Foto: Vipcomm / Uol
Estava trabalhando e não via a hora de chegar em casa para assistir ao jogo do Inter de Porto Alegre no Mundial de Clubes (mesmo sendo flamenguista, nessas ocasiões deixo o time de lado e viro brasileiro). Era evidente, pois era a chance de um clube ser bi no torneio organizado pela FIFA, uma vez que o São Paulo, maior campeão mundial do nosso país, só conquistou um de seus três títulos nessa forma de competição. Mas, assim que chego, fico estarrecido.
Ao ligar a televisão, por volta dos 25 minutos do segundo tempo, o desconhecido Mazembe, do Congo, estava vencendo o jogo por um a zero, que se transformaria em um 2 X 0 ao fim do jogo. Fiquei impressionado, pois um time até então desconhecido apronta uma dessas com o campeão da América do Sul, que era dado como certo na final do torneio. Aí pensei que havia sido apenas falta de sorte e que o adversário havia tido poucas chances e as aproveitou. Bem, mudei meu pensamento sobre esse jogo ao vê-lo novamente pela internet.
Me impressionei com o ritmo lento em campo. Algo inimaginável se tratando de uma semi-final de um campeonato mundial que alguns talvez nunca mais disputarão. Pareciam sem comprometimento, dando descrédito ao adversário. Ora, é para se respeitar sim, mas nunca com um desleixo atrelado a forma com que se trata seu oponente. O Internacional não estava nem aí para o Mazembe, achando que a vitória era questão de tempo. E aí veio a surpresa: Mazembe 2, Internacional 0. O colorado gaúcho estava fora da final de maneira vexatória perante a 190 milhões de brasileiros (talvez menos, pois só os gremistas, rivais do Inter, o secavam).
Isso mostra o quanto o futebol está ficando num nível mais igualitário e elevado. Onde já se pensou que um time do Congo, sem qualquer tradição no futebol mundial, ganharia de um time brasileiro e tendo a chance de enfrentar uma das maiores equipes do mundo (Internazionale de Milão) a ponto de ser temido? É amigo, o futebol está mudando, e para melhor.
Acho isso um barato. Chego até a dizer que esse é o reflexo que a globalização fez em todos nós. No futebol tem sua parcela - e foi comprovada na última terça-feira. O desenvolvimento do esporte mais popular do planeta é algo saudável e preciso. Chega de os países ganhadores freqüentes de títulos sempre abocanharem mais um caneco. Todos têm sua chance e algum há de ganhar um dia. Dessa vez, foi um desses sem tradição que ganhou.
E que essa derrota fique de lição para o futebol mundial. O desenvolvimento está chegando a todos, e isso é preciso. Nossos jogadores tem de se comprometer mais, se capacitar mais e, principalmente, querer jogar bem e alegrar seu fã e o torcedor. A alegria é o principal item do futebol. Pelo menos o Mazembe demonstrou essa alegria que o futebol precisa...
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