11 de janeiro de 2010

Arruda faz piada e diz que é culpado até da Mega-Sena

16:48 | , ,

Créditos: Jornal Meio Norte (PI)
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr - R7
O assunto crise não estava na pauta da primeira reunião do ano do governador José Roberto Arruda com o secretariado que o ocorreu na terça-feira (5), na sede do governo do Distrito Federal.

“Eu liguei o noticiário na televisão e a especulação era de quem tinha ganhado na Mega-Sena. Aí perguntaram para um varredor de rua, e ele disse: ‘olha, estão dizendo que foi um político, eu acho que foi o Arruda’. Então, eu quero dizer que, hoje em dia, eu sou culpado até da Mega-Sena”, disse o governador.

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília, que gerou uma crise no governo, começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Na primeira reunião do ano, sem permitir perguntas, o governador era só sorrisos. No único momento em que se ouviu algum comentário indireto sobre a crise, foi uma “brincadeira”.

A reunião foi pra dizer aos secretários que as contas estão em dia e que nenhuma obra está parada. Só que a TV Globo mostrou nesta terça-feira que tem obra parada. Uma delas é na DF-250. E no Itapoã e no Mestre D'Armas, em Planaltina, também. Asfalto inacabado. A Secretaria de Obras disse que até abril vai concluir as obras.


O trabalho na terça-feira foi na Secretaria de Fazenda, para acabar o relatório sobre os contratos de informática do GDF, que deve ser entregue nesta quarta-feira (6) no Superior Tribunal de Justiça (STJ).


O ministro Fernando Gonçalves, que solicitou as cópias dos contratos de informática, está de férias e o Judiciário está em recesso até o dia 1º de fevereiro. Mesmo assim, a Secretaria de Fazenda disse que vai cumprir e entregar um relatório até às 18h desta quarta-feira no STJ. Até agora, o documento tem cerca de mil páginas, e traz todas as cópias das ordens de pagamento feitas pelo GDF às empresas de informática desde o início do governo Arruda.


O vice-governador, Paulo Octávio, e o secretário de Transportes, Alberto Fraga, estão de férias e não apareceram na reunião.


Manifestantes estendem varal com meias na casa de deputado de Brasília

16:42 | , ,

Créditos: G1
Dezenas de estudantes fizeram um protesto nesse domingo (10) em frente à casa do presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), que ficou conhecido após ser flagrado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, colocando suposta propina nas meias.

Os estudantes fizeram uma carreata na rua da casa do parlamentar e contaram com o apoio dos vizinhos. Eles estenderam um varal com meias e levaram um caixão para simbolizar a morte da política no Distrito Federal.

Os manifestantes prometem fazer ainda neste domingo uma vigília em frente à Câmara Legislativa. A Casa retoma suas atividades nesta segunda-feira (11) a partir das 10 horas. Está prevista escolha dos integrantes da Comissão de Constituição e Justiça, que vai analisar os pedidos de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), que é investigado pelo inquérito que analisa sua participação no esquema que ficou conhecido como “mensalão do DEM de Brasília”. Também está prevista a instalação da CPI da Corrupção na Câmara Legislativa.

Na sexta-feira, os deputados distritais se reuniram com Prudente para tentar convencê-lo a não reassumir a presidência da Casa, mas ele rejeitou a proposta. O parlamentar estava afastado do comando da Câmara desde que apareceram as imagens em que ele coloca dinheiro nas meias.

Entenda o escândalo do mensalão do DEM

16:25 | , ,

Créditos: R7
O que é:
A Polícia Federal deflagrou no dia 27 de novembro a operação Caixa de Pandora, que investiga um suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina comandado pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e que envolve políticos aliados – entre eles deputados distritais. O governador nega o envolvimento.

O esquema seria uma espécie de “pedágio” cobrado por Arruda para que empresas consigam contratos com o governo. O dinheiro arrecadado, segundo o inquérito da PF, era dividido entre Arruda, o vice-governador, Paulo Octávio, além de secretários e assessores da administração do DF.

O escândalo ficou conhecido como mensalão do DEM, em alusão ao mensalão do governo federal, denunciado em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson, que consistiria no pagamento mensal por parte do governo a parlamentares em troca de facilidades políticas.

Ao deflagrar a operação Caixa de Pandora, a PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça)e apreendeu mais de R$ 700 mil nas casas e gabinetes dos políticos envolvidos, incluindo um anexo da residência oficial do governador.

Segundo o inquérito da PF – que investiga os crimes de formação de quadrilha, crime eleitoral e corrupção -, o dinheiro vinha de quatro empresas da área de informática. Em troca, elas conseguiriam facilidades em licitações para firmar contratos com o governo.

Mais de 30 vídeos que fazem parte das investigações mostram Arruda e seus aliados recebendo maços de dinheiro.


Quem são os envolvidos:
José Roberto Arruda - O governador do Distrito Federal é investigado por receber o dinheiro das empresas e repassá-lo aos seus aliados políticos, entre eles deputados do DF. O governador nega os crimes e afirma que o dinheiro que aparece recebendo em vídeo era para realizar ações sociais, entre elas a compra de panetones. Em nota, disse que as irregularidades eram cometidas pelo governo anterior. Pressionado pelos líderes do DEM, pediu a desfiliação e abriu mão de disputar a reeleição em 2010.

Durval Barbosa - Alvo de 32 processos judiciais, o ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda foi o delator do esquema. Ele produziu, desde 2005, mais de 30 vídeos nos quais deputados, secretários e o próprio Arruda aparecem recebendo maços de dinheiro. A Polícia Federal diz que vingança contra o governador motivou denúncia. Segundo Barbosa, Arruda fez uma campanha difamatória contra ele em um jornal de Brasília.

O ex-secretário também fez parte do governo anterior, de Joaquim Roriz (PSC), ex-aliado político de Arruda que pretende disputar a vaga no Palácio do Buriti no ano que vem.

Paulo Octávio (DEM) - Vice-governador do Distrito Federal, também recebia dinheiro das empresas. Numa eventual renúncia ou impeachment de Arruda, também deve deixar o governo. Assim como o governador, ele nega as acusações.

Leonardo Prudente (DEM) - Presidente licenciado da Câmara Legislativa (equivalente, no Distrito Federal, às Assembleias Legislativas dos Estados), aparece em vídeo recebendo maços de dinheiro e os colocando na meia. Uma empresa ligada a Prudente, a G6, ganhou diversos contratos com o governo durante a gestão Arruda, o que aumentou em 2.265% os valores recebidos. O deputado nega as acusações e diz ser vítima de chantagem.

Eurides Brito (PMDB)Rogério Ulysses Mello (PSB) e Pedro do Ovo (PMN) – Deputados cujos gabinetes e casas foram alvo dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF. Eles também negam o envolvimento no caso.

Fernando Gonçalves – Ministro que relata o caso no STJ (Superior Tribunal de Justiça), expediu os 16 mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF na sexta-feira.

Níveo Gonçalves - Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, poderá assumir o governo em um caso de renúncia coletiva ou impeachment dos mandatos de Arruda, Octávio e Prudente.

Cabo Patrício (PT) – Deputado distrital, assumiu a presidência da Câmara Legislativa com o afastamento de Prudente. Acatou um pedido do seu partido para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investiga irregularidades na administração do Distrito Federal.

Alcyr Collaço – empresário, dono do jornal Tribuna do Brasil, foi flagrado em vídeo recebendo maços de dinheiro. Em um vídeo, Collaço afirma que também receberiam dinheiro deste esquema o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o presidente da Câmara, Michel Temer, e o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF). Todos negam as acusações.


3.Crimes:
Segundo o inquérito da investigação que corre no STJ, Ministério Público e Polícia Federal, os crimes cometidos pelos envolvidos seriam os de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude de licitação e crime eleitoral.


O que pode acontecer a partir de agora:
A Polícia Federal ainda não concluiu a investigação da operação Caixa de Pandora. Mesmo depois que isso acontecer, ainda haverá um longo caminho até o processo ser concluído e a Justiça definir se Arruda e seus aliados são culpados ou inocentes.

Entretanto, a solidez dos indícios de crime, entre eles os vídeos nos quais Arruda e seus aliados são filmados recebendo dinheiro, já gerou a possibilidade de impeachment do governador.

Três dos 11 pedidos protocolados na Câmara Legislativa foram aceitos e agora passam por uma comissão especial criada pela Casa para analisar o processo. Caso algum deles seja aprovado pelos deputados, Arruda perde o mandato e o direito de se candidatar por oito anos

9 de janeiro de 2010

Nem o futebol escapou do terror

14:08 | , ,

Olá leitor. Peço desculpas pelo atraso da postagem de sexta-feira. Tive alguns problemas técnicos com minha internet e não pude colocar no ar as postagens habituais da sexta-feira. Porém, não deixei você na mão e trouxe logo no sábado o material inédito do "Fatos e Opiniões". E lembre-se: Na segunda-feira tem mais. Boa leitura.

O ano começou tumultuado. Primeiro foi a natureza que deu o ar da graça. Depois a corrupção de 2009 voltou a tona (Isso eu não postei). E agora, volta a vista da sociedade mundial a imbecilidade dos terroristas. e eles são tão cruéis que resolveram mexer em um ambiente que dificilmente ouve-se falar de algo tão chocante e parecido: O esporte - Sobretudo o futebol, onde é mais raro.
Imagem: TV Cidade Verde (PI)
Apenas para refrescar a sua memória e a leitura dos posts anteriores, a seleção de Togo sofreu um atentado ao se dirigir a Angola para a disputa da Copa Africana de Nações. O ônibus foi metralhado por quase trinta minutos. Resultado: 9 feridos e 3 mortes - O motorista, um assessor e o assistente técnico.

A bandeira dessa crueldade: O terror. E mais uma vez o extremismo voltou a cena. Dessa vez, um grupo separatista que reivindica a independeência do território angolano onde o ataque ocorreu assumiu a autoria.



Imagem: G1
É revoltante uma situação como essa. O futebol é um esporte alegre, feliz, sem diferenças políticas ou raciais, mesmo tendo profundas diferenças econômicas. Um esporte que une nações divididas, que faz novas amizades surgirem, que dá lazer ao público, que faz surgir uma devoção por uma instituição esportiva, não tem direito algum de sofrer esse tipo de coisa. O terror não pode afligir o futebol.

E a seleção de Togo fez muito bem em desistir da disputa do torneio. Quem vai conseguir jogar e alegrar milhares (Ou milhões) de pessoas sabendo que pode sofrer outro ataque ou se preocupando com os companheiros de time feridos? Não dá. Emn qualquer ambiente profissional, educativo ou pessoal, não dá pra se fazer algo pensando em outra coisa maior e mais urgente: Eu mesmo já passei por isso várias vezes e sei que realmente você não consegue fazer aquela atividade direito. Pior é se preocupar com uns loucos que querem matar inocentes por causa de reclamações de uma meia dúzia. Ninguém gosta de sofrer com essas situações.

Com esse acontecimento, a FIFA deve ficar mais atenta quanto as condições de segurança de competições organizadas por ela. A turma do eterno Joseph Blater deve prestar mais atenção na organização quanto a segurança. Olho atento viu Blater!

E vai começar a Copa Africana de nações. Sem um time com jogadores conhecidos, sem segurança, sem tranquilidade. Eu espero que a rotina do futebol, e do esporte, não seja essa daqui pra frente. Espero um esporte tranquilo, sem brigas, sem terror, só com felicidade e alegria. E viva a Paz!

Togo deixa a Copa Africana de Nações

13:38 | , ,

Créditos: Globoesporte.com

De acordo com rádio francesa “RMC”, a emissora inglesa "BBC" e outros órgãos de imprensa da Europa, a seleção do Togo decidiu deixar Angola e não disputar mais a Copa Africana de Nações que começa neste domingo no país. O motivo para o abandono foi o atentado que a delegação togolesa sofreu na última sexta-feira, na província de Cabinda.

O ônibus que transportava a seleção foi metralhado por rebeldes separatistas do FLEC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda). Dois jogadores (Kodjovi Obilalé e Serge Akakpo) saíram baleados. Um assessor de imprensa, um assistente-técnico e o motorista do veículo morreram. Os dois primeiros faleceram no hospital em decorrência dos ferimentos. O motorista faleceu na hora do ataque. Apesar do incidente, a Confederação Africana de Futebol (CAF) confirmou a realização do torneio.

Segundo a rádio, jogadores e comissão técnica estão indo para o Aeroporto de Luanda para pegar o primeiro voo para Lome, capital do Togo. De acordo com o repórter Russel Fuller, da BBC, representantes da Federação de Futebol de Gana confirmaram que os togoleses estão deixando Angola.

Jogador togolês quer que outras seleções boicotem a CAN: Em entrevista ao jornal “L´Equipe”, o meia Alaixys Romão, do Grenoble, confirmou que a delegação está deixando Angola e foi além:

- Estamos esperando o avião para retornarmos a Lome. Também estamos conversando com os outros times do nosso grupo para convencê-los a boicotar a competição também.

Meia Pede Cancelamento do Torneio: Antes da decisão de deixar Angola, o meia togolês Guillaume Brenner falou sobre os momentos de terror e disse que, ao contrário do que pensam os dirigentes, a Copa Africana de Nações deveria ser cancelada.

- A escolta salvou nossas vidas. Se eles não estivessem lá, nós teríamos morrido. Não sei da onde os tiros vieram, sei que ficamos no chão e tinha sangue por todos os lados. Acho que a competição deva ser cancelada porque a segurança é mais importante do que tudo. A Copa do Mundo desse ano será na África e esse tipo de incidente não vai ser bom (para o torneio - afirmou Brenner, em entrevista ao portal “Goal.com”.

A seleção do Togo está no Grupo B do torneio, cujo os jogos serão disputados em Cabinda (que também receberá uma partida das quartas de final), ao lado de Burkina Faso, Gana e Costa do Marfim. A estreia seria contra os ganeses, na segunda-feira.

A Federação de Futebol de Togo e nem a organização da CAN confirmaram oficialmente a notícia.

O território de Cabinda é uma das 18 províncias de Angola, mas não pertence fisicamente à área do país. O local fica entre a República Democrática do Congo (ex-Zaire) e a República do Congo. A região é rica em petróleo e é assolada por um conflito separatista desde a independência angolana, em 1975.

Segundo o "Jornal Digital", de Angola, a resistência de Cabinda, denominada FLEC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda), já havia alertado em diversas ocasiões que poderia haver falta de segurança para as equipes que se deslocariam à província durante o torneio. A FLEC assumiu a autoria do atentado às forças militares angolanas que faziam a escolta da seleção de Togo.

- A situação de guerra é uma realidade em Cabinda e qualquer estrangeiro poderá ser uma vítima - teriam dito os líderes da FLEC.