Créditos: G1
Foto: Bernardo Tabak (G1) |
A radialista aposentada Julieta Duarte Loureiro mora há 38 anos no Edifício Itu, no nº 47 da Avenida Treze de Maio. Da varanda do apartamento conjugado dela, de decoração simples, no 18º andar, tem uma visão privilegiada do Centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, e do local onde o Edifício Liberdade, de nº 44, e outros dois prédios desabaram na noite de quarta-feira (25). Até o domingo (29), 17 corpos haviam sido encontrados. Outras cinco pessoas estão desaparecidas, segundo a Defesa Civil estadual.
No sábado (28), quando completou 69 anos de vida, com bom humor, apesar do ocorrido, ela contou ao G1 o que viu e ouviu no momento da tragédia.
“Na noite do desabamento, desci para a portaria porque estava muito calor. Fiquei na entrada do prédio, sentada, conversando com uma amiga chamada Lorena. Fiquei de papo, trocando ideia”, recorda. “Desci por volta das 19h15 e o prédio desabou tipo 20h40. Primeiro caiu um pedregulho bem grande, que só escutei bater no chão. Logo em seguida caiu um menor. Quando caiu a pedra pequena, olhei para cima e vi o prédio tombando para a direita, para cima dos outros dois”, complementa.
Julieta conta que, no mesmo instante, saiu correndo com Lorena e outras duas amigas para uma rua mais afastada do local do desmoronamento. “Peguei minha bolsa e gritei: ‘O prédio está caindo!’ Sem enxergar nada, fui correndo para a Rua Senador Dantas”, lembra a aposentada. “Tinha gente andando na rua, umas 50 pessoas, mas logo que caiu o primeiro pedregulho, o pessoal correu. Se fosse sexta-feira seria muito pior, porque as pessoas descem para tomar cerveja e bater papo”, acrescenta.
Sem explosão, nem cheiro de gás: A aposentada afirma não ter escutado qualquer explosão. “O barulho não foi grande. Só fez um ‘trec’, como se estivesse quebrando uma tábua no joelho, e veio caindo. Não teve nada de explosão como foi na Praça Tiradentes. Foi só barulho de cimento se partindo”, conta ela, relembrando o acidente ocorrido em outubro de 2011, quando um vazamento de gás gerou a explosão de um restaurante no Centro do Rio. “Também não tinha nenhum cheiro de gás. Quando caiu, teve aquele corre-corre danado, pessoas chorando”, recorda.
A aposentada conta que, logo após o desabamento, não conseguiu ver como ficou o local onde estavam os prédios, porque bombeiros cercaram e isolaram logo a área.
'Separação dos prédios há 30 anos': A radialista não se lembra de ouvir recentemente reclamações sobre a conservação do Edifício Liberdade ou comentários sobre problemas na estrutura. Entretanto, Julieta recorda de um episódio ocorrido há três décadas. “Quando estavam fazendo obras do metrô, na Estação Carioca, há uns 30 anos, houve uma separação dos prédios. O Edifício Liberdade chegou um pouco para o lado e ficou um pequeno vão para a parede do Edifício Capital, que fica na esquina das avenidas Treze de Maio com Almirante Barros”, conta ela.
“Colocaram um cimento para juntar os prédios de novo. Na época, veio Defesa Civil, televisão, rádio”, lembra.
Julieta conta ainda que, na noite do desabamento dos prédios, só por volta das 3h15 da madrugada voltou para casa, com autorização da Defesa Civil e do síndico do prédio.
"E só de manhã fui ver o que tinha acontecido, da minha janela. Foi uma tristeza total ao saber que debaixo dos entulhos tinha tantas pessoas”, conta ela, com o semblante fechado. “Tinha o catador Moisés, de 50 anos. Ele pegava papelão nas lojas e juntava em frente a uma agência bancária que tinha no térreo do edifício. Ele e o banco ficaram debaixo dos escombros”, explica Julieta.
No sábado (28), quando completou 69 anos de vida, com bom humor, apesar do ocorrido, ela contou ao G1 o que viu e ouviu no momento da tragédia.
“Na noite do desabamento, desci para a portaria porque estava muito calor. Fiquei na entrada do prédio, sentada, conversando com uma amiga chamada Lorena. Fiquei de papo, trocando ideia”, recorda. “Desci por volta das 19h15 e o prédio desabou tipo 20h40. Primeiro caiu um pedregulho bem grande, que só escutei bater no chão. Logo em seguida caiu um menor. Quando caiu a pedra pequena, olhei para cima e vi o prédio tombando para a direita, para cima dos outros dois”, complementa.
Julieta conta que, no mesmo instante, saiu correndo com Lorena e outras duas amigas para uma rua mais afastada do local do desmoronamento. “Peguei minha bolsa e gritei: ‘O prédio está caindo!’ Sem enxergar nada, fui correndo para a Rua Senador Dantas”, lembra a aposentada. “Tinha gente andando na rua, umas 50 pessoas, mas logo que caiu o primeiro pedregulho, o pessoal correu. Se fosse sexta-feira seria muito pior, porque as pessoas descem para tomar cerveja e bater papo”, acrescenta.
Sem explosão, nem cheiro de gás: A aposentada afirma não ter escutado qualquer explosão. “O barulho não foi grande. Só fez um ‘trec’, como se estivesse quebrando uma tábua no joelho, e veio caindo. Não teve nada de explosão como foi na Praça Tiradentes. Foi só barulho de cimento se partindo”, conta ela, relembrando o acidente ocorrido em outubro de 2011, quando um vazamento de gás gerou a explosão de um restaurante no Centro do Rio. “Também não tinha nenhum cheiro de gás. Quando caiu, teve aquele corre-corre danado, pessoas chorando”, recorda.
A aposentada conta que, logo após o desabamento, não conseguiu ver como ficou o local onde estavam os prédios, porque bombeiros cercaram e isolaram logo a área.
'Separação dos prédios há 30 anos': A radialista não se lembra de ouvir recentemente reclamações sobre a conservação do Edifício Liberdade ou comentários sobre problemas na estrutura. Entretanto, Julieta recorda de um episódio ocorrido há três décadas. “Quando estavam fazendo obras do metrô, na Estação Carioca, há uns 30 anos, houve uma separação dos prédios. O Edifício Liberdade chegou um pouco para o lado e ficou um pequeno vão para a parede do Edifício Capital, que fica na esquina das avenidas Treze de Maio com Almirante Barros”, conta ela.
“Colocaram um cimento para juntar os prédios de novo. Na época, veio Defesa Civil, televisão, rádio”, lembra.
Julieta conta ainda que, na noite do desabamento dos prédios, só por volta das 3h15 da madrugada voltou para casa, com autorização da Defesa Civil e do síndico do prédio.
"E só de manhã fui ver o que tinha acontecido, da minha janela. Foi uma tristeza total ao saber que debaixo dos entulhos tinha tantas pessoas”, conta ela, com o semblante fechado. “Tinha o catador Moisés, de 50 anos. Ele pegava papelão nas lojas e juntava em frente a uma agência bancária que tinha no térreo do edifício. Ele e o banco ficaram debaixo dos escombros”, explica Julieta.
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