Créditos: Folha de S. Paulo
Imagem: Folha de S. Paulo (Reprodução do site do jornal) |
O escândalo das escutas telefônicas ilegais fez a News Corporation, conglomerado do magnata australiano Rupert Murdoch, fechar o "News of the World", tabloide de maior circulação aos domingos no Reino Unido criado em 1843.
Murdoch, 80, controla um império de US$ 60 bilhões em ativos e um volume de negócios anual de US$ 33 bilhões. Depois de herdar de seu pai em 1952 a direção do jornal "The Adelaide News", na Austrália, o empreendedor avançou seus negócios para o Reino Unido nos anos 60.
Há denúncias de que repórteres do jornal acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades, membros da família real, vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque.
A crise fez com que os principais anunciantes do Reino Unido cancelarem suas campanhas de publicidade no jornal. Fez também o governo decidir abrir um inquérito público para investigar o caso.
A polícia acredita que até 4.000 pessoas tiveram seus telefones grampeados.
"The News of the World está no ramo de fiscalizar outros por seus atos. Ele fracassou quando chegou sua vez", disse o vice-diretor de operações da NewsCorporation, James Murdoch. O filho do magnata australiano foi o encarregado de transmitir a notícia aos mais de 200 funcionários do tabloide.
"As coisas boas que o "News of the World" faz [...] foram manchadas por um comportamento que estava errado. Se as recentes alegações forem verdade, [as ações] foram desumanas e não têm espaço na nossa companhia", completou.
O "News of The World" é o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares e pertence ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.
Entenda a crise: O tabloide está envolvido em um escândalo desde 2006, quando apareceram as primeiras denúncias de que grampeava celebridades e até membros da realeza em busca de informações exclusivas. O então editor do jornal, Andy Coulson, renunciou no ano seguinte, após um de seus repórteres e um detetive terem sido condenados pelo monitoramento ilegal das conversas telefônicas.
Em fevereiro de 2011, a Polícia Metropolitana de Londres iniciou uma nova investigação após alegações de que mais de 7.000 pessoas, entre elas atores, políticos, jogadores de futebol, apresentadores de TV e outras celebridades, tiveram seus telefones grampeados. Pressionado mais uma vez, Coulson abandonou também o cargo de porta-voz de Cameron.
A crise se agravou após o premiê britânico, David Cameron, ter demandado nesta quarta-feira a abertura de um inquérito sobre os grampos e sobre a propina, mas afirmou que, antes, a polícia precisa encerrar a investigação.
Nesta semana o escândalo ganhou outra dimensão com a denúncia de que um detetive que trabalhava para o jornal teria grampeado o telefone celular de Milly Dowler, uma menina de 13 anos que desapareceu em 2002 e depois foi encontrada morta. O detetive contratado pelo tabloide para hackear o telefone chegou a deletar mensagens do celular, dando à família falsas esperanças de que ela estaria viva.
Também na quarta-feira a imprensa trouxe mais denúncias, desta vez de que o jornal teria invadido os telefones de famílias de vítimas dos atentados de 7 de julho de 2005, em Londres, e de familiares de soldados britânicos mortos em ação.
Suborno: Mais cedo, houve confirmação de que uma comissão independente da polícia britânica vai supervisionar a investigação sobre as denúncias de que repórteres do tabloide pagaram policiais em troca de informação.
Deborah Glass, vice-comissária da Comissão Independente de Reclamações da Polícia, disse nesta quinta-feira que ela vai pessoalmente supervisionar as investigações se policiais receberam dinheiro dos jornalistas do tabloide britânico para dar informações sobre investigações em andamento.
Os pagamentos teriam sido autorizados por Coulson, segundo e-mails entregues pela direção do "News of the World".
Militares chocados: A organização dos militares veteranos do Reino Unido rompeu suas relações com o "News of the World" depois dos relatos da véspera de que um detetive contratado pelo tabloide reuniu os celulares de familiares de soldados mortos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
A Legião Real Britânica disse que cancelou a parceria com o tabloide nas campanhas relacionadas aos temas de veteranos e todos os outros laços existentes, até que as denúncias sejam apuradas.
A Legião disse ainda que vai rever suas propagandas em outros jornais do News International, que incluem "The Times" e "The Sun".
A ação veio depois do jornal "The Daily Telegraph" reportar que o número dos celulares dos familiares de soldados estavam nos papéis de um detetive envolvido nos escândalos de grampos ilegais.
"Nós não podemos manter qualquer campanha de conscientização com o "News of the World" em nome de familiares de militares enquanto ele é acusado de abusar destas mesmas famílias em momentos de profunda tristeza".
"As alegações de hacking nos chocaram muito", disse.
O detetive Glenn Mulcaire cumpriu pena de seis meses de prisão em 2007, depois de hackear mensagens de voz de telefones de funcionários da família real.
O "Daily Telegraph" não identificou sua fonte e não disse se algum dos números foi efetivamente hackeado. O "News of the World" emitiu um comunicado dizendo estar "absolutamente chocado e aterrorizado" se houver qualquer verdade na alegação.
Esta não foi a primeira perda financeira do tabloide. A companhia de energia Npower anunciou que está tirando suas propagandas do "News of the World" neste fim de semana, se juntando a Ford, Vauxhall e Mitsubishi.
Murdoch, 80, controla um império de US$ 60 bilhões em ativos e um volume de negócios anual de US$ 33 bilhões. Depois de herdar de seu pai em 1952 a direção do jornal "The Adelaide News", na Austrália, o empreendedor avançou seus negócios para o Reino Unido nos anos 60.
Há denúncias de que repórteres do jornal acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades, membros da família real, vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque.
A crise fez com que os principais anunciantes do Reino Unido cancelarem suas campanhas de publicidade no jornal. Fez também o governo decidir abrir um inquérito público para investigar o caso.
A polícia acredita que até 4.000 pessoas tiveram seus telefones grampeados.
"The News of the World está no ramo de fiscalizar outros por seus atos. Ele fracassou quando chegou sua vez", disse o vice-diretor de operações da NewsCorporation, James Murdoch. O filho do magnata australiano foi o encarregado de transmitir a notícia aos mais de 200 funcionários do tabloide.
"As coisas boas que o "News of the World" faz [...] foram manchadas por um comportamento que estava errado. Se as recentes alegações forem verdade, [as ações] foram desumanas e não têm espaço na nossa companhia", completou.
O "News of The World" é o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares e pertence ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados de mídia do mundo.
Entenda a crise: O tabloide está envolvido em um escândalo desde 2006, quando apareceram as primeiras denúncias de que grampeava celebridades e até membros da realeza em busca de informações exclusivas. O então editor do jornal, Andy Coulson, renunciou no ano seguinte, após um de seus repórteres e um detetive terem sido condenados pelo monitoramento ilegal das conversas telefônicas.
Em fevereiro de 2011, a Polícia Metropolitana de Londres iniciou uma nova investigação após alegações de que mais de 7.000 pessoas, entre elas atores, políticos, jogadores de futebol, apresentadores de TV e outras celebridades, tiveram seus telefones grampeados. Pressionado mais uma vez, Coulson abandonou também o cargo de porta-voz de Cameron.
A crise se agravou após o premiê britânico, David Cameron, ter demandado nesta quarta-feira a abertura de um inquérito sobre os grampos e sobre a propina, mas afirmou que, antes, a polícia precisa encerrar a investigação.
Nesta semana o escândalo ganhou outra dimensão com a denúncia de que um detetive que trabalhava para o jornal teria grampeado o telefone celular de Milly Dowler, uma menina de 13 anos que desapareceu em 2002 e depois foi encontrada morta. O detetive contratado pelo tabloide para hackear o telefone chegou a deletar mensagens do celular, dando à família falsas esperanças de que ela estaria viva.
Também na quarta-feira a imprensa trouxe mais denúncias, desta vez de que o jornal teria invadido os telefones de famílias de vítimas dos atentados de 7 de julho de 2005, em Londres, e de familiares de soldados britânicos mortos em ação.
Suborno: Mais cedo, houve confirmação de que uma comissão independente da polícia britânica vai supervisionar a investigação sobre as denúncias de que repórteres do tabloide pagaram policiais em troca de informação.
Deborah Glass, vice-comissária da Comissão Independente de Reclamações da Polícia, disse nesta quinta-feira que ela vai pessoalmente supervisionar as investigações se policiais receberam dinheiro dos jornalistas do tabloide britânico para dar informações sobre investigações em andamento.
Os pagamentos teriam sido autorizados por Coulson, segundo e-mails entregues pela direção do "News of the World".
Militares chocados: A organização dos militares veteranos do Reino Unido rompeu suas relações com o "News of the World" depois dos relatos da véspera de que um detetive contratado pelo tabloide reuniu os celulares de familiares de soldados mortos nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
A Legião Real Britânica disse que cancelou a parceria com o tabloide nas campanhas relacionadas aos temas de veteranos e todos os outros laços existentes, até que as denúncias sejam apuradas.
A Legião disse ainda que vai rever suas propagandas em outros jornais do News International, que incluem "The Times" e "The Sun".
A ação veio depois do jornal "The Daily Telegraph" reportar que o número dos celulares dos familiares de soldados estavam nos papéis de um detetive envolvido nos escândalos de grampos ilegais.
"Nós não podemos manter qualquer campanha de conscientização com o "News of the World" em nome de familiares de militares enquanto ele é acusado de abusar destas mesmas famílias em momentos de profunda tristeza".
"As alegações de hacking nos chocaram muito", disse.
O detetive Glenn Mulcaire cumpriu pena de seis meses de prisão em 2007, depois de hackear mensagens de voz de telefones de funcionários da família real.
O "Daily Telegraph" não identificou sua fonte e não disse se algum dos números foi efetivamente hackeado. O "News of the World" emitiu um comunicado dizendo estar "absolutamente chocado e aterrorizado" se houver qualquer verdade na alegação.
Esta não foi a primeira perda financeira do tabloide. A companhia de energia Npower anunciou que está tirando suas propagandas do "News of the World" neste fim de semana, se juntando a Ford, Vauxhall e Mitsubishi.
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