9 de agosto de 2010

Colômbia e Venezuela iniciam nova fase das relações, diz chanceler

20:39 | , ,

Créditos: G1
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, prevê "coisas positivas" no futuro das relações diplomáticas com a Colômbia a propósito da posse de Juan Manuel Santos como novo presidente colombiano, segundo comunicado oficial.

"Colômbia e Venezuela podem esperar coisas positivas", disse Maduro na capital colombiana, citado no texto oficial.

"Os governos das repúblicas de Venezuela e Colômbia iniciam uma nova fase das relações diplomáticas após a posse de Juan Manuel Santos como presidente da nação", diz o comunicado da chanceleria venezuelana.

Em sua chegada a Bogotá, para onde viajou neste sábado, Maduro transmitiu uma "mensagem de amor e de futuro" da parte do presidente Hugo Chávez, que se mostrou "otimista" na sexta-feira sobre uma possível solução para a crise bilateral com a Colômbia.

Caracas rompeu as relações com Bogotá em 22 de julho, depois que o governo do ex-presidente Alvaro Uribe denunciou que guerrilheiros colombianos estariam escondidos nesse país.

Santos assume presidência da Colômbia e busca diálogo com Venezuela

20:32 | , ,

Créditos: G1
Juan Manuel Santos fez juramento neste sábado como novo presidente da Colômbia para o período 2010-2014 e pediu diálogo direto para recompor as relações com a Venezuela, prometendo um governo de unidade que buscará a igualdade social.

"Juro diante de Deus e prometo ao povo cumprir fielmente a Constituição e as leis da Colômbia", disse Santos, um líder de direita de 58 anos que foi ministro da Defesa do governo de seu antecessor, Alvaro Uribe.

Em seu discurso de posse, Santos pediu à Venezuela um diálogo "franco e direto, com respeito mútuo, cooperação recíproca e firmeza contra a criminalidade".

A Venezuela rompeu relações com a Colômbia em 22 de julho, depois de Bogotá ter denunciado que guerrilheiros colombianos estariam escondidos nesse país, o que é negado por Caracas.

"Assim como não reconheço inimigos na política nacional, não o faço no exterior. A palavra guerra não está no meu dicionário", disse Santos, que durante estas duas semanas de crescentes tensões guardou silêncio absoluto.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, compareceu à cerimônia de posse, em um gesto positivo do governo do presidente Hugo Chávez a Santos.

Também participou do evento o presidente equatoriano, Rafael Correa, no que se constitui sua primeira visita à Colômbia desde que em março de 2008 as relações entre os dois países foram rompidas, depois que as forças militares colombianas bombardearam um acampamento da guerrilha Farc em seu território.

Essa ação, ordenada pelo próprio Santos quando era ministro da Defesa, gerou uma acusação penal no Equador, onde um juiz o acusa de assassinato, apesar de a posse de hoje dar-lhe imunidade.

Os vínculos com o Equador foram reestabelecidos no nível de encarregados de negócios em novembro de 2009.

Santos prometeu um groverno de "unidade nacional" na busca pela "prosperidade social para todos os colombianos".

"Chegou a hora de os bens naturais, que nos foram dados com tanta abundância, não sejam privilégio de poucos, mas que estejam ao alcance de muitas mãos", disse, ao mencionar a pobreza, que na Colômbia alcança 46%.

"Não vamos falhar com os pobres. Trabalharemos para diminuir a pobreza com a mesma força e compromisso com a qual combatemos e continuaremos combatendo o terrorismo", prometeu o novo presidente, fixando a meta de reduzir a taxa de desemprego atual (12%) para um dígito.

Santos disse também que seu governo se esforçará para devolver aos camponeses as terras das quais os grupos criminosos se apoderaram, como o narcotráfico, os paramilitares e a guerrilha.

Sobre as Farc, o presidente ofereceu diálogo caso estas abandonem a violência e interrompam os sequestros.

"Aos grupos armados ilegais que invocam razões políticas e hoje falam mais uma vez em diálogo, digo que meu governo estará aberto a qualquer conversa que busque a erradicação da violência e a construção de uma sociedade mais próspera, equitativa e justa", disse Santos.

O presidente afirmou que o eventual diálogo deve ocorrer "sobre as premissas inalteráveis da renúncia às armas, ao sequestro, à extorsão, ao narcotráfico e à intimidação", em resposta a um vídeo de Alfonso Cano, o chefe máximo dessa guerrilha, que há uma semana pediu a Santos dar início a negociações de paz.

Santos, acompanhado de sua mulher María Clemencia e de seus três filhos adolescentes, foi juramentado pelo presidente do Congresso, Armando Benedetti, nas escadarias do Palácio Legislativo. Pouco antes da cerimônia, participou de uma missa em Bogotá.

Entre os presidentes estrangeiros que foram ao evento, estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do México, Felipe Calderón, da Argentina, Cristina Kirchner, do Equador, Rafael Correa, do Peru, Alan Garcia, e do Uruguai, José Mujica, além do herdeiro da coroa espanhola, Felipe de Bourbon.

Chávez anuncia rompimento de relações da Venezuela com Colômbia

20:25 | , ,

Créditos: G1
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rompeu nesta quinta-feira as relações diplomáticas com a vizinha Colômbia, após Bogotá apresentar supostas provas de que guerrilheiros colombianos estariam escondidos no território venezuelano.

O líder da Venezuela se disse vítima de uma "agressão" inspirada pelos Estados Unidos, e anunciou "alerta máximo" na fronteira.

"Não temos outra escolha senão, por dignidade, romper totalmente as nossas relações com a nação irmã da Colômbia", disse Chávez ao vivo pela televisão, ao receber uma visita do ídolo argentino Diego Maradona.

O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse que determinou o fechamento da embaixada da Venezuela em Bogotá e deu um prazo de 72 horas para a missão diplomática da Colômbia deixar seu país.

As relações bilaterais já eram tensas nos últimos anos. Chávez anunciou o rompimento dos laços depois de a Colômbia apresentar à Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, fotos e mapas que disse indicarem a presença de 1.500 rebeldes colombianos em uma série de acampamentos nas selvas e savanas venezuelanas.

Chávez qualificou de "enlouquecido" o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que deixa o cargo em 7 de agosto, e disse que os Estados Unidos o incitaram a atacar a Venezuela. Acrescentou, no entanto, que espera a normalização das relações após a posse do novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

Relações hostis: No ano passado, Chávez já havia suspendido o comércio com a Colômbia em protesto a um acordo militar entre Bogotá e Washington, que ele viu como uma ameaça à sua soberania.

Na reunião extraordinária do Conselho Permanente da OEA, o embaixador da Colômbia, Luis Alfonso Hoyos, acusou o governo Chávez de tolerar a presença de rebeldes responsáveis por homicídios, sequestros e narcotráfico em ambos os lados da fronteira.

"O continente não pode permitir que este pesadelo se espalhe", disse ele, exigindo que a Venezuela autorize a entrada de uma comissão internacional e de jornalistas para inspecionar os 87 locais onde os rebeldes estariam escondidos.

O embaixador da Venezuela, Roy Chaderton, disse que "não há evidência, não há prova. Essas são fotos tiradas sei lá onde", afirmou.

Denúncia de acampamentos rebeldes: A Colômbia já havia anunciado que levaria provas à OEA, e Chávez tem qualificado as acusações de "patéticas", acusando Uribe de tentar piorar as relações antes da posse de seu sucessor.

Hoyos mostrou uma série de fotos e vídeos em que supostos líderes e integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) aparecem relaxados, assando porcos e tocando música num acampamento que ele disse ser no território venezuelano.

"Os fatos nas últimas semanas mostram que riscos reais estão se materializando devido à presença consolidada, ativa e crescente desses grupos terroristas na Venezuela", afirmou o diplomata.

De acordo com ele, Caracas "tolera a presença desses grupos, não toma medidas contra eles." Acrescentou que os rebeldes chegavam a estar acompanhados de membros da Guarda Nacional da Venezuela.

Ainda segundo Hoyos, em junho e julho rebeldes das Farc realizaram novos ataques a partir do lado venezuelano. Ele mostrou fotos de supostas vítimas civis e militares das ações.

6 de agosto de 2010

Uma questão política que envolve uma vida

09:52 | , ,

Foto: CNN / R7
Estamos vendo, nos últimos dias, um drama que países muçulmanos insistem em querer reviver: Pena de morte por maneiras cruéis. E é o que está acontecendo com a Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma iraniana acusada de adultério. A pena que lhe foi imposta é o apedrejamento - Ativistas internacionais pedem que a pena seja trocada por enforcamento. Nesse rolo, pediram ajuda a Lula para livrar a iraniana das pedras ou até mesmo da pena de morte.

Não estou aqui para defender a pena de morte, nem o pedido de ajuda, tampouco a forma como são regidas as leis de Teerã - No qual não tenho mérito algum em comentar. Mas, tenho de me posicionar sobre tal fato. Afinal, é uma vida que está em jogo.

Se as leis regem que quem trai o marido ou a esposa deve morrer, tudo bem. Não vou questionar o mérito da lei. Mas, acho que os meios para se aplicar a pena devem ser revistos. Ora, apedrejamento é uma maneira arcáica de se executar alguém. Isso é expor uma pessoa à humilhação pública - E no caso, mundial. Chega a ser ridículo se apedrejar alguém ou algo - Como é comum no Brasil se apedrejar alguma estrutura, fixa ou móvel, em detrimento de alguma coisa.
Do jeito que a tecnologia está chegando ao país islâmico por meio nuclear - Que o coloca no centro de algumas polêmicas -, ela poderia ser colocada também no sistema carcerário. O enforcamento até que vai, pois pelo menos é uma maneira aceitável em vários lugares do mundo. O fuzilamento é usado em vários países, como nos Estados Unidos. Quem sabe mais para frente, a injeção letal possa ser usada. Mas, uma pena de apedrejamento é antigo até demais.

Quanto a interferência de Lula, ela foi, com certeza, o resultado da pressão que os ativistas internacionais o fizeram por causa da sua boa vontade. Acho que, se não fose por isso, ele não estaria nem aí para o que acontece em Teerã por conta de seu argumento de não interferir em políticas internas. Mas, mesmo assim, parabenizo a atitude do nosso Presidente em querer ajudar uma condenada à morte por uma maneira tão cruel.

E se formos discutir a pena de morte, seria um post maior do que esse. Mas, deixo aqui válido que esse tema deve ser amplamente discutido, pois é uma forma, mesmo assim, de combater a atitude do indivíduo. Eu estou esperando ese momento pois, aí sim, colocarei minha opinião sobre a pena de morte.

Pedido foi 'mais humanitário' do que político, diz Lula sobre asilo a iraniana

09:16 | , ,

Créditos: G1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (3), na Argentina, que a proposta de receber no Brasil a iraniana condenada à morte por apedrejamento foi um pedido de caráter humanitário e não político. “Eu não fiz um pedido de asilo. Eu fiz um pedido mais humanitário do que uma coisa política”, disse o presidente.

O apelo de Lula pela vida de Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, feito na última sexta-feira (31), durante comício no Paraná, foi visto como uma interferência pelos iranianos. Sakineh foi condenada à morte acusada de adultério.

O ministro de Relações Exteriores do país islâmico, Ramin Mehmanparast, sinalizou nesta terça que deve rejeitar a proposta do Brasil e classificou Lula de “emotivo”. Ele afirmou ainda que o presidente brasileiro não deve ter recebido informações suficientes a respeito do caso de Sakineh.

Questionado sobre as declarações do chanceler, Lula disse: “Eu fico feliz que o ministro do Irã tenha percebido que eu sou um homem emocional. Se for, Muito emocional”. O presidente se disse disposto a dialogar, "se houver disposição" por parte do Irã e afirmou que “como cristão” considera o apedrejamento uma “morte bárbara”.

"Pelo que soube, ou ela ia morrer por apedrejamento ou por enforcamento e nenhuma dessas mortes é humanamente aceitável. Obviamente que se houver a disposição do Irã em conversar sobre esse assunto, nós teremos imenso prazer de conversar e, se for o caso, essa mulher poderia ir ao Brasil".

No entanto, Lula destacou que é preciso respeitar a soberania e as leis de cada país. “Sobre a questão de direitos humanos no Irã, eu sei que cada país tem suas leis, sua constituição, sua religião. E, gostando ou não, temos que respeitar o procedimento de cada país”, afirmou.