16 de março de 2012

Injustiça = benefício?

11:01 | , ,

Muito bem, caro leitor... Infelizmente, os professores resolveram parar de novo. Em greve deflagrada em todo o país, as crianças e adolescentes mais uma vez são deixados na mão. Por isso, vamos reprisar o texto publicado em 02 de maio de 2011 sobre a última greve - que sempre têm as mesmas reivindicações... Boa leitura!

E, mais uma vez, a história se repete. Nesta quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no RN deflagrou greve nas escolas da Rede Estadual de ensino, prejudicando milhares de alunos no início do ano letivo.

Foto: SINTE / RN
Desta vez, os professores pedem que seus salários sejam equiparados aos das normas do piso salarial da categoria, instituído pelo governo Lula. Em alguns casos, o reajuste passa dos mil reais.

Tudo bem, sabemos que as condições de trabalho dos educadores não é das melhores. Falta material, respeito por parte dos alunos, condições físicas, de saúde... Sabe-se também que o salário é irrisório perto do serviço que eles prestam as crianças e adolescentes, ajudando a fazer o futuro do Rio Grande do Norte e do país.

Mas, há de se fazer uma ressalva: prejudicar terceiros em prol de benefícios próprios é imoral. Se ponha, leitor(a), no lugar desses alunos da rede pública que vão ficar sem aulas. Eu fui aluno da Rede Estadual e sei muito bem o que é isso. Você só sabe quando começa a greve e, em vez de livros, deve-se prestar atenção nos noticiários da TV pra saber quando as aulas voltarão a ser dadas normalmente.

Só que o pior é depois da greve. Quando voltam as salas, os professores fazem com que o aluno faça um esforço sobre-humano para conseguir fazer inúmeros trabalhos de uma só vez (no ensino médio, são cerca de 12 matérias lecionadas) para repor o tempo de paralização. E, claro, tudo isso para que, em dezembro, o professor possa ter suas merecidas férias. E aí fica a reflexão: pra quê adianta uma greve quase nas férias do meio do ano? Por que não greve em janeiro?

Greve na educação não é o melhor caminho. É cabível se acreditar que há meios mais eficazes do que uma greve para se pressionar o Executivo e a Secretaria de Educação. Talvez as vias judiciais, ou reuniões. Até mesmo boicotes. Ainda acharia correto paradas de advertência. Mas, causar prejuízo em quem não tem a ver com a pauta de reivindicações deflagrando greve não é justo.

Enquanto isso, vamos acompanhando uma luta justa para se ter uma melhor educação no Estado com os piores índices do país. Mas, é uma luta prejudicial para os alunos, uma vez que o direito básico a educação, serviço essencial no Brasil, não está sendo respeitado.

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