Créditos: BBC Brasil
Foto: AFP / BBC Brasil |
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, comunicou nesta quinta-feira a presidentes de federações estaduais que tirará uma licença temporária do cargo, que ocupa há 23 anos.
Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), disse à BBC Brasil que Teixeira tirou a licença por problemas médicos e vai se tratar nos Estados Unidos, onde tem casa e sua família já o espera. A CBF, contudo, não confirmou a informação nem disse se a licença se estende à presidência do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), também ocupado por Teixeira.
Segundo Noveletto, a presidência da CBF será assumida pelo vice-presidente mais velho da CBF, José Maria Marin.
Rumores sobre uma possível renúncia de Teixeira, que também é membro do Comitê Executivo da Fifa (federação que rege o futebol mundial), se disseminaram nas últimas semanas, quando ele vendeu propriedades no Brasil e demitiu funcionários de confiança na CBF, como o seu tio Marco Antônio Teixeira, que ocupava a secretaria-geral da entidade.
Os rumores ganharam força com a publicação de reportagens que apontavam ligações de Teixeira com a empresa Ailanto, investigada por superfaturamento no amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008. O jogo custou R$ 8,5 milhões aos cofres públicos. O presidente da CBF nega irregularidades.
Pelo regulamento da entidade, a licença pode durar até 60 dias. Teixeira já recorreu à medida anteriormente.
Títulos e denúncias: A gestão de Teixeira foi marcada por dois títulos brasileiros em Mundiais (em 1994 e em 2002) e pela conquista pelo Brasil do direito de sediar a Copa de 2014. No entanto, também foi marcada por uma série de denúncias.
Após a Copa de 1994, Teixeira foi acusado de pressionar um funcionário do aeroporto no Rio de Janeiro a liberar cerca de 17 toneladas de bagagens da seleção brasileira, no episódio que ficou conhecido como o “voo da muamba”. A carga continha eletrodomésticos trazidos por jogadores e dirigentes esportivos.
O caso fez com que, em 2009, o presidente da CBF fosse condenado, em primeira instância, a ter suspensos seus direitos políticos, além de ficar impedido de assinar contratos com o poder público ou receber benefícios fiscais, ainda que por intermédio de pessoa jurídica, por três anos.
Um ano antes, em 2008, Teixeira foi denunciado pelo Ministério Público Federal por suposto crime de lavagem de dinheiro, por receber US$ 600 mil de conta da empresa Sanud na Suíça. As remessas, em 1996 e 1997, foram descobertas pela CPI do Futebol, em 2001. A verba foi investida na RLJ Participações, empresa de Teixeira.
Apesar das denúncias, ele conseguiu se reeleger no comando da CBF em 2003 e em 2007. E com a escolha do Brasil para sede do Mundial de 2014, seu mandato foi estendido até 2015.
Propinas: Desde 2010, porém, as denúncias contra ele se intensificaram. Uma reportagem do programa de televisão Panorama, da BBC, revelou que a Fifa estava impedindo a divulgação de um documento que revelaria a identidade de dois dirigentes da Fifa que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, em 2010.
Segundo o programa, um dos dirigentes era Teixeira e o outro, seu sogro e ex-presidente da Fifa, João Havelange.
O acordo encerrou uma investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da Fifa na década de 1990 por uma empresa de marketing esportivo, a ISL (International Sports and Leisure).
Até sua falência em 2001, a ISL comercializava os direitos de televisão e os anúncios publicitários da Copa do Mundo para anunciantes e patrocinadores.
Em 27 de dezembro de 2011, a Justiça suíça ordenou que a Fifa abrisse em até 30 dias os documentos do caso ISL, o que, no entanto, ainda não ocorreu. Também em 2011, a Polícia Federal brasileira abriu investigação sobre a denúncia.
Embora Teixeira, 64 anos, venha de fato enfrentando problemas de saúde, especula-se que a possibilidade de que os documentos do caso ISL revelem que ele recebeu propina tenha sido uma das causas para sua licença.
Há outras possíveis razões por trás da decisão: Teixeira estaria descontente com o assédio que sua filha mais nova tem sofrido por causa das denúncias contra o pai e, além disso, estaria insatisfeito com o tratamento que tem recebido da presidente Dilma Rousseff na organização da Copa de 2014.
Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), disse à BBC Brasil que Teixeira tirou a licença por problemas médicos e vai se tratar nos Estados Unidos, onde tem casa e sua família já o espera. A CBF, contudo, não confirmou a informação nem disse se a licença se estende à presidência do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL), também ocupado por Teixeira.
Segundo Noveletto, a presidência da CBF será assumida pelo vice-presidente mais velho da CBF, José Maria Marin.
Rumores sobre uma possível renúncia de Teixeira, que também é membro do Comitê Executivo da Fifa (federação que rege o futebol mundial), se disseminaram nas últimas semanas, quando ele vendeu propriedades no Brasil e demitiu funcionários de confiança na CBF, como o seu tio Marco Antônio Teixeira, que ocupava a secretaria-geral da entidade.
Os rumores ganharam força com a publicação de reportagens que apontavam ligações de Teixeira com a empresa Ailanto, investigada por superfaturamento no amistoso entre Brasil e Portugal, em 2008. O jogo custou R$ 8,5 milhões aos cofres públicos. O presidente da CBF nega irregularidades.
Pelo regulamento da entidade, a licença pode durar até 60 dias. Teixeira já recorreu à medida anteriormente.
Títulos e denúncias: A gestão de Teixeira foi marcada por dois títulos brasileiros em Mundiais (em 1994 e em 2002) e pela conquista pelo Brasil do direito de sediar a Copa de 2014. No entanto, também foi marcada por uma série de denúncias.
Após a Copa de 1994, Teixeira foi acusado de pressionar um funcionário do aeroporto no Rio de Janeiro a liberar cerca de 17 toneladas de bagagens da seleção brasileira, no episódio que ficou conhecido como o “voo da muamba”. A carga continha eletrodomésticos trazidos por jogadores e dirigentes esportivos.
O caso fez com que, em 2009, o presidente da CBF fosse condenado, em primeira instância, a ter suspensos seus direitos políticos, além de ficar impedido de assinar contratos com o poder público ou receber benefícios fiscais, ainda que por intermédio de pessoa jurídica, por três anos.
Um ano antes, em 2008, Teixeira foi denunciado pelo Ministério Público Federal por suposto crime de lavagem de dinheiro, por receber US$ 600 mil de conta da empresa Sanud na Suíça. As remessas, em 1996 e 1997, foram descobertas pela CPI do Futebol, em 2001. A verba foi investida na RLJ Participações, empresa de Teixeira.
Apesar das denúncias, ele conseguiu se reeleger no comando da CBF em 2003 e em 2007. E com a escolha do Brasil para sede do Mundial de 2014, seu mandato foi estendido até 2015.
Propinas: Desde 2010, porém, as denúncias contra ele se intensificaram. Uma reportagem do programa de televisão Panorama, da BBC, revelou que a Fifa estava impedindo a divulgação de um documento que revelaria a identidade de dois dirigentes da Fifa que foram forçados a devolver dinheiro de propinas em um acordo para encerrar uma investigação criminal na Suíça, em 2010.
Segundo o programa, um dos dirigentes era Teixeira e o outro, seu sogro e ex-presidente da Fifa, João Havelange.
O acordo encerrou uma investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da Fifa na década de 1990 por uma empresa de marketing esportivo, a ISL (International Sports and Leisure).
Até sua falência em 2001, a ISL comercializava os direitos de televisão e os anúncios publicitários da Copa do Mundo para anunciantes e patrocinadores.
Em 27 de dezembro de 2011, a Justiça suíça ordenou que a Fifa abrisse em até 30 dias os documentos do caso ISL, o que, no entanto, ainda não ocorreu. Também em 2011, a Polícia Federal brasileira abriu investigação sobre a denúncia.
Embora Teixeira, 64 anos, venha de fato enfrentando problemas de saúde, especula-se que a possibilidade de que os documentos do caso ISL revelem que ele recebeu propina tenha sido uma das causas para sua licença.
Há outras possíveis razões por trás da decisão: Teixeira estaria descontente com o assédio que sua filha mais nova tem sofrido por causa das denúncias contra o pai e, além disso, estaria insatisfeito com o tratamento que tem recebido da presidente Dilma Rousseff na organização da Copa de 2014.
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