negra. Aos 9, Willians, machucado, deu lugar a Muralha.

O centroavante Pavone, um dos principais destaques do Lanús, incomodou o Flamengo com alguns chutes. Num deles, Felipe defendeu. Em outro, a bola saiu por cima do gol.

Jogo louco no Paraguai: Aos 23 minutos, a torcida explodiu no Engenhão. O Emelec empatou o jogo. Era tudo o que o Flamengo precisava. Joel, à beira do campo, comemorou efusivamente.

Daí em diante, o panorama seguiu com o Flamengo tentando tocar a bola e criar chances, e o Lanús mais presente, porém sem muito ímpeto para buscar uma reação. Classificado, o time argentino tentou diminuir a desvantagem, mas não criou grandes chances.

As atenções, de fato, estavam em Assunção. Olimpia e Emelec lutaram em busca da vitória que daria a classificação. Nos minutos finais, o jogo ficou sensacional. Três gols a partir dos 42 minutos. Melhor para o Emelec, que venceu por 3 a 2 e tirou a vaga das mãos do Flamengo com o gol decisivo aos 47 do segundo tempo.

9 de abril de 2012

A Prefeitura acabou com o PRAE

21:01 | , ,

Muito bem, caro leitor... Para hoje, trazemos o mais novo parceiro do "Fatos e Opiniões": O portal UNIBUS RN, especializado em transportes. E, para celebrar o início da parceria, trazemos o texto publicado na coluna "Garagem.com", assinada por Thiago Martins, nesta segunda-feira, 09. Boa leitura!

Créditos: UNIBUS RN

Criado em 2007, na gestão do então prefeito Carlos Eduardo Alves, o programa PRAE – Programa de Acessibilidade Especial Porta a Porta – estava inserido no TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – firmado naquele mesmo ano pela Prefeitura do Natal, SETURN – Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal e Ministério Público. O ideal do projeto era que deficientes físicos – cadastrados em um sistema da Secretaria de Mobilidade Urbana (na época STTU, atualmente SEMOB) – pudessem se locomover de suas casas para qualquer ponto da cidade, marcando horário antecipadamente, pelos veículos do programa (ambulâncias e micro-ônibus), sem custo algum.

A ideia, apesar de ter chamado atenção da população, não era novidade. Já existia em outras cidades e foi copiada para Natal, bem como até hoje é copiada pelos gestores de outras capitais. O SETURN, responsável pela operação do serviço, comprou, na ocasião, 10 micro-ônibus zero KM adaptados e voltados exclusivamente para o transporte dos deficientes físicos e contratou e treinou os motoristas. Tudo, como previsto pelo termo, pagado pelo sindicato patronal. Alguns enxergam o fato como uma espécie de indenização pela falta de acessibilidade do transporte público de Natal. Faz sentido! Mas o TAC veio com a proposta da mudança, do ajuste – como o próprio nome diz. As empresas também teriam que fazer renovações anuais de acordo com suas estruturas – as renovações iam de acordo com o tamanho das empresas. Por sua vez, a prefeitura teria que fazer o reajuste anual da tarifa, fixado na taxa inflacionária do ano vigente e nos novos ônibus adquiridos pelas empresas para a renovação pedida do termo.

Perfeito! Nosso sistema de transporte se encaminhava, pelo menos, para o ajuste, e ainda tínhamos, adjuntamente, um sistema de acompanhamento para deficientes físicos – que contariam com o veículo na porta de suas casas os levando para os locais de suas necessidades – e novos ônibus adaptados nos trechos convencionais, possibilitando que um deficiente físico pudesse pegar um ônibus da linha do bairro e se deslocasse para onde quisesse, junto a uma frota renovada. No início funcionou bem. O PRAE seguiu comedidamente e as empresas renovaram até mais do que se pediu. Mas com a mudança de gestão, a atual prefeita não fez a parte dela. Houve o aumento da tarifa, de fato, mas não anualmente como foi firmado.

Atualmente, os interesses eleitoreiros falam muito mais alto que qualquer possível acordo - Seja para a volta do PRAE, o possível aumento da tarífa ou incentivos fiscais. A prefeitura já anunciou que não autorizará o aumento da tarifa, mas parece que pouco se interessa em saber que as empresas precisam arcar com gastos – que sofreram aumento nos preços. No início do ano, a prefeitura prometeu conceder incentivos fiscais para que não houvesse o aumento. Só promessas!

A prefeitura se prende para não aumentar a tarifa e se tornar mais impopular do que já é e parece não querer reduzir os impostos das empresas... Ora, qual gestor seria louco de arrecadar menos mediante um serviço extremamente rentável que é o transporte público?! A falha é justamente esta: Tanta rentabilidade pode chegar facilmente à falência, devido à (falta de) ação da prefeitura. Se o aumento dos gastos não pode ser refletido em uma tarifa mais alta para o usuário, que seja com incentivos fiscais. Ou então o sistema por um todo vai pelo ralo a baixo e a situação se complicará muito mais!

O PRAE, programa essencial para os deficientes físicos independente de sua usabilidade, foi ofuscado pela politicagem. Mesma politicagem que já faz as empresas começarem a ‘operar no vermelho’. A prefeita não liga, afinal, ela é verde, não é?!

Sem aviso prévio, Prefeitura interrompe programa de acessibilidade especial

21:00 | , ,

Créditos: Diário de Natal

Foto: UNIBUS RN

Os usuários do Programa de Acessibilidade Especial (PRAE), ação da Prefeitura do Natal que objetiva transportar pessoas com dificuldade de locomoção da porta de sua casa até locais de tratamentos e centros de educação, estão sem transporte desde de segunda-feira, 2. Com a interrupção do programa, crianças, jovens, adultos e idosos com problemas de locomoção estão impedidos de frequentar sessões de fisioterapia, escolas e atendimento médico. Na tarde ontem, um grupo de mães e usuários do serviço fizeram um protesto apelando à prefeitura que retome o serviço de transporte imediatamente, uma vez que muitos não têm condições financeiras que permitam a condução dos beneficiados pelo programa.

De acordo com a coordenadora administrativa da Associação de Paralisia Cerebral, Benélia Santos, o serviço foi interrompido sem aviso prévio e prejudicou cerca de 400 pessoas. Considerando a situação crítica em que todos os usuários se encontram, Benélia, em conjunto com mães de favorecidos e também alguns usuários das conduções, entraram em contato com o Ministério Público, Prefeitura e imprensa para tentar encontrar uma solução ao problema.

Negligência: "Já entramos em contato com a Secretária Geral da República e eles nos disseram que, assim que entregássemos um ofício à prefeitura, eles dariam uma advertência pedindo o retorno do serviço e alegando que essa situação (de falta de transporte) é uma negligência grave", disse a coordenadora. Urbileide Varela tem um filho com necessidades de tratamento contínuo e precisa, quase que diariamente, do ônibus para levá-lo à Associação de Orientação aos Deficientes (Adote), para fazer tratamentos de fisioterapia, fonoaudiologia e respiratório.

6 de abril de 2012

Se já estava difícil...

14:01 | , ,

Muito bem, caro leitor... Peço desculpas pela ausência de atualização nos últimos dias, devido a problemas com tempo e internet. Porém, estamos de volta! Boa leitura.

Foto: Valdir Julião (Tribuna do Norte)

Caro leitor. Você ainda acredita que o Estádio Arena das Dunas, palco natalense para os jogos da Copa do Mundo de 2014, ainda sairá?

Eu já não acredito mais. Tudo por conta do mais novo fato envolvendo a construção desta praça esportiva: A greve dos operários que trabalham na obra.

Desde a última terça-feira, centenas de funcionários da construção, principalmente os ligados a área operacional da obra, cruzaram os braços e estão em movimento grevista. Motivos? Melhores salários e condição de trabalho.

Para completar a bagunça, eles fecharam por dois dias seguidos a BR 101, principal acesso a Natal, impedindo milhares de pessoas de ir para seu trabalho, sua aula ou qualquer outro compromisso.

Absurdo! Totalmente sem noção a greve desses operários. Onde já se viu fechar o trânsito de uma importante via para reivindicar seus direitos?

Além disso, temos de levar em conta o já bom salário que eles ganham. Enquanto muitos trabalham bem mais do que eles para ganhar um salário mínimo, os operários dessa obra ganham cerca de R$ 900,00. Ah, e pedem aumento para R$ 1.500!

Ora, essa é a chance da FIFA de tirar Natal da lista de sedes. Se não bastasse o atraso na obra, ainda uma greve para ajudar...

Só queria saber onde tudo isso vai parar. Espero que seja com o fim do sonho. Natal hoje não merece ter os jogos da Copa por aqui.

Demissão de operários paralisa obra da Arena

14:00 | , ,

Créditos: Tribuna do Norte

Foto: Adriano Abreu (Tribuna do Norte)

Os operários da construção civil que trabalham nas obras do estádio Arena das Dunas para a Copa 2014, vão sair em passeata do canteiro central do consórcio OAS-Coesa até à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), na Ribeira, a partir das 8 horas, para tentarem um acordo sobre a recontratação dos 12 trabalhadores que foram demitidos na segunda-feira, dia 2.

As obras estão praticamente paralisadas desde a manhã de ontem, depois que uma grande parte dos 600 operários cruzou os braços contra o que consideram "uma retaliação" da parte do consórcio OAS/Coesa.

O representante da comissão dos trabalhadores, André Rogério de Oliveira, disse que havia o compromisso do consórcio "de não demitir nenhum operário de maneira alguma" até a segunda-feira, dia 16, quando o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Rio Grande do Norte (Sintracon-RN) voltaria a se reunir com as empresas para discutir a questão da produtividade, fruto do acordo feito na última semana de março, quando os trabalhadores conseguiram um abono salarial na folha desse mês.

Os operários do Arena das Dunas ameaçaram pedir demissão coletiva na manhã de hoje, com a entrega das carteiras de trabalho para "dar baixa" em virtude das demissões dos companheiros trabalho, que diziam ser 25.

O gerente de Marketing da OAS-Coesa, Arthur Couto disse que em nenhum momento ocorreu esse acordo de não haver demissões até o dia 16. Ele disse que numa obra "grandiosa" como essa da construção do estádio para a Copa do Mundo,  existe uma "rotatividade" de mão de obra que considera natural e explicou que as demissões foram de ordem "gerencial e administrativa", sem conotação de retaliação alguma, "porque nenhum dos demitidos são membros da comissão de trabalhadores".

Segundo Couto, na verdade foram demitidos um funcionário da área administrativa e 11 da área de produção. Ele também confirmou que foram reduzidos de 6% para 2% o desconto do vale-transporte dos trabalhadores e que a participação nos lucros (PL) proporcional será discutida na reunião previamente acordada em março entre o Sintracon-RN e a SRTE.

Já o diretor Financeiro e coordenador de campo do Sintracon-RN, Luciano Ribeiro da Silva, admitiu que o consórcio OAS-Coesa cumpriu o pagamento do bônus em março, mas desde o dia 1º de abril os salários voltaram aos patamares que eram antes da greve de março. Com o abono, o trabalhador qualificado havia recebido R$ 1.002,00 e voltam a receber R$ 827,00, enquanto os serventes e ajudantes tinham recebido R$ 830,00 e retornam para R$ 670,00.

26 de março de 2012

Perigo real e imediato

17:01 | , ,

Muito bem amigo leitor... Vamos com mais uma atualização. Nesta segunda-feira, falamos da Fórmula 1 e a crise do Felipe Massa, que não passa por um bom momento na equipe Ferrari. Por isso, trazemos hoje a opinião do comentarista Rodrigo Mattar, do canal de TV fechada SporTV, em seu blog no site Globoesporte.com. Boa leitura!

Créditos: Globoesporte.com

Imagem: Globoesporte.com
Era uma vez um piloto que, quando surgiu na Fórmula 1, foi saudado pela imprensa italiana com tapete vermelho, elogios que o levavam às alturas e uma capa de revista que o saudava como “Il nuovo Senna” - O novo Senna.

Uma década depois disso, ou mais, esse mesmo piloto é, hoje, saudado pela mesma imprensa italiana não com tapete vermelho, não com elogios. Muito pelo contrário: os epítetos direcionados não são, digamos, dos mais agradáveis de se ler. “Inútil” foi o menos antipático, mas nem por isso menos grosseiro.

O piloto em questão é o brasileiro Felipe Massa, que chegou ao ponto mais baixo de sua relação com a opinião da imprensa do país da Ferrari, a ponto dos jornalistas daquele país colocarem-no na berlinda, indicando que seu futuro na Fórmula 1 está vinculado a uma inevitável saída da equipe.

Cabe lembrar que Felipe sempre foi bem-tratado pela Ferrari, desde que começou sua carreira na Itália, passando pela Fórmula 3000, seus anos na Sauber e seu trabalho como piloto de testes e depois como titular. Teve a seu lado Michael Schumacher e Kimi Räikkönen. Venceu corridas, mostrava velocidade, garra e por um triz não foi campeão mundial em 2008.

É aí que cabe uma reflexão: será que foi pelos bons tratos que a equipe lhe dispensou que Felipe preferiu não culpar ninguém do staff do time pela perda do caneco naquele ano em que Hamilton o venceu? Ora, falar do episódio de Cingapura é fácil. Duro é admitir o erro cometido na Malásia, os pit stops ruins ao longo da temporada, a quebra de motor na Hungria, o sem-fim de rodadas na Inglaterra e a história da mangueira de reabastecimento em Cingapura.

Tudo culpa da Renault, de Flavio Briatore, Pat Symmonds, Fernando Alonso e de Nelson Ângelo Piquet, não? Ah… e de Timo Glock, claro… como poderia me esquecer dele?

Pois bem:  o regulamento foi mexido e a Ferrari não conseguiu fazer em 2009 um carro à altura da Brawn GP, que dominava a temporada. Massa fazia um campeonato bastante honesto até o acidente com a mola na cabeça em Hungaroring. Aí veio Fernando Alonso para Maranello como sucessor de Kimi Räikkönen. E no ano seguinte, temo dizer que o polêmico episódio da Alemanha mexeu definitivamente com o fator psicológico do piloto brasileiro. Não sei até que ponto os brios de Felipe foram feridos com o “Fernando is faster than you”, mas aquela frase deixou claro que ele não era prioridade na equipe. Alonso carimbava, ali, o passaporte de piloto número 1 da Ferrari.

Apesar de insistir em dizer que continua ‘o mesmo piloto de sempre’, não foi isso que vimos no ano passado. Basta a comparação do que ele fez na pista em corrida e o que fez Alonso. O espanhol foi ao pódio 10 vezes e venceu o GP da Inglaterra. Massa nem chegou perto disso. Foi 5º colocado seis vezes e se a pontuação da Fórmula 1 em 2011 fosse aquela dos velhos tempos, ele teria marcado somente 12 pontos – um a mais do que Didier Pironi somou em 1981, no último ano em que um piloto da equipe vermelha tinha passado uma temporada inteira sem subir ao pódio.

E quando achávamos que haveria uma nesga de reação, 2012 começa ainda pior. O carro da Ferrari, verdade seja dita, é muito ruim. Mas, pombas! Como Alonso consegue 35 pontos, vence em Sepang, é líder do campeonato e Massa se arrasta entre os últimos? Na Austrália, sua volta mais rápida em ritmo de corrida foi 1″663 pior que a do bicampeão do mundo. Ontem, na Malásia, a diferença foi inferior a três décimos. Ok, amenizou um pouco. Mas com pneus intermediários, Alonso fez várias voltas rápidas e a diferença de desempenho entre eles foi absolutamente gritante.

Há alguma coisa de muito errado com Felipe Massa. Se com um carro ruim, Fernando faz 35 pontos e ele nenhum, é hora de uma reflexão mais profunda sobre o futuro do piloto brasileiro dentro da Ferrari.

O que será preciso para que ele recupere um tantinho do que ele conseguia fazer antes do acidente na Hungria – embora muitos insistam que uma mola na cabeça não influencie em nada – para ser minimamente aguerrido, competitivo e até feliz?

Não sinto que hoje Felipe seja ou esteja aguerrido, competitivo e feliz. E para piorar, tem gente que está ligada à Ferrari, cheia de tesão, garra e alegria, batendo à porta de Maranello como que avisando de sua presença e de que ele existe, doido para sentar no carro vermelho e mostrar o que sabe.

Sergio Perez é a sombra de Massa, não tenham dúvidas. E o 2º lugar do mexicano na Malásia representa um perigo real e imediato acerca do futuro do brasileiro na Ferrari – quiçá, até, na própria Fórmula 1.

Alonso faz o impossível e leva Ferrari à vitória na Malásia; Bruno Senna é 6º

17:00 | , ,

Créditos: Globoesporte.com

Foto: Reuters / G1
Nem o mais otimista dos ferraristas poderia imaginar o que aconteceu no GP da Malásia deste domingo. Nem o próprio Fernando Alonso. Em uma corrida tumultuada no circuito de Sepang, o bicampeão mundial deixou os rivais para trás, segurou a pressão de um surpreendente Sergio Pérez, da Sauber, e levou o tão criticado carro da Ferrari a uma improvável vitória. O espanhol, que chegou a sugerir o encerramento da prova durante a paralisação pela forte chuva, satisfeito com a quinta colocação, guiou com perfeição na pista molhada e manteve o ritmo no piso seco para cruzar em primeiro lugar. Com o resultado, o espanhol assumiu a liderança do campeonato com 35 pontos, cinco à frente de Lewis Hamilton, terceiro colocado na prova.

O brasileiro Felipe Massa teve um domingo bem mais complicado que o do companheiro de Ferrari. O brasileiro chegou apenas na 15ª posição. Mas o país teve motivos para festejar. Bruno Senna fez uma boa corrida e se aproveitou das confusões dos rivais ao longo da prova para levar sua Williams ao sexto lugar, somando oito pontos na classificação. O pódio foi completado por Pérez, que fazia corrida brilhante, mas errou a poucas voltas do fim, quando pressionava Alonso, e Lewis Hamilton, que largou na pole mas só conseguiu chegar em terceiro.

Primeiro colocado no GP da Austrália, Jenson Button jogou fora as chances de vitória ao errar quando tentava ultrapassar o retardatário Narain Karthikeyan, da HRT. O inglês precisou parar nos boxes para trocar o bico da McLaren e terminou apenas em 14º.  Destino semelhante teve Sebastian Vettel. O bicampeão mundial teve o pneu furado ao tentar superar uma HRT e ficou apenas com o 11º  lugar. Seu companheiro de RBR, Mark Webber, foi o quarto colocado. Uma das melhores equipes nos treinos de Sepang, a Mercedes foi uma das mais lentas no piso molhado. Michael Schumacher, terceiro no grid, foi apenas o 10º na corrida, três posições à frente do compatriota Nico Rosberg.

Os pilotos voltam à pista daqui a três semanas, para o GP da China no dia 15 de abril.

Chuva movimenta corrida em Sepang: O forte calor malaio deu lugar a uma chuva tímida momentos antes da largada em Sepang, fazendo os pilotos optarem por pneus intermediários e movimentando o início da prova. Logo na primeira curva, Button tentou ultrapassar Hamilton, mas não obteve o mesmo sucesso do GP da Austrália. O pole position espalhou o companheiro de equipe e conseguiu manter a liderança.

Quem fez ótima largada foi Romain Grosjean, pulando do sétimo para o terceiro lugar. Entretanto, o francês se chocou com Schumacher na curva 4, e os dois acabaram rodando. Voltas depois, ele perdeu o controle da Lotus, atolou na brita e foi o primeiro a abandonar a prova. Massa ganhou duas posições na primeira volta e pulou para 10º. Bruno Senna, assim como em Melbourne, teve problemas na primeira volta: o brasileiro rodou na curva 7 e precisou seguir para os boxes.

Prova fica paralisada por 50 minutos por causa da chuva: A chuva se intensificou, e os pilotos tiveram que antecipar os pit stops para colocar os compostos de chuva forte. Massa e Pérez foram os primeiros a irem para os boxes, o mesmo feito por quase todos os pilotos na passagem seguinte. A chuva aumentava cada vez mais até a direção de prova decidir pela entrada do safety car na sétima volta. Duas depois, por falta de condições, foi dada bandeira vermelha e a corrida foi interrompida. Nesse momento, Hamilton liderava, seguido por Button e Pérez. Massa se encontrava na oitava posição e Senna, com duas paradas nos boxes, era apenas o 23º.

Pilotos param nos boxes após relargada e Pérez assume liderança: Após 50 minutos de paralisação, a corrida foi reiniciada sob bandeira amarela e o safety car permaneceu na pista ainda por cinco voltas. Na relargada, Hamilton manteve a ponta, enquanto Button seguiu direto para os boxes, para colocar pneus intermediários, estratégia adotada por diversos outros pilotos como Rosberg, Raikkonen e Senna, em razão da melhora de condições da pista. Na volta seguinte, Hamilton, Alonso, Webber e Massa, também fizeram suas paradas. O inglês demorou no pit stop e voltou atrás do companheiro de McLaren e da Ferrari de Alonso.

Mas a estratégia de Button foi por água abaixo logo na sequência, quando o campeão mundial de 2009 se precipitou ao ultrapassar Karthikeyan. O inglês tocou o carro da HRT e precisou voltar para os boxes para trocar o bico da McLaren. Nesse momento, com estratégias acertadas, Pérez colocava a Sauber na liderança. Mas logo depois, o mexicano foi superado por Alonso, o mais veloz na chuva.

Alonso brilha na chuva, segura Pérez e leva Ferrari à vitória: Com melhor tempo atrás de melhor tempo, o espanhol abria vantagem na liderança. Mas a pista começou a secar e quem passou a ser o mais rápido foi Pérez. O mexicano emplacou uma sequência de melhores voltas e a vantagem para Alonso caiu vertiginosamente. A cinco voltas do fim, a diferença entre os dois era de menos de dois segundos. Pérez tinha a chance de fazer história conquistando a primeira vitória da Sauber, a primeira do México desde Pedro Rodriguez, em 1970. Mas o jovem piloto, mais rápido na pista, ouviu dos mecânicos do rádio que "segunda posição era importante para equipe". Parece que a mensagem desconcentrou o mexicano, que errou, saiu da pista e viu Alonso abrir novamente. Daí em diante, o bicampeão mundial tratou de administrar a vantagem até receber a bandeira quadriculada. A vitória do espanhol levou a equipe Ferrari ao delírio. No boxe da Sauber, lágrimas de felicidade de Peter Sauber, dono da escuderia, pela segunda posição de Pérez. O pole position Lewis Hamilton cruzou em terceiro e fechou o pódio.

23 de março de 2012

O maior dos maiores se foi

16:16 | , ,

É com muito pesar que fazemos a atualização de hoje no "Fatos e Opiniões". Gostaria de poder adiar mais e mais esse assunto, mas não teve jeito. Nesta sexta, o Brasil se despediu de Chico Anysio.

Foto: Aline Massuca (AE / G1)
O humorista cearense, idolatrado em todo o Brasil pela excelência em seu trabalho, faleceu na tarde desta sexta-feira no Rio de Janeiro, aos 80 anos. Vítima de infecção pulmonar, estava desde dezembro internado.

Dono de personagens cativantes, como o Professor Raimundo, ele criou cerca de 200 personagens, notabilizando seu trabalho no humor como um dos melhores já praticado no Brasil.

Não só eu, mas creio que todo o Brasil ficou triste com essa informação. Um cara que era idolatrado, conhecido nacionalmente e que fazia o país rir com seu trabalho simples, mas criativo.

O humor ficou triste. O Brasil ficou triste. Vai em paz, Chico! Muito obrigado por ter feito o Brasil rir.

Chico Anysio morre aos 80 anos

16:15 | , ,

Créditos: G1

Imagem: TV Globo / G1
Morreu às 14h52 desta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista Chico Anysio. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, havia três meses. Ao longo de seus 65 anos de carreira, Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro (abaixo, nesta reportagem, relembre sua trajetória). Ele deixa oito filhos.

Anysio apresentou uma piora nas funções respiratórias e renal na quarta-feira (21) e voltou a respirar com ajuda de aparelhos durante todo o dia. Ele estava no CTI do hospital carioca desde 22 de dezembro do ano passado por conta de um sangramento. O comediante chegou a ter o problema controlado, mas apresentou uma infecção pulmonar e retornou à internação. Ele seguia em sessões de fisioterapia respiratória e motora diariamente, somadas a antibióticos.

O ator também foi submetido a uma laparotomia exploradora, procedimento cirúrgico que serve para revelar um diagnóstico. Essa cirurgia fez com que Chico Anysio tivesse um segmento de seu intestino delgado retirado.

No final de 2010, ele foi levado ao mesmo hospital com falta de ar. Após uma obstrução da artéria coronariana ser encontrada, passou por uma angioplastia, procedimento para desobstrução de artérias. Após 110 dias, teve alta em março do ano passado.

Com fortes dores nas costas, o humorista foi novamente internado em novembro. Ficou no hospital durante cinco dias, para receber medicação intravenosa devido a problema antigo nas vértebras que provocava dor. No fim de novembro, teve febre e os médicos descobriram uma contaminação por fungos, tratada com antibióticos. No começo de dezembro, retornou ao hospital com infecção urinária e ficou internado por 22 dias. Um dia depois, voltou ao Hospital Samaritano.

Nos momentos mais críticos, quando esteve no hospital entre dezembro de 2010 e março de 2011, Chico necessitou da ajuda de aparelhos para respirar e se comunicava com médicos e familiares por meio de mímica. Durante o período pós-operatório, houve o diagnóstico de um tamponamento cardíaco, que acontece quando o sangue se acumula entre as membranas que envolvem o coração (pericárdio).

Durante o período de internação, que alternou momentos no CTI e em unidades intermediárias, Chico Anysio apresentou quadros de pneumonia e passou por sucessivas broncoscopias. As infecções foram tratadas com uso de antibióticos.

Antes, em agosto de 2010, o humorista precisou ser internado para a retirada de parte do intestino grosso após ser constatado um quadro de hemorragia no aparelho digestivo. Em maio de 2009, outra pneumonia o levou ao hospital.

Rádio e TV: Foi no Rádio Guanabara, ainda nos anos 50, que os seus tipos cômicos começaram a surgir. Até o “talento para imitar vozes”, como o proprio Chico descreveria em seu site, evoluir para a televisão. A estreia aconteceu em 1957, na extinta TV Rio, no programa “Aí vem dona Isaura”. Foi lá que o Professor Raimundo teve sua primeira aparição no vídeo, como o tio da protagonista que vinha do Nordeste — até então o programa só havia sido veiculado pelo rádio.

“Até tinha uma coisa de sentar para criar, mas uns nasceram pela voz, outros pelo tipo, pela personalidade, pela caracterização. Sempre fiz questão de que eles fossem encontrados sem que eu estivesse presente. Que alguém dissesse: "'Na minha terra, tem um Pantaleão. No Rio tem muito Azambuja’”, explicou o humorista ao “Estado de S. Paulo”, em 2009.

Num tempo em que ainda não existiam contratos de exclusividade, Chico pôde fazer participações especiais em programas de outras emissoras e em chanchadas da Atlântida.

O “Chico Anysio Show”, seu primeiro programa de humor, foi lançado no início da década de 60. Foi ao ar pela TV Rio, depois pela Excelsior e em 1982 voltou a ser exibido pela Rede Globo — onde o humorista já trabalhava desde 1969.

Mas foi na Globo que teve seus programas humorísticos de maior sucesso e onde desenvolveu a maioria de seus personagens. Entre as atrações, destaque para “Chico city” (1973-1980), “Chico total” (1981 e 1996) e “Chico Anysio show” (1982-1990).

Alguns desses personagens quase que se misturam à história da televisão brasileira, como o ator canastrão Alberto Roberto, o pão-duro Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho ranzinza Popó, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo) e o revoltado Jovem.

Com o passar dos anos, novos tipos eram criados e incorporados ao programa: o funcionário da TV Globo Bozó, que tentava impressionar as mulheres por conta de sua condição; o mulherengo e bonachão Nazareno, sempre de olho nas serviçais; o político corrupto Justo Veríssimo; e o pai de santo baiano e preguiçoso Painho são alguns dos mais populares.

Apresentada como quadro em outros programas desde a década de 1980, a “Escolinha do Professor Raimundo” tornou-se uma atração independente em 1990. No ar até 2002, o humorístico lançou toda uma geração de comediantes. Entre os “alunos” revelados pelo “professor Chico” estão Claudia Rodrigues, Tom Cavalcante e Claudia Gimenez.

Chico também atuou em novelas e especiais da Globo, como “Pé na jaca” (2007), “Sinhá Moça” (2006), “Guerra e paz” (2008) e “A diarista” (2004). Chico Anysio também teve um quadro fixo no Fantástico por 17 anos (de 1974 a 1991), e supervisionou a criação no programa “Os Trapalhões” no início dos anos 90.

Cinema: A incursão mais recente de Chico Anysio no cinema foi como dublador. É dele a voz do protagonista da animação “Up - Altas aventuras", animação do estúdio Pixar. Antes disso, o humorista fez uma participação especial no recordista de bilheteria “Se eu fosse você 2” (2008), de Daniel Filho. “Nos créditos finais fiz questão de colocar ‘senhor Francisco Anysio’. Ele é um astro, merece ser tratado com toda reverência”, explicou o diretor em entrevista ao G1 durante o lançamento do longa.

Em 1996, o humorista interpretou o personagem Zé Esteves, pai da personagem-título, em “Tieta”, de Cacá Diegues. O trabalho coincidiu com o aniversário de 25 anos da estréia de Chicono cinema, na pornochanchada "O doce esporte do sexo". Antes havia participado de comédias como "Mulheres à vista" e "Cacareco vem aí".

Em 2011, em sua última aparição pública, recebeu o prêmio especial do Júri do Festival do Rio pelo seu desempenho no longa “A hora e a vez de Augusto Matraga”, do diretor Vinícius Coimbra.

"O filme é importantíssimo, a obra é linda. Vinícius realizou algo quase inacreditável. É um filme que, tenho certeza, Sergio Leone assinaria com alegria", destacou o bem humorado Chico, que fez questão de receber o Troféu Redentor pessoalmente, mesmo de cadeira de rodas.

Literatura e artes plásticas: Além de se dedicar ao humor, Chico também foi artista plástico. Apaixonado pela pintura, retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Realizou exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil e chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade.

“Porque teria tido mais tempo para aprender, para melhorar. Teria mais tempo para me tornar conhecido e aceito, para vender meus quadros por um preço melhor. Cheguei a admitir que a pintura seria meu emprego da velhice, mas não vai ser, porque ninguém está comprando nada de obra de arte, e pintar para guardar é terrível”, disse em entrevista à “Folha de S. Paulo”, em 2007. Foi autor de 21 livros, tendo publicado vários best-sellers na década de 70, como "O Batizado da vaca", "O telefone amarelo" e "O enterro do anão". Sua última publicação foi “O canalha”, lançada em 2000.

“É a história do cara que participou de todos os governos, desde Eurico Gaspar Dutra até o primeiro mandato de Fernando Henrique. Foi ele o responsável por todas as canalhices que ocorreram de lá para cá, como dar um revólver de presente a Getúlio Vargas”, explicaria o escritor Chico Anysio em entrevista à revista “Época”, no mesmo ano.

Outra de suas obras de destaque na literatura é o bem humorado manual “Como segurar seu casamento”, também de 2000. Na época, advertiu os leitores: “Não dou conselhos, transmito os erros que cometi e foram cometidos em cinco casamentos. Conviver é a arte de conceder. Essa troca de concessões gera a convivência harmônica”, comentou.

Casamentos e filhos: O primeiro de seus casamentos foi aos 22 anos, com a atriz Nancy Wanderley. Depois foi a vez de Rose Rondelli. Sobre a união com a cantora e ex-frenética Regina Chaves, dizia mal se lembrar. Já com Alcione Mazzeo, rompeu a relação por conta de um ensaio nu. Mas foi seu matrimônio com a ex-ministra da Economia do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello — com quem teve dois filhos — que provocou mais polêmica. "Passou a ser uma pessoa de meu desagrado total. Fui um biombo para ela”, disse Chico à revista “Isto É”, em outubro de 2000.

Antes, porém, teve seis filhos, entre eles os atores Lug de Paula (famoso por interpretar o Seu Boneco, da “Escolinha do Professor Raimundo”), Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, do mesmo programa, também dublador) Bruno Mazzeo (ator e roteirista). Chico também era tio do ator Marcos Palmeira, filho do cineasta Zelito Vianna, irmão do humorista; e da atriz Maria Maya, filha de Cininha de Paula, sobrinha do humorista.

Em novembro de 2009 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área. Da vida, dizia levar apenas um arrependimento: “Me arrependo enormemente de ter fumado durante 40 anos”.

19 de março de 2012

O doce fácil da corrupção

13:01 | , ,

Todos sabem que o brasileiro tem um “chama” para ser corrupto. Pode ser na esfera que for na sociedade que sempre encontraremos aqueles que querem levar vantagem, benefícios e/ou dinheiro fácil. Mas, não sabíamos como que alguns dos corruptores agiam.

Mas, o programa “Fantástico”, da TV Globo, resolveu agir e mostrar, na esfera pública, como a picaretagem funciona.

Chega a ser absurda a tentação oferecida por aqueles que querem levar vantagem. Mal chegam na sala e já perguntam quanto de suborno o gestor quer receber. Lamentável!

O pior disso tudo é que o poder público não consegue tirar esse mal pela raiz: se junta a ele, deixando-o agir livremente, sem qualquer poder de reação para tirar aquela empresa do mercado.

Nessas horas, a justiça precisa agir – principalmente, o Ministério Público. Um caso tão escandaloso de corrupção como esse mostrado no “Fantástico” não pode ficar impune. Nosso dinheiro está sendo jogado no lixo!

Vamos torcer para que esses fatos sejam esclarecidos e que sua resolução fique de exemplo para que essa cultura da corrupção seja cada vez mais combatida em nosso país.

Fantástico mostra como é feita fraude em licitações de saúde pública

13:00 | , ,

Créditos: G1

Em uma reportagem especial feita por Eduardo Faustini e André Luiz Azevedo, o Fantástico mostra como funciona um esquema para fraudar licitações de saúde pública, feito entre empresas fornecedoras e funcionários públicos.

Com o conhecimento do diretor e do vice-diretor do hospital pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o repórter Eduardo Faustini fingiu ser o novo gestor de compras da instituição. Todos os outros funcionários acreditavam que ele era mesmo o responsável pelo setor de compras, onde pôde acompanhar livremente todas as negociações e contratações de serviços.

“Todo comprador de hospital, a princípio, é visto como desonesto. Acaba que essa associação do fornecedor desonesto com o comprador desonesto acaba lesando os cofres públicos. E a gente quer mostrar que isso não é assim, em alguns hospitais não é assim que funciona”, disse Edmilson Migowski, diretor do hospital.

As negociações foram todas filmadas de três ângulos diferentes e levadas até o último momento antes da liberação do pagamento. Nenhum negócio foi concretizado, nenhum centavo do dinheiro do contribuinte foi gasto.

O delegado Victor Poubel, titular da delegacia de repressão a crimes financeiros da Polícia Federal do Rio de Janeiro, informou que vai abrir um inquérito para investigar a denúncia do Fantástico. Segundo ele, todas as pessoas que aparecem na reportagem serão intimadas a prestar depoimento e todos os contratos serão investigados.

A fraude: A lei brasileira prevê que toda empresa que vá fazer um serviço para um hospital público dispute uma licitação, com outras que oferecem o mesmo serviço. É uma maneira de tentar garantir que o dinheiro público não vai ser desperdiçado.

No esquema flagrado pelo Fantástico, no entanto, as empresas fornecedoras se unem para fraudar a disputa. A que quer ganhar paga uma porcentagem do total do contrato para as demais -- que entram na concorrência com orçamentos mais altos. Ou seja, entram para perder.

"Eu faço isso direto. Tem concorrência que eu nem sei que estou participando," comenta a gerente de uma empresa chamada para a licitação de contratação de mão de obra para jardinagem, limpeza, vigilância e outros serviços, que ganharia R$ 5.200.000 se a licitação tivesse existido.

Sem nenhuma interferência do hospital, o repórter escolheu quatro empresas, que estão entre os maiores fornecedores do governo federal. Três são investigadas pelo Ministério Público, por diferentes irregularidades. E, mesmo assim, receberam juntas meio bilhão de reais só em contratos feitos com verbas públicas.

Uma locadora de veículos, foi convidada para a licitação de aluguel de quatro ambulâncias. “Cinco. Cinco por cento. Quanto você quer?”, pergunta de imediato o gerente. Falando em um código em que a palavra "camisas" se refere à porcentagem desviada, ele aumenta a propina. “Dez camisa [sic], então? Dez camisa?".

O presidente do conselho da locadora garante que o golpe é seguro e o pagamento é realizado em dinheiro ou até mesmo em caixas de uísque e vinho. A empresa ganharia R$ 1.680 milhão pelo contrato. "Eu vou colocar o meu custo, você vai falar assim: ‘Bota tantos por cento’. A margem, hoje em dia, fica entre 15% e 20%", explicam o diretor e o gerente de uma empresa convidada para a licitação de coleta de lixo hospitalar. "Nós temos hoje, aproximadamente, três mil clientes nessa área de coleta", afirmam.

Para esconder a fraude da fiscalização, o dinheiro do suborno é espalhado por vários itens da proposta vencedora. O dono da empresa de jardinagem e vigilância diz à reportagem que está acostumado a fraudar licitações, e a gerente comenta que o fraude é "ética de mercado". "No mercado, a gente vive nisso. Eu falo contigo que eu trago as pessoas corretas. Eu não quero vigarista, não quero nunca".

16 de março de 2012

Injustiça = benefício?

11:01 | , ,

Muito bem, caro leitor... Infelizmente, os professores resolveram parar de novo. Em greve deflagrada em todo o país, as crianças e adolescentes mais uma vez são deixados na mão. Por isso, vamos reprisar o texto publicado em 02 de maio de 2011 sobre a última greve - que sempre têm as mesmas reivindicações... Boa leitura!

E, mais uma vez, a história se repete. Nesta quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no RN deflagrou greve nas escolas da Rede Estadual de ensino, prejudicando milhares de alunos no início do ano letivo.

Foto: SINTE / RN
Desta vez, os professores pedem que seus salários sejam equiparados aos das normas do piso salarial da categoria, instituído pelo governo Lula. Em alguns casos, o reajuste passa dos mil reais.

Tudo bem, sabemos que as condições de trabalho dos educadores não é das melhores. Falta material, respeito por parte dos alunos, condições físicas, de saúde... Sabe-se também que o salário é irrisório perto do serviço que eles prestam as crianças e adolescentes, ajudando a fazer o futuro do Rio Grande do Norte e do país.

Mas, há de se fazer uma ressalva: prejudicar terceiros em prol de benefícios próprios é imoral. Se ponha, leitor(a), no lugar desses alunos da rede pública que vão ficar sem aulas. Eu fui aluno da Rede Estadual e sei muito bem o que é isso. Você só sabe quando começa a greve e, em vez de livros, deve-se prestar atenção nos noticiários da TV pra saber quando as aulas voltarão a ser dadas normalmente.

Só que o pior é depois da greve. Quando voltam as salas, os professores fazem com que o aluno faça um esforço sobre-humano para conseguir fazer inúmeros trabalhos de uma só vez (no ensino médio, são cerca de 12 matérias lecionadas) para repor o tempo de paralização. E, claro, tudo isso para que, em dezembro, o professor possa ter suas merecidas férias. E aí fica a reflexão: pra quê adianta uma greve quase nas férias do meio do ano? Por que não greve em janeiro?

Greve na educação não é o melhor caminho. É cabível se acreditar que há meios mais eficazes do que uma greve para se pressionar o Executivo e a Secretaria de Educação. Talvez as vias judiciais, ou reuniões. Até mesmo boicotes. Ainda acharia correto paradas de advertência. Mas, causar prejuízo em quem não tem a ver com a pauta de reivindicações deflagrando greve não é justo.

Enquanto isso, vamos acompanhando uma luta justa para se ter uma melhor educação no Estado com os piores índices do país. Mas, é uma luta prejudicial para os alunos, uma vez que o direito básico a educação, serviço essencial no Brasil, não está sendo respeitado.

Professores paralisam por três dias

11:00 | , ,

Créditos: Tribuna do Norte

Foto: Júnior Santos (Tribuna do Norte)
Escolas da rede pública municipal e estadual do Rio Grande do Norte estarão com as portas fechadas a partir desta quarta-feira. Não haverá aulas até a próxima sexta. O motivo é a paralisação nacional dos professores que durará três dias. No Estado, o movimento poderá ser estendido caso o indicativo de greve seja aprovado em assembleia que será realizada no início da tarde de hoje. Pela manhã, são os professores de Natal que decidem se cruzam os braços.

A greve temporária é organizada, todos os anos, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Esse ano, o órgão quer chamar atenção da sociedade para o que é definido como  "descaso de grande parte dos gestores públicos em não cumprir a Lei Nacional do Piso do Magistério". Além disso, diz a nota da CNTE, "os professores também vão defender o maior investimento público em educação, com a previsão de 10% do Produto Interno Bruto no Plano Nacional de Educação (PNE)".

No Rio Grande do Norte, a categoria está em negociação desde o início do ano. Professores estaduais e da rede municipal da capital pleiteiam reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho. Na tarde da última segunda-feira, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-RN) se reuniram com a secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho. Na ocasião, a gestora apresentou o Novo Projeto de Educação do Rio Grande do Norte, projeto que, segundo a secretária, ainda está em construção.

Entre os pontos exigidos pelos professores, está o pagamento do Piso Nacional dos Professores. No início do mês, a governadora Rosalba Ciarlini anunciou que irá pagar o valor fixado em R$ 1.450,00 para 30 horas, obedecendo um reajuste de 22,22%. Segundo Betânia, os professores da rede estadual receberam aumento de 63,77% nos últimos meses. "Concedemos um reajuste de 34% em 2011. Com o o atual aumento, totalizamos 63,77% acumulados nos últimos seis meses. Um aumento histórico que precisa ser registrado", disse.

A secretária acredita que avançou nas negociações e não acredita em um nova paralisação da categoria. "Fomos muito prejudicados com a greve de 70 dias ano passado. Uma greve agora seria totalmente sem sentido", afirmou.

Apesar dos "avanços", como ressalta Betânia, a possibilidade de greve não está descartada. De acordo com a presidente do Sinte-RN, Fátima Cardoso, há incertezas com relação a alguns pontos. "Há divergência com relação ao reajuste de 22,22% para os aposentados. A proposta do Governo é de que o aumento seja dividido em quatro parcelas cumulativas entre abril e julho. Outro ponto que não houve consenso é com relação ao pagamento do retroativo de janeiro", disse. O futuro das aulas na rede estadual será decidido logo mais à tarde, durante assembleia da categoria.

Antes disso, ainda pela manhã, os professores da rede municipal de ensino batem o martelo com relação à paralisação. O caminho de negociações, nessa esfera, parece mais difícil. O secretário municipal de Educação, Walter Fonseca, não chegou a um acordo com a categoria. Enquanto os profissionais querem reajuste de 22,22%, o secretário disse que a Prefeitura não pode arcar com o pedido e fez a oferta de um aumento de 10%, dividido em três vezes, pago a partir de maio. A briga pode chegar à Justiça.

Para Walter Fonseca, a greve, se for confirmada, terá motivações políticas. "Nós temos mantido o diálogo com o sindicato desde o ano passado. A conversa sempre foi fraternal, sadia. Já acumulamos um aumento de 35,83% nos últimos três anos. Pagamos um salário superior ao Piso Nacional. Não há o que contestar. Não posso afirmar com certeza, mas acho que há motivações políticas nessa greve. Tanto política interna como a sucessão municipal desse ano", disse. As assembleias do Sinte-RN acontecem às 8h30 e 14h30, na Escola Estadual Winston Churchil.

Censo quer saber onde estão os professores: Genúbia Alves da Silva é vice-diretora da Escola Estadual Professor Anísio Teixeira. A profissional se orgulha em afirmar que completou 26 anos de educadora no início desse mês. Porém, há mais de dois anos, ela não ministra nenhuma aula de Geografia - disciplina que lecionava - devido ao cargo que ocupa na unidade de ensino. A secretaria de Estado da Educação e da Cultura (SEEC) quer saber quantos professores estão na mesma situação de Genúbia. Para tanto, dados de um censo serão divulgados ainda esta semana. A ideia, de acordo com a secretária Betânia Ramalho, é otimizar os recursos financeiros e pessoal existente na SEEC.

Ontem, a secretaria afirmou que o censo está quase consolidado. Faltando apenas algumas informações de poucas escolas da Grande Natal, o resultado deverá ser apresentado nos próximos dias. "Precisamos saber onde nossos professores estão e o que estão fazendo. As informações até então existentes são desencontradas e isso acaba desorganizando nosso planejamento", disse.

A falta de informação sobre o corpo docente da rede estadual de ensino foi responsável, segundo Betânia, pelo pagamento indevido de um reajuste ano passado para professores que não estavam dentro de sala de aula. "Havia uma regra sobre reajuste que era válida somente para os que professores que estão na ativa. Sem a informação correta, acabamos concedendo àqueles que não estavam em sala de aula e ocasionou um problema".

A SEEC quer saber também quais as causas de afastamento de serviço. Em reportagem publicada na edição do dia 18 de setembro do ano passado, a TRIBUNA DO NORTE registrou que a SEEC lidera o ranking dos órgãos que enviam servidores para a Junta Médica do Estado em busca de permissão para se afastar do serviço por motivos de saúde. À época da reportagem, havia mais de 600 professores fora da sala de aula.

Enquanto não podem ministrar aulas, os profissionais são encaminhados para outros setores das escolas - bibliotecas, salas de vídeo, por exemplo - através de um procedimento conhecido como "estado de readaptação". Após um período que pode variar de 90 a 730 dias, o professor retorna à sala. "Queremos saber se essa realidade, por exemplo, perdura", disse Betânia.

A secretária acredita que, com os números em mãos, vai ter mais condições de completar o Programa de Educação apresentado na última segunda-feira para os representantes do Sinte-RN. "É peça fundamental para a organização", enfatizou.

12 de março de 2012

Um canteiro de obras abandonado

15:01 | , ,

Foto: Adriano Abreu (Tribuna do Norte)
Como já falamos aqui neste espaço, o abandono de quem tem a responsabilidade de zelar por Natal é absurda. Não é segredo para ninguém que a atual administração se tornou um desastre. E um exemplo disso é a matéria abaixo publicada pela Tribuna do Norte.

Essas obras deveriam ser vitais nas áreas em que elas se encaixariam. Na economia, o Mercado do Peixe seria fundamental para o desenvolvimento do bairro das Rocas. No turismo, o Parque da Cidade está deixando esquecido um monumento de Oscar Niemiyer. No trânsito, a drenagem inacabada do Nossa Senhora da Apresentação causa transtornos, além de deixar o Passo da Pátria quase isolado. Nem mesmo bairros de alto padrão escapam do descaso, como Capim Macio - um dos bairros mais caros pra se viver em Natal. Até os mortos sofrem com o cemitério inacabado do Planalto.

Detalhe: Todas essas obras, amigo leitor, são originadas da gestão anterior a de Micarla - portanto, com cerca de 3 anos de parada ou ritmo lento das obras. Absurdo!

Seria interessante a Prefeitura do Natal retomar essas obras. Como disse anteriormente, áreas vitais da cidade, como trânsito, turismo, saúde e economia seriam bastante beneficiadas com a finalização dessas obras. Enquanto isso, não só as áreas onde ficam os canteiros inacabados sofrem, como toda a cidade está jogada a própria sorte.

Esse panorama deve ficar de lição para você, caro leitor, quando for para a urna, em outubro. Uma cidade com tantas obras inacabadas é sinal de péssima gestão. Pense bem na hora de votar!

Seis obras abandonadas que o natalense já não espera ver concluídas

15:00 | , ,

Créditos: Tribuna do Norte

A pouco menos de dez meses de seu encerramento, a atual administração da Prefeitura do Natal tem muito trabalho pela frente. Além de iniciar as obras de mobilidade urbana com vistas à Copa do Mundo 2014, construções iniciadas na administração passada e abandonadas há mais de três anos desafiam a gestão a não deixar uma "herança maldita" para o futuro gestor do município. Nas quatro zonas da capital, prédios e intervenções inacabadas irritam a população e aumentam, ao longo dos anos, as despesas do erário. Essa semana, a TRIBUNA DO NORTE visitou seis obras desse tipo e fez uma radiografia da situação atual das mesmas.

Mercado das Rocas: A construção começou em 2007 e dois anos depois estava completamente parada. Projetado para ser um "mercado modelo" na capital, atualmente, pouco mais de 30% da obra está concluída. Após mais de três anos da data prevista para conclusão, o prédio encontra-se inacabado e abandonado. Pedaços de madeira fazem as vezes de portas e janelas e não há cobertura. Do lado de fora, a placa anuncia: "Reforma e Ampliação do Mercado Modelo das Rocas. Valor: R$ 1.570.930,00. Construtora: ECN - Empresa de Construção Natal LTDA. Ministério do Turismo".

Pelo projeto, o Mercado Modelo das Rocas terá 44 boxes no térreo para comercialização de frutas, verduras e carnes. No primeiro andar, mais 44 boxes para serviços como praça de alimentação, casa lotérica, telefones públicos, salão de beleza, auto-atendimento bancário, palcos para eventos culturais, elevador, rampas de acessibilidade e banheiros com fraldários.

De acordo com a secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), não há previsão de retomada das obras. Atualmente, a Semsur aguarda uma nova planilha orçamentária elaborado pela secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi). A Semopi diz que está pronto e será entregue hoje. A Prefeitura estima que são necessários R$ 2 milhões para sua retomada.

Foto: Rodrigo Sena (Tribuna do Norte)
Cemitério do Planalto: Natal possui oito cemitérios públicos. Neles, existem cerca de 23.850 túmulos, segundo estimativas da Semsur. No entanto, não há nenhum espaço disponível para que novas sepulturas sejam abertas. Uma solução para o problema é o Cemitério do Planalto. A obra foi iniciada em 2007 mas nunca foi encerrada. Um vasto terreno isolado por muro e cerca é tudo o que existe no local. A capela que já estava construída foi depredada. A construção abandonada, segundo moradores, serve de abrigo para marginais e é ponto de consumo de drogas. O empreendimento que deveria amenizar a superlotação dos cemitérios públicos da capital ainda aguarda a aprovação das licenças ambientais e projeto de execução pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb). O local é de difícil acesso. Fica em uma rua de areia, entre o antigo lixão de Cidade Nova e  o assentamento de Leningrado, sendo preciso enfrentar poças de lama e o risco constante de atolar o veículo para chegar no terreno. Há lixo por todos os lados. O projeto prevê criação de 2.791 túmulos em 128 mil metros quadrados. A Prefeitura necessita de R$ 6 milhões para concluir o cemitério. Não há previsão de retomada da obra.

Drenagem do Nossa Senhora do Apresentação: As obras de drenagem e pavimentação do bairro Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte de Natal, estão orçadas em R$ 26 milhões. Estas obras, quando concluídas, beneficiarão mais de 100 mil moradores de cinco loteamentos, como Vale Dourado, Jardim Primavera, Aliança, Jardim Progresso e parte do Parque dos Coqueiros. De acordo com a Semopi, a obra está paralisada, desde o ano passado devido ao problema com o CAUC. A secretaria informa ainda que falta pavimentar 26 ruas, além de realizar as ligações ao sistema de esgotamento sanitário de algumas ruas.

A Prefeitura informa que as obras serão retomadas na próxima semana. As empresas EIT Engenharia e Coenge Comércio e Engenharia Ltda. são as responsáveis pelo projeto. Para concluir a intervenção, o Município irá gastar R$ 500 mil.

Canal do Passo da Pátria: A população do Passo da Pátria, comunidade ribeirinha localizada na Zona Leste de Natal, sofre, todos os anos, com os alagamentos do canal que corta a comunidade e desemboca no rio Potengi. No local, está prevista a obra de revestimento do aparelho público. Em agosto de 2010, a prefeita Micarla de Sousa assinou ordem de serviço para a retomada das obras prevendo investimentos de R$ 2.847.362,57. À época, houve dispensa de licitação para a contratação da empreiteira. O serviço foi iniciado, mas, devido a novos alagamentos, foi interrompido.

Segundo a Semopi, resta pouca coisa a ser feita. Para encerrar a obra, o investimento necessário é de pouco mais de R$ 2 milhões. Ainda de acordo com a Semopi, as obras serão retomadas no fim deste mês e, no prazo de seis meses, serão encerradas.

Foto: Alberto Leandro (Tribuna do Norte)
Drenagem de Capim Macio: Iniciadas na administração passada, as obras do do sistema de drenagem de Capim Macio estão paradas. Atualmente, 70% do projeto foi construído. A morosidade do Poder Público fez com que o Ministério Público do Rio Grande do Norte e a Procuradoria Geral da República pedissem judicialmente, no início desse mês, um bloqueio de R$ 7,25 milhões da conta única do Município para garantir a conclusão das obras.

A última medição ocorreu em junho de 2011 por parte da Caixa Econômica Federal (CEF), instituição financeira responsável por sua fiscalização e repasse dos recursos para a sua execução. A Prefeitura explicou que as obras foram suspensas durante o ano passado por causa das restrições do Município junto ao Cadastro Único de Convênio (CAUC) que bloqueavam o repasse de empréstimos e convênios com Governo Federal e CEF. Ainda de acordo com a Prefeitura, em fevereiro passado, com a abertura do Orçamento 2012, foi feito uma reprogramação financeira para a obra. Atualmente, a a obra requer R$ 15 milhões, sendo R$ 9 milhões do Governo Federal e R$ 6 milhões de contrapartida do Município.

A Semopi garante que aretomada até o início de abril e levaram seis meses para ficarem prontas. A pendência atual, segundo a secretaria, é a aprovação da planilha orçamentária.

Parque da Cidade: As obras de reforma do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte estão sem data para a conclusão. No ano passado, houve uma rescisão do contrato entre a Semurb e a empresa Estrutural Edificações e Projetos Ltda., segunda empresa que tocava o projeto. O parque fica localizado entre os bairros da Candelária, Cidade Nova e Pitimbú foi inaugurado em junho de 2008, faltando complementos. O mirante, principal atração turística do parque, precisa de reparos. Os elevadores foram retirados no início do ano passado e não foram substituídos. De acordo com a Semopi, o projeto precisa de R$ 2 milhões para ser finalizado.

O Parque Dom Nivaldo Monte ocupa uma área de 64 hectares. Foi inaugurado em duas etapas: em 21 de junho de 2008, foram abertos ao público o auditório de eventos, a biblioteca, a praça de eventos, o passeio, a escola ambiental. Em novembro seguinte, no dia 14, foi a vez do Memorial da Cidade.  A estrutura abrange dois estacionamentos (Leste-Oeste), cinco trilhas pavimentadas (6,5 km), quatro baterias de banheiros, biblioteca, auditório, centro de educação ambiental, um monumento com doze andares, constituindo o memorial da cidade e mirantes.

9 de março de 2012

Sinal de tempos melhores no futebol brasileiro?

17:01 | , ,

Foto: AP / BBC Brasil
Foram 23 anos. Tivemos avanços, é verdade. Mas, foi um tempo tenebroso no futebol brasileiro e que está se acabando após um anúncio muito esperado pelos amantes do esporte mais famoso do mundo: a saída de Ricardo Teixeira da CBF.

Este homem, para os brasileiros, é um sinônimo de corrupção. Com vários escândalos nas costas, e processos judiciais em várias partes do mundo contra si, Teixeira alegou motivos de saúde para se licenciar do cargo.

Já estava mesmo na hora de a entidade máxima do futebol nacional ter uma mudança significativa. Apesar dos avanços e conquistas que ele esteve a frente, nosso futebol não precisa mais dele.

Não precisa por vários fatores: submissão aos horários e calendário da Globo, que deixa em condições sub-humanas os jogadores que precisam atuar o ano inteiro e só possuem 20 dias de férias, jogos sem nenhum atrativo da Seleção, falta da melhoria das categorias de base do nosso futebol e, principalmente, os vários escândalos de corrupção onde a Confederação Brasileira de Futebol está envolvida.

Assim, coloco mais uma vez o título desse texto: será que esse é um sinal de tempos melhores no futebol brasileiro?

Provavelmente, ainda não. Quem vai assumir o cargo é José Maria Marin, vice-presidente da entidade (aquele mesmo que roubou medalhas na final da Copa São Paulo 2012), que, segundo a imprensa especializada, também não seria flor que se cheire.

O que é preciso na CBF é uma renovação de fato. Novas pessoas, investimentos novos, fortificação da seleção, mudança no calendário brasileiro e muitas outras coisas são precisas para retomarmos o título de melhor futebol do mundo – que não conquistamos a toa.

Melhorias no futebol brasileiro sempre serão bem vindas. Se forem rápidas, melhor ainda.

Ricardo Teixeira se licencia da presidência da CBF

17:00 | , ,

Créditos: BBC Brasil

Foto: AFP / BBC Brasil
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, comunicou nesta quinta-feira a presidentes de federações estaduais que tirará uma licença temporária do cargo, que ocupa há 23 anos.

Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), disse à BBC Brasil que Teixeira tirou a licença por problemas médicos e vai se tratar nos Estados Unidos, onde tem casa e sua família já o espera. A CBF, contudo, não confirmou a informação nem disse se a licença se estende à presidência do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), também ocupado por Teixeira.

Segundo Noveletto, a presidência da CBF será assumida pelo vice-presidente mais velho da CBF, José Maria Marin.

Rumores sobre uma possível renúncia de Teixeira, que também é membro do Comitê Executivo da Fifa (federação que rege o futebol mundial), se disseminaram nas últimas semanas, quando ele vendeu propriedades no Brasil e demitiu funcionários de confiança na CBF, como o seu tio Marco Antônio Teixeira, que ocupava a secretaria-geral da entidade.

Os rumores ganharam força com a publicação de reportagens que apontavam ligações de Teixeira com a empresa Ailanto, investigada por superfaturamento no amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008. O jogo custou R$ 8,5 milhões aos cofres públicos. O presidente da CBF nega irregularidades.

Pelo regulamento da entidade, a licença pode durar até 60 dias. Teixeira já recorreu à medida anteriormente.

Títulos e denúncias: A gestão de Teixeira foi marcada por dois títulos brasileiros em Mundiais (em 1994 e em 2002) e pela conquista pelo Brasil do direito de sediar a Copa de 2014. No entanto, também foi marcada por uma série de denúncias.

Após a Copa de 1994, Teixeira foi acusado de pressionar um funcionário do aeroporto no Rio de Janeiro a liberar cerca de 17 toneladas de bagagens da seleção brasileira, no episódio que ficou conhecido como o “voo da muamba”. A carga continha eletrodomésticos trazidos por jogadores e dirigentes esportivos.

O caso fez com que, em 2009, o presidente da CBF fosse condenado, em primeira instância, a ter suspensos seus direitos políticos, além de ficar impedido de assinar contratos com o poder público ou receber benefícios fiscais, ainda que por intermédio de pessoa jurídica, por três anos.

Um ano antes, em 2008, Teixeira foi denunciado pelo Ministério Público Federal por suposto crime de lavagem de dinheiro, por receber US$ 600 mil de conta da empresa Sanud na Suíça. As remessas, em 1996 e 1997, foram descobertas pela CPI do Futebol, em 2001. A verba foi investida na RLJ Participações, empresa de Teixeira.

Apesar das denúncias, ele conseguiu se reeleger no comando da CBF em 2003 e em 2007. E com a escolha do Brasil para sede do Mundial de 2014, seu mandato foi estendido até 2015.

Propinas: Desde 2010, porém, as denúncias contra ele se intensificaram. Uma reportagem do programa de televisão Panorama, da BBC, revelou que a Fifa estava impedindo a divulgação de um documento que revelaria a identidade de dois dirigentes da Fifa que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, em 2010.

Segundo o programa, um dos dirigentes era Teixeira e o outro, seu sogro e ex-presidente da Fifa, João Havelange.

O acordo encerrou uma investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da Fifa na década de 1990 por uma empresa de marketing esportivo, a ISL (International Sports and Leisure).

Até sua falência em 2001, a ISL comercializava os direitos de televisão e os anúncios publicitários da Copa do Mundo para anunciantes e patrocinadores.

Em 27 de dezembro de 2011, a Justiça suíça ordenou que a Fifa abrisse em até 30 dias os documentos do caso ISL, o que, no entanto, ainda não ocorreu. Também em 2011, a Polícia Federal brasileira abriu investigação sobre a denúncia.

Embora Teixeira, 64 anos, venha de fato enfrentando problemas de saúde, especula-se que a possibilidade de que os documentos do caso ISL revelem que ele recebeu propina tenha sido uma das causas para sua licença.

Há outras possíveis razões por trás da decisão: Teixeira estaria descontente com o assédio que sua filha mais nova tem sofrido por causa das denúncias contra o pai e, além disso, estaria insatisfeito com o tratamento que tem recebido da presidente Dilma Rousseff na organização da Copa de 2014.