26 de março de 2012

Perigo real e imediato

17:01 | , ,

Muito bem amigo leitor... Vamos com mais uma atualização. Nesta segunda-feira, falamos da Fórmula 1 e a crise do Felipe Massa, que não passa por um bom momento na equipe Ferrari. Por isso, trazemos hoje a opinião do comentarista Rodrigo Mattar, do canal de TV fechada SporTV, em seu blog no site Globoesporte.com. Boa leitura!

Créditos: Globoesporte.com

Imagem: Globoesporte.com
Era uma vez um piloto que, quando surgiu na Fórmula 1, foi saudado pela imprensa italiana com tapete vermelho, elogios que o levavam às alturas e uma capa de revista que o saudava como “Il nuovo Senna” - O novo Senna.

Uma década depois disso, ou mais, esse mesmo piloto é, hoje, saudado pela mesma imprensa italiana não com tapete vermelho, não com elogios. Muito pelo contrário: os epítetos direcionados não são, digamos, dos mais agradáveis de se ler. “Inútil” foi o menos antipático, mas nem por isso menos grosseiro.

O piloto em questão é o brasileiro Felipe Massa, que chegou ao ponto mais baixo de sua relação com a opinião da imprensa do país da Ferrari, a ponto dos jornalistas daquele país colocarem-no na berlinda, indicando que seu futuro na Fórmula 1 está vinculado a uma inevitável saída da equipe.

Cabe lembrar que Felipe sempre foi bem-tratado pela Ferrari, desde que começou sua carreira na Itália, passando pela Fórmula 3000, seus anos na Sauber e seu trabalho como piloto de testes e depois como titular. Teve a seu lado Michael Schumacher e Kimi Räikkönen. Venceu corridas, mostrava velocidade, garra e por um triz não foi campeão mundial em 2008.

É aí que cabe uma reflexão: será que foi pelos bons tratos que a equipe lhe dispensou que Felipe preferiu não culpar ninguém do staff do time pela perda do caneco naquele ano em que Hamilton o venceu? Ora, falar do episódio de Cingapura é fácil. Duro é admitir o erro cometido na Malásia, os pit stops ruins ao longo da temporada, a quebra de motor na Hungria, o sem-fim de rodadas na Inglaterra e a história da mangueira de reabastecimento em Cingapura.

Tudo culpa da Renault, de Flavio Briatore, Pat Symmonds, Fernando Alonso e de Nelson Ângelo Piquet, não? Ah… e de Timo Glock, claro… como poderia me esquecer dele?

Pois bem:  o regulamento foi mexido e a Ferrari não conseguiu fazer em 2009 um carro à altura da Brawn GP, que dominava a temporada. Massa fazia um campeonato bastante honesto até o acidente com a mola na cabeça em Hungaroring. Aí veio Fernando Alonso para Maranello como sucessor de Kimi Räikkönen. E no ano seguinte, temo dizer que o polêmico episódio da Alemanha mexeu definitivamente com o fator psicológico do piloto brasileiro. Não sei até que ponto os brios de Felipe foram feridos com o “Fernando is faster than you”, mas aquela frase deixou claro que ele não era prioridade na equipe. Alonso carimbava, ali, o passaporte de piloto número 1 da Ferrari.

Apesar de insistir em dizer que continua ‘o mesmo piloto de sempre’, não foi isso que vimos no ano passado. Basta a comparação do que ele fez na pista em corrida e o que fez Alonso. O espanhol foi ao pódio 10 vezes e venceu o GP da Inglaterra. Massa nem chegou perto disso. Foi 5º colocado seis vezes e se a pontuação da Fórmula 1 em 2011 fosse aquela dos velhos tempos, ele teria marcado somente 12 pontos – um a mais do que Didier Pironi somou em 1981, no último ano em que um piloto da equipe vermelha tinha passado uma temporada inteira sem subir ao pódio.

E quando achávamos que haveria uma nesga de reação, 2012 começa ainda pior. O carro da Ferrari, verdade seja dita, é muito ruim. Mas, pombas! Como Alonso consegue 35 pontos, vence em Sepang, é líder do campeonato e Massa se arrasta entre os últimos? Na Austrália, sua volta mais rápida em ritmo de corrida foi 1″663 pior que a do bicampeão do mundo. Ontem, na Malásia, a diferença foi inferior a três décimos. Ok, amenizou um pouco. Mas com pneus intermediários, Alonso fez várias voltas rápidas e a diferença de desempenho entre eles foi absolutamente gritante.

Há alguma coisa de muito errado com Felipe Massa. Se com um carro ruim, Fernando faz 35 pontos e ele nenhum, é hora de uma reflexão mais profunda sobre o futuro do piloto brasileiro dentro da Ferrari.

O que será preciso para que ele recupere um tantinho do que ele conseguia fazer antes do acidente na Hungria – embora muitos insistam que uma mola na cabeça não influencie em nada – para ser minimamente aguerrido, competitivo e até feliz?

Não sinto que hoje Felipe seja ou esteja aguerrido, competitivo e feliz. E para piorar, tem gente que está ligada à Ferrari, cheia de tesão, garra e alegria, batendo à porta de Maranello como que avisando de sua presença e de que ele existe, doido para sentar no carro vermelho e mostrar o que sabe.

Sergio Perez é a sombra de Massa, não tenham dúvidas. E o 2º lugar do mexicano na Malásia representa um perigo real e imediato acerca do futuro do brasileiro na Ferrari – quiçá, até, na própria Fórmula 1.

Alonso faz o impossível e leva Ferrari à vitória na Malásia; Bruno Senna é 6º

17:00 | , ,

Créditos: Globoesporte.com

Foto: Reuters / G1
Nem o mais otimista dos ferraristas poderia imaginar o que aconteceu no GP da Malásia deste domingo. Nem o próprio Fernando Alonso. Em uma corrida tumultuada no circuito de Sepang, o bicampeão mundial deixou os rivais para trás, segurou a pressão de um surpreendente Sergio Pérez, da Sauber, e levou o tão criticado carro da Ferrari a uma improvável vitória. O espanhol, que chegou a sugerir o encerramento da prova durante a paralisação pela forte chuva, satisfeito com a quinta colocação, guiou com perfeição na pista molhada e manteve o ritmo no piso seco para cruzar em primeiro lugar. Com o resultado, o espanhol assumiu a liderança do campeonato com 35 pontos, cinco à frente de Lewis Hamilton, terceiro colocado na prova.

O brasileiro Felipe Massa teve um domingo bem mais complicado que o do companheiro de Ferrari. O brasileiro chegou apenas na 15ª posição. Mas o país teve motivos para festejar. Bruno Senna fez uma boa corrida e se aproveitou das confusões dos rivais ao longo da prova para levar sua Williams ao sexto lugar, somando oito pontos na classificação. O pódio foi completado por Pérez, que fazia corrida brilhante, mas errou a poucas voltas do fim, quando pressionava Alonso, e Lewis Hamilton, que largou na pole mas só conseguiu chegar em terceiro.

Primeiro colocado no GP da Austrália, Jenson Button jogou fora as chances de vitória ao errar quando tentava ultrapassar o retardatário Narain Karthikeyan, da HRT. O inglês precisou parar nos boxes para trocar o bico da McLaren e terminou apenas em 14º.  Destino semelhante teve Sebastian Vettel. O bicampeão mundial teve o pneu furado ao tentar superar uma HRT e ficou apenas com o 11º  lugar. Seu companheiro de RBR, Mark Webber, foi o quarto colocado. Uma das melhores equipes nos treinos de Sepang, a Mercedes foi uma das mais lentas no piso molhado. Michael Schumacher, terceiro no grid, foi apenas o 10º na corrida, três posições à frente do compatriota Nico Rosberg.

Os pilotos voltam à pista daqui a três semanas, para o GP da China no dia 15 de abril.

Chuva movimenta corrida em Sepang: O forte calor malaio deu lugar a uma chuva tímida momentos antes da largada em Sepang, fazendo os pilotos optarem por pneus intermediários e movimentando o início da prova. Logo na primeira curva, Button tentou ultrapassar Hamilton, mas não obteve o mesmo sucesso do GP da Austrália. O pole position espalhou o companheiro de equipe e conseguiu manter a liderança.

Quem fez ótima largada foi Romain Grosjean, pulando do sétimo para o terceiro lugar. Entretanto, o francês se chocou com Schumacher na curva 4, e os dois acabaram rodando. Voltas depois, ele perdeu o controle da Lotus, atolou na brita e foi o primeiro a abandonar a prova. Massa ganhou duas posições na primeira volta e pulou para 10º. Bruno Senna, assim como em Melbourne, teve problemas na primeira volta: o brasileiro rodou na curva 7 e precisou seguir para os boxes.

Prova fica paralisada por 50 minutos por causa da chuva: A chuva se intensificou, e os pilotos tiveram que antecipar os pit stops para colocar os compostos de chuva forte. Massa e Pérez foram os primeiros a irem para os boxes, o mesmo feito por quase todos os pilotos na passagem seguinte. A chuva aumentava cada vez mais até a direção de prova decidir pela entrada do safety car na sétima volta. Duas depois, por falta de condições, foi dada bandeira vermelha e a corrida foi interrompida. Nesse momento, Hamilton liderava, seguido por Button e Pérez. Massa se encontrava na oitava posição e Senna, com duas paradas nos boxes, era apenas o 23º.

Pilotos param nos boxes após relargada e Pérez assume liderança: Após 50 minutos de paralisação, a corrida foi reiniciada sob bandeira amarela e o safety car permaneceu na pista ainda por cinco voltas. Na relargada, Hamilton manteve a ponta, enquanto Button seguiu direto para os boxes, para colocar pneus intermediários, estratégia adotada por diversos outros pilotos como Rosberg, Raikkonen e Senna, em razão da melhora de condições da pista. Na volta seguinte, Hamilton, Alonso, Webber e Massa, também fizeram suas paradas. O inglês demorou no pit stop e voltou atrás do companheiro de McLaren e da Ferrari de Alonso.

Mas a estratégia de Button foi por água abaixo logo na sequência, quando o campeão mundial de 2009 se precipitou ao ultrapassar Karthikeyan. O inglês tocou o carro da HRT e precisou voltar para os boxes para trocar o bico da McLaren. Nesse momento, com estratégias acertadas, Pérez colocava a Sauber na liderança. Mas logo depois, o mexicano foi superado por Alonso, o mais veloz na chuva.

Alonso brilha na chuva, segura Pérez e leva Ferrari à vitória: Com melhor tempo atrás de melhor tempo, o espanhol abria vantagem na liderança. Mas a pista começou a secar e quem passou a ser o mais rápido foi Pérez. O mexicano emplacou uma sequência de melhores voltas e a vantagem para Alonso caiu vertiginosamente. A cinco voltas do fim, a diferença entre os dois era de menos de dois segundos. Pérez tinha a chance de fazer história conquistando a primeira vitória da Sauber, a primeira do México desde Pedro Rodriguez, em 1970. Mas o jovem piloto, mais rápido na pista, ouviu dos mecânicos do rádio que "segunda posição era importante para equipe". Parece que a mensagem desconcentrou o mexicano, que errou, saiu da pista e viu Alonso abrir novamente. Daí em diante, o bicampeão mundial tratou de administrar a vantagem até receber a bandeira quadriculada. A vitória do espanhol levou a equipe Ferrari ao delírio. No boxe da Sauber, lágrimas de felicidade de Peter Sauber, dono da escuderia, pela segunda posição de Pérez. O pole position Lewis Hamilton cruzou em terceiro e fechou o pódio.

23 de março de 2012

O maior dos maiores se foi

16:16 | , ,

É com muito pesar que fazemos a atualização de hoje no "Fatos e Opiniões". Gostaria de poder adiar mais e mais esse assunto, mas não teve jeito. Nesta sexta, o Brasil se despediu de Chico Anysio.

Foto: Aline Massuca (AE / G1)
O humorista cearense, idolatrado em todo o Brasil pela excelência em seu trabalho, faleceu na tarde desta sexta-feira no Rio de Janeiro, aos 80 anos. Vítima de infecção pulmonar, estava desde dezembro internado.

Dono de personagens cativantes, como o Professor Raimundo, ele criou cerca de 200 personagens, notabilizando seu trabalho no humor como um dos melhores já praticado no Brasil.

Não só eu, mas creio que todo o Brasil ficou triste com essa informação. Um cara que era idolatrado, conhecido nacionalmente e que fazia o país rir com seu trabalho simples, mas criativo.

O humor ficou triste. O Brasil ficou triste. Vai em paz, Chico! Muito obrigado por ter feito o Brasil rir.

Chico Anysio morre aos 80 anos

16:15 | , ,

Créditos: G1

Imagem: TV Globo / G1
Morreu às 14h52 desta sexta-feira (23), aos 80 anos, o humorista Chico Anysio. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, havia três meses. Ao longo de seus 65 anos de carreira, Chico Anysio criou mais de 200 personagens e foi um dos maiores humoristas do Brasil com destaque no rádio, na TV, no cinema e no teatro (abaixo, nesta reportagem, relembre sua trajetória). Ele deixa oito filhos.

Anysio apresentou uma piora nas funções respiratórias e renal na quarta-feira (21) e voltou a respirar com ajuda de aparelhos durante todo o dia. Ele estava no CTI do hospital carioca desde 22 de dezembro do ano passado por conta de um sangramento. O comediante chegou a ter o problema controlado, mas apresentou uma infecção pulmonar e retornou à internação. Ele seguia em sessões de fisioterapia respiratória e motora diariamente, somadas a antibióticos.

O ator também foi submetido a uma laparotomia exploradora, procedimento cirúrgico que serve para revelar um diagnóstico. Essa cirurgia fez com que Chico Anysio tivesse um segmento de seu intestino delgado retirado.

No final de 2010, ele foi levado ao mesmo hospital com falta de ar. Após uma obstrução da artéria coronariana ser encontrada, passou por uma angioplastia, procedimento para desobstrução de artérias. Após 110 dias, teve alta em março do ano passado.

Com fortes dores nas costas, o humorista foi novamente internado em novembro. Ficou no hospital durante cinco dias, para receber medicação intravenosa devido a problema antigo nas vértebras que provocava dor. No fim de novembro, teve febre e os médicos descobriram uma contaminação por fungos, tratada com antibióticos. No começo de dezembro, retornou ao hospital com infecção urinária e ficou internado por 22 dias. Um dia depois, voltou ao Hospital Samaritano.

Nos momentos mais críticos, quando esteve no hospital entre dezembro de 2010 e março de 2011, Chico necessitou da ajuda de aparelhos para respirar e se comunicava com médicos e familiares por meio de mímica. Durante o período pós-operatório, houve o diagnóstico de um tamponamento cardíaco, que acontece quando o sangue se acumula entre as membranas que envolvem o coração (pericárdio).

Durante o período de internação, que alternou momentos no CTI e em unidades intermediárias, Chico Anysio apresentou quadros de pneumonia e passou por sucessivas broncoscopias. As infecções foram tratadas com uso de antibióticos.

Antes, em agosto de 2010, o humorista precisou ser internado para a retirada de parte do intestino grosso após ser constatado um quadro de hemorragia no aparelho digestivo. Em maio de 2009, outra pneumonia o levou ao hospital.

Rádio e TV: Foi no Rádio Guanabara, ainda nos anos 50, que os seus tipos cômicos começaram a surgir. Até o “talento para imitar vozes”, como o proprio Chico descreveria em seu site, evoluir para a televisão. A estreia aconteceu em 1957, na extinta TV Rio, no programa “Aí vem dona Isaura”. Foi lá que o Professor Raimundo teve sua primeira aparição no vídeo, como o tio da protagonista que vinha do Nordeste — até então o programa só havia sido veiculado pelo rádio.

“Até tinha uma coisa de sentar para criar, mas uns nasceram pela voz, outros pelo tipo, pela personalidade, pela caracterização. Sempre fiz questão de que eles fossem encontrados sem que eu estivesse presente. Que alguém dissesse: "'Na minha terra, tem um Pantaleão. No Rio tem muito Azambuja’”, explicou o humorista ao “Estado de S. Paulo”, em 2009.

Num tempo em que ainda não existiam contratos de exclusividade, Chico pôde fazer participações especiais em programas de outras emissoras e em chanchadas da Atlântida.

O “Chico Anysio Show”, seu primeiro programa de humor, foi lançado no início da década de 60. Foi ao ar pela TV Rio, depois pela Excelsior e em 1982 voltou a ser exibido pela Rede Globo — onde o humorista já trabalhava desde 1969.

Mas foi na Globo que teve seus programas humorísticos de maior sucesso e onde desenvolveu a maioria de seus personagens. Entre as atrações, destaque para “Chico city” (1973-1980), “Chico total” (1981 e 1996) e “Chico Anysio show” (1982-1990).

Alguns desses personagens quase que se misturam à história da televisão brasileira, como o ator canastrão Alberto Roberto, o pão-duro Gastão Franco, o coronel Pantaleão, o pai-de-santo Véio Zuza, o velhinho ranzinza Popó, o alcoólatra Tavares e sua mulher Biscoito (Zezé Macedo) e o revoltado Jovem.

Com o passar dos anos, novos tipos eram criados e incorporados ao programa: o funcionário da TV Globo Bozó, que tentava impressionar as mulheres por conta de sua condição; o mulherengo e bonachão Nazareno, sempre de olho nas serviçais; o político corrupto Justo Veríssimo; e o pai de santo baiano e preguiçoso Painho são alguns dos mais populares.

Apresentada como quadro em outros programas desde a década de 1980, a “Escolinha do Professor Raimundo” tornou-se uma atração independente em 1990. No ar até 2002, o humorístico lançou toda uma geração de comediantes. Entre os “alunos” revelados pelo “professor Chico” estão Claudia Rodrigues, Tom Cavalcante e Claudia Gimenez.

Chico também atuou em novelas e especiais da Globo, como “Pé na jaca” (2007), “Sinhá Moça” (2006), “Guerra e paz” (2008) e “A diarista” (2004). Chico Anysio também teve um quadro fixo no Fantástico por 17 anos (de 1974 a 1991), e supervisionou a criação no programa “Os Trapalhões” no início dos anos 90.

Cinema: A incursão mais recente de Chico Anysio no cinema foi como dublador. É dele a voz do protagonista da animação “Up - Altas aventuras", animação do estúdio Pixar. Antes disso, o humorista fez uma participação especial no recordista de bilheteria “Se eu fosse você 2” (2008), de Daniel Filho. “Nos créditos finais fiz questão de colocar ‘senhor Francisco Anysio’. Ele é um astro, merece ser tratado com toda reverência”, explicou o diretor em entrevista ao G1 durante o lançamento do longa.

Em 1996, o humorista interpretou o personagem Zé Esteves, pai da personagem-título, em “Tieta”, de Cacá Diegues. O trabalho coincidiu com o aniversário de 25 anos da estréia de Chicono cinema, na pornochanchada "O doce esporte do sexo". Antes havia participado de comédias como "Mulheres à vista" e "Cacareco vem aí".

Em 2011, em sua última aparição pública, recebeu o prêmio especial do Júri do Festival do Rio pelo seu desempenho no longa “A hora e a vez de Augusto Matraga”, do diretor Vinícius Coimbra.

"O filme é importantíssimo, a obra é linda. Vinícius realizou algo quase inacreditável. É um filme que, tenho certeza, Sergio Leone assinaria com alegria", destacou o bem humorado Chico, que fez questão de receber o Troféu Redentor pessoalmente, mesmo de cadeira de rodas.

Literatura e artes plásticas: Além de se dedicar ao humor, Chico também foi artista plástico. Apaixonado pela pintura, retratou paisagens ao redor do mundo a partir de fotografias que tirava dos países que visitava. Realizou exposições de seus quadros em diversas galerias do Brasil e chegou a afirmar que gostaria de ter dedicado mais tempo à atividade.

“Porque teria tido mais tempo para aprender, para melhorar. Teria mais tempo para me tornar conhecido e aceito, para vender meus quadros por um preço melhor. Cheguei a admitir que a pintura seria meu emprego da velhice, mas não vai ser, porque ninguém está comprando nada de obra de arte, e pintar para guardar é terrível”, disse em entrevista à “Folha de S. Paulo”, em 2007. Foi autor de 21 livros, tendo publicado vários best-sellers na década de 70, como "O Batizado da vaca", "O telefone amarelo" e "O enterro do anão". Sua última publicação foi “O canalha”, lançada em 2000.

“É a história do cara que participou de todos os governos, desde Eurico Gaspar Dutra até o primeiro mandato de Fernando Henrique. Foi ele o responsável por todas as canalhices que ocorreram de lá para cá, como dar um revólver de presente a Getúlio Vargas”, explicaria o escritor Chico Anysio em entrevista à revista “Época”, no mesmo ano.

Outra de suas obras de destaque na literatura é o bem humorado manual “Como segurar seu casamento”, também de 2000. Na época, advertiu os leitores: “Não dou conselhos, transmito os erros que cometi e foram cometidos em cinco casamentos. Conviver é a arte de conceder. Essa troca de concessões gera a convivência harmônica”, comentou.

Casamentos e filhos: O primeiro de seus casamentos foi aos 22 anos, com a atriz Nancy Wanderley. Depois foi a vez de Rose Rondelli. Sobre a união com a cantora e ex-frenética Regina Chaves, dizia mal se lembrar. Já com Alcione Mazzeo, rompeu a relação por conta de um ensaio nu. Mas foi seu matrimônio com a ex-ministra da Economia do governo Collor, Zélia Cardoso de Mello — com quem teve dois filhos — que provocou mais polêmica. "Passou a ser uma pessoa de meu desagrado total. Fui um biombo para ela”, disse Chico à revista “Isto É”, em outubro de 2000.

Antes, porém, teve seis filhos, entre eles os atores Lug de Paula (famoso por interpretar o Seu Boneco, da “Escolinha do Professor Raimundo”), Nizo Neto (o Seu Ptolomeu, do mesmo programa, também dublador) Bruno Mazzeo (ator e roteirista). Chico também era tio do ator Marcos Palmeira, filho do cineasta Zelito Vianna, irmão do humorista; e da atriz Maria Maya, filha de Cininha de Paula, sobrinha do humorista.

Em novembro de 2009 foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área. Da vida, dizia levar apenas um arrependimento: “Me arrependo enormemente de ter fumado durante 40 anos”.

19 de março de 2012

O doce fácil da corrupção

13:01 | , ,

Todos sabem que o brasileiro tem um “chama” para ser corrupto. Pode ser na esfera que for na sociedade que sempre encontraremos aqueles que querem levar vantagem, benefícios e/ou dinheiro fácil. Mas, não sabíamos como que alguns dos corruptores agiam.

Mas, o programa “Fantástico”, da TV Globo, resolveu agir e mostrar, na esfera pública, como a picaretagem funciona.

Chega a ser absurda a tentação oferecida por aqueles que querem levar vantagem. Mal chegam na sala e já perguntam quanto de suborno o gestor quer receber. Lamentável!

O pior disso tudo é que o poder público não consegue tirar esse mal pela raiz: se junta a ele, deixando-o agir livremente, sem qualquer poder de reação para tirar aquela empresa do mercado.

Nessas horas, a justiça precisa agir – principalmente, o Ministério Público. Um caso tão escandaloso de corrupção como esse mostrado no “Fantástico” não pode ficar impune. Nosso dinheiro está sendo jogado no lixo!

Vamos torcer para que esses fatos sejam esclarecidos e que sua resolução fique de exemplo para que essa cultura da corrupção seja cada vez mais combatida em nosso país.