5 de julho de 2010

Copa 2010: Alemanha goleia o time de Maradona - 4 a 0

08:05 | , ,

Créditos: Globoesporte.com
A torcida argentina comemorou bastante a eliminação do Brasil na sexta-feira, mas a festa dos hermanos não durou mais que um dia. Desta vez, a Alemanha não precisou de pênaltis e nem de sofrimento, como em 2006: sem dar chances ao time de Diego Maradona, os alemães aplicaram um chocolate inapelável por 4 a 0 na Cidade do Cabo e estão classificados para a semifinal da Copa do Mundo, contra a Espanha. Como disse o diário “Olé” para os brasileiros, os argentinos agora também podem comprar uma televisão para assistir ao restante do Mundial no conforto do sofá de casa.

Maradona desfilando sem roupa no Obeslico em Buenos Aires? Fica para a próxima.

Na última Copa, a Alemanha também eliminou a Argentina nas quartas de final, mas com uma sofrida decisão por pênaltis. Neste sábado, no Green Point, não deu nem tempo de roer as unhas: Müller abriu o placar antes do terceiro minuto de jogo e fez o gol mais rápido do torneio na África do Sul. Depois recebeu um cartão amarelo e está fora da semifinal. Klose marcou duas vezes e agora tem 14 em Copas, um a menos que o recorde de Ronaldo. O zagueiro Friedrich também deixou o seu. Schweinsteiger não marcou, mas foi o maestro do time e acabou sendo eleito o melhor da partida pelos internautas no site da Fifa.

A torcida argentina era maioria no estádio, mas quem riu por último foi o meia Michael Ballack, que ficou fora da Copa por contusão, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ambos presentes no estádio. Melhor jogador do mundo em 2009, Lionel Messi teve atuação apagada e deixou a competição sem nenhum gol marcado.

A seleção de Joachim Löw enfrenta agora a Espanha, que bateu o Paraguai por 1 a 0. O jogo que vale vaga na decisão está marcado para quarta-feira, em Durban. Um dia antes, Uruguai e Holanda decidem na Cidade do Cabo o primeiro finalista.
Gol relâmpago: A Alemanha parecia com pressa para abrir o placar. Parecia, não. Realmente estava. Com exatos 2m38s no relógio, Schweinsteiger cobrou falta, Otamendi ficou parado, Müller subiu e tocou de cabeça. A bola bateu na perna do goleiro Romero, que estava mal posicionado, e entrou: 1 a 0, gol mais rápido da Copa do Mundo.

Oficialmente, a Fifa arredonda para cima e considera a marca como 3 minutos. O inglês Gerrard fez aos 3m31s contra os Estados Unidos, mas na súmula aparece 4. Agora, Müller está ao lado de Higuaín (Argentina), David Villa (Espanha), Vittek (Eslováquia) e Sneijder (Holanda) no topo da artilharia do Mundial, com quatro gols.

O 1 a 0 no placar deixou a Alemanha ainda mais confiante e deu uma pane na Argentina. Principalmente pelo lado direito da defesa de Maradona. Perdido em campo, Otamendi levava um baile de Podolski. O lateral argentino ainda levou cartão amarelo aos 11, por falta em Friedrich no campo de ataque. Um exemplo de que nada dava certo para os hermanos aconteceu aos 16: Tevez tentou puxar contra-ataque, mas se enrolou, perdeu a bola e a chuteira, que ficou no gramado. Na beira do campo, o Pibe olhava de braços cruzados. O que fazer?

Na arquibancada, a maioria argentina resolveu “jogar” aos 20. Os torcedores pulavam e cantavam, mas os jogadores não correspondiam em campo. Culpa da Alemanha, que tinha uma defesa muito bem montada por Joachim Löw e era perigosa na frente. Como aos 23, quando Heinze se enrolou ao tentar cortar um passe, Müller invadiu a área e rolou para Klose, que bateu por cima.

Apagado, Messi passou a procurar mais o jogo. Maradona viu que Otamendi era o ponto fraco e mandou Di Maria sair da esquerda e ir para direita. Assim, o lateral parou de subir ao ataque e Podolski ainda tinha que se preocupar com a marcação do novo jogador do Real Madrid. A tática deu certo e a Argentina passou a ter mais chances. A melhor foi aos 36. Müller tocou a mão na bola na entrada da área e recebeu amarelo. Na sequencia da falta mal cobrada por Messi, Tevez recebeu sozinho de Heinze na área e cruzou para Higuaín tocar para o fundo da rede. Mas quatro argentinos estavam em impedimento na jogada, bem anulada.

Em 45 minutos, a Alemanha deu dez chutes, mas apenas um na direção do gol: justamente o que resultou no 1 a 0 da primeira etapa. Os argentinos deram nove e tiveram 55% de posse de bola.
Quem voltou com pressa no segundo tempo foi a Argentina. Mas sem a mesma pontaria de Müller no início da partida. Aos três, Di Maria arriscou de longe a bola passou rente à trave alemã. O empate não saiu por pouco, alguns centímetros.

Com a vaga na mão pela vantagem no placar, a Alemanha se fechou ainda mais, apostando nos contra-ataques. E deixou a Argentina ser dona da bola, como Maradona pediu a semana inteira. Mais passe, mais chutes dos hermanos. Para fora, nas mãos de Neuer e até na cara do adversário: aos 17, Di Maria cruzou da direita, Maxi Rodriguez ajeitou com o peito e Tevez soltou a bomba, que explodiu no rosto de Mertesacker.

Os hermanos ainda tiveram duas chances, com Higuain e Tevez, que pararam nas mãos do goleiro. Se a principal arma argentina não dava certo – o toque de bola -, a maior falha voltou a aparecer: o lado direito da defesa. Na velocidade, a seleção de Lahm roubou a bola pela esquerda do ataque aos 23 e, sentado, Müller tocou para Podolski, que invadiu a área e rolou para Klose fazer seu 13º gol em Copas do Mundo, passando Pelé (12) e ficando a dois do recordista Ronaldo (15).

O tiro de misericórdia saiu aos 29. Mais uma vez pelo frágil lado direito da zaga argentina, que até nem contava mais com Otamendi, substituído logo após o gol por Pastore. Schweinsteiger fez o que quis pelo setor, driblou três argentinos na sequência, entrou na área e rolou para o zagueiro Friedrich pegar de primeira no bico da pequena área: 3 a 0.

Ainda havia tempo para mais um contra-ataque, e a desgraça argentina se consolidou com mais um gol de Klose, aos 44. Bola de pé em pé, de Özil para Podolski, de Podolski para Özil, de Özil para Klose, que bateu de pé direito e fez seu 14º gol em Copas, o quarto neste Mundial, assumindo a artilharia ao lado de Higuaín, Vittek David Villa e Müller.

A Alemanha avança cheia de moral para as semis, e está carimbado o passaporte dos hermanos, não para a próxima fase, e sim de volta para casa. Adeus, Argentina. Até 2014, se conseguirem a vaga para jogar no Brasil.
Foto: Reuters / Globoesporte.com
Ficha Técnica: Argentina 0 x 4 Alemanha
ARG: Romero, Otamendi (Pastore), Demichelis, Burdisso e Heinze; Mascherano, Maxi Rodríguez e Di Maria (Agüero); Messi, Tevez e Higuaín. Técnico: Diego Maradona
ALE: Neuer, Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng (Jansen); Khedira (Kroos), Schweinsteiger, Özil e Müller (Trochowski); Podolski e Klose. Técnico: Joachim Löw
Gols: Müller, aos três do primeiro tempo. Klose, aos 23, Friedrich, aos 29, Klose, aos 44 do segundo.
Cartões amarelos: Otamendi, Mascherano (Argentina) e Müller (Alemanha).
Estádio: Green Point (na Cidade do Cabo). Data: 3/7/2010. Horário: 11h. Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão). Assistentes: Rafael Ilyasov (Uzbequistão) e Bakhadyr Kochkarov (Cazaquistão). Público: 64.100.

2 de julho de 2010

Copa 2010: A Seleção tomou uma laranjada...

18:52 | , , ,

... E daquelas bem indigestas, fria e azeda. O texto de hoje será sobre a eliminação do Brasil da Copa do Mundo de Futebol. O Jogo foi no Estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, onde perdemos para a Holanda por 2 a 1 e estamos eliminados do Mundial de Futebol.

Eu, honestamente, achava no primeiro tempo que o jogo seria uma goleada para o Brasil. A imposição da nossa seleção nos primeiros 45 minutos foi impressionante! Nosso trio ofensivo jogou muito bem, com movimentação envolvente, sem sobras para perder a bola, sem nenhuma falha. Nosso meio-campo funcionou bem e nossa zaga anulou os três jogadores pensantes da Holanda - Kuyt, Sneijder e Robben.  O primeiro gol foi muito bonito, com um excelente passe do Felipe Melo pro Robinho, sem chance para o goleiro holandês. Muito bom o primeiro tempo da nossa seleção. Porém, não imaginava o que tinha reservado para o segundo tempo.
Os 45 minutos finais foram decepcionantes para 180 milhões de pessoas num país continental. Um jogo desligado, sem nehum comprometimento com a vitória que estava praticamente assegurada. Jogadores nervosos, querendo bater nos holandeses, caindo na pilha do Robben e cia. Isso piorou com o primeiro gol sofrido: Uma jogada despretenciosa, com uma falha gritante do Felipe Melo, além da falta de comunicação do nosso sistema defensivo, resultando no gol de Sneijder (O gol foi creditado para o Felipe Melo, contra). Pior foi o segundo gol, numa jogada manjada e ensaiada dos laranjas, com mais uma anotação do Sneijder na meta de Júlio César.

Daí pra frente, não adiantou o desespero. Pelo menos aí não vimos o jogo de toquinho pra cá e toquinho pra lá que nos acostumamos.

Pra piorar as coisas, um desequilibrado finalmente conseguiu o que queria na Copa: Ser expulso em um momento importante. Não tinha pra quê o Felipe Melo ter dado um pisão no camisa 11 holandês. Sabendo da catimba do Robben, não precisava nosso volante - Com estilo retrô de alguém que comanda a seleção - ter feito aquilo. Não adiantou muito sua justificativa de ter sido uma expulsão normal. Foi uma expulsão justa, necessária e, infelizmente, crucial para a eliminção do Brasil da Copa.

Vamos ver agora quem será crucificado pela eliminação. Será o Felipe Melo? É bem provável pelo o que fez e pelas críticas sofridas. Será o Dunga? Esse também poderá ser criticado, pois, além de sua provável saída do comando da seleção estar bem próxima, e ficar marcado por duas eliminações evitáveis de copas do mundo (A primeira foi na edição de 1990, perdendo pra Argentina por 1 a 0), essas críticas farão a festa daqueles da imprensa que o odeiam - Alguns da Globo, principalmente.
Mas, como um sempre tem que perder, agora é botar a cabeça no lugar, seguir em frente e esperar mais 4 anos para a próxima copa, que será no Brasil. Vamos ver agora se os holandeses passam pelo Uruguai, que ganhou hoje de Gana em um dramático jogo, decidido nos pênaltis, na terça que vem, na Cidade do Cabo. A outra chave será formada pelos vencedores de Alemanha X Argentina e Espanha X Paraguai.

Por essa eliminação do Brasil, o "Fatos e Opiniões" mudará seu esquema de postagens previstos. Como o próximo jogo seria na terça, e o Brasil foi eliminado, faremos os posts normais nas segundas e sextas. Na segunda, 05, falarei dos jogos do fim de semana. Na sexta, 09, falarei das semi-finais. No dia 12, analisarei a final - Espero que seja com dois sulamericanos. E, finalmente, no dia 16, farei um texto analisando toda a 19ª Copa do Mundo de Futebol. Após isso, os posts normais voltarão e terei uma novidade neste espaço... Aguarde!

Copa 2010: Brasil perde para a Holanda e é eliminado de novo nas quartas

18:09 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Em toda a sua preparação e durante a Copa do Mundo na África do Sul, a seleção brasileira se esforçou em adotar uma filosofia diferente da utilizada em 2006. Por ironia, o resultado foi o mesmo: derrota para uma seleção europeia e eliminação nas quartas de final. No lugar da França, o algoz foi a Holanda. E Sneijder tomou de Henry o posto de carrasco, participando do lance do primeiro gol e marcando o segundo na vitória por 2 a 1, de virada, nesta sexta-feira.

Foi ele o eleito o melhor em campo no estádio Nelson Mandela Bay, em votação popular no site da Fifa. Pelo primeiro tempo, ficou a impressão de que dificilmente o escolhido deixaria de ser um brasileiro. A seleção dominou a Holanda, marcou seu gol (com Robinho) logo no início, criou lances bonitos e foi pouco ameaçada. A partida após o intervalo, no entanto, foi outra. O Brasil falhou na defesa, seu setor mais elogiado, esteve acuado, quase não chegou ao ataque e demonstrou instabilidade emocional. E viu mais um jogador seu ser expulso na competição, depois que Felipe Melo deu um pisão em Robben.

A eliminação em Porto Elizabeth representa um duro golpe na era Dunga como técnico. A seleção vinha acumulando bons resultado - como os títulos da Copa América e da Copa das Confederações, a primeira colocação nas eliminatórias e vitórias expressivas sobre adversários de peso - mas fracassou em sua principal missão, a conquista do hexacampeonato. Os brasileiros, que receberão a Copa de 2014, voltam para casa com uma campanha de três vitórias, um empate e uma derrota.

A Holanda, que acumulou sua quinto triunfo consecutivo na Copa e agora soma 24 partidas de invencibilidade, enfrentará Gana ou Uruguai na semifinal, em partida na próxima terça-feira, às 15h30m (de Brasília), na Cidade do Cabo. E se vinga das eliminações nas edições de 1994 e 1998, as duas últimas vezes em que havia cruzado com o Brasil em Mundiais.
Brasil faz gol, marca duro e joga bonito: Conhecidas pelo estilo bonito de jogar, as seleções de Brasil e Holanda deixaram o futebol de lado nos primeiros minutos. Luis Fabiano e Van Bommel se estranharam e foram repreendidos pelo árbitro. O holandês pareceu não se intimidar, já que em seguida discutiu com Robinho. Passado esse início nervoso, no entanto, os brasileiros perceberam que teriam espaço para jogar.

A primeira pista veio com passe de Maicon, que encontrou Daniel Alves livre, mas impedido, ainda que por pouco. Já Robinho se posicionou melhor e correu sozinho no meio da zaga laranja. Recebeu passe primoroso de Felipe Melo e chutou com estilo, sem dominar a bola, superando o goleiro. Com 1 a 0 no placar logo aos dez minutos, o Brasil pôde se planejar para atuar do jeito que mais gosta: marcando duro no campo defensivo e procurando os contra-ataques.

No entanto, o estilo da Holanda, de não ir ao ataque desesperadamente, fez com que os contragolpes não viessem. Ainda assim, o Brasil produziu belas jogadas. Numa delas, Daniel Alves deu dois cortes pela ponta e cruzou para Juan chutar por cima do gol. Na mais bonita, Robinho deixou para trás dois marcadores, Luis Fabiano deu passe de letra, e Kaká chutou bem ao seu estilo, com efeito, obrigando Stekelenburg a fazer excelente defesa.

Com uma muralha à sua frente, Julio Cesar pouco trabalhou no primeiro tempo: fez duas defesas seguras em chutes de Kuyt e Sneijder. E só. O craque Robben insistiu na sua jogada preferida, de carregar a bola pela direita e cortar para a esquerda, mas foi sempre bloqueado antes do chute. A Holanda tentou invadir o terreno brasileiro recorrendo até à malandragem. Em cobrança de escanteio, Robben deu um leve toque na bola e correu para a área. Mas Daniel Alves, atento, chegou antes de qualquer adversário.

Após 19 faltas, o primeiro tempo terminou com mais uma boa jogada da seleção, em que Kaká - até então mais participativo do que em outros jogos - inverteu um lance da esquerda para a direita. Maicon chutou para defesa do goleiro.
Brasil leva gols, falha na marcação e se descontrola: Tão segura nos 45 minutos iniciais, a equipe começou vacilante na segunda etapa. Um lance displicente no primeiro minuto fez com que Felipe Melo levasse uma bronca de Lúcio. Sete minutos depois, o Brasil sofreu o empate num lance que, até esta sexta-feira, era incomum na Copa: falha da zaga, e ainda por cima numa bola aérea. Julio Cesar e Felipe Melo se chocaram, e a bola cruzada por Sneijder desviou de leve no volante antes de entrar. Foi o primeiro gol contra do Brasil na história dos Mundiais.

A igualdade no placar desestabilizou o Brasil, que ficou acuado em seu campo e viu suas tentativas de ataque esbarrar em erros de passe. Só conseguiu concluir uma jogada aos 20 minutos, quando Kaká bateu colocado, mas sem muito perigo. A Holanda, que mostrou suas fragilidades no primeiro tempo, passou a explorar as do Brasil, recorrendo ao lado direito do ataque e fazendo Michel Bastos sofrer para marcar Robben. Preocupado com o seu lateral, que já havia recebido cartão amarelo, Dunga trocou-o por Gilberto aos 16 minutos.

Seis minutos depois, a Holanda conseguiu a virada. E em outra falha da defesa. Uma cobrança de escanteio encontrou Kuyt, que, posicionado na primeira trave, desviou a bola para trás.  Sneijder, com seu 1,70m, cabeceou para a rede. Mais seis minutos, e a situação piorou. Felipe Melo fez falta e em seguida deu um pisão em Robben, recebendo cartão vermelho direto.

Dunga ainda substituiu Luis Fabiano por Nilmar, mas a troca de um atacante por outro pouco ajudou a seleção, que só conseguiu levar algum perigo aos holandeses em duas cobranças seguidas de escanteio. Aos 44 minutos, veio a tentativa derradeira. Daniel Alves teve uma cobrança de falta, mas a bola explodiu na barreira. Era o fim do sonho do hexacampeonato.
Ficha Técnica: HOLANDA 2 X 1 BRASIL

Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Ooijer e Van Bronckhorst; Van Bommel, De Jong, Sneijder e Kuyt; Van Persie (Huntelaar) e Robben.
Técnico: Bert van Marwijk.

Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos (Gilberto); Gilberto SIlva, Felipe Melo, Daniel Alves e Kaká; Robinho e Luis Fabiano (Nilmar).
Técnico: Dunga.

Gols: Robinho, aos dez minutos do primeiro tempo; Felipe Melo (contra), aos oito, e Sneijder, aos 22 minutos do segundo tempo.

Cartão amarelo: Heitinga, Van der Wiel, De Jong, Ooijer (Holanda); Michel Bastos (Brasil). Cartão vermelho: Felipe Melo (Brasil).

Estádio: Nelson Mandela Bay (em Porto Elizabeth). Data: 02/07/2010. Árbitro: Yuichi Nishimura (JAP). Assistentes: Toru Sagara (JAP) e Jeong Hae-Sang (COR).

Copa 2010: Após eliminação, Dunga diz que ciclo na seleção brasileira terminou

17:41 | , , ,

Créditos: Globoesporte.com
Visivelmente abatido e com um tom bem mais ameno nas palavras, o técnico Dunga deixou a entender durante a entrevista coletiva oficial da Fifa que vai deixar o comando da seleção brasileira após a derrota por 2 a 1 para a Holanda, nesta sexta-feira, e a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo. O treinador falou pouco sobre o assunto, mas lembrou que foi contratado para comandar a seleção por quatro anos.
- Quanto ao meu futuro, desde que eu cheguei à seleção todo mundo já sabia que seria para ficar quatro anos - disse.

A entrevista coletiva foi bem mais rápida do que o normal e terminou com muitos jornalistas ainda querendo fazer perguntas ao técnico da seleção brasileira. Foram apenas sete minutos e 39 segundos e somente sete perguntas, sendo que uma em inglês feita por um funcionário da Fifa. Dunga evitou encontrar um culpado pela eliminação da Copa do Mundo. O treinador foi questionado sobre a parcela de responsabilidade de Felipe Melo, expulso no segundo tempo após fazer falta e, em seguida, dar um pisão em Robben.
- Acho que a culpa é de todos nós, e eu levo a maior parte. Seria injusto eu falar do Felipe. Quando (a seleção) ganhou, todos ganharam. Não é a primeira vez que um jogador é expulso em uma Copa do Mundo.

O treinador brasileiro reclamou da arbitragem do japonês Yuichi Nishimura.
- Atuar com um jogador a menos sempre dificulta mais. Desde o início do jogo nós comentamos que o juiz estava sendo pressionado, e algumas faltas que não existiam estavam sendo marcadas. Tive que tirar o Michel Bastos porque ele deu cartão em um lance que nem falta foi. Só quem está dentro de campo é que tem uma noção melhor - disse Dunga.

Desde que assumiu a seleção, após a Copa do Mundo de 2006, Dunga comandou o Brasil em 60 jogos. Foram 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas. Neste período, o treinador conquistou a Copa América, a Copa das Confederações e terminou em primeiro lugar as eliminatórias da Copa do Mundo.

Copa 2010: Após expulsão e gol contra, Felipe Melo rejeita rótulo de vilão

17:32 | , , ,

Créditos: Reuters
Felipe Melo passou de melhor em campo no primeiro tempo a forte candidato ao posto de culpado pela eliminação do Brasil na Copa do Mundo.

Ele, no entanto, rejeitou após a derrota por 2 x 1 para a Holanda, nesta sexta-feira, o título de vilão e desculpou-se pelo fracasso coletivo da seleção brasileira.

O volante foi para o intervalo da partida das quartas de final como homem do jogo. Firme na marcação e com qualidade na saída de bola, ele ainda deu um passe maravilhoso para colocar Robinho na cara do goleiro na jogada que deu ao Brasil a vantagem de 1 x 0, logo aos 10 minutos.

Mas o sucesso do jogador, que voltou ao time contra os holandeses após recuperar-se de uma lesão, ficou no vestiário. Logo no início do segundo tempo ele marcou um gol contra que deu o empate à Holanda, e ainda foi expulso após pisar na perna de Arjen Robben quando a seleção perdia por 2 x 1, arruinando qualquer chance de recuperação brasileira.

"Sem dúvida nenhuma eu não sou o vilão da Copa de 2010", afirmou o jogador a jornalistas após a partida, que resultou na segunda eliminação consecutiva do Brasil de um Mundial nas quartas de final, após a derrota para a França na Copa de 2006.

"Foi uma falha coletiva que tivemos. Quando eu saí, já estava 2 x 1, infelizmente não deu para reagir. Não é que tomou um gol porque o Felipe Melo foi expulso", acrescentou.

"Eu assumo a minha parcela de culpa, assim como todos nós temos culpa dentro de um coletivo. Peço desculpa aos torcedores brasileiros porque queríamos ser campeões mundiais e infelizmente não deu."

Felipe Melo, de 26 anos, é um jogador que tem uma carreira marcada por jogadas duras e cartões. Antes do início do Mundial, ele tinha sido expulso cinco vezes apenas nas duas últimas temporadas --duas vezes atuando por seu antigo clube, Fiorentina, duas na atual equipe, Juventus, e uma pela seleção do Brasil, na vitória por 4 x 2 sobre o Chile nas eliminatórias para a Copa.

No jogo contra a Holanda, o jogador pisou na coxa de Robben quando o jogador holandês já estava no chão. O brasileiro defendeu-se afirmando que visava a bola, mas não contestou o cartão vermelho.

"Foi uma expulsão normal de jogo. Tem que deixar claro que eu não dei um soco na cara do Robben, não dei uma voadora no Robben, não entrei para quebrar a perna do Robben", afirmou.

"Foi uma jogada na qual o árbitro interpretou que era para cartão vermelho e tenho que respeitar".