1 de julho de 2011

Porque ainda existe o Carnatal?

10:05 | , ,

Olá pessoal! Bem, vamos com o nosso post de hoje, com uma referência ao maior evento de rua da capital potiguar: o Carnatal. Para este ano, há indefinições sobre a festa, uma vez que seu percurso está no entorno do Machadão, que virou um canteiro de obras para a construção do novo estádio "Arena das Dunas" para a Copa do Mundo de 2014.

Mas, como, para muitos, essa festa significa bastante, há essa intenção de fazê-la assim mesmo, apesar de o percurso estar em obras. De toda forma, a discussão está posta.

Por isso, hoje reprisamos o texto publicado em 03/12/2010, falando do maior carnaval fora de época do Brasil, que traz muitos problemas para nossa cidade. Boa leitura!

Foto: Artur Dantas (Nominuto.com)
Natal está um caos. Uma festa privada parou a cidade. Isso é o que se ouve por aí com o início da dita "maior micareta do Brasil", o Carnatal. Essa peleija começou ontem e vai até domingo, dia 05.

Não entendo como pessoas gastam até R$ 500 só para dar duas voltas no Machadão em um espaço de três horas. Chega a ser mais caro que o show do Paul McCartney (Que foi bem melhor) em São Paulo e se equipara ao preço de uma senha para a apresentação do Roberto Carlos, no dia 10. Um absurdo! Sem contar com os enormes transtornos que a capital potiguar enfrenta, sobretudo no trânsito.

Por conta disso, não tenho palavras para descrever minha veemente crítica a esse evento privado que é um malefício para a nossa cidade e, principalmente, para os moradores da região. Por isso, no post opinativo de hoje, trago um texto genial que meu ex-professor e publicitário Ricardo Rosado escreveu em seu blog. Apenas leia e comente...

Créditos: Fator RRH
DECRETO Nº. 10.000 DE 03 DE DEZEMBRO DE 2010.

Dispõe sobre a realização do Carnatal e dá outras providências.

A PREFEITA CONSTITUCIONAL DO MUNICÍPIO DE NATAL, CAPITAL DO ESTADO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei Orgânica do Município de Natal, artigo 55, VI,

CONSIDERANDO que o legislador municipal não tem a necessária isenção para tratar de tema tão importante para... (ah! deixa pra lá);

CONSIDERANDO que o Tesouro Municipal há 20 (vinte) anos reserva, sem contestação, os recursos suficientes para a realização da folia;

CONSIDERANDO, por fim, que está todo mundo ocupado com assuntos menores, como a guerra urbana carioca e as operações Higia e Apia;

DECRETA:

Art. 1º Os órgãos e entidades da Administração Pública municipal deverão ficar à disposição do Carnatal pelo período requerido por seus organizadores.

Parágrafo Único — Os servidores envolvidos diretamente com o evento Carnatal em Natal não farão jus a horas extras;

Art. 2º - As unidades municipais de saúde adaptarão as escalas de plantão de acordo com a demanda estimada pelos organizadores do evento.

Art. 3º A Guarda Municipal manterá de prontidão os pelotões requisitados pelos organizadores do Carnatal, auxiliando, inclusive, na organização das filas para entrega de abadás.

Art. 4º A limpeza urbana concentrará suas tarefas diárias no entorno da realização do evento.

Art. 5º -Todas as viaturas do SAMU Municipal serão deslocadas para o evento a partir das 16h de cada dia da festa, lá permanecendo até o dia amanhecer.

Art. 6º- Fica temporariamente flexibilizado o direito de ir e vir do natalense no raio de até 2 km do local do evento, absolutamente a critério do organizadores da folia. Se alguém reagir para entrar em sua própria casa, a Polícia Militar deve prender o meliante;

Art. 7º A Câmara Municipal de Natal também se autodissolve neste período, por acordo das lideranças, dando folga aos ilustres vereadores e seus abadás;

Art. 8º- Ministério Público, Receita Federal, Polícia Militar, Governo do Estado, Tribunal de Justiça, Justiça Federal e todos os flanelinhas, também suspendem suas atividades neste período, para não atrapalhar a folia e prejudicar o lucro dos organizadores do evento, e que eles possam também cair na farra, que ninguém é de ferro;

Art. 9º Está suspensa a cobertura da imprensa que possa prejudicar o evento, proibidas as críticas e espaços para as reações dos moradores de Natal. A partir desta data está liberada a babação e o puxa-saquismo na comunicação;

Art. 10º Cumpra-se.

Art. 11- Publique-se na madrugada do segundo dia do Carnatal.

“Estamos numa Democracia, e ai de quem duvidar”! já dizia o democrata João Batista de Figueredo.

Gama e Silva Falcão, Ministro provisório da republiqueta de bananas na qual se transforma Natal todo ano.

0 comentários: